sexta-feira, novembro 14, 2014

COLUNA DE CLAUDIO HUMBERTO

“Compartilhar delação premiada com a CPI é um risco”
Rodrigo Janot, procurador-geral da República, sem entregar o ouro aos bandidos



Até agora, todos recusaram o lugar de Mantega

Há grande nervosismo no Palácio do Planalto com a recusa sistemática de cotadas para o cargo de ministro da Fazenda, em substituição a Guido Mantega. Dilma não queria banqueiro no cargo, mas acabou convencida pelo ex-presidente Lula. Quando finalmente ela autorizou as sondagens, todos eles declinaram, inclusive executivos do mercado financeiro. Restaram apenas opções de atuais integrantes do governo.

Bullying, não

A recusa não decorre do temor da crise de 2015, mas o temor do jeito búlgaro de ser de Dilma, e suas intromissões em decisões técnicas.

Outro motivo

Executivos do mercado financeiro estão habituados a decidir e fazer cumprir suas decisões. Não aceitam submeter-se a injunções políticas.

Opção técnica

Como revelou o portal Diário do Poder, o presidente do BC, Alexandre Tombini, é opção técnica. E está habituado aos esculachos de Dilma.

Insistência

Henrique Meirelles, ex-BC, topa ser ministro da Fazenda, mas que não topa com ele no cargo é Dilma. Lula insiste nessa alternativa.

No limbo, André Vargas e Argôlo custam caro

Apesar de não terem apresentado sequer um projeto nos últimos 14 meses, os deputados André Vargas (ex-PT-PR) e Luiz Argôlo (SD-BA), “pré-cassados” pelo envolvimento suspeito com o megadoleiro Alberto Youssef, continuam a gastar dinheiro público sem trabalhar. Ambos já nos custaram mais de R$ 1 milhão em salários e verba indenizatória, incluindo consultorias com advogados e rodízios em churrascarias.

Divulgar o quê?

Mesmo passando o ano em branco, Vargas e Argôlo gastaram R$ 96 mil em pesquisas e com a “divulgação de atividades” parlamentares.

14º no bolso

A cassação de André Vargas deve ir ao plenário ainda este mês, mas a de Argôlo se arrasta. Ele espera escapar e garantir até seu 14º salário.

Querem negociar

Apostando na briga entre PT e PMDB, o PDT pode lançar o deputado André Figueiredo (CE) candidato à presidência da Câmara, em 2015.

Tucano adorou a grana

O PSDB não se constrange por haver recebido R$ 26,3 milhões do Grupo JBS/Friboi, intrigante financiador da campanha de 90% dos governistas eleitos. A doação aos tucanos foi de pouco mais de 10% dos R$ 253 milhões jogados pela empresa no ralo da política.

Queriam elogios?

Os petistas se assanharam com a revelação das críticas ao governo de policiais da Operação Lava Jato. O governo queria elogios dos poucos brasileiros que conhecem a fundo toda a roubalheira do Petrolão?

Levantamento de peso

Eike Batista, bilionário falido com o dinheiro dos outros, vai investir em farmacêutica sul-coreana de remédios contra impotência, que também clonava cães, diz o Financial Times. Acabará domando pulga em circo.

PT-PE sangra

O deputado João Paulo (PE) enfrenta resistências no PT para tentar a prefeitura de Recife. Em Pernambuco, os petistas estão mais perdidos que cachorro em dia de mudança, desde a vexatória derrota nas urnas.

Café sem leite

O PSDB-SP corre por fora para impedir que o mineiro Marcos Pestana assuma a liderança do partido na Câmara. O tucanato paulista alega que reelegeu o governador Geraldo Alckmin e fez a maior bancada.

Ideia fixa

Chamado de “engavetador-geral do Petrolão”, o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), 51, tem sido aconselhado a não trocar a carreira política por uma vaga vitalícia no TCU. Mas ele não pensa em outra coisa.

Paraíso do crime

A Justiça do DF soltou o bandido que amarrou colete de dinamites no refém, mas o proibiu de frequentar o Setor Hoteleiro Sul, onde fica o hotel da cena do crime. O Setor Hoteleiro Norte está liberado...

Doação pioneira

Pela primeira vez no DF, a iniciativa privada vai doar uma passarela de pedestres de 30m, que o shopping JK construiu em Taguatinga. Custou R$ 1,5 milhão. Se fosse obra pública, certamente teria custado o triplo.

Pensando bem...

...para disfarçar a criminosa lambança com as contas do governo, Dilma deveria cria um novo cargo: engavetador-geral do déficit público.


PODER SEM PUDOR

Não há cadeia que chegue

Por insistência do então ministro da Fazenda Pedro Malan, nos anos 2000, o saudoso senador Jefferson Péres (AM) foi o relator da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), que hoje atormenta governantes perdulários. Péres pediu a opinião de veteranos do serviço público, como o jurista Ruy Coutinho, que havia presidido o Cade, o embaixador Carlos Atila, ministro aposentado do TCU, e o economista Raul Velloso, ex-Ipea, craque das finanças públicas. Quando terminam de ler o documento, Atila e Velloso se entreolharam e perguntaram ao velho senador, quase em uníssono:

- O senhor tem certeza de que vai haver espaço na cadeia para todos os gestores que descumprirem a lei?

Jefferson apenas sorriu e seguiu com a reunião.

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