Folha de SP - 04/04
As agências de notícias sempre falam de leilões em Nova York em que concorrem objetos dos filmes dos anos 30, 40, 50 –tempo em que Hollywood era o Parnaso, habitado por deuses tão poderosos quanto os das lendas gregas. Alguns itens que já estrelaram esses leilões foram o trenó Rosebud de "Cidadão Kane" (1941), o piano em que Sam toca "As Time Goes By" em "Casablanca" (1942) e as luvas de Rita Hayworth em "Gilda" (1945).
Quanto valerão o guarda-chuva de Gene Kelly em "Cantando na Chuva" (1952), um vestido de Marilyn Monroe em "Os Homens Preferem as Louras" (1952), Robby, o robô de "Planeta Proibido" (1956), o retrato a óleo de Carlota Valdez em "Um Corpo que Cai" (1958) ou mesmo a ceroula de Batman usada por Adam West no seriado de TV (1966)? Um dia, esses itens irão a leilão –os americanos sempre foram de conservar tudo.
No Brasil, como não somos de guardar nada, nossos leilões dependem de material mais recente, que ainda não teve tempo de desaparecer. Daí que um leilão inevitável e em breve será o de objetos oriundos da história que estamos vivendo hoje. Exemplos?
Os pedalinhos dos netos de Lula, recuperados no seu sítio que não lhe pertence em Atibaia. Garrafas da adega do mesmo sítio e que o ex-presidente não teve tempo de consumir. Os pixulecos portáteis vendidos nas manifestações anti-PT.
Um jogo de caçarolas comprado pela ex-primeira-dama dona Marisa para a cozinha do seu tríplex que não lhe pertence no Guarujá. A bicicleta com que a presidente Dilma dava suas pedaladas matinais. A blusa de florões com que ela vivia aparecendo na TV. Uma mecha do cabelo do senador Delcídio do Amaral. Etc.
E, claro, a peça de maior valor do leilão é sempre a mais difícil de conseguir: o vídeo de uma das palestras milionárias do ex-presidente Lula pagas pela Odebrecht.
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