Empresários brasileiros estão com a pulga atrás da orelha com a decisão do governo de ceder às pressões protecionistas argentinas e acatar a ideia de cotas comerciais. É o que pretendem dizer hoje ao ministro Celso Amorim, na Fiesp, com uma condicionante, senão exigência: a "cláusula de desvio", para que a margem entre a cota e o consumo seja preenchida pela indústria argentina, não por China, Coreia, México ou Chile, por exemplo. Acatar as cotas é ideia mais do Desenvolvimento e menos do Itamaraty, mas é Amorim quem vai enfrentar as feras hoje, com um detalhe: o embaixador Rubens Barbosa, um dos mais ostensivos críticos da política externa, hoje vinculado à Fiesp, estará lá. Por precaução, Amorim vai levar um pequeno exército de diplomatas, meia dúzia talvez. Os empresários reclamam que o governo é condescendente demais com os vizinhos, à custa dos interesses do Brasil e, claro, deles próprios. E reclamam ainda mais quando se trata da Argentina, que nem sequer tem o pretexto de ser "pobrezinha", como a Bolívia, o Equador e o Paraguai. (Apesar de, cá entre nós, a economia argentina e a popularidade da presidente Cristina Kirchner estarem indo ladeira abaixo.) Planalto e Itamaraty justificam que as relações Brasil-Argentina não podem ser vistas só pragmaticamente, mesmo quando eles atacam de protecionismo. Envolvem acordos de péssima lembrança nas ditaduras e longos períodos de déficit comercial, ora para um lado, ora para outro. Além de... ciúme. Ok. Enquanto o Brasil deslanchou com FHC e Lula, a Argentina afundou com Menem e uns tantos oportunistas. Só que não fomos nós que os elegemos, certo?
Lula previu que Collor faria um mandato "extraordinário". Taí. O PT do Senado que se dane. Aliás, o que restou do PT no Senado? |
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