O GLOBO - 10/05
Após ter desagradado aos trabalhadores (MPs 664 e 665), o governo agora comprara briga com o setor empresarial. Mais uma vez, aqueles contra a medida vão acusar o Planalto de ser contra os trabalhadores e estimular desemprego. Em duas semanas, a Câmara vota o projeto da desoneração da folha de pagamentos. Foi implementada para dar competitividade às empresas do país em relação às do exterior, para preservar os empregos nacionais.
A nova batalha
Os empresários acusam o governo de mascarar o seu verdadeiro objetivo: aumentar os impostos. Quando a folha foi desonerada, a contrapartida das empresas foi pagar impostos de 1% e 2% sobre o faturamento. Agora, o governo, em clima de ajuste, quer aumentar essas alíquotas para 2,5% e 4,5%. Os empresários assustam o governo Dilma dizendo que haverá demissões acima das decorrentes da crise. Mais uma vez, nesse caso, segmentos do movimento sindical vão defender o emprego e acusar o governo de ser contra os trabalhadores. Empresários e suas entidades estão em campo e iniciaram conversas com o relator, o líder do PMDB, Leonardo Picciani.
"Vamos mobilizar os empresários. A desoneração foi criada para dar competitividade à indústria no exterior. Depois, o governo abriu para outros setores"
Robson Andrade, Presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI)
Ahn!!
Nem o presidente do PDT, Carlos Lupi, entregou o Ministério do Trabalho nem a presidente Dilma lhe pediu o cargo. A única coisa que se sabe é que a atitude do PDT, votando contra a MP 665, está sendo definida como "inesperada"
De olho na rua
O governo comprou briga com os prefeitos. Reclamam do projeto que corta desconto no imposto do transporte público. "As prefeituras não têm como bancar. A tendência é que seja repassado para a tarifa" diz o presidente da Frente Nacional de Prefeitos, Mareio Lacerda (Belo Horizonte). Eles convivem com o fantasma dos protestos de junho de 2011.
Ajuste político
O ex-presidente Lula e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), marcaram para esta semana uma conversa. A ideia é sincronizar os ponteiros. Um interlocutor de ambos ironizou: "A pergunta é: quem vai acalmar quem?"
A alternativa
Com a fusão PSB-PPS, as perdas dos socialistas serão mínimas, prevê seu vice-presidente, Beto Albuquerque. "Sair para ir para onde?',' pergunta. Ele reconhece que há resistências no PSB, mas diz que a sigla quer ser alternativa à polarização PT-PSDB, e, para isso, a legenda precisa ganhar corpo e força.
Paranoia
Há muita irritação entre os aliados por conta da Operação Lava-Jato. Como o Ministro José Eduardo Cardozo comanda a PF, e a presidente Dilma indicou Rodrigo Janot à PGR, acham que essas duas autoridades estão por trás de tudo.
A reboque
Os parlamentares do PT não se conformam com o poder entregue ao vice Michel Temer. O discurso, entre eles, é o de reconhecer que o PMDB cumpre hoje um papel fundamental, mas que os petistas tem que atuar sem subserviência.
chororó. Um dos deputados do PT define o estado de ânimo do partido na Câmara em relação ao Planalto: "O sentimento é de desprestígio'!
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