sexta-feira, maio 08, 2009

BRASÍLIA DF

Comissão da confusão


Correio Braziliense - 08/05/2009
 

Acuado pelo PMDB desde as demissões na Infraero, o governo se vê agora às voltas com a Comissão Mista de Orçamento. O pomo da discórdia são as nomeações de parlamentares pelo presidente da CMO, senador Almeida Lima (PMDB-SE), para relatarem os milionários créditos orçamentários. O relatório do senador Leomar Quintanilha (PMDB-TO) sobre os R$ 6 bilhões destinados ao programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, por exemplo, foi vetado pelo Planalto e teve sua votação adiada para a semana que vem. Também insatisfeito, o PSDB se uniu ao PT esta semana, queixando-se de que Almeida Lima tem favorecido correligionários na distribuição das relatorias. 

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Os problemas devem se estender pela próxima semana. Ainda há cinco créditos sem relatores, inclusive, um reforço de R$ 638 milhões para os ministérios dos Transportes e das Cidades. Donos das pastas, PP e PR estão de olho no posto de relator, mas o PT quer emplacar um dos seus para desanuviar o ambiente na comissão.


Delúbio, a defesa

Um dos principais argumentos da defesa do ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, em seu pedido de reintegração ao partido vem do governo Fernando Henrique Cardoso. No período de 97 a 98 em que o petista presidiu o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat), passaram pelas mãos dele valores equivalentes a US$ 10 bilhões a preços de hoje. As contas do conselho foram aprovadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) sem nenhum reparo. Delúbio pertenceu ao Codefat durante os oito anos do governo FHC, indicado pela CUT. 

Se inveja matasse…

…alguns deputados petistas não teriam sobrevivido às duas últimas semanas. O que mais irritou o partido de Lula nas últimas votações da MP que fixa as regras de renegociação das dívidas dos municípios para com o INSS foi o fato de o relatório da deputada Rose de Freitas (PMDB-ES) dar aos peemedebistas o discurso de defesa dos prefeitos enquanto o PT ficou com a antipática tarefa de defender uma taxa de juros maior que a TJLP. No fundo, é tudo política. 

Vai que é tua, Haroldo

Políticos ligados à Petrobras e ao Ministério de Minas e Energia vão tentar transformar a CPI da Petrobras pedida pelo senador Álvaro Dias em CPI da ANP — Agência Nacional de Petróleo. O argumento é o de que a ANP é autônoma e não está na lista das empresas promissoras em meio a uma crise econômica, como está a Petrobras. Se brincar, pode sobrar para o PcdoB do diretor-geral da ANP, Haroldo Lima. 

Verba disputadíssima

Coordenador da bancada do Pará, o deputado Paulo Rocha (PT) batalha por R$ 50 milhões dos R$ 300 milhões que o Ministério da Integração Nacional tem de crédito para auxílio às vítimas das enchentes. Lá são quase 160 mil desabrigados em 31 municípios, numa situação tão dramática quanto a do Maranhão, a da Bahia e a do Rio Grande do Norte. Do jeito que as chuvas estão castigando o Norte e o Nordeste, vai faltar dinheiro para atender a todos. 

No cafezinho

 
 

Coisas do coração/ A maioria dos senadores solta aquele olhar 43 quando ela passa. Mas, foi o Judiciário quem venceu a parada. A senadora Kátia Abreu (foto), que preside a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), passeia de mãos dadas há dois meses com o juiz Marcelo Cordeiro, de 45 anos, de Tocantins. Como diria vovó, é namoro firme. 

Meu ministro/ O deputado Odair Cunha (PT-MG) fará um jantar em homenagem ao ministro de Relações Institucionais, José Múcio Monteiro. O líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), e o do PDT, senador Osmar Dias (PR), farão um encontro com o ministro e os senadores do bloco de apoio ao governo. Tudo para mostrar que não foram responsáveis pela chapa quente em que o ministro pisou nos últimos dias. 

Calminho/ O líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves (RN), estava furioso na reunião em que o governo tentou mudar pontos já acordados da MP sobre as dívidas das prefeituras. Esperneou tanto que Eduardo Cunha (PMDB-RJ), conhecido pelo jeito impetuoso de negociar, comentou: “Até eu fiquei com cara de muito moderado perto dele!” 

Vitamina/ Enfraquecido no Rio Grande do Norte, o PSDB agrega hoje o deputado Rogério Marinho (ex-PSB) ao tucanato para fortalecer seu palanque nas eleições de 2010. Marinho foi o quarto deputado federal mais votado no estado e fará a ponte entre o candidato tucano — seja Aécio Neves ou José Serra — com o eleitorado potiguar.

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