Muitos blocos saem na Quarta-Feira de Cinzas. Um deles estava preparado para 48 horas depois. Era o bloco mascarado do PMDB do Rio. Na quinta, preparava a mudança na diretoria do fundo de pensão Real Grandeza, dos funcionários de Furnas. Houve gritaria, o bloco recuou. Mas está sempre na tocaia, pronto para o bote. Furnas foi entregue ao PMDB do Rio. A empresa já havia sido estrela de escândalos no tempo de um diretor chamado Dimas Toledo. Dizia-se dele que controlava 33 deputados e dois governadores. Mas não resistiu ao impacto do mensalão. Passou algum tempo e Furnas cai nas mãos de um novo dirigente talvez mais voraz que o outro. Seu objetivo não é apenas conduzir a empresa, mas também os milhões da aposentadoria dos funcionários. Por que um partido quebraria tantas lanças para ocupar um fundo de pensão? O domínio fisiológico será sempre assim. Se há gritaria, recuam. Quando todos se distraem, atacam de novo. É a lógica que empregam no Congresso. Quando houve o movimento contra os sanguessugas, recuaram e permitiram que se aprovasse o voto aberto, em primeiro turno. A pressão foi atenuada e jamais se votou o segundo turno. A eleição do corregedor do castelo foi outro exemplo. Ele recuou com a grita. Concederam mais transparência, divulgando notas da verba indenizatória. Esperam agora o refluxo da onda. É uma pena o Brasil seguir assim. Não pelas lutas e denúncias, pois isso faz parte de qualquer processo, inclusive o norte-americano. Aqui, a dupla Sarney-Renan é fixada no Ministério de Energia. Nosso ministro é o Lobão. O dos EUA é um Prêmio Nobel de Física, Stephen Chu. Energia é tão importante lá como aqui. Diferente é o modo de governar. Lobão e Chu são um bom tema para meditar na Quaresma. |
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