segunda-feira, outubro 03, 2011

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


Empresa brasileira segue entre as mais tributadas
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SP - 03/10/11

O Brasil ganhou, mais uma vez, lugar no pódio entre os países com maior carga tributária. As empresas brasileiras com lucro entre US$ 100 mil e US$ 10 milhões ficaram em terceiro lugar no ranking, de acordo com estudo da consultoria UHY.

Todos os anos, elas repassam 34% dos seus lucros para o governo.

Na dianteira, ficaram Japão e Estados Unidos. "Isso nos espantou um pouco. Os EUA não são célebres por isso", diz Diego Moreira, diretor da UHY no Brasil.

Na categoria de companhias com lucros acima de US$ 100 milhões, o Brasil ficou em quarto lugar. Na frente apareceram, novamente, Japão, EUA e, agora, França.

Entre as empresas com menores lucros (de até US$ 100 mil, sem considerar as que se enquadram em regimes especiais), porém, o resultado é melhor: o Brasil não se destacou entre os cinco primeiros. Com tributação de 24%, garantiu apenas o 10º lugar.

No topo, ficaram Alemanha e Itália, com 32% e 31%, respectivamente.

A informalidade na economia é um dos fatores que levam o Brasil à liderança em duas das três categorias.

"Quem está formal tem de pagar pelos que estão de fora", afirma o professor do Insper Régis Braga.

Entre os emergentes, o Brasil é o que tem tributação mais alta, segundo Carlos Rodolfo Schneider, presidente do grupo catarinense H. Carlos Schneider e coordenador nacional do Movimento Brasil Eficiente.

"Os demais têm carga fiscal menor e investem mais em infraestrutura. Prejudica a competitividade. Já temos pouca poupança, poucos recursos para investir e o investimento ainda é taxado."


PERFUME COLECIONÁVEL

A marca francesa Lampe Berger Paris, de lamparinas aromatizadoras, chega ao Brasil com escritório em São Paulo e começa a vender seus produtos neste mês.

Fundada em 1898 por um farmacêutico, como antisséptico para hospitais, ganhou perfume e tornou-se produto de luxo em 1930, com peças manufaturadas por Baccarat, René Lalique, entre outros, segundo Philippe Carasso, presidente da empresa no Brasil.

"Antes, eram só produtos para destruir moléculas de cheiro ruim e purificar o ar; depois, se tornaram peças colecionáveis. Uma peça antiga alcança US$ 70 mil hoje em leilão", diz.

Para o lançamento no Brasil estão previstos 70 modelos. O primeiro preço é R$ 200, mas uma peça de arte em edição limitada poderá custar R$ 10 mil no Brasil.

Cerca de 85% do faturamento atual no mundo tem origem fora da França. Há 15 anos, eram só 10% de fora, segundo Carasso. "Vendemos 5 milhões de litros de perfume por ano", diz.


Perfuração A OGX renovou por dois anos os contratos das sondas Sea Explorer e Pride Venezuela, fornecidas pela Ensco e que operam na bacia de Campos. O valor ficará entre US$ 220 mil e US$ 235 mil por dia. A empresa diz que começa a produzir óleo em novembro.


Paranaense A Faculdade Inspirar, de Curitiba, abrirá 30 unidades até o final de 2012. Entre as cidades que receberão filiais da rede, que oferece mais de 300 cursos de graduação e pós-graduação, estão Belo Horizonte, Vitória, Londrina e Petrolina.


"GOVERNO SÓ PENSA NAS MONTADORAS"

O setor de brinquedos crescerá menos que o esperado neste ano, segundo a Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos).

Até junho, a previsão era crescer 15% e ganhar 8% de participação de mercado. Agora, a entidade espera ter alta de 6% e não perder espaço para os produtos chineses, que representam metade das vendas do setor no Brasil.

"O governo pensa que só existe o setor automotivo no Brasil. Nossas medidas, como a criação de 1.500 brinquedos, não tiveram o efeito esperado", diz o presidente da Abrinq, Synésio Costa.

No Dia da Criança, a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas prevê alta de 7% nas vendas do varejo.

com JOANA CUNHA, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ

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