quarta-feira, setembro 01, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Indústria deve desacelerar no 3º trimestre, diz Credit 
Maria Cristina Frias

Folha de S.Paulo - 01/09/2010

A esperada aceleração do PIB no terceiro trimestre pode não ser o cenário mais provável para a economia brasileira, de acordo com análise econômica realizada pelo Credit Suisse.
A aceleração do PIB sobre o segundo trimestre demandaria forte crescimento da atividade econômica em agosto e setembro. Porém, o banco prevê desaceleração da produção industrial.
"Para que o crescimento da produção industrial no terceiro trimestre seja similar ao do trimestre anterior, de 1,3%, seria necessária uma expansão muito forte em agosto e setembro, o que não parece ser o caso que se apresenta no momento", diz Nilson Teixeira, economista-chefe do Credit.
"O cenário mais provável para a produção industrial nos próximos trimestres é de crescimento mais moderado em relação ao do período de recuperação da crise", segundo o relatório.
Dados sobre o desempenho de alguns setores reforçam a análise de que uma forte elevação da produção no curto prazo não é o cenário mais provável.
"Os estoques de veículos aumentaram de 202,8 mil unidades em março para 330,8 mil em julho, o que equivale a 33 dias de venda ante a média de 24 dias entre 2007 e 2009", afirma.
O banco também cita o aumento dos estoques de aço nos distribuidores, que, em julho, estavam no maior nível desde dezembro de 2008.

DE CRISTAL

A designer Sarah Chofakian, conhecida por seus sapatos sofisticados e feitos à mão, vai à Micam Shoevent, uma das maiores feiras internacionais de calçados, que ocorre em Milão, com nove pontos de venda internacionais já conquistados, apenas neste ano.
Chofakian, que exporta apenas uma pequena parte de sua produção, quer ver o número de clientes crescer ainda mais no evento europeu, de onde sua produção alcançou Cingapura e Japão.
"Quero estar na Europa no mercado que atende consumidoras que buscam sapatos com design, feitos artesanalmente e com matéria-prima de primeira, mas que não aceitam pagar o preço de uma grife Prada", diz Chofakian. Está difícil, porém, entrar na Europa, ainda em crise, conta ela. "Ainda mais agora que está fácil vender no Brasil. A demanda é tanta que não consigo atendê-la."

COBRANÇA

O Latin Cob, que reúne representantes das empresas de cobrança de toda a América Latina, terá neste mês um encontro no México.
Empresários brasileiros do segmento, reunidos pelo Instituto Geoc, levarão um novo modelo de qualidade. Foi criado um selo de qualidade, que servirá de exemplo a países vizinhos.
A certificação foi desenvolvida em parceria com a FGV e é aplicada pela Fundação Vanzolini.
O modelo avalia critérios como experiência da empresa, portfolio de clientes, processos de cobrança administrativa e judicial, obediência à legislação, tecnologia etc.
Os brasileiros visitarão empresas mexicanas do setor imobiliário. "O crédito imobiliário está em alta no Brasil. O México já é maduro neste processo. É aprendizado", diz Adilson Melhado, presidente do Igeoc.

Relações comerciais entre Brasil e Índia se intensificam

O intercâmbio comercial entre Brasil e Índia já alcançou o montante de US$ 6 bilhões e a tendência é de alta, segundo Ricardo Paranhos, presidente da Câmara de Comércio Brasil Índia.
O país asiático investe hoje US$ 480 bilhões em sua infraestrutura interna e tem buscado parcerias no Brasil para os projetos, especialmente os de energia, de acordo com Paranhos.
Os setores de TI, de autopeças, farmacêutico e agrícola também são áreas de conexão. A eliminação de barreiras comerciais e a associação de empresas estão em negociação, segundo o executivo.
"A Índia apresenta crescimento sustentável, com condições de consumo e investimento interno, além de juros mais baratos e alto índice de poupança", diz Paranhos.
A economia indiana cresceu 8,8% no segundo trimestre deste ano ante o mesmo período de 2009, segundo dados divulgados ontem pelo governo do país. O setor manufatureiro se destacou, com alta de 12% no período.

Redução... Até o final do ano, o Brasil terá reduzido em 3,9 bilhões o uso de sacolas plásticas desde 2007. Os dados são do Programa de Qualidade e Consumo Responsável de Sacolas Plásticas.

...de sacolas O programa já envolveu 135 lojas de 27 redes varejistas e foi implantado em SP, Porto Alegre, Salvador, Goiânia, Brasília, Rio e Recife. Até o fim do ano, incluirá Florianópolis e Belo Horizonte.

Interligada A CPA Associates International fechou parceria com a carioca Cifali e a brasiliense Audiger. Antes, a empresa era representada no Brasil somente pela pau- listana MAP Auditores Independentes.

Carioca... A consultoria especializada em recrutamento de executivos de alta gerência 2GET inaugura neste mês escritório no Rio de Janeiro. O investimento foi decidido em razão da expectativa de que o mercado carioca cresça proporcionalmente mais que o de São Paulo, sobretudo em infraestrutura e indústria pesada.

...e paulista Para os consultores, uma prova do aquecimento é a equiparação dos salários de executivos do Rio de Janeiro e de São Paulo, que, antes, eram cerca de 30% superiores na capital paulista.

Madeira... A Wisewood Soluções Ecológicas acaba de inaugurar a primeira fábrica de madeira plástica ecológica do Brasil. O investimento é de R$ 20 milhões.

...plástica A empresa adquiriu três novas máquinas para a planta industrial. A expectativa é aumentar a capacidade de produção de 90 toneladas/mês para 200 toneladas/mês de dormentes, além de 80 toneladas/ mês para 150 toneladas/mês dos demais produtos.

No mapa 1 Do total de financiamentos liberados pela Agência de Fomento Paulista/Nossa Caixa Desenvolvimento em julho, 83% são provenientes da indústria, cerca de 10% do comércio e 7% da área de serviços.

No mapa 2 O interior do Estado também registra expansão de seus negócios. Cidades como Santa Barbara D'Oeste, Campinas e Ribeirão Preto estão entre as que mais têm participação nos desembolsos da agência.

Parceria 1 A Carbono Química amplia acordos com fornecedores chineses para importação de dióxido de titânio, usado na fabricação de pastas de dente, papel, lubrificantes e tintas.

Parceria 2 O objetivo da empresa é atender a demanda do mercado nacional que, segundo a companhia, conta com apenas dois fornecedores internos e ficou desabastecido com a queda de 5% na capacidade produtiva mundial do item após a crise.

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