FOLHA DE SÃO PAULO - 07/06/09
SÃO PAULO - O discurso do presidente Barack Hussein Obama no Cairo, na quinta-feira, parece o lançamento de uma missão, a de trocar o choque de civilizações pela confluência delas (no caso, o Ocidente e o islã).
Para quem não lembra, a tese do choque de civilizações foi lançada pelo cientista político Samuel Huntington (1927-2008), mas tornou-se muito mais do que uma tese a partir dos atentados de 11 de Setembro de 2001.
Daí em diante, complicou-se o relacionamento entre o islã e o Ocidente, que Obama descreveu como "séculos de coexistência e cooperação, mas também de conflito e guerras religiosas".
A islamofobia tornou-se a regra -e não apenas nos Estados Unidos. Era palpável nas ruas de Londres, por exemplo, após os atentados ao metrô em 2005.
A regeneração desse relacionamento foi explicitada por Obama: "A América e o islã não são excludentes, e não precisam competir. Ao contrário, eles se sobrepõem e compartilham princípios comuns -princípios de justiça e progresso, de tolerância e a dignidade de todos os seres humanos".
Obama lembrou ainda que o islã "pavimentou o caminho para o Renascimento e o Iluminismo" -façanhas civilizatórias que contrastam com o caráter bárbaro que o "choque de civilizações" tratou de colar no islamismo.
É claro, como o presidente reconheceu, que um discurso, por brilhante que tenha sido -e foi-, não muda tudo da noite para o dia.
Resta, só para começar, traduzir em ação prática o inédito reconhecimento, por um presidente norte-americano, de que os palestinos sofrem "humilhações diárias" [com a ocupação israelense]. Ou de que há uma "contínua crise humanitária em Gaza".
O mundo todo terá muito a ganhar se a confluência de civilizações for bem sucedida.
SÃO PAULO - O discurso do presidente Barack Hussein Obama no Cairo, na quinta-feira, parece o lançamento de uma missão, a de trocar o choque de civilizações pela confluência delas (no caso, o Ocidente e o islã).
Para quem não lembra, a tese do choque de civilizações foi lançada pelo cientista político Samuel Huntington (1927-2008), mas tornou-se muito mais do que uma tese a partir dos atentados de 11 de Setembro de 2001.
Daí em diante, complicou-se o relacionamento entre o islã e o Ocidente, que Obama descreveu como "séculos de coexistência e cooperação, mas também de conflito e guerras religiosas".
A islamofobia tornou-se a regra -e não apenas nos Estados Unidos. Era palpável nas ruas de Londres, por exemplo, após os atentados ao metrô em 2005.
A regeneração desse relacionamento foi explicitada por Obama: "A América e o islã não são excludentes, e não precisam competir. Ao contrário, eles se sobrepõem e compartilham princípios comuns -princípios de justiça e progresso, de tolerância e a dignidade de todos os seres humanos".
Obama lembrou ainda que o islã "pavimentou o caminho para o Renascimento e o Iluminismo" -façanhas civilizatórias que contrastam com o caráter bárbaro que o "choque de civilizações" tratou de colar no islamismo.
É claro, como o presidente reconheceu, que um discurso, por brilhante que tenha sido -e foi-, não muda tudo da noite para o dia.
Resta, só para começar, traduzir em ação prática o inédito reconhecimento, por um presidente norte-americano, de que os palestinos sofrem "humilhações diárias" [com a ocupação israelense]. Ou de que há uma "contínua crise humanitária em Gaza".
O mundo todo terá muito a ganhar se a confluência de civilizações for bem sucedida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário