Terremoto na política
CORREIO BRAZILIENSE - 07/03/10
Sempre vivemos calmaria. O Brasil nunca teve terremotos. Existe, mas na política. O julgamento de José Roberto Arruda pelo Supremo saiu da metástase institucional. O mal está sendo cortado pela raiz. Plantada em terras impróprias, a Câmara Legislativa não brotou dignidade. O Supremo Tribunal Federal reconheceu o engano dos eleitores e deseja que Brasília crie compostura. O resultado foi de nove votos a favor da prisão e um contra. Este, de autoria do ministro José Antonio Dias Toffoli. A favor votaram os ministros Ayres Britto, Carmem Lucia, Celso de Mello, Cezar Peluso, Ellen Gracie, Gilmar Mendes, Joaquim Barbosa, Marco Aurélio Mello (relator) e Ricardo Lewandoski. Vitória do povo enganado.
A frase que não foi pronunciada
“Devemos, ao partir, deixar sempre um ambiente melhor do que quando chegamos.”
» Recado de Thomas Edson a todos os governantes
Lé com lé
» Com decisão confirmada pelo TRE, a ministra Carmem Lucia negou o recurso que pedia a cassação do prefeiro Gilberto Kassab, de São Paulo. Nada indicou abuso ou desrespeito à lei.
Autonomia
» Muita discussão se faz em torno do trabalhador doméstico. Quem banca é a classe média. Não são os benefícios sociais que estão diminuindo o número desse segmento. Cartões-gás, leite, pão, Bolsa Família, não precisar gastar com transporte, não correr risco de morrer ao sair de casa e passar tempo integral com a família são razões suficientes para exterminar o trabalho doméstico remunerado.
Peroba
» Deputados do Pará recebem salário integral para trabalhar só na terça e quarta. Airton Faleiro disse que a produtividade será a mesma. De toda a assembleia, só o deputado Joaquim Passarinho foi contra.
Pontual
» Trabalho árduo da CPI da Pedofilia no Senado, coordenada pelo senador Magno Malta. Agindo com mais firmeza, o Senado determinou que o Google transfira o sigilo de 1.200 dados e fotos do site YouTube, postados em páginas do Orkut. Depois de dois anos de discussões, os parlamentares vão chegar à localização dos computadores que geraram a postagem.
Começo
» Todo sindicato deve receber contribuição de seus filiados. Mas o imposto sindical é uma afronta ao trabalhador. Retira parte do salário do trabalhador sem que o dono do dinheiro concorde com isso. Se não fosse necessário trabalhar cinco meses só para pagar impostos, seria justo. Mas, nesse caso, não é.
Fim
» A revolta contra o Imposto Sindical reaparece porque o dinheiro não é usado para melhorar as condições do empregado sindicalizado.
É gasto com passagens aéreas, aluguel de salas, viagem de dirigentes para acompanhar conferências internacionais, compra e reforma de sedes regionais. Pior disso tudo é que não há prestação de contas. Se o STF não se manifestar sobre o assunto, em 2010 a contribuição valerá novamente.
Algodão
» Nada macia a conversa entre a secretária de Estado americana, Hillary Clinton, e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. O assunto foi o subsídio do algodão. O ministro marcou data: 30 dias para que os EUA analisem e resolvam a questão. Em jogo no tabuleiro de interesses, estão restrições ao ingresso de bens norte-americanos. Com taxações e retaliação comercial. Até propriedade intelectual pode ter a forma de negociação diferente da atual.
Dói
» Dona Lindaura de Menezes percorreu a L2 Norte procurando lugar para doar roupas. Todas as igrejas cercadas e fechadas. Ninguém recebia e ninguém podia doar. Teve a ideia de procurar os voluntários do HUB. Novamente fechado. Ela tenta entrar na lojinha dos voluntários há uma semana, mas está sempre de portas cerradas.
Sensato
» Quem passa pelos anexos dos Ministérios pode perceber a diferença.
A coluna alardeou contra o desperdício. Madeiras, móveis, ferros, material de escritório, papéis, tudo era levado ao aterro sanitário. Hoje leilões são realizados com o material inservível gerando economia.
História de Brasília
Salvem o plano de ensino das escolas do governo. É uma beleza. (Publicado em 24/2/1961)
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