Briga de rua
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 09/06/11
Dilma Rousseff está convencida de que para remodelar a articulação política de seu governo será preciso pacificar minimamente o PT, em guerra escancarada. Ela pediu ajuda ao presidente da sigla, Rui Falcão.
Diferentes facções petistas trabalham por seus respectivos candidatos para substituir o correligionário Luiz Sérgio na Secretaria de Relações Institucionais. Deputados do partido passaram o dia de ontem em reuniões sobre o assunto. Num almoço na residência oficial do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), a troca foi discutida sem rodeios. A movimentação deixou o ministro perplexo. A própria Dilma -que não pretende receber imposições- ficou contrariada.
Wally Marco
Maia não compareceu à cerimônia de posse de Gleisi Hoffmann na Casa Civil, fazendo crescer os rumores de mal-estar devido às articulações do presidente da Câmara em torno da substituição de Luiz Sérgio. Segundo assessores, o deputado tinha uma série de despachos para colocar em dia.
#prontofalei
Um petista de grupo adversário ironiza a ausência de Maia no Planalto: "Vai ver a reunião para escolher o novo ministro ainda não tinha acabado".
Imagem
Há quem enxergue na escolha de Gleisi uma participação especial de João Santana, que esteve com Dilma há uma semana. O marqueteiro, que já havia detectado prejuízo à popularidade da presidente na esteira do caso Palocci, fez campanhas da senadora e é admirador de seu currículo.
Eu vou soprar!
Segundo piada que circula no PT, após a saída de José Eduardo Dutra da presidência do partido e, agora, de Antonio Palocci da Casa Civil, o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) deveria se cuidar: "Dos três porquinhos, só restou um", observa um aliado.
Marco zero
Comentário de um cardeal petista sobre a virada de página promovida por Dilma no núcleo do governo: "Começou a campanha do Lula para 2014".
Time
No palácio, espera-se que Gleisi mantenha boa parte da equipe de Palocci.
Santa Ceia
Pegos de surpresa com a escolha de Gleisi, caciques peemedebistas vararam a madrugada no Palácio do Jaburu, onde mora Michel Temer. Além das costumeiras reclamações, um consenso: o PMDB não pode ser excluído da discussão sobre as mudanças na articulação política do governo.
Esquece
Um palaciano comenta o pleito peemedebista: "Nunca vi a presidente consultar ninguém para nomear ministro. A não ser gente que ela queira consultar".
Cenoura
Em compensação, Dilma sinalizou que pretende reativar assuntos adormecidos durante o calvário de Palocci, como as nomeações do segundo escalão.
Em campanha
O presidente do Supremo, Cezar Peluso, arregimentou dois aliados de peso na defesa da chamada PEC dos Recursos: Dilma e José Sarney. A emenda constitucional, da qual advogados não querem nem ouvir falar, prevê que os processos sejam finalizados e executados depois da decisão judicial em segunda instância.
Encrenca à vista
Mesmo com a permanência da prefeita Dárcy Vera no DEM, o núcleo político de Geraldo Alckmin estimula a candidatura do líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira, à Prefeitura de Ribeirão Preto.
Visita à Folha
Gilberto Kassab (PSD), prefeito de São Paulo, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava acompanhado de Emerson Figueiredo, coordenador de imprensa.
com LETÍCIA SANDER e RANIER BRAGON
tiroteio
"Assim como existe dia de falar, existe dia de calar. Hoje eu estou caladinho."
DE LUIZ SÉRGIO, MINISTRO DAS RELAÇÕES INSTITUCIONAIS, optando pelo silêncio enquanto colegas petistas tramam para derrubá-lo do cargo.
contraponto
Espelho meuNa sessão de ontem do Supremo que votava o destino do italiano Cesare Battisti, o ministro Gilmar Mendes, relator do processo, lançou a certa altura um questionamento sobre um ponto específico do caso, como a esperar uma resposta dos colegas.
Marco Aurélio Mello logo atalhou, dizendo confiar na perspicácia do ministro:
-Vossa excelência é um homem inteligente.
Mendes não se fez de rogado:
-Isso eu não nego...
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