Os noruegueses foram eleitos o povo mais honesto do planeta; o brasileiro é o povo do jeitinho, famoso por querer levar vantagem em tudo
Os socialistas bradam insistentemente que os países escandinavos são onde o socialismo deu certo, com meritocracia equilibrada e tudo funcionando corretamente, quando na verdade isso é uma vitória capitalista, devido à altíssima liberdade econômica.
Os mesmos socialistas bradam que o governo cubano é o modelo correto pra atingir a perfeição escandinava, e querem trazer esse modelo ao Brasil. Se o sucesso governamental aconteceu lá com o povo escandinavo, pode se repetir aqui no Brasil, segundo eles. Claro que falar é fácil, e o irônico é que a liberdade econômica em Cuba é baixíssima.
Essa é uma análise bastante simplória e equivocada, pois há diferença enormes entre a situação do Brasil e o povo escandinavo, principalmente em termos de liberdade econômica e de cultura entre o brasileiro médio e o escandinavo em geral.
Os noruegueses foram eleitos o povo mais honesto do planeta, a ponto de haver estabelecimentos comerciais sem funcionários: o cliente pega o que quer e paga, sem ninguém pra conferir se ele realmente pagou. O brasileiro é o povo do jeitinho, famoso por querer levar vantagem em tudo, doa a quem doer.
A redução do Estado nesse momento é emergencial. É preciso conter o enorme desperdício de dinheiro público em todas as áreas
Os suíços são altamente politizados, cultos e participativos na política: um simples abaixo-assinado vira lei rapidamente. O brasileiro tem orgulho em dizer que detesta política, diz que nada nunca vai mudar e vota por obrigação.
Os políticos suecos moram em apartamentos minúsculos e andam de bicicleta. No Brasil, os políticos ganham supersalários, estão todos entre o 1% da população mais rica, governam pra si, trocam favores e comumente tomam decisões contrárias à vontade da maioria da população.
Assim sendo, eu respondo aos socialistas que creem no absurdo de que o socialismo trará ao Brasil o Estado de bem-estar social dos países escandinavos que isso não ocorrerá por dois grandes motivos.
O primeiro é que a ideologia política é totalmente distinta. O socialismo não preza a liberdade econômica, sendo algo geralmente negligenciado, ocasionando economias deficientes. As obras sociais que os socialistas tanto querem também precisam de dinheiro.
O segundo motivo é o próprio povo, seja o povo ignorante ou nossos péssimos políticos. Há pouquíssimas pessoas capacitadas pra oferecer serviços públicos eficientes com o que o Estado consegue pagar, e nossa educação pública é péssima.
A redução do Estado nesse momento é emergencial. É preciso conter o enorme desperdício de dinheiro público em todas as áreas; que esse dinheiro fique com o cidadão e este busque serviços privados para sua família. O cidadão atualmente paga dobrado ou até triplicado por serviços públicos ineficientes, isso é insustentável.
Enquanto o brasileiro não se capacitar e entender a importância de participar ativamente da política, o Brasil será eternamente o país do futuro que nunca chega e sempre terá espaço para demagogia política com o já clássico estelionato eleitoral populista.
Interessante observar que há ideologias que começam a se confundir, como a social-democracia e o liberalismo social. Se ambos são considerados ideologias de centro no espectro político, qual a diferença entre elas? A social-democracia é um sistema que tende ao socialismo, busca o aumento gradual do poder do Estado, enquanto o liberalismo social visa uma economia próspera e tende a dar liberdades ao cidadão sempre que possível, sem negligenciar os menos favorecidos através de muitas obras sociais. É muito fácil confundir essas ideologias, pois os discursos políticos podem ser idênticos ao eleitor.
Se considerarmos que o centro da política brasileira se divide entre extrema-esquerda e esquerda moderada, fica evidente o desequilíbrio político. Nossa política precisa ser corrigida e oscilar entre o verdadeiro centro político, o que nunca vai acontecer se o cidadão não assumir seu papel nessa situação.
Gustavo Reichenbach, formado em Processamento de Dados e Hotelaria, é investidor autônomo da construção civil.
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