Crescimento do ano passado marca o fim da maior recessão da história, mas a retomada é lenta e ainda são necessárias condições para que os investimentos retornem com força
O 1% do crescimento do PIB no ano passado, calculado pelo IBGE, é modesto, mas tem a especial importância de significar o fechamento do ciclo da recessão, a maior já registrada no país, do biênio 2015/16. A retração da economia em mais de 7%, com 14 milhões de desempregados, é o legado da aplicação de políticas nacional-populistas em Lula II e Dilma.
Um ano de virtual estagnação, 2014, e dois em que o PIB encolheu 3,5% em cada um, significaram um mergulho profundo, e por isso a retomada tem sido lenta e desigual. Se o grande destaque na economia brasileira nos últimos tempos, a agropecuária, for retirado dos cálculos, a expansão de 1% encolhe para 0,3%, destaca em entrevista ao GLOBO a economista Sílvia Matos, do Ibre/FGV.
Todos os sinais, porém, são positivos, inclusive as condições macroeconômicas — inflação baixa e juros também. Assim, firma-se como bastante provável a previsão para este ano de um crescimento na faixa dos 3%. Mas, retornar ao nível do PIB de 2014, marco zero desta recessão, só em 2020, e se tudo correr bem.
Neste processo de retomada, a indústria estagnou no ano passado, e a construção civil se manteve em queda livre — já retrocedeu por 15 trimestres, ou 45 meses, mais de três anos e meio. O crescimento ainda precisa ser mais bem distribuído. Foi tamanho o tranco levado pela economia brasileira pela política de gastos sem controle, na vã tentativa de se manter e elevar a expansão do PIB, que os investimentos desabaram. Vieram a desaceleração de 2014 e a recessão dos dois anos seguintes. Pressões inflacionárias — devido ao crescente desequilíbrio fiscal — e a consequente perda de confiança na política econômica postergaram investimentos.
Os economistas consideram a taxa ideal de investimentos entre 20% e 25% do PIB. Em 2017, ao cair pelo quarto ano consecutivo, o índice ficou em 15,6%, o mais baixo desde 1996. É certo que, a se manter a recuperação, o que deve acontecer, os investimentos voltarão com alguma intensidade.
Já há movimentos nesta direção. Entre outubro e dezembro do ano passado, eles cresceram 2% em relação aos três meses anteriores, puxando a produção de máquinas e equipamentos. Há, também, gastos de empresas em melhorias tecnológicas, para avanços na produtividade. Mas aumentar a capacidade de produção ainda levará algum tempo. Antes disso, a capacidade ociosa criada pela recessão precisa ser preenchida.
Um fator-chave para os investimentos voltarem com força é a confiança. Como projetos de investimentos são de longo prazo, é crucial que, por meio da reforma da Previdência, seja dado um horizonte para o Tesouro recuperar a solvência. Não se pode menosprezar o efeito da retomada do PIB na arrecadação. Mas a tendência estrutural da Previdência a elevar os gastos com aposentadorias e outros benefícios é muito forte. Esta reforma está à espera do novo governo.
O 1% do crescimento do PIB no ano passado, calculado pelo IBGE, é modesto, mas tem a especial importância de significar o fechamento do ciclo da recessão, a maior já registrada no país, do biênio 2015/16. A retração da economia em mais de 7%, com 14 milhões de desempregados, é o legado da aplicação de políticas nacional-populistas em Lula II e Dilma.
Um ano de virtual estagnação, 2014, e dois em que o PIB encolheu 3,5% em cada um, significaram um mergulho profundo, e por isso a retomada tem sido lenta e desigual. Se o grande destaque na economia brasileira nos últimos tempos, a agropecuária, for retirado dos cálculos, a expansão de 1% encolhe para 0,3%, destaca em entrevista ao GLOBO a economista Sílvia Matos, do Ibre/FGV.
Todos os sinais, porém, são positivos, inclusive as condições macroeconômicas — inflação baixa e juros também. Assim, firma-se como bastante provável a previsão para este ano de um crescimento na faixa dos 3%. Mas, retornar ao nível do PIB de 2014, marco zero desta recessão, só em 2020, e se tudo correr bem.
Neste processo de retomada, a indústria estagnou no ano passado, e a construção civil se manteve em queda livre — já retrocedeu por 15 trimestres, ou 45 meses, mais de três anos e meio. O crescimento ainda precisa ser mais bem distribuído. Foi tamanho o tranco levado pela economia brasileira pela política de gastos sem controle, na vã tentativa de se manter e elevar a expansão do PIB, que os investimentos desabaram. Vieram a desaceleração de 2014 e a recessão dos dois anos seguintes. Pressões inflacionárias — devido ao crescente desequilíbrio fiscal — e a consequente perda de confiança na política econômica postergaram investimentos.
Os economistas consideram a taxa ideal de investimentos entre 20% e 25% do PIB. Em 2017, ao cair pelo quarto ano consecutivo, o índice ficou em 15,6%, o mais baixo desde 1996. É certo que, a se manter a recuperação, o que deve acontecer, os investimentos voltarão com alguma intensidade.
Já há movimentos nesta direção. Entre outubro e dezembro do ano passado, eles cresceram 2% em relação aos três meses anteriores, puxando a produção de máquinas e equipamentos. Há, também, gastos de empresas em melhorias tecnológicas, para avanços na produtividade. Mas aumentar a capacidade de produção ainda levará algum tempo. Antes disso, a capacidade ociosa criada pela recessão precisa ser preenchida.
Um fator-chave para os investimentos voltarem com força é a confiança. Como projetos de investimentos são de longo prazo, é crucial que, por meio da reforma da Previdência, seja dado um horizonte para o Tesouro recuperar a solvência. Não se pode menosprezar o efeito da retomada do PIB na arrecadação. Mas a tendência estrutural da Previdência a elevar os gastos com aposentadorias e outros benefícios é muito forte. Esta reforma está à espera do novo governo.
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