Desta vez é uma escuta que remete ao telefone da secretária do líder do PSDB na Câmara, José Aníbal (SP), que faz a oposição vislumbrar um caminho para tentar um terceiro sopro de vida à CPI dos Grampos. A fórmula funcionou no meio do ano passado quando estourou a Operação Satiagraha da Polícia Federal. A avaliação é que a comissão foi uma das raras trincheiras de resistência ao governo no Congresso. Ou seja, mais do que investigar o caso do tucano, a ideia é deixar aberta até março a janela que expôs a cúpula da PF e da Abin. Além de preparar um parecer alternativo na CPI, centrando fogo no governo, o PSDB acionará o Ministério Público Federal e usará o caso para pressionar a Anatel sobre o sigilo de dados.
Mercado De R$ 250 a R$ 300 foi o valor negociado pelos integrantes da quadrilha de escutas clandestinas, presa pela Polícia Civil, para obter dados do telefone da secretária de Aníbal. O tucano havia sido informado há 45 dias de que o aparelho fora monitorado, num encontro com um promotor no aeroporto.
Rede Na sequência, o deputado tucano acionou Carlos Sampaio (PSDB-SP), que interveio junto à cúpula da polícia paulista. Depois de ouvir a gravação ontem, Aníbal pediu ao secretário de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão, que tente identificar quem "comprou" o grampo.
Presente de grego Após brigar na Justiça Eleitoral para assumir a Prefeitura de Campos (RJ), Rosinha Matheus (PMDB) reclama que o gabinete está sem telefone e internet, os carros oficiais sem combustível e muitas escolas tiveram a luz cortada por falta de pagamento.
Aperto O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), que cortou 10% do seu orçamento, também criou grupo para passar um pente fino nos contratos acima de R$ 70 mil.
Ampla margem Apesar de o Tesouro Nacional ter anunciado ontem a captação de US$ 1,025 bilhão no mercado internacional, a margem de manobra era bem mais ampla. No despacho em que autorizou a emissão dos títulos no exterior, Guido Mantega (Fazenda) estipulou limite de US$ 2 bilhões.
Bola de cristal O governo brasileiro vê com bons olhos a afirmação de Barack Obama de que depois de sua posse, no dia 20, terá "muito mais a dizer" sobre o conflito na faixa de Gaza. "Talvez seja uma estratégia para ter uma posição mais contundente no futuro. Obama também não está apoiando a posição de George Bush", diz o assessor internacional de Lula, Marco Aurélio Garcia.
Róseo Lula enviou carta aos 5.563 prefeitos eleitos em que não faz nenhuma menção à crise. Ele propõe parceria para acelerar investimentos e reduzir a pobreza. "Você vai encontrar no governo federal um parceiro para cumprir este compromisso", diz.
Supermercado Na carta, Lula também os convida para encontro de dois dias em Brasília, em 10 e 11 de fevereiro. Dez ministros, além dos presidentes do BB, Caixa, BNDES e Funasa, "venderão" seus programas para os novos administradores.
Resistência O deputado Paulinho da Força (SP) é um dos que ainda tentam evitar que o PDT desembarque da candidatura de Aldo Rebelo (PC do B-SP) à presidência da Câmara. "O PMDB insiste em ficar com as duas Casas, mas não vai conseguir", diz.
Distância Michel Temer (PMDB-SP) informou ao Palácio do Planalto que prefere se reunir com o presidente Lula sem a presença dos senadores do partido. Ele tenta desvincular a sucessão da Câmara da do Senado, aonde PMDB e PT não estão se entendendo. Além disso, não aceita dividir a sala com seu arqui-inimigo Renan Calheiros (PMDB-AL).
Tiroteio
"Que o presidente Lula não gosta de ler, todo mundo já sabia. Agora ele revela possuir um forte espírito antidemocrático, de quem não sabe lidar com as críticas." Do deputado ARNALDO MADEIRA (PSDB-SP), comentando a entrevista em que Lula diz, à revista "Piauí", que não acompanha diretamente o noticiário porque isso lhe dá "azia". Contraponto
Que vontade que dá... Com o presidente Lula em férias, o vice José Alencar convocou a imprensa para uma entrevista coletiva anteontem. Como de hábito, falou sobre seu tema predileto: os juros. Em determinado momento, os jornalistas perguntaram se ele pretendia disputar um cargo no Executivo em 2010. O vice, que se recupera de um câncer, disse que não. A próxima pergunta foi se ele tinha informação sobre um possível desejo de Lula de se candidatar a algum cargo daqui a dois anos. Alencar abriu um sorriso: -Olha, eu torço para isso! Porque daí ele teria de se licenciar por seis meses e eu assumiria. Daria tempo suficiente para eu mandar abaixar os juros para 0,5 ponto... |
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