Empresários de eletroeletrônicos perdem otimismo
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SP - 19/07/11
Abalados pelo câmbio, os negócios do setor de eletroeletrônicos no Brasil vão abaixo das expectativas dos empresários, de acordo com a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica).
A última sondagem da confiança dos empresários, realizada em junho pela entidade, aponta que aproximadamente 60% deles afirmam que o ritmo dos negócios está aquém das expectativas.
"Somente 9% das empresas informam que os seus negócios ficaram acima do esperado, o que confirma um quadro de preocupação do setor com os resultados para deste ano", de acordo com Humberto Barbato, presidente da entidade.
Além da valorização do real ante o dólar, a alta da inflação e das taxas de juros e a concorrência dos produtos importados, principalmente os chineses, ainda preocupam, segundo Barbato.
As exportações continuam retraídas, segundo empresários pesquisados, que indicam que o mercado interno permaneceu como a alternativa de negócios.
No primeiro semestre, as exportações ficaram no mesmo patamar de igual período de 2010, com US$ 3,6 bilhões. Convertidas para reais, a queda é de 9%.
Em 2010, o deficit do setor foi de US$ 27 bilhões. Para este ano, a previsão é que o número alcance US$ 34 bilhões, com importações de cerca de US$ 42 bilhões.
Outro termômetro, o consumo industrial de energia no setor, de janeiro a junho, caiu 1,2% ante o mesmo período de 2010, ano de Copa, em que os estoques estavam antecipados, segundo dados da Comerc, gestora e comercializadora de energia.
A variação de junho sobre maio de 2011 foi de 0,71%.
CONSTRUÇÃO PAULISTA
A construtora e incorporadora Kallas vai lançar 13 empreendimentos no Estado de São Paulo até o final deste ano.
Além da capital paulista, a companhia construirá nas cidades de Guarulhos e Santos, e na região do ABC.
A incorporadora espera fechar este ano com VGV (Valor Geral de Vendas) de mais de R$ 1 bilhão.
Dois empreendimentos estarão localizados na Vila Leopoldina, em São Paulo: um condomínio residencial, com 600 unidades de um a três quartos, e outro comercial, com 400 escritórios.
Os investimentos nas obras do bairro serão superiores a R$ 130 milhões, de acordo com o presidente da companhia, Emílio Kallas. "Não podemos concentrar nossas construções em apenas um segmento do mercado", afirma Kallas.
No início deste mês, a empresa lançou um imóvel comercial no bairro de Santana, em São Paulo, com VGV de R$ 80 milhões. "É uma região com taxa de vacância de 5%, enquanto o índice de equilíbrio é acima de 10%."
O lucro líquido da companhia no ano passado foi de R$ 112 milhões.
Fast...
A rede KFC prepara a sua expansão para o Estado de São Paulo. Até o final deste ano, serão abertas seis unidades na região da Grande São Paulo. Com investimentos de cerca de R$ 8 milhões, serão três lojas próprias e três unidades franqueadas.
...food
Os shopping centers concentram a maioria dos novos restaurantes: são cinco, ante um em loja de rua. A marca KFC tem no Brasil 13 restaurantes, sendo 12 no Estado do Rio e um em São Paulo. No país, a marca está sob o controle da empresa BFFC (Brazil Fast Food Corporation).
Nutrição...
Após 25 anos no mercado brasileiro, a marca de geleias Queensberry vai ingressar em outro segmento no segundo semestre.
...líquida
A empresa passa a comercializar uma linha de "smothies", bebida de frutas preparada com valor nutricional. Para este ano, a estimativa é crescer mais de 20%.
Reforma
Para falar sobre construções sustentáveis, o arquiteto responsável pelo "retrofit" do prédio do "New York Times", Glenn Hughes, estará no Brasil para participar da conferência 2ª Greenbuilding Brasil. O evento será realizado em agosto, na cidade de São Paulo.
Móvel
A Marton + Marton investiu R$ 2,5 milhões para a criação da marca M2, especializada em móveis. O valor inclui a ampliação da fábrica da companhia, em Catanduva (SP), de 1.000 m2 para 6.000 m2.
Perfil...
De olho no crescimento do mercado da terceira idade, a Ag2R vai realizar a 1ª Expo Longevidade e o 1º Fórum Internacional Maturis em setembro, em São Paulo.
...sênior
O fórum receberá palestrantes internacionais e abordará assuntos como o novo perfil dos seniores brasileiros e os empreendimentos voltados para terceira idade.
IMÓVEL NO CONSÓRCIO
O Itaú acaba de lançar um grupo de consórcio para os interessados em comprar imóveis de alto padrão.
As cartas de crédito serão de R$ 350 mil a R$ 700 mil, e os participantes poderão pegar o montante nas assembleias mensais por meio de lances ou sorteio.
No Santander, o valor máximo por carta de crédito é de R$ 500 mil. No Bradesco e no HSBC, as cotas podem ser de até R$ 300 mil.
"Os clientes nos questionavam sobre a contratação de mais de uma carta de crédito, e esse grupo nos permite atender essa demanda, oferecendo uma carta com valores mais altos", diz o vice-presidente do Itaú Unibanco de Consórcios, Luis Matias.
O valor da carta é escolhido pelo cliente no momento do cadastro no grupo.
O banco pretende ter 800 adesões até o final deste mês.
Não é necessário ser correntista para participar do novo grupo, que terá 180 meses de duração, segundo o próprio banco.
O valor mínimo da parcela mensal, que dependerá da carta desejada pelo cliente, é de R$ 2.531,52.
TANQUE VAZIO
O álcool combustível ficou mais caro na primeira quinzena deste mês na cidade de São Paulo.
De acordo com o levantamento da Ticket Car, o preço médio praticado pelos postos de combustíveis subiu, em média, 8,1% nos primeiros 15 dias deste mês na comparação com igual período de junho, para R$ 1,86 o litro.
A gasolina, porém, não apresentou variação de preço no período, se mantendo a R$ 2,71 o litro.
O aumento do etanol, entretanto, é pontual, segundo Eduardo Lopes, da Ticket Car.
"Até o final da safra, que acaba em outubro, a tendência do preço é de queda, com pequenas oscilações", diz.
Para os veículos flex, abastecer com etanol ainda é vantagem, segundo Lopes.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e VITOR SION
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