Empresa investe para driblar custo logístico
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SÃO PAULO - 16/05/11
A multinacional Martin-Brower, uma das maiores operadoras logísticas para restaurantes no país, tenta escapar dos altos custos que as difíceis condições de infraestrutura rodoviária no Brasil impõem à empresa.Com investimentos de R$ 150 milhões até 2012, a meta é reforçar a atuação espalhada pelo território.
A companhia fechará um de seus centros de distribuição em São Paulo para abrir um espaço maior. Está previsto outro no Rio, a ser inaugurado em 2012, além de estudos para o Centro-Oeste.
Os espaços que a empresa mantém em Curitiba e Recife serão ampliados.
Com clientes como McDonald's e Bob's, o custo da empresa no Brasil é superior ao registrado em outros países.
"O modal brasileiro é dependente de caminhões. Isso eleva o custo de manutenção de veículos, principalmente no Nordeste, onde as estradas são piores", diz Tupa Gomes, presidente da Martin-Brower na América Latina.
A frota, de 300 veículos de entrega, deve crescer até 20% para o ano que vem.
Nos Estados Unidos e no Canadá, onde o abastecimento aos restaurantes é feito em grande parte pela malha ferroviária, os custos são reduzidos, segundo Gomes.
Além da primeira fase, recursos adicionais devem ser avaliados a partir do próximo ano. "Já fomos procurados para tratar de logística de alimentação para a Copa. A expansão no Rio prevê isso."
A empresa faturou R$ 1,2 bilhão no Brasil em 2010.
CARRO-FORTE
O Brasil registrou recorde no mercado de blindagem automotiva em 2010.
Foram blindados 7.332 carros durante o ano passado, o que representou um crescimento de 5,9% ante 2009, segundo a Abrablin (Associação Brasileira de Blindagem).
São Paulo concentra cerca de 60% da frota, e o Rio de Janeiro, 20%, de acordo com o presidente da entidade, Christian Conde.
"Há uma desconcentração em andamento neste mercado. O desenvolvimento de Pernambuco, por exemplo, tem sido muito interessante", afirma Conde.
Para 2011, a associação prevê novo crescimento de cerca de 5%. "A pressão inflacionária preocupa, mas tudo indica que será um ano bom. Não esperamos resultados inferiores aos do ano passado", diz Conde.
LINHA DO TEMPO
O setor de saúde suplementar apresentou proposta de um novo produto à ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
O produto a ser criado é uma mistura de plano de saúde e previdência privada.
Com contribuição entre 20 e 60 anos de idade, de 15% da mensalidade do plano de saúde ao fundo capitalizado, o beneficiário, que começa a sacar o dinheiro aos 65 anos, pode bancar até 60% das despesas com o plano por 20 anos. A simulação foi feita pela Federação Nacional de Saúde Suplementar.
O novo produto, inspirado nos Health Saving Accounts (HSA), é comercializado nos EUA desde 2003.
Ele pode ser financiado em parte pelo empregador, de acordo com a entidade.
DIRETORES NA ESCOLA
A Fundação Lemann, em parceria com a Secretaria da Educação do Estado de SP, realiza amanhã um evento sobre o impacto do ambiente escolar no aprendizado.
O seminário será voltado para diretores de escolas da rede pública e terá um dos principais estudiosos do assunto: Brian Perkins, do Teachers College, de Columbia.
O professor mostrará como a segurança e o envolvimento dos pais influenciam os resultados dos alunos.
Cruz de...
Executivos do grupo Corinthia, rede de hotéis cinco estrelas, com sede em Malta, desembarcaram no Brasil. "São Paulo está entre as cidades em que o grupo tem intenção de investir", diz Roderick Micallef, diretor-geral do hotel da rede em Lisboa.
...Malta
O brasileiro ocupa hoje o 9º lugar entre os hóspedes e, até 2012, deve ficar em 4º, segundo Micallef.
Luz
O Grupo Compass, da comercializadora de energia Compass e da Empresa de Inteligência em Gestão de Energia, faturou, no primeiro trimestre, R$ 42,5 milhões, ante R$ 3,8 milhões em 2010.
Na floresta
Fábio Barbosa (Santander) e Guilherme Leal (Natura) são dois dos dez executivos entrevistados no livro "Conversas Com Líderes Sustentáveis" (Editora Senac São Paulo, 260 págs.), do jornalista Ricardo Voltolini. A obra, que será lançada em junho, busca traçar o perfil do líder em sustentabilidade e mostrar as ações que já foram realizadas no país.
SP vai mal em ranking global de oportunidade
A cidade de São Paulo ocupa o antepenúltimo lugar em ranking de oportunidades em centros financeiros mundiais, de acordo com relatório da consultoria PwC.
O levantamento, que analisa 26 cidades financeiras, considera dez indicadores, como infraestrutura, poder econômico, custo, facilidade em fazer negócios, saúde e segurança, tecnologia e sustentabilidade.
Nova York emergiu da recessão e liderou o ranking, seguida por Toronto e San Francisco. Na última posição, está Mumbai, na Índia.
Entre os destaques negativos de São Paulo, está o indicador de facilidade em fazer negócios. A cidade aparece na 23ª posição, devido à dificuldade em abrir o negócio.
O município ocupa a penúltima colocação nos indicadores de custo e de saúde e segurança.
A melhor posição da cidade brasileira é no indicador de sustentabilidade, em que ocupa a 8ª colocação no ranking, devido ao grande consumo de energia renovável, segundo o levantamento da consultoria.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e VITOR SION
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