FOLHA DE SÃO PAULO - 25/10/09
SÃO PAULO - Vejo no Jornal Nacional de segunda-feira o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) dizer que o problema da violência no Rio não é uma jabuticaba local, mas fruto da facilidade com que as armas contrabandeadas circulam pelo Brasil apesar de serem transportadas por terra, o que pressupõe superar meia dúzia de controles até chegar aos delinquentes no Rio.
A fita da memória rebobina imediatamente para Praga, dezembro de 1994, hotel Savoy. Fernando Henrique Cardoso, então presidente eleito, a dias da posse, conversa com um pequeno grupo de jornalistas. O Rio está conflagrado, então como agora. FHC diz, basicamente, o que Pimenta repetiria 15 anos depois.
Duas cenas que ilustram bem o Brasil: diagnóstico nunca falta. Falta tratamento adequado para as doenças apontadas.
Note o leitor que o diagnóstico neste caso é de duas autoridades dos dois partidos que se revezaram no poder nestes 15 anos. Nem um nem o outro deram consequência ao diagnóstico, e as armas continuam circulando livremente.
Preciso acrescentar que o monopólio das armas pelo poder público é requisito essencial para uma política de segurança pública?
À inação oficial soma-se a leniência do público. Nos comentários e cartas aos jornais desta semana, a tônica é mais ou menos assim: o Rio de Janeiro tem um sério problema de violência, mas São Paulo também tem. É verdade, mas resolve o problema do Rio?
Não faltou quem lembrasse que Londres, um dia depois de escolhida sede olímpica (para 2012), passou por atentados mais graves do que os do Rio nestes últimos sete dias. Também é verdade, mas faltou contar a segunda parte da verdade: desde então não houve mais atentados em Londres.
No Rio (ou São Paulo, tanto faz), são diários, antes, durante e depois do helicóptero abatido.
SÃO PAULO - Vejo no Jornal Nacional de segunda-feira o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) dizer que o problema da violência no Rio não é uma jabuticaba local, mas fruto da facilidade com que as armas contrabandeadas circulam pelo Brasil apesar de serem transportadas por terra, o que pressupõe superar meia dúzia de controles até chegar aos delinquentes no Rio.
A fita da memória rebobina imediatamente para Praga, dezembro de 1994, hotel Savoy. Fernando Henrique Cardoso, então presidente eleito, a dias da posse, conversa com um pequeno grupo de jornalistas. O Rio está conflagrado, então como agora. FHC diz, basicamente, o que Pimenta repetiria 15 anos depois.
Duas cenas que ilustram bem o Brasil: diagnóstico nunca falta. Falta tratamento adequado para as doenças apontadas.
Note o leitor que o diagnóstico neste caso é de duas autoridades dos dois partidos que se revezaram no poder nestes 15 anos. Nem um nem o outro deram consequência ao diagnóstico, e as armas continuam circulando livremente.
Preciso acrescentar que o monopólio das armas pelo poder público é requisito essencial para uma política de segurança pública?
À inação oficial soma-se a leniência do público. Nos comentários e cartas aos jornais desta semana, a tônica é mais ou menos assim: o Rio de Janeiro tem um sério problema de violência, mas São Paulo também tem. É verdade, mas resolve o problema do Rio?
Não faltou quem lembrasse que Londres, um dia depois de escolhida sede olímpica (para 2012), passou por atentados mais graves do que os do Rio nestes últimos sete dias. Também é verdade, mas faltou contar a segunda parte da verdade: desde então não houve mais atentados em Londres.
No Rio (ou São Paulo, tanto faz), são diários, antes, durante e depois do helicóptero abatido.
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