Entrando em cena
ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 31/05/11
Esnobado pela articulação política petista do governo Dilma, o vice Michel Temer está tirando todo o proveito da crise Palocci e da votação do Código Florestal. Ontem, Temer promoveu jantar, no Jaburu, de aproximação com a bancada independente do partido, simpática às teses ruralistas. Hoje à noite, ao lado do líder do PMDB na Câmara, Henrique Alves (RN), conversa sobre o futuro com o governador Eduardo Campos (PSB-PE).
Barganha internacional
O governo brasileiro fará suspense sobre o nome que pretende apoiar para ser o próximo diretor-gerente do FMI. Apesar do assédio dos candidatos, a orientação é ver quem dá mais. A demanda vai de mais cargos para emergentes no segundo escalão até garantir que o próximo nome já não será de um europeu. A ministra da Economia francesa, Christine Lagarde, deve engrossar a lista de seus conterrâneos no cargo. Dos dez comandantes do FMI até hoje, quatro eram franceses. O prazo para a escolha é 30 de junho. O presidente do México, Carlos Salinas, quer o apoio de Dilma para o presidente do BC mexicano, Agustín Carstens.
“Ela é de inteira responsabilidade de Palocci, que já deveria ter fornecido as informações sobre o seu rápido enriquecimento” — Walter Pinheiro, senador (PTBA), ao negar que a crise seja do governo ou do PT
ESTAMPA! O sucesso da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), uma das mais tenazes defensoras do governo Dilma, mexeu com os brios do marido, o ministro Paulo Bernardo (Comunicações). Ele trocou sua foto no Twitter, colocando uma de quando ele tinha 20 e poucos anos. Ontem, a presidente Dilma Rousseff e o ministro tiveram uma longa conversa, no avião retornando de Montevidéu, sobre as mudanças na Telebrás e novas missões.
Se mexendo
Desde que assumiu, a ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) está indo pela primeira vez acompanhar de perto uma operação de fiscalização na Amazônia. Foi preciso o governo perder, na Câmara, a votação do Código Florestal.
Nó em pingo d’água
Os articuladores políticos do governo se defendem das críticas após a derrota do Código Florestal. Alegam que o governo não tinha como ganhar, a exemplo das votações da distribuição dos royalties e do reajuste dos aposentados.
Na alça de mira
Os petistas estão espumando com o vazamento do bateboca entre o ministro Antonio Palocci (Casa Civil) e o vice Michel Temer. O alvo da ira é o secretário Moreira Franco (Assuntos Estratégicos), que, segundo os petistas, teria criado uma versão dramatizada do episódio. Eles só não vão para cima do peemedebista porque não se sentem confortáveis nem encorajados pela militância para, nas
atuais circunstâncias, sair em defesa de Palocci.
No limite
O governador Antônio Anastasia (MG) pedirá à presidente Dilma, na reunião da Copa, urgência na licitação das obras do terminal 1 de
Confins, cujo custo é de R$ 295,2 milhões. Com capacidade para 5 milhões de passageiros, já opera com oito.
Abrindo o cofre
O governo está antecipando o pagamento de US$ 3,1 bilhões ao Bird. A dívida do país junto ao banco está próxima do teto de US$ 16,5 bilhões. Se chegar ao topo, estados e municípios, principais tomadores, perdem acesso ao crédito.
DECIDIDO. A presidente Dilma vai vetar qualquer tipo de anistia a desmatadores que venha a ser aprovado pelo Congresso na votação do Código Florestal.
PREFEITOS do Norte Fluminense, que serão afetados pela redistribuição dos royalties do petróleo, preparam proposta alternativa para o relator do projeto do présal, Fernando Jordão (PMDB-RJ).
● O GOVERNADOR Sérgio Cabral não participa hoje de reunião com a presidente Dilma sobre a Copa. Ele está em Paris. O vice Luiz Fernando Pezão, presente.
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