quarta-feira, julho 14, 2010

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Importações ameaçam indústria têxtil nacional 
Maria Cristina Frias 
Folha de S.Paulo - 14/07/2010

A velocidade do aumento das importações de produtos têxteis já preocupa a indústria brasileira.

No acumulado deste ano até junho, o volume importado de itens têxteis e confeccionados cresceu 60%, de acordo com a Abit (associação da indústria têxtil).

O deficit da balança comercial do setor deve fechar o ano em US$ 3,5 bilhões, segundo a associação.

"O consumo e a produção estão crescendo. Porém, o preocupante é que a expansão está em um ritmo menor que o das importações", diz Fernando Pimentel, diretor-superintendente da Abit.

Neste ano, até maio, a produção física do setor têxtil aumentou 12%.

Os investimentos e a criação de postos de trabalho no setor estão maiores. A previsão é fechar o ano com investimento de US$ 1,5 bilhão, ante os US$ 900 milhões de 2009. O setor gerou até maio 45 mil novas vagas, ante 12 mil no ano passado.

Apesar dos bons números para este ano, a indústria nacional está preocupada com a competitividade em 2011.

"O câmbio dos concorrentes, principalmente o da China, está depreciado e os juros brasileiros estão em nível absurdo. Além disso, a taxa de câmbio do Brasil explicita o custo tributário, a burocracia e a deficiência de infraestrutura", afirma Pimentel.
Em Reforma
A Dorchester Collection, de hotéis de alto luxo, adquiriu três novos edifícios ao redor do Plaza Athénée, em Paris, o hotel da rede mais procurado por turistas brasileiros.

O objetivo é comemorar os cem anos do local, em 2013, com uma ampliação, que elevará de 191 para 216 o número de quartos.

A informação é de François Delahaye, diretor de operações da Dorchester, que veio ao Brasil apresentar os novos investimentos do grupo. Além da ampliação na França, foram adquiridos dois hotéis na Inglaterra, o Coworth Plaza e o 45 Park Lane, que receberam 50 milhões de libras (cerca de R$ 133 milhões) em reformas cada um.

A empresa deve adquirir cerca de 20 hotéis até 2015 e negocia na Ásia, no Oriente Médio e na América do Norte. No Brasil, ainda não há projeto definido.

"O Brasil tem um grande público e precisa de um bom hotel no Rio de Janeiro, cidade que reúne lazer e negócios", diz Delahaye.
De volta...Uma comitiva de empresários brasileiros desembarca hoje em Angola para participar da Filda (Feira Internacional de Luanda). Entre eles estão o presidente da ABF (associação de franchising), Ricardo Bomeny, e executivos das redes de franquias Wizard e Vivenda do Camarão.
...à ÁfricaAngola é o terceiro maior destino das franquias brasileiras. Atualmente, 17 marcas nacionais representam o país na região. A ABF, com o apoio da Embaixada Brasileira em Angola, irá realizar visitas técnicas e rodadas de negócios na região.
Desconfiança
O ICC (Índice de Confiança do Consumidor), calculado pela Fecomercio SP, registrou queda de 2,3% em julho na comparação com o mês anterior.

O indicador atingiu 155,2 pontos, ante os 158,9 pontos de junho. O nível de otimismo ainda é considerado positivo, segundo a entidade.

O ICC varia entre zero e 200 pontos. O resultado indica pessimismo abaixo de cem pontos e otimismo acima desse patamar.

Na análise por sexo, as mulheres apresentaram redução de 3,1%, enquanto os homens tiveram queda de apenas 1% no ICC de julho. O índice será divulgado hoje.
Vida real 1O Insper lança em agosto a "Coleção de Casos Insper", que será licenciada para outras instituições de ensino. Serão 15 títulos, baseados em situações do contexto corporativo brasileiro e internacional, de áreas como administração, recursos humanos e marketing. A cada ano, dez novos casos devem ser incorporados à coleção.
Vida real 2O Insper não tem uma previsão de receita com o licenciamento de casos. No ano passado, a receita com licença de casos em Harvard, que possui cerca de 8.000 títulos, superou US$ 8 milhões. Para o lançamento oficial, em agosto, o instituto prepara um evento sobre a importância de estudos de casos como ferramenta pedagógica.
TributaçãoPara ajudar a entender o sistema tributário brasileiro, a editora Saraiva lança o livro "O País dos Impostos" (224 páginas), de Dávio Antonio Prado Zarzana, membro da Câmara Americana de Comércio. A alta carga tributária do país, segundo o autor, se deve à lentidão e à burocracia do sistema de recolhimento, além dos múltiplos impostos existentes.
Âncora
Alguns projetos significativos de investimentos em portos privativos no Brasil foram retomados nos últimos dois meses, segundo o escritório de advocacia Lefosse. "Tinham parado devido a incertezas quanto à regulamentação que restringia a operação nos terminais privativos a cargas pertencentes aos investidores dos projetos, suas controladoras e controladas", diz Eduardo Lima, sócio da banca. "A Antaq editou nova regulamentação, que agora o mercado percebeu, abrindo possibilidade de transitarem cargas de empresas consorciadas no empreendimento", diz. No Lefosse, três projetos, que juntos envolvem US$ 1 bilhão, foram retomados. O mais adiantado prevê um terminal, no Rio, para embarque de aço. Os outros dois são para o embarque de grãos e granéis líquidos.

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