O perigo estava bem ao lado
Revista Veja
O homem acusado de caluniar o governador de Brasília era contratado como funcionário de confiança... e não precisava trabalhar
Gustavo Ribeiro
Gustavo Ribeiro
Na semana passada, VEJA revelou as andanças do homem que se diz o guardião dos piores segredos do governador de Brasília, o petista Agnelo Queiroz. Ex-funcionário da União Química, uma das maiores empresas farmacêuticas do país, Daniel Almeida Tavares contou à reportagem e a políticos da cidade ter consigo um vídeo que mostraria uma entrega de dinheiro a Agnelo, quando ele ocupava uma diretoria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Daniel afirmou também dispor de um comprovante de depósito bancário realizado na conta pessoal do governador - recursos que garantiam a atenção especial aos pleitos da companhia. Confrontado com o que se apresentava como uma clássica tentativa de chantagem, Agnelo admitiu que de fato conhecia o ex-representante da empresa e que esteve reunido com ele algumas vezes, mas garantiu que as conversas sempre se pautaram pelo respeito mútuo. O petista. porém, omitiu um detalhe importante. O homem que espalha pelos quatro cantos ter provas cabais de que o governador é corrupto foi recentemente contratado pelo governador.
No dia 31 de maio, quando as tais revelações que Daniel ameaçava fazer já eram de conhecimento de metade da cidade, ele foi nomeado assessor na gerência de orçamento da Administração de Brasília, cargo de. confiança, com salário de 1600 reais. Segundo o responsável pela sua nomeação, o administrador José Messias de Souza, amigo e homem de confiança de Agnelo, tudo aconteceu à revelia do governador: "Eu o convidei porque sei que ele atuava como assessor parlamentar de um político de cujo nome não me recordo. E trabalhava na área empresarial também". Daniel gozava de alguns privilégios no emprego. O melhor deles: não precisava trabalhar.
Durante a semana, também surgiram evidências de que são muito boas as relações entre o governo do Distrito Federal e o outro vértice da história, a União Química. O laboratório, que contribuiu oficialmente para a campanha do governador com 300.000 reais - doados por meio de duas empresas do grupo -, foi contemplado com incentivos fiscais para a instalação de uma fábrica na capital. No ano passado, a União Química também atendeu a um inusitado pedido do governador: patrocinou um clube de futebol da periferia de Brasília, na mesma época em que Agnelo iniciava um périplo para consolidar sua candidatura ao governo. O laboratório nega ter assinado qualquer contrato formal de patrocínio,e afirma desconhecer o porquê de sua logomarca ter ido parar nas camisas do time brasiliense.
Mesmo diante de suspeitas tão graves, tanto Agnelo quanto a União Química silenciaram ao longo da semana passada. Por meio de sua assessoria, o governador informou que vai processar o ex-funcionário. Até agora, porém. oficialmente houve uma única reação concreta: Daniel Tavares foi demitido. A exoneração foi oficializada na última terça-feira. O motivo? Segundo José Messias, seu chefe imediato, ele nunca foi visto na repartição. Era um fantasma, portanto. Curioso ter sido descoberto apenas na semana passada que o inimigo, além de íntimo, era tão próximo.
No dia 31 de maio, quando as tais revelações que Daniel ameaçava fazer já eram de conhecimento de metade da cidade, ele foi nomeado assessor na gerência de orçamento da Administração de Brasília, cargo de. confiança, com salário de 1600 reais. Segundo o responsável pela sua nomeação, o administrador José Messias de Souza, amigo e homem de confiança de Agnelo, tudo aconteceu à revelia do governador: "Eu o convidei porque sei que ele atuava como assessor parlamentar de um político de cujo nome não me recordo. E trabalhava na área empresarial também". Daniel gozava de alguns privilégios no emprego. O melhor deles: não precisava trabalhar.
Durante a semana, também surgiram evidências de que são muito boas as relações entre o governo do Distrito Federal e o outro vértice da história, a União Química. O laboratório, que contribuiu oficialmente para a campanha do governador com 300.000 reais - doados por meio de duas empresas do grupo -, foi contemplado com incentivos fiscais para a instalação de uma fábrica na capital. No ano passado, a União Química também atendeu a um inusitado pedido do governador: patrocinou um clube de futebol da periferia de Brasília, na mesma época em que Agnelo iniciava um périplo para consolidar sua candidatura ao governo. O laboratório nega ter assinado qualquer contrato formal de patrocínio,e afirma desconhecer o porquê de sua logomarca ter ido parar nas camisas do time brasiliense.
Mesmo diante de suspeitas tão graves, tanto Agnelo quanto a União Química silenciaram ao longo da semana passada. Por meio de sua assessoria, o governador informou que vai processar o ex-funcionário. Até agora, porém. oficialmente houve uma única reação concreta: Daniel Tavares foi demitido. A exoneração foi oficializada na última terça-feira. O motivo? Segundo José Messias, seu chefe imediato, ele nunca foi visto na repartição. Era um fantasma, portanto. Curioso ter sido descoberto apenas na semana passada que o inimigo, além de íntimo, era tão próximo.
Um comentário:
Francamente, não tem mesmo jeito. Acho melhor aceitarmos o fato de que somos um país de corruptos e corruptores que barganham o dinheiro dos contribuintes (otários). A impunidade é marca registrada em cartório. Nunca d'antes!!! Passou de todos os limites!! O petismo apregoa que melhorou o país. Só se esquecerem de dizer que quem pagou e vai continuar pagando este crescimento é a velha e boa classe média. Para os que melhoraram ótimo, para os muito ricos - maravilhoso. E para a classe média... trabalho e contas!
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