Clube sem linha
O GLOBO - 16/06/09
dura.
Mas no Flamengo qualquer um faz o que quer, e é contra essa bagunça, essa falta de comando, essa falta de autoridade, essa falta de responsabilidade, essa falta de tudo, que Cuca está se indispondo. Enquanto isso, é o time que sofre goleadas, é o torcedor do Flamengo que sofre decepções, tristezas e vergonhas, como a que sofreu na derrota de 5 a 0 para o então lanterninha Coritiba, a segunda goleada consecutiva, com direito a falhas diversas de Bruno.
E a vergonha maior, repetida também, da agressão de Aírton a Ariel, pisando o adversário caído, como já pisara Nilmar, no jogo com o Inter, sendo absolvido pelo STJD, que é muito bonzinho e ama a impunidade.
No sábado, o Botafogo da Série A e o Vasco da Série B mostraram a dificuldade que seus atacantes têm para acertar o gol e decidir as partidas. O Botafogo sofreu com a própria deficiência, que se estampou nos pés de Tony e Victor Simões, apesar do amplo domínio sobre o Santos, no Engenhão. A vitória justíssima e até modesta de 2 a 0 saiu em finalizações do volante Batista (melhor do time) e do jovem Laio, que entrou no lugar de Tony e soube aproveitar muito bem a falha do zagueiro Fabão e a saída estabanada de Fábio Costa, driblando-o e tocando para o gol vazio.
Se o time do Botafogo tivesse um pouco mais de talento e qualidade, teria aplicado uma surra inesquecível no Santos. Mas qualidade e talento não são o forte do Botafogo, e a escolha de jogadores para o elenco não é o forte do técnico Ney Franco. Se Ney soubesse escolher melhor as contratações, o Botafogo entraria na luta, porque arrumar o time ele sabe.
Dorival Júnior é outro que sabe arrumar um time e já confirmou essa qualidade no Vasco. Da mesma forma, porém, seus jogadores (ou boa parte deles) parecem sempre descontrolados, violentos, irresponsáveis. O resultado é que o Vasco não vence há três rodadas do campeonato e ainda por cima teve jogadores expulsos em todas três. Isso não falha.
Na tarde de sábado, contra o Guarani, Dorival Júnior entrou em campo outra vez para conversar com o juiz a respeito da expulsão (mais uma) de Carlos Alberto, rigorosa, é verdade.
Mas a questão é essa: será que, em vez de conversar tanto com os juízes, não seria melhor que Dorival conversasse mais com seus jogadores, para ver se eles se comportam decentemente? Ou o Vasco quer que tudo continue assim, com jogador expulso todas as vezes que o time entra em campo?
É assim que o Vasco, ele próprio, está começando a dificultar sua caminhada na Segunda Divisão.
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