Pelo menos
LUIZ GARCIA
O GLOBO - 23/07/10
Não, não se trata de botar o termômetro no vizinho para saber como vai a nossa saúde. Mas, como somos todos passageiros do mesmo barco, de vez em quando é bom saber como vai a saúde do pessoal que mora perto. Especialmente no caso de vizinho rico, muito rico.
Pois então, fui ver e fiquei sabendo: as coisas não vão bem naquele casarão lá do alto. Ou seja, o governo do presidente Obama anda com a popularidade no porão.
Seis eleitores em dez, segundo pesquisa desta semana, dizem que perderam a fé na capacidade do presidente de tomar as decisões que convêm ao país, principalmente na área econômica.
Políticos em geral também vão mal na foto, até um pouco pior: o índice de desaprovação, tanto para democratas como para republicanos, é de 70%. Uma pequena maioria diz preferir que a oposição, ou seja, o Partido Republicano, saia vencedora nas eleições para o Congresso este ano, para manter o presidente em regime de rédea curta.
Em defesa de Obama, é bom lembrar que o fenômeno não é incomum na política americana. Antes dele, presidentes como Ronald Reagan e Bill Clinton apanharam feio nas primeiras eleições parlamentares de seus mandatos. Ambos deram a volta por cima e deixaram a Casa Branca como a popularidade em alta.
Todos os analistas políticos da mídia americana que constatam a crise de popularidade de Obama também lembram os exemplos de Reagan e Clinton. Mas só lembram: não encontrei quem profetizasse que Obama tem a mesma capacidade de reação.
O último presidente americano que não passou do primeiro mandato foi Jimmy Carter, democrata como Obama. O que não quer dizer grande coisa. Carter realmente foi um presidente medíocre — embora tenha feito depois uma brilhante carreira como ex-presidente, porque era acima de tudo um bom sujeito. Ninguém até agora acusou Obama de mediocridade. A opinião pública simplesmente acusa o presidente e seu partido, juntos, de não terem a política econômica que o país precisa.
Mas até agora não surgiu quem tenha proposto alternativas salvadoras.
Os EUA entraram em recessão no começo do ano passado. Hoje, mais ou menos 25% da opinião pública acreditam que a situação econômica está melhorando. É pouco, muito pouco para garantir uma volta por cima nas eleições do fim do ano.
Nesse quadro pouco animador para Obama e seu partido, ainda sobra espaço para um registro animador. Na onda de insatisfação com o presidente e seu partido, não há qualquer sinal visível de que a cor da pele seja um fator. Os americanos reclamam de problemas na política habitacional e de resultados fracos no combate ao desemprego — mas o bicho feio do racismo não saiu de sua toca. Pelo menos, isso.
Pois então, fui ver e fiquei sabendo: as coisas não vão bem naquele casarão lá do alto. Ou seja, o governo do presidente Obama anda com a popularidade no porão.
Seis eleitores em dez, segundo pesquisa desta semana, dizem que perderam a fé na capacidade do presidente de tomar as decisões que convêm ao país, principalmente na área econômica.
Políticos em geral também vão mal na foto, até um pouco pior: o índice de desaprovação, tanto para democratas como para republicanos, é de 70%. Uma pequena maioria diz preferir que a oposição, ou seja, o Partido Republicano, saia vencedora nas eleições para o Congresso este ano, para manter o presidente em regime de rédea curta.
Em defesa de Obama, é bom lembrar que o fenômeno não é incomum na política americana. Antes dele, presidentes como Ronald Reagan e Bill Clinton apanharam feio nas primeiras eleições parlamentares de seus mandatos. Ambos deram a volta por cima e deixaram a Casa Branca como a popularidade em alta.
Todos os analistas políticos da mídia americana que constatam a crise de popularidade de Obama também lembram os exemplos de Reagan e Clinton. Mas só lembram: não encontrei quem profetizasse que Obama tem a mesma capacidade de reação.
O último presidente americano que não passou do primeiro mandato foi Jimmy Carter, democrata como Obama. O que não quer dizer grande coisa. Carter realmente foi um presidente medíocre — embora tenha feito depois uma brilhante carreira como ex-presidente, porque era acima de tudo um bom sujeito. Ninguém até agora acusou Obama de mediocridade. A opinião pública simplesmente acusa o presidente e seu partido, juntos, de não terem a política econômica que o país precisa.
Mas até agora não surgiu quem tenha proposto alternativas salvadoras.
Os EUA entraram em recessão no começo do ano passado. Hoje, mais ou menos 25% da opinião pública acreditam que a situação econômica está melhorando. É pouco, muito pouco para garantir uma volta por cima nas eleições do fim do ano.
Nesse quadro pouco animador para Obama e seu partido, ainda sobra espaço para um registro animador. Na onda de insatisfação com o presidente e seu partido, não há qualquer sinal visível de que a cor da pele seja um fator. Os americanos reclamam de problemas na política habitacional e de resultados fracos no combate ao desemprego — mas o bicho feio do racismo não saiu de sua toca. Pelo menos, isso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário