FOLHA DE SP - 05/09
BRASÍLIA - Os candidatos derrotados não foram os únicos perdedores do último domingo. As eleições para prefeito também atingiram políticos que sonham com a Presidência em 2018. Ao menos quatro deles apanharam feio das urnas: Lula, Michel Temer, Marina Silva e Eduardo Paes.
O fiasco do ex-presidente está ligado à derrocada do PT. O partido encolheu em todo o país. Despencou da terceira para a décima posição no ranking de prefeituras e foi enxotado da maior delas, com a derrota de Fernando Haddad em São Paulo.
Lula também fracassou em cidades onde fez campanha. No Rio, subiu no palanque de Jandira Feghali, que teve apenas 3% dos votos. Em Fortaleza, fez comício com Luizianne Lins, que ficou em terceiro lugar. Em São Paulo, foi barrado no horário eleitoral, mas fez caminhadas com Haddad. Perdeu mais uma vez.
Temer já começou a eleição derrotado. Nas duas maiores cidades brasileiras, os candidatos do PMDB fizeram o possível para escondê-lo. Não adiantou. A impopularidade do presidente ajudou a afundar as campanhas de Marta Suplicy e Pedro Paulo. O próprio Temer precisou se esconder do eleitor. Com medo de novos protestos, foi votar três horas antes do que informava sua agenda oficial.
Marina viajou o país para pedir votos, mas não conseguiu tirar a Rede do balaio dos nanicos. Sua aposta em candidaturas próprias se revelou um desastre. No Rio, o partido recebeu 1% dos votos. Em São Paulo, nem isso. Terminou 0,08 ponto à frente de Levy Fidelix, o homem do aerotrem. A ex-senadora ainda torce por um gol de honra em Macapá.
Paes foi punido pela arrogância. Com a máquina e a Olimpíada nas mãos, insistiu em lançar um candidato acusado de agressão à ex-mulher. Como se esperava, o pupilo foi espancado nas urnas. Depois do fiasco em casa, o prefeito foi riscado das listas de presidenciáveis. Se o Estado do Rio sobreviver a mais dois anos de PMDB, ainda poderá sonhar com a cadeira de governador.
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