Em uma semana, o que era feio ficou mais feio, e o governador Cássio Cunha Lima, da Paraíba, e o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força Sindical, entraram e saíram da linha de fogo. Ilesos. O mesmo TSE que decidiu cassar os mandatos de Cunha Lima (PSDB) e de seu vice, José Lacerda (DEM), recuou e lhes devolveu o governo paraibano, apesar da acusação de distribuição irregular de recursos de... programas sociais. Na Câmara, o Conselho de Ética atendeu às pressões para livrar a cara do sindicalista Paulinho e jogou fora o parecer do relator, que pedia a cassação do deputado Paulo. No fim, os dois, o Paulo e o Paulinho, são uma pessoa só, enrolada com desvio de verbas do BNDES e assombrada por cursos e alunos fantasmas que receberam verbas do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). E essa pessoa vira a cara da Câmara, do Congresso. Só falta agora o ministro Paulo Medina, do Superior Tribunal de Justiça, sair "limpinho da Silva" da ação aberta contra ele pelo Supremo por "indícios suficientes" de envolvimento com a chamada "máfia dos caça-níqueis", que vendia sentenças judiciais para bicheiros e donos de bingos. Para contrabalançar, o juiz Fausto De Sanctis condenou o banqueiro Daniel Dantas a dez anos de prisão, mais multa pesada, por corrupção ativa -ou, para ficar mais claro, por tentativa de subornar policiais da Operação Satiagraha que investigavam as suas estripulias. Até quando vai durar a condenação? Sabe-se lá... A Justiça tem tantos meandros, jeitinhos e habeas corpus que é possível empurrar decisões indefinidamente com a barriga. O caso vai subindo de uma instância para outra, e os réus, seguros de si e de seus advogados, podem sempre recorrer ao velho e bom mandato. Qualquer problema, o TSE segura, o Conselho de Ética garante. Vem aí o deputado Daniel Dantas? |
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