FOLHA DE SÃO PAULO - 16/04/09
BRASÍLIA - O Supremo Tribunal Federal, ao contrário do que dizem as más línguas, tem sido o grande aliado, um auxiliar mesmo, do governo Lula. Aliás, do próprio Lula. Como? Fazendo tudo o que Lula gostaria, mas às vezes não pode, às vezes não tem coragem de fazer.
Exemplo: foi depois de o presidente do Supremo, Gilmar Mendes, bater o pé que o governo afastou o delegado Protógenes, pela ordem, da Operação Satiagraha, de um cargo de elite da Polícia Federal e, enfim, da própria PF. Como despachou o delegado Paulo Lacerda da Abin para um cargo honorário bem longe, em Lisboa.
Lula se livrou de dois abacaxis ao mesmo tempo, pois a aliança PF-Abin na Satiagraha não poupava nem mesmo os telefones do Palácio do Planalto. Mas a fúria popular, ou pelo menos da internet, recaiu toda sobre Gilmar Mendes.
Outro exemplo: Lula aproveitou a saída dos dois para uma "faxina" na PF. Já andava incomodado com o excesso de grampos e bisbilhotices, mas foi com o grito de Gilmar que deslanchou a mudança. Sem que critiquem, nem aplaudam, Lula. Como se não fosse com ele.
Mais exemplos: o "cala a boca" de Gilmar no MST, que Lula gostaria, mas não poderia dar; a demarcação contínua da reserva Raposa/Serra do Sol, quando o STF enfrentou o tiroteio, enquanto Lula, em silêncio, se protegia atrás das barricadas; todo o debate sobre a extradição ou não de Cesare Battisti, centrado no STF, sem que Lula se comprometesse com lado nenhum; e, enfim, a aplicação das regras de restrição às greves no serviço público.
A ira foi para o tribunal. Quem respirou aliviado foi Lula. É assim, pela personalidade polemista de Gilmar e a decantada esperteza de Lula, que o "líder da oposição no Judiciário" (como o presidente do Supremo é chamado) acaba sendo uma verdadeira mãe para o Executivo. Lula finalmente atingiu o sonho de todo governante: a ausência de oposição.
BRASÍLIA - O Supremo Tribunal Federal, ao contrário do que dizem as más línguas, tem sido o grande aliado, um auxiliar mesmo, do governo Lula. Aliás, do próprio Lula. Como? Fazendo tudo o que Lula gostaria, mas às vezes não pode, às vezes não tem coragem de fazer.
Exemplo: foi depois de o presidente do Supremo, Gilmar Mendes, bater o pé que o governo afastou o delegado Protógenes, pela ordem, da Operação Satiagraha, de um cargo de elite da Polícia Federal e, enfim, da própria PF. Como despachou o delegado Paulo Lacerda da Abin para um cargo honorário bem longe, em Lisboa.
Lula se livrou de dois abacaxis ao mesmo tempo, pois a aliança PF-Abin na Satiagraha não poupava nem mesmo os telefones do Palácio do Planalto. Mas a fúria popular, ou pelo menos da internet, recaiu toda sobre Gilmar Mendes.
Outro exemplo: Lula aproveitou a saída dos dois para uma "faxina" na PF. Já andava incomodado com o excesso de grampos e bisbilhotices, mas foi com o grito de Gilmar que deslanchou a mudança. Sem que critiquem, nem aplaudam, Lula. Como se não fosse com ele.
Mais exemplos: o "cala a boca" de Gilmar no MST, que Lula gostaria, mas não poderia dar; a demarcação contínua da reserva Raposa/Serra do Sol, quando o STF enfrentou o tiroteio, enquanto Lula, em silêncio, se protegia atrás das barricadas; todo o debate sobre a extradição ou não de Cesare Battisti, centrado no STF, sem que Lula se comprometesse com lado nenhum; e, enfim, a aplicação das regras de restrição às greves no serviço público.
A ira foi para o tribunal. Quem respirou aliviado foi Lula. É assim, pela personalidade polemista de Gilmar e a decantada esperteza de Lula, que o "líder da oposição no Judiciário" (como o presidente do Supremo é chamado) acaba sendo uma verdadeira mãe para o Executivo. Lula finalmente atingiu o sonho de todo governante: a ausência de oposição.
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