SÃO PAULO - Dois pedidos de desculpas ao leitor. Tarefas internas na Folha roubaram tempo para ler e responder e-mails. Perdão. Pelo mesmo motivo, não consegui acompanhar direito o noticiário internacional e perdi uma frase do presidente Barack Obama que seria a perfeita cereja do bolo para o texto ontem publicado a respeito da gestação do G2 (Estados Unidos e China). Obama disse que o relacionamento Estados Unidos/China "moldará o mundo do século 21". Foi para a manchete do jornal francês "Le Figaro": "Obama propõe um eixo Pequim/Washington". Para ajudar o leitor a me desculpar, um pouco de autopropaganda: quem lê esta Folha soube bem antes do que o leitor do "Figaro" desse balé em torno da governança global. No dia 2 do mês passado, o título deste jornal era "EUA querem formar G2 com a China". O texto dizia que "o secretário norte-americano do Tesouro, Timothy Geithner, apresentou ontem o que é uma nítida proposta de G2, um grupo formado apenas por EUA e China, para devolver o equilíbrio à economia mundial". Desculpas e louvações à parte, qual é a parte que toca ao Brasil nesse balé? Tudo, se o país quer realmente ser cachorro grande no século recém-iniciado. Para começar, o Brasil tem que ser ambicioso, em vez de se conformar com crescimento bem abaixo dos concorrentes ditos emergentes. Como bem lembrou segunda-feira o professor Bresser Pereira, o crescimento anual per capita médio do Brasil desde 1996 foi de apenas 3%, contra 7% dos outros três Brics (Rússia, Índia e China). Para continuar, o Brasil deveria explorar melhor duas características que faltam ao gigante chinês (a sua democracia, porca mas democracia, e a ausência de conflitos étnicos). Acabou o espaço mas, como o balé continuará, volto a ele assim que surgir novo gancho. |
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