BRASÍLIA - Entre o teto e o precipício. É basicamente sobre isso que a Câmara dos Deputados irá decidir a partir desta segunda (10), quando começa a ser votado no plenário da Casa o teto dos gastos públicos.
Os parlamentares terão de decidir o futuro do Brasil. Se o Estado passará a viver de acordo com o que arrecada ou se continuará vivendo no mundo da fantasia, para bancar a farra de corporações e saltar no precipício, levando junto todo o país.
A história recente brasileira deveria servir de exemplo para os senhores deputados tomarem sua decisão. Depois de um período de respeito à responsabilidade fiscal, Executivo e Legislativo deram-se as mãos, sob aplausos das corporações, e se entregaram à gastança.
O que isso significou? Basta olhar os números. Estamos vivendo a pior recessão da nossa história. O número de desempregados bateu em 12 milhões e vai subir, antes de cair. E o rombo das contas públicas será de R$ 170,5 bilhões neste ano.
Caso a triste realidade econômica brasileira não seja argumento suficiente para convencer os parlamentares, eles deveriam tratar a votação como uma questão de sobrevivência política. E aí está o exemplo fresquinho da petista Dilma Rousseff.
A ex-presidente herdou de seu criador, Lula, um país arrumadinho, crescendo, tirando milhões da pobreza, gerando emprego, com as contas no azul. Aí, em vez de persistir no caminho, partiu para o experimentalismo econômico.
Lembro de várias conversas com seus assessores, que diziam que se endividar não era problema, que o Estado precisava induzir o crescimento diante da crise e tudo o que sabiam fazer era jogar dinheiro na economia como se crescesse em árvore.
Recordo de ter dito ao ex-ministro Guido Mantega que eles iriam quebrar o país. A resposta foi curta: você é um neoliberal. Bem, Dilma caiu, afundou o PT e arrastou o país junto. E não foi a Lava Jato a principal algoz dos petistas. Foi a economia.
3 comentários:
Olha a ênclise.
Por favor substituir "que diziam que se endividar não era problema"
por
"que diziam que endividar-se não era problema"
Senão, o leitor vai ter um pequeno susto cognitivo pois o "se" no início da oração fica parecendo uma conjunção condicional.
Abs
Apesar de soar um pouco estranho, o texto estava gramaticalmente correto. A ênclise não cabe porque conjunção subordinativa é fator de próclise. Pode conferir em qualquer livro sobre o assunto.
Mas concordo que a redação poderia ser melhorada. Por exemplo: "que diziam que não era problema endividar-se".
"A ex-presidente recebeu de seu antecessor Lula um país arrumadinho"??!! Hããã?? Eu li isso mesmo?!
Sai prá lá, petralha da foia...
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