Rancor e paranoia
LUIZ GARCIA
O GLOBO
Ninguém discute: José Dirceu diz o que pensa. Outro dia, num sindicato de petroleiros, denunciou uma conspiração da mídia com a oposição, com apoio ostensivo — não estou brincando — do Supremo Tribunal Federal, para sabotar praticamente tudo de bom que Lula e o PT tentam fazer pelo Brasil.
Para ele, a mídia abusa do poder de informar(?), pratica monopólio e nega o direito de resposta e o direito de imagem.
É claramente um discurso paranoico.
Quase não vale a pena rebater, mas não custa lembrar que informar não é um poder, mas uma obrigação dos meios de comunicação. E que o direito de resposta é regulamentado em lei. Nenhuma empresa de comunicação se atreve a negá-lo, quando determinado pela Justiça. Nem poderia, obviamente.
E é brincadeira falar em monopólio da informação — mesmo numa cidade com apenas um grande jornal, como acontece agora no Rio — quando, além da TV, do rádio e da imprensa, a circulação de informações pela internet expõe a opinião pública a uma massa de fatos e opiniões como nunca antes na história do planeta.
Os petroleiros foram também informados por Dirceu que os votos do ministro Carlos Ayres Britto, do Supremo Tribunal Federal, são na verdade discursos políticos. O que permite a especulação de que não sabia que havia repórteres na plateia. Afinal ele é o mais proeminente réu no processo do mensalão, o maior escândalo político e policial do governo Lula. E que o STF vai julgar qualquer dia desses.
Dirceu disse também, em tom acusatório, que “os tribunais brasileiros estão formando jurisprudência”. Esqueceu-se de informar aos petroleiros que a jurisprudência nasce exclusivamente de decisões de juízes e tribunais. Em outra pérola do pensamento dirceísta, há uma conspiração da oposição com a imprensa — sem exceções, o que é realmente extraordinário — para impedir a aprovação de projetos do governo.
Esse discurso paranoico e rancoroso não é característico da administração petista. Lula não parece ter qualquer motivo para sentir raiva da vida. Por isso mesmo, é provável que não tenha a menor vontade de se solidarizar com a amargura explosiva de seu antigo todopoderoso auxiliar. E Dilma, que deve sua recentemente inaugurada carreira política ao buraco em que Dirceu se meteu, muito menos. O que talvez ajude a explicar o rancor e a paranoia.
Para ele, a mídia abusa do poder de informar(?), pratica monopólio e nega o direito de resposta e o direito de imagem.
É claramente um discurso paranoico.
Quase não vale a pena rebater, mas não custa lembrar que informar não é um poder, mas uma obrigação dos meios de comunicação. E que o direito de resposta é regulamentado em lei. Nenhuma empresa de comunicação se atreve a negá-lo, quando determinado pela Justiça. Nem poderia, obviamente.
E é brincadeira falar em monopólio da informação — mesmo numa cidade com apenas um grande jornal, como acontece agora no Rio — quando, além da TV, do rádio e da imprensa, a circulação de informações pela internet expõe a opinião pública a uma massa de fatos e opiniões como nunca antes na história do planeta.
Os petroleiros foram também informados por Dirceu que os votos do ministro Carlos Ayres Britto, do Supremo Tribunal Federal, são na verdade discursos políticos. O que permite a especulação de que não sabia que havia repórteres na plateia. Afinal ele é o mais proeminente réu no processo do mensalão, o maior escândalo político e policial do governo Lula. E que o STF vai julgar qualquer dia desses.
Dirceu disse também, em tom acusatório, que “os tribunais brasileiros estão formando jurisprudência”. Esqueceu-se de informar aos petroleiros que a jurisprudência nasce exclusivamente de decisões de juízes e tribunais. Em outra pérola do pensamento dirceísta, há uma conspiração da oposição com a imprensa — sem exceções, o que é realmente extraordinário — para impedir a aprovação de projetos do governo.
Esse discurso paranoico e rancoroso não é característico da administração petista. Lula não parece ter qualquer motivo para sentir raiva da vida. Por isso mesmo, é provável que não tenha a menor vontade de se solidarizar com a amargura explosiva de seu antigo todopoderoso auxiliar. E Dilma, que deve sua recentemente inaugurada carreira política ao buraco em que Dirceu se meteu, muito menos. O que talvez ajude a explicar o rancor e a paranoia.
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