FOLHA DE SP- 25/07
BRASÍLIA - Depois de três anos e meio de uma política externa dorminhoca, o Brasil deu um pulo da cama, tomou-se de brios e partiu para cima de Israel.
Em sintonia fina com o Planalto e num mesmo dia, o Itamaraty votou a favor de uma resolução dura contra Israel no Conselho de Direitos Humanos da ONU, soltou uma nota com zero firula, convocou o embaixador brasileiro em Tel Aviv e chamou o embaixador israelense em Brasília para dar um recado mal humorado.
A nota oficial, condena "energicamente o uso desproporcional da força" e foi recebida como uma declaração de guerra diplomática por Israel, que reagiu também de forma surpreendente e ácida, ora criticando a "irrelevância" da diplomacia brasileira, ora chamando o Brasil de "anão diplomático". Planalto e Itamaraty bufaram.
As relações entre Brasil e Israel têm sido pautadas pelo pragmatismo, por exemplo, na área comercial, mas nunca foram de amor. Portanto, o Brasil se fingiu de desentendido na guerra civil síria, assistiu de camarote o desastre político no Egito e, pior, lavou as mãos quando os vorazes russos passaram a devorar nacos da Ucrânia. Mas o país se sentiu à vontade para condenar Israel. E com motivos inquestionáveis.
Mortes são dolorosas em quaisquer circunstâncias, mas mortes de militares em guerras e em situação de tensão são compreensíveis, como são agora as pouco mais de 30 mortes de soldados israelenses. Mas como não ver, não ouvir e não gritar diante de centenas de mortes de civis palestinos (e de onde quer que seja), ainda mais se grande parte delas são de mulheres e crianças? E como não ver, não ouvir e não gritar que caíram mais de 700 de um lado e menos de 5% disso no outro? Crime de guerra?
A posição brasileira, clara e dura, marca uma inflexão da política externa de Dilma, a meses do fim do governo, e confirma que Israel perdeu a guerra da opinião pública internacional e está cada vez mais isolado.
2 comentários:
E todos se fingindo de mortinhos diante da "esperteza" dos Hamas que fazem de seus civis crianças e mulheres, escudos.
Enquanto Israel protege os seus.
Como sabemos que a esquerda não tá nem aí para cristãos e judeus, ninguem de bom senso se surpreende diante da posição brasileira...
Tudo se fazendo de mortinhos....diante das mortes de cristãos no mundo....
E se fazendo de mortinhos diante dos ramanidejades...
Se fazendo de mortinhos diante das espertezas maldozas dos hamas....
O Brasil, com certeza não é um "anão diplomático" pois é um dos poucos países do mundo a ter relações diplomáticas com todos os países filiados à ONU.TEM VOZ RESPEITÁVEL no mundo. È inadimissível que se fique calado diante de um HOLOCÁUSTO PALESTINO. Israel tem, com certeza o direito de defender, mas matar indiscriminadamente idosos, mulheres e crianças inocentes não é o correto. Até parece aquela política de " matar a todos, lá em cima,DEUS separa os seus.
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