BRASÍLIA - Há um empate técnico, mas Aécio abrir o segundo turno numericamente à frente de Dilma dá gás aos tucanos e aumenta a agonia dos petistas, em meio à enxurrada de más notícias. Não é só o PSDB que está ganhando corpo, é o PT que está perdendo discurso.
A campanha de Aécio não tem nenhum fato extraordinário nem pulo do gato, mas se beneficia de uma confluência assombrosa: os escândalos envolvendo o PT e o desmanche da economia nos anos Dilma.
Segundo o ex-diretor Paulo Roberto Costa, "dos 3% [de roubo na Petrobras], 2% era para atender o PT". O doleiro Youssef acrescenta: quem "operava a área de serviços" era João Vaccari, tesoureiro do partido.
A Petrobras, portanto, foi privatizada pelo governo Lula para o PT, o PMDB e o PP. Sugaram tanto que a companhia símbolo do país perdeu credibilidade, perdeu valor de mercado, afundou em escândalos. Quantos anos demorará para se recuperar e voltar a ser pública? Sabe-se lá.
Na economia: a semanas da eleição, a inflação estoura a meta, a previsão de crescimento continua despencando e o FMI constata que os erros são internos, não externos, como alega o governo. Tudo isso num contexto adverso: inflação alta, PIB baixo; juros lá em cima, indústria sofrendo; contas públicas bagunçadas, contas externas desfavoráveis.
Indiferente a tudo isso que vem desmoronando sobre a sua campanha, Dilma investe nos palanques do camarada Nordeste e troca o bordão "ricos contra pobres" por "elites contra nordestinos", enquanto ataca a política econômica e os dados sociais do governo Fernando Henrique.
Parece pouco para enfrentar os escândalos da Petrobras e os dados da economia, numa conjuntura desfavorável para Dilma e favorável para Aécio. Pelo sim, pelo não, o PT põe Dilma cara a cara com o inimigo e protege Lula do desastre atrás das trincheiras. Se Dilma cair, Lula poderá subir em 2018. Mas só se escapar dos estilhaços da Petrobras.
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