Diploma, outra vez
LUIZ GARCIA
O GLOBO - 16/07/10
No ano passado, o Supremo Tribunal Federal acabou com a exigência do diploma de jornalismo para o exercício da profissão. A base da decisão foi o princípio de que nada pode restringir a liberdade de expressão. Pouco tempo depois, começou a tramitar na Câmara dos Deputados uma proposta de emenda constitucional restabelecendo a necessidade do diploma.
Há uma terceira posição na briga: essa bendita liberdade não é maior nem menor com ou sem jornalistas formados em jornalismo nas redações. O que interessa à sociedade é a qualidade da informação que recebe da mídia. As opiniões dos órgãos de informação e de quem neles trabalha são, na verdade, secundárias. O serviço que prestam à sociedade é o que importa: basicamente, o que aconteceu, e que importância tem. Não são editoriais nem artigos — como este, por exemplo — que representam a contribuição essencial da mídia .
Tudo que a mídia leva ao cidadão de realmente importante depende principalmente de dois fatores: a imparcialidade na produção de notícias e a intimidade com as múltiplas áreas do conhecimento associadas aos fatos. Uma equipe de jornalistas que inclui profissionais com formação em diferentes áreas do conhecimento certamente está apta a informar melhor do que aquela treinada apenas, ou principalmente, em comunicação social.
Não é a liberdade de imprensa que está em questão, como acreditam ministros do STF. É a qualidade da informação.
Nenhuma empresa jornalística cometeria o suicídio de menosprezar o bom profissional com formação em comunicação social. Mas é absurdo negar à mídia o direito de incluir em suas equipes cidadãos com outro tipo de bagagem: na medicina e na economia, por exemplo. Ou mesmo, em casos raros, mas que existem, aqueles que não têm diploma algum.
Além disso, deveria ser levado em conta o fato de que a mídia tradicional vive um momento de crise no mundo inteiro, face à concorrência da mídia informal na internet. A exigência do diploma, como dizem os que a defendem, não é restrição à liberdade de expressão.
Mas é um obstáculo ao direito de aperfeiçoar a qualidade de informação.
E tem outra consequência negativa, que não deveria ser esquecida: contribui para a proliferação de escolas de jornalismo de baixo nível.
Há uma terceira posição na briga: essa bendita liberdade não é maior nem menor com ou sem jornalistas formados em jornalismo nas redações. O que interessa à sociedade é a qualidade da informação que recebe da mídia. As opiniões dos órgãos de informação e de quem neles trabalha são, na verdade, secundárias. O serviço que prestam à sociedade é o que importa: basicamente, o que aconteceu, e que importância tem. Não são editoriais nem artigos — como este, por exemplo — que representam a contribuição essencial da mídia .
Tudo que a mídia leva ao cidadão de realmente importante depende principalmente de dois fatores: a imparcialidade na produção de notícias e a intimidade com as múltiplas áreas do conhecimento associadas aos fatos. Uma equipe de jornalistas que inclui profissionais com formação em diferentes áreas do conhecimento certamente está apta a informar melhor do que aquela treinada apenas, ou principalmente, em comunicação social.
Não é a liberdade de imprensa que está em questão, como acreditam ministros do STF. É a qualidade da informação.
Nenhuma empresa jornalística cometeria o suicídio de menosprezar o bom profissional com formação em comunicação social. Mas é absurdo negar à mídia o direito de incluir em suas equipes cidadãos com outro tipo de bagagem: na medicina e na economia, por exemplo. Ou mesmo, em casos raros, mas que existem, aqueles que não têm diploma algum.
Além disso, deveria ser levado em conta o fato de que a mídia tradicional vive um momento de crise no mundo inteiro, face à concorrência da mídia informal na internet. A exigência do diploma, como dizem os que a defendem, não é restrição à liberdade de expressão.
Mas é um obstáculo ao direito de aperfeiçoar a qualidade de informação.
E tem outra consequência negativa, que não deveria ser esquecida: contribui para a proliferação de escolas de jornalismo de baixo nível.
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