segunda-feira, outubro 31, 2011

LÚCIA GUIMARÃES - Não confesso que vivi



Não confesso que vivi
LÚCIA GUIMARÃES
O Estado de S.Paulo - 31/10/11

Não quero confessar nada.

Sei que é uma postura quase belicosa.

Meu estado civil? Marque "nenhuma das respostas acima".

A saga dos meus avós imigrantes? Não revelo nem o país de origem.

A luta de meus pais para criar não-me-pergunte quantos filhos? Lutar para criar filhos não passa de um pleonasmo.

Quantos filhos trouxe ao mundo? Escorreguei há alguns anos e dei um depoimento sobre a maternidade, mas não está googleável.

Meus passatempos favoritos? Tricô e bingo (só para despistar).

O trauma de infância provocado pelo bully na hora do recreio? Dá um tempo.

Minha estratégia para vencer o preconceito contra a mulher na editoria de polícia? Rá, rá, nem trabalhei numa.

Minha redenção pela psicanálise freudiana? Vão associar livremente lá na esquina.

O leitor deve ter notado uma indisposição nesta coluna. Não se trata de azia ou má digestão. Tampouco é uma virose. É um achaque, sim, mas não consta da literatura dos diagnósticos.

Como definir a ânsia de trocar de canal, baixar o volume ou virar a página quando sinto o tsunami de mais uma copiosa confissão invadindo a praia dos meus sentidos?

Ontem à noite, por exemplo, sentei para assimilar minha dose diária de massacres na Síria, fome na Somália e cenas americanas que, se fossem exibidas num tom sépia, caberiam perfeitamente num cinejornal da Grande Depressão dos anos 30. Pois não é que interrompem o ciclo de notícias com o novo livro de memórias de um respeitado ex-editor de revista? Ele decidiu que estava na hora de nos infligir seu "triunfo sobre a adversidade". O bem-sucedido profissional, que sempre projetou autoconfiança com seus ternos impecáveis e frases bem passadas, revela ser filho de um negro e uma branca. Alerta para conflito! Seus pais se divorciaram. Trauma à vista! A família guardou vários segredos. Como ele pode confiar em alguém pelo resto da vida?

Longe de mim arbitrar sobre a relevância de experiências dolorosas. Mas estamos vivendo um tempo em que o umbiguismo é estimulado de tal forma que é difícil não ficarmos anestesiados com tanta concorrência pela empatia. Não sei de onde vem a ideia de que toda experiência pessoal merece ser compartilhada e alçada a literatura, como se fosse o excepcional O Ano do Pensamento Mágico, de Joan Didion. Aliás, a própria escritora, que acaba de lançar outro volume de memórias, Blue Nights, deu esta iluminada declaração a uma revista nova-iorquina: "Antes eu tinha medo de morrer. Agora, tenho medo de não morrer".

Há um novo gênero de narrativa na primeira pessoa que hesito em chamar de memórias. O mais apropriado é chamar o gênero de "subi na vida o bastante para revelar o que me der na telha". Num momento em que a indústria do livro de papel dá sinais de pânico com o avanço do livro eletrônico, como justificar a quantidade de árvores derrubadas para imprimir tanta confissão?

Pouco antes de passar adiante seu cargo de editor-chefe do melhor e mais influente jornal da língua inglesa, Bill Keller escreveu uma coluna, em julho passado, sob o título Vamos Banir Todos os Livros, Ou ao Menos Parar de Escrevê-los. Keller não havia se transformado num Torquemada, nem pediu a queima de livros. No comando do New York Times, ele constatou o óbvio: o número impressionante de jornalistas que entravam em sua sala e pediam uma licença para escrever um livro. Ele contou, perplexo: "Dois editores estão escrevendo livros sobre seus cachorros. Ao mesmo tempo!"

A frase continha uma alfinetada em sua sucessora. A nova editora-chefe do Times, Jill Abramson, assumiu o cargo em setembro e em poucas semanas lançou seu volume, intitulado The Puppy Diaries (Os Diários do Filhote). Ahhhhh, que gracinha, eu me derreti só de ver a foto do cachorrinho Miles, hoje um adulto obediente. Alguém acredita que, quando estava lutando para ser aceita no mundo então predominantemente masculino dos cargos de chefia em jornais, quando, ainda mais jovem, era repórter do competitivo Wall Street Journal, Ms. Abramson ia querer ser conhecida por seu cachorrinho? Não importa a qualidade de seu texto ou as qualidades de Miles, para que dirigir a atenção do público para sua vida privada? E como explicar que o Times tenha publicado não uma, mas duas resenhas de sua nova obra?

Esta erosão da compostura, esta aceitação da bobeira como uma autoindulgência dos bem-sucedidos é descrita com maestria por Lee Siegel em seu excelente Are You Serious? (Você Fala Sério?). Mais Lee Siegel e menos memórias de cachorrinhos!

CARLOS ALBERTO DI FRANCO - Juventude sequestrada



Juventude sequestrada
CARLOS ALBERTO DI FRANCO
O Estado de S. Paulo - 31/10/2011

O crescimento dos casos de aids, o aumento da violência e a escalada das drogas castigam a juventude na velha Europa. A crise econômica, dramática e visível a olho nu, exacerba o clima de desesperança. Para muitos jovens os anos da adolescência serão os mais perigosos da vida deles.

Desemprego, gravidez precoce, aborto, doenças sexualmente transmissíveis, aids e drogas compõem a trágica equação que ameaça destruir o sonho juvenil e escancarar as portas para uma explosão de violência. A juventude não foi preparada para a adversidade. E a delinquência é, frequentemente, a manifestação visível da frustração.

A situação é reflexo de uma cachoeira de equívocos e de uma montanha de omissões. O novo perfil da delinquência é o resultado acabado da crise da família, da educação permissiva e do bombardeio de setores do mundo do entretenimento que se empenham em apagar qualquer vestígio de valores.

Tudo isso, obviamente, agravado e exacerbado pela crise econômica e pela ausência de expectativas.

Os pais da geração transgressora têm grande parte da culpa. Choram os desvios que cresceram no terreno fertilizado pela omissão. O delito não é apenas reflexo da falência da autoridade familiar. É, muitas vezes, um grito de revolta e carência. A pobreza material agride o corpo, mas a falta de amor castiga a alma. Os adolescentes necessitam de pais morais, e não de pais materiais.

Reféns da cultura da autorrealização, alguns pais não suportam ser incomodados pelas necessidades dos filhos. O vazio afetivo - imaginam, na insanidade do seu egoísmo - pode ser preenchido com carros, boas mesadas e um celular para casos de emergência. Acuados pela desenvoltura antissocial dos seus filhos, recorrem ao salva-vidas da psicoterapia. E é aí que a coisa pode complicar. Como dizia Otto Lara Rezende, com ironia e certa dose de injusta generalização, "a psicanálise é a maneira mais rápida e objetiva de ensinar a odiar o pai, a mãe e os melhores amigos". Na verdade, a demissão do exercício da paternidade está na raiz do problema.

Se a crescente falange de adolescentes criminosos deixa algo claro, é o fato de que cada vez mais pais não conhecem os próprios filhos. Não é difícil imaginar em que ambiente afetivo se desenvolvem os integrantes das gangues juvenis. As análises dos especialistas em políticas públicas esgrimem inúmeros argumentos politicamente corretos. Fala-se de tudo, menos da crise da família. Mas o nó está aí. Se não tivermos a firmeza de desatá-lo, assistiremos, acovardados e paralisados, a uma espiral de violência sem precedentes. É uma questão de tempo. Infelizmente.

Certas teorias no campo da educação, cultivadas em escolas que fizeram uma opção preferencial pela permissividade, também estão apresentando um amargo resultado. Uma legião de desajustados, que cresceu à sombra do dogma da educação não traumatizante, está mostrando a sua face criminosa.

Ao traçar o perfil de alguns desvios da sociedade norte-americana, o sociólogo Christopher Lasch - autor do livro A Rebelião das Elites - sublinha as dramáticas consequências que estão ocultas sob a aparência da tolerância: "Gastamos a maior parte da nossa energia no combate à vergonha e à culpa, pretendendo que as pessoas se sentissem bem consigo mesmas".

O saldo é uma geração desorientada e vazia. A despersonalização da culpa e a certeza da impunidade têm gerado uma onda de superpredadores.

O inchaço do ego e o emagrecimento da solidariedade estão na origem de inúmeras patologias. A forja do caráter, compatível com o clima de verdadeira liberdade, começa a ganhar contornos de solução válida. Pena que tenhamos de pagar um preço tão alto para redescobrir o óbvio.

O pragmatismo e a irresponsabilidade de alguns setores do mundo do entretenimento estão na outra ponta do problema. A era do mundo do espetáculo, rigorosamente medida pelas oscilações do Ibope, tem na violência uma de suas alavancas. A transgressão passou a ser a diversão mais rotineira de todas. A valorização do sucesso sem limites éticos, a apresentação de desvios comportamentais num clima de normalidade e a consagração da impunidade têm colaborado para o aparecimento de mauricinhos do crime. Apoiados numa manipulação do conceito de liberdade artística e de expressão, alguns programas de TV crescem à sombra da exploração das paixões humanas. Ao subestimar a influência perniciosa da violência ficcional, levam adolescentes ao delírio em shows de auditório que promovem uma grotesca sucessão de quadros desumanizadores e humilhantes. A guerra pela conquista de mercados passa por cima de quaisquer balizas éticas. Nos Estados Unidos, por exemplo, o marketing do entretenimento com conteúdo violento está apontando as baterias na direção do público infantil.

A onipresença de uma televisão pouco responsável e a transformação da internet num descontrolado espaço para a manifestação de atividades criminosas (a pedofilia, o racismo e a oferta de drogas, frequentemente presentes na clandestinidade de alguns sites, desconhecem fronteiras, ironizam legislações e ameaçam o Estado Democrático de Direito) estão na origem de inúmeros comportamentos patológicos.

É preciso ir às causas profundas da delinquência. Ou encaramos tudo isso com coragem ou seremos tragados por uma onda de violência jamais vista. O resultado final da pedagogia da concessão, da desestruturação familiar e da crise da autoridade está apresentando consequências dramáticas na Europa. Escarmentemos em cabeça alheia. Chegou para todos a hora de falar claro. É preciso pôr o dedo na chaga e identificar a relação que existe entre o medo de punir e os seus efeitos antissociais.

AÉCIO NEVES - A travessia, ainda


A travessia, ainda
AÉCIO NEVES 
FOLHA DE SP - 31/10/11

Nesta semana, chegou ao circuito nacional de cinema o filme "Tancredo - A Travessia", que completa a trilogia do documentarista Silvio Tendler, cujo olhar já havia percorrido os densos anos JK e Jango.

Como nos trabalhos anteriores, o cineasta permite a diferentes gerações de brasileiros a oportunidade de visitarmos nossa própria história. Pelas imagens, descortina-se um país surpreendente, distante do Brasil do nosso tempo em um aspecto fundamental: a nítida aliança então existente entre a política e a sociedade.

Se não há como comparar um momento ao outro, pois cada um tem as suas próprias circunstâncias, é inevitável nos remetermos ao crescente divórcio existente hoje entre a política e os cidadãos. Denúncias seguidas e repetidas de corrupção e impunidade cansam o país e anestesiam parte da população, para quem a política passa a ser irremediavelmente território da má intenção e do malfeito.

O noticiário político se confunde com o policial. Com o anedotário. Esse fenômeno se dá de tal forma que nem mesmo as oposições têm o que comemorar. A decepção, o distanciamento e a indiferença da população atingem a legitimidade da representação política como um todo. Cada vez mais, perdemos a confiança da população e banaliza-se a injusta ideia de que todos na política são iguais.

Em qualquer lugar, um governo que em dez meses é obrigado a demitir cinco ministros de Estado por suspeitas de corrupção seria obrigado a ir além das cândidas justificativas do tipo "eu não sabia". É hora de mudar o paradigma, sobretudo a natureza da política de coalizão que, em troca de apoio congressual, cede à apropriação dos partidos e seus próceres extensas áreas da administração pública.

É preciso apurar com rigor os desvios, punir os responsáveis e sustentar a autonomia das áreas de controle (principalmente as auditorias preventivas) para que não tenham mero papel decorativo e sejam instadas a agir só quando há denúncia na imprensa.

É urgente o caminho da profissionalização do serviço público e um corajoso ajuste no tamanho da máquina política incrustada na máquina administrativa, adequando-a aos limites praticados em outros países, infinitamente mais modestos do que aqueles vigentes aqui. O país precisa e deseja uma legislação mais rigorosa, com dinâmica mais ágil e punições mais severas.

O filme de Silvio oferece, sobretudo aos desiludidos com a política, um inestimável presente: memória.
No caso, a memória de um tempo, nem tão distante, em que a ação das lideranças políticas era um tributo à ética, à dignidade e ao comprometimento com o Brasil. Memória de um tempo em que elas sabiam ouvir as ruas. E a própria consciência.

31/10 O DIA DE DILMA BRUXEFFE

31/10  O DIA DE DILMA BRUXEFFE


MARIA INÊS DOLCI - Mais do mesmo na TV a cabo


Mais do mesmo na TV a cabo
MARIA INÊS DOLCI 
FOLHA DE SP - 31/10/11

As operadoras de TV paga são tão parecidas que os clientes só têm a opção de trocar seis por meia dúzia

Não estou nem um pouco animada com a perspectiva de controle de todo o segmento de TV por assinatura pelas empresas de telefonia. O que é ruim, na melhor das hipóteses, continuará claudicante, uma vez que as operadoras de telefonia fixa e móvel destacam-se negativamente nos rankings de reclamação dos consumidores.
A perspectiva, então, é de mais concentração de mercado nas mãos de quem já não respeita o cliente em suas atividades atuais.
Hoje, o consumidor pena para conseguir migrar para pacotes de TV digital, oportunidade da qual as empresas se aproveitam para impor contratos mais caros e com menos canais, ou com menor qualidade.
Também empurram ponto extra para quem não o solicitou, sob a alegação de isenção de pagamento. Na verdade, nas letras miúdas, fica claro que a fatura virá mais adiante, geralmente dentro de um ano.
O consumidor Anderson Martins Borges teve dissabores com a Sky ao mudar de endereço. Foram mais de dois meses para que a empresa fizesse a nova instalação, período em que marcou e não cumpriu atendimentos técnicos.
Cancelar o serviço? Só se pagasse multa. Os desrespeitos continuaram com espera na linha para ouvir desculpas esfarrapadas e agendamentos descumpridos. Mas a conta de R$ 300 chega direitinho, mensalmente.
Outra consumidora escolheu contratar a TVA ao alugar um apartamento e foi induzida a adquirir o combo de TV por assinatura, acesso à banda larga e telefone para que a mensalidade pesasse menos no orçamento.
Embora tenha comprado um pacote, as instalações foram feitas isoladamente, em três dias. E, para sua surpresa, a TV a cabo veio com ponto adicional. Quando reclamou, sofreu com artifícios da operadora que a lei do SAC se propunha a banir: sua ligação foi passada para vários atendentes, esperou muito tempo na linha e teve de refazê-la algumas vezes.
Ao final, foi informada de que teria de entregar o receptor do ponto extra -que não contratara- na empresa. Algo como ser obrigada a devolver um cartão não solicitado à agência bancária.
A arquiteta S.M. também se incomodou muito ao tentar, sem sucesso, cancelar a assinatura da Net. Recebeu oferta de 30% de desconto, que não aceitou. Foi combinado, então, que os aparelhos seriam retirados, mas não foram. Semanas depois de a operada assegurar que havia cancelado o serviço, chegou nova fatura.
Esses são apenas alguns exemplos de como as empresas tratam seus assinantes, o que poderá até piorar, porque as teles terão, em seu domínio, telefonia, TV a cabo e acesso à banda larga. Ou seja, mais poder com pouca concorrência.
Dificilmente, então, melhorarão a programação, hoje entediante para quem contrata o serviço, pois os filmes se repetem com intensidade irritante. Os melhores filmes e jogos de futebol só são disponíveis por "pay-per-view" -comprados à parte. Ao mesmo tempo, cresce a quantidade de comerciais nas emissoras pagas.
Há muitas queixas de demora na visita técnica, de cobranças indevidas, de dificuldade para fazer reclamações por telefone e de falhas nos combos.
Nada diverso do que ocorre no acesso à banda larga prestado pelas teles, que é lento e sofre frequentes interrupções.
Má perspectiva para os assinantes, que podem esquecer o sonho de bons pacotes por preços mais competitivos. Também não devem apostar em melhores serviços.
Com a troca de controle da TVA e da Net, respectivamente, para Telefônica e Telmex (Embratel), haverá apenas mudanças de razões sociais do duopólio.
A Anatel deveria, ao menos, cobrar uma transformação radical nas relações com os consumidores para autorizar as alterações de controle acionário.
As operadoras são tão semelhantes, e atuam de maneira tão similar, que os brasileiros, provavelmente, só tenham na TV paga a opção de trocar seis por meia dúzia. Mais do mesmo, portanto, em preços, em serviços e em qualidade.

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO - Lula, Dilma e o câncer


Lula, Dilma e o câncer
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
O Estado de S. Paulo - 31/10/2011

O câncer tem 10% de chances contra Luiz Inácio da Silva, mas 0% contra Lula. Do ponto de vista da opinião pública, a doença tende a reforçar o mito, como o tiro no peito transformou Getúlio Vargas de suspeito em herói - com todas as simplificações que isso implica. Nunca é bom subestimar a empatia do brasileiro por quem está perdendo, mas demonstra garra para virar o jogo.

Lula intui isso ao dar transparência total à doença desde o diagnóstico. O jornal The New York Times comparou-o ao mistério com que Hugo Chávez tratou o próprio câncer no início. Mas o presidente da Venezuela ganhou popularidade desde que o tratamento o fez raspar os cabelos e tornou a doença de conhecimento público. Certamente não foi a nova aparência que fez Chávez somar pontos no eleitorado.

Nesse cenário de mitificação renovada, quais as consequências da doença de Luiz Inácio para Dilma Rousseff e para o jogo político-eleitoral? Para ensaiar uma resposta, só fazendo suposições. Mas convém calçá-las em fatos.

Como o gráfico que ilustra este texto mostra, o crescimento do consumo de massa esteve intimamente ligado à disparada de popularidade de Lula. As curvas que representam a confiança do consumidor (em cinza, medida pelo Inec da CNI) e o saldo de aprovação presidencial (em preto, medido pelo Ibope) correram paralelas, num trajeto cheio de altos e baixos, mas com coeficiente de correlação de 0,83 - num máximo de 1,0.

É uma correlação muito forte. Significa que se um dos indicadores sobe ou cai, o outro tem enormes chances de acompanhá-lo. Foi assim ao longo de todo o governo Fernando Henrique Cardoso e no primeiro mandato de Lula. Mas a partir da segunda metade do segundo mandato, a popularidade de Lula e a confiança do consumidor, embora mantivessem o mesmo rumo ladeira acima, se descolaram. A aprovação ganhou uma camada extra de cobertura.

Mitificação. Há vários nomes para esse exagero de doçura com que o eleitor avaliou o ex-presidente no último período de seu governo, um deles é mitificação: apesar dos ditos e feitos, nada de ruim cola na imagem presidencial. Foi nesse clima que Lula elegeu Dilma.

O gráfico mostra, porém, que terminado o mandato de Lula, a fase mitológica acabou. As curvas de aprovação presidencial e a confiança do consumidor voltaram a convergir durante o governo Dilma - para um patamar muito parecido com o que Lula iniciou seu segundo mandato, antes de começar a virar mito.

Nada indica, por ora, que Dilma repetirá a façanha do antecessor. Além das doses incomparáveis de carisma pessoal, o ex-presidente vinha em ascensão, de melhoria da sua avaliação em relação ao mandato anterior. Com Dilma ocorre o oposto: apesar da alta aprovação, ela perde na maioria da população quando comparada a Lula.

A popularidade de Dilma depende, antes de mais nada, de ela conseguir equilibrar as variáveis econômicas para manter a expectativa de consumo em alta. Mas uma coisa ela não pode fazer, sob risco de ficar em impedimento na opinião pública: dar a impressão de trair seu criador. Especialmente agora. Vai se desdobrar para demonstrar o oposto.

Talvez Lula fale menos por causa da doença, mas também por causa da doença o que ele falar contará mais. As atenções vão voltar, pelo menos enquanto ele estiver em tratamento. Nesse período, em vez de perder, o ex-presidente ganha espaço. E Lula sabe transformar espaço em poder. No máximo, vai ficar de mau humor por não poder beber nem fumar.

Se prevalecerem os 10%, e o câncer ganhar, todas as apostas estão zeradas. Como Getúlio, Lula tem sucessor administrativo mas não político. Sua saída prematura de cena abriria um novo capítulo na história.

RENATA LO PRETE - PAINEL


Segue o jogo
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SP - 31/10/11

Além da recuperação de Lula, a maior preocupação dos apoiadores de Fernando Haddad no momento é mostrar que o trabalho de construção interna da candidatura do petista à Prefeitura de São Paulo não será abalado pela doença do ex-presidente, seu principal cabo eleitoral. Com ou sem prévias, os aliados do ministro se dizem otimistas. Com base no calendário da disputa de 2012, eles calculam que, na hora de ter uma participação mais intensiva nas ruas, Lula já terá superado a fase de tratamento quimioterápico contra o câncer e deverá estar, portanto, em condições de acompanhar a agenda.

In loco Dilma Rousseff antecipará a ida a São Paulo hoje, onde tem um evento à noite. Ela pretende fazer uma visita ao ex-presidente.

Votos De FHC para seu sucessor: "Desejo que Lula se recupere bem e rapidamente. Assim que estiver recebendo telefonemas, tentarei dizer isso diretamente a ele".

Onde mesmo? Em caravana realizada no sábado pelo PT no Itaim Paulista, na periferia leste de São Paulo, Haddad abriu sua intervenção agradecendo aos moradores do "Itaim Bibi", bairro de classe média alta do outro lado da cidade. Vaiado, pediu clemência: "Calma, gente...".

Gabarito Chamada a entrevistar Haddad hoje no "Roda Viva", Maria Helena Castro foi posteriormente desconvidada pela TV Cultura. A emissora disse à tucana, presidente do Inep na gestão FHC e secretária da Educação no governo de José Serra, que optou por ter apenas jornalistas na bancada.

Vide bula Para municiar seus candidatos em 2012, o PT fará uma cartilha sobre os nove anos do "modelo de governar" do partido.

Coxia Geraldo Alckmin anunciará em Campinas no dia 11 a construção de um teatro em substituição ao Carlos Gomes, demolido em 1965.

Reforço Dois funcionários da Casa Civil foram enviados pelo Planalto para auxiliar a equipe de controle interno do Ministério do Esporte a fazer um diagnóstico dos problemas encontrados na pasta. O resultado será discutido com Aldo Rebelo (PC do B-SP), que toma posse hoje.

Estica... Sugestão do líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), que promete dar o que falar nos próximos dias: usar os R$ 2,2 bi que o relator-geral do Orçamento, Arlindo Chinaglia (PT-SP), prometeu reservar para um novo tipo de emenda, de iniciativa popular, para ajudar a bancar a conta do reajuste do Judiciário, que ultrapassa a cifra dos R$ 7 bi.

... e puxa O PMDB, assim como a maioria dos partidos, é contra a emenda de iniciativa popular. Alega ªconcorrênciaº com iniciativas semelhantes dos deputados. Além disso, os peemedebistas vêm sendo cada vez mais assediados por emissários do Judiciário que pressionam pelo aumento salarial.

Inspiração Pivô do primeiro escândalo de corrupção do governo Lula, Waldomiro Diniz ocupou-se o tempo todo no vôo de São Paulo a Brasília, na sexta passada, com a leitura de `Justiça, O Que é Fazer a Coisa Certa', de Michael Sandel.

Cárcere Um grupo de dez gestores do Serviço Nacional das Prisões de Moçambique desembarca em Brasília para participar de capacitação em administração de unidades prisionais. A comitiva é fruto de acordo de cooperação do Ministério da Justiça com o governo do país africano.
com LETÍCIA SANDER e FÁBIO ZAMBELI

Tiroteio
"O PC do B aprendeu a lição direitinho com os amigos do PT: flagrado em pilhagem do dinheiro público, grita 'pega ladrão!'."
DO SENADOR DEMÓSTENES TORRES (DEM-GO), em resposta a Renato Rabelo, presidente do PC do B, segundo quem o "modelo neoliberal" dos anos FHC estimulou convênios com ONGs e portanto deve ser responsabilizado pelos desvios de recursos em contratos firmados pelo Ministério do Esporte.

Sem holofotes
O deputado Guilherme Campos (PSD-SP) cumprimentava o governador Geraldo Alckmin na pré-estreia paulistana do filme "Tancredo - A Travessia", quando se viu perseguido por um tropel de cinegrafistas e fotógrafos.
O susto durou pouco. Ele logo percebeu que o objeto do assédio era o ex-jogador Ronaldo.
De olho na cena, o secretário estadual de Gestão Pública, Julio Semeghini, brincou:
-Guilherme, achei que você tinha ficado famoso.
-Eu também..._ disse o outro, simulando decepção.

PAULO ALEXANDRE BARBOSA - Via Rápida, oportunidade a quem precisa


Via Rápida, oportunidade a quem precisa
PAULO ALEXANDRE BARBOSA
FOLHA DE SP - 31/10/11

O problema do desemprego permanece mesmo com a atual conjuntura positiva do país; para resolvê-lo, São Paulo investe em qualificação

O Brasil vive anos de bom desempenho do mercado de trabalho. São Paulo é agente promotor da geração de empregos, ao crescer mais do que a média nacional e oferecer as melhores condições para o investimento produtivo. Mas o problema do desemprego permanece mesmo nessa conjuntura positiva.

Toda pessoa pública sabe qual é o pedido mais frequente que se ouve nas ruas: emprego. É o trabalho que dá dignidade para a pessoa e segurança para a família, e o desemprego abala a autoestima e enfraquece os laços sociais.

Vivemos uma situação paradoxal. Por um lado, sobram vagas nas empresas. O site do Emprega São Paulo lista 34 mil vagas abertas. Mas apenas na região metropolitana de São Paulo há 600 mil desempregados. Uma palavra explica esse quadro: qualificação.

Os desempregados em geral são pessoas que não têm qualificação profissional suficiente para ocupar posições em empresas cada vez mais produtivas.

É para enfrentar essa situação que o governador Geraldo Alckmin lançou o Via Rápida Emprego. São cursos de no máximo três meses de duração, definidos de acordo com a vocação de cada região.

São mais de 130 cursos, como rotinas de escritório, eletricista, produção de açúcar e álcool, motorista de carga, camareiro, cuidador de idosos, técnica de vendas, jardinagem, manicure, padeiro, mestre de obras, pedreiro de acabamento, serviços domésticos, manutenção de micro, confecção de bijuterias e muitos outros.

Os desempregados ganham bolsa de R$ 330. Os cursos são executados por entidades com ampla experiência, como o Centro Paula Souza e o Sistema S. Doze carretas com laboratórios e salas de aula vão rodar o Estado oferecendo cursos. Até 2014 serão qualificados mais de 400 mil trabalhadores paulistas, com investimento de R$ 800 milhões.

A procura pelos cursos é explosiva. Já são mais de 180 mil inscritos, sendo que dois terços são desempregados. O programa foi desenhado também para ser a necessária (e poucas vezes alcançada) "porta de saída" dos programas sociais.

Beneficiários de programas de transferência de renda têm preferência no Via Rápida Emprego. Os restaurantes Bom Prato, que servem refeições ao preço de R$ 1, oferecem cursos como culinária básica e ajudante de cozinha.

Os jovens de escolas localizadas em áreas vulneráveis, onde há concentração de desemprego, também contam com reserva especial de vagas, assim como presos no final do cumprimento de suas penas e pessoas com deficiência. As vagas estão abertas a qualquer cidadão no site www.viarapida.sp.gov.br.

Mais do que um programa econômico, o Via Rápida Emprego é uma iniciativa de importância social.

O objetivo é um só: gerar oportunidades para as pessoas que mais precisam. Entendemos que as pessoas não querem paternalismo, mas, sim, oportunidade para entrar no mercado de trabalho e construir suas vidas com autonomia.



PAULO ALEXANDRE BARBOSA, 32, advogado, é deputado estadual (PSDB) e secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do Estado de São Paulo. Foi secretário estadual de Desenvolvimento Social (2011) e secretário-adjunto de Educação (2004-2006).

MARCIA PELTIER - Vínculos com a África


Vínculos com a África
MARCIA PELTIER 
JORNAL DO COMMÉRCIO - 31/10/11
Sam Dryden, diretor agrícola da Fundação Bill e Melinda Gates, estará amanhã em Brasília para assinar um memorando de entendimento com a Agência Brasileira de Cooperação, braço do Itamaraty que preste assistência a países em desenvolvimento. Uma das maiores entidades de caridade do mundo, que também conta entre seus doadores com o milionário Warren Buffet, iniciará com o Brasil um projeto de cooperação técnica voltado para os países da África subsaariana, isto é, os países ao Sul do deserto do Saara. Não deixa de ser uma continuidade dos esforços do ex-presidente Lula nesse sentido, dando frutos no governo de sua sucessora.
Vaidade e lucros
A primeira franquia do mundo do Instituto L'Oréal Profissionnel será no Rio de Janeiro. O bairro escolhido: a tradicional Tijuca, endereço conhecido pela maioria dos profissionais de beleza. Nesta semana, a francesa Laetitia Guenaou, renomada hairstylist dos anos 90 na Europa, ministrará palestras sobre cortes e coloração. A unidade carioca é a primeira das 100 franquias que deverão ser inauguradas nos próximos 10 anos nas principais capitais brasileiras. O objetivo do Instituto LP é capacitar profissionais para o mercado de salões de beleza.
Super abençoada
A fofíssima Maria Carolina, filha da advogada Renata Padilha e do empresário Alexandre Accioly, recebeu, entre as primeiras visitas na São José, no dia do seu nascimento, sexta, a do padre Jorjão. E, ontem, o religioso rezou a missa das 7h30 da Paróquia de Nossa Senhora da Paz na intenção da irmã de Antônio. Accioly foi quem filmou o parto e cortou o cordão umbilical da neném.
Dia das Bruxas
Vai ter repertório brasileiro na festa de Halloween, hoje, em Nova Jersey, nos EUA. A cantora Gretchen será a principal estrela da noite com seus hits Freak Le Boom Boom, Conga Conga Conga e a Melô do Piripiri. O agito acontece em uma tenda montada na praça principal de Ironbound, onde há uma grande comunidade de brasileiros. Os ingressos custam US$ 30 e a festa é promovida pela churrascaria Boi na Brasa.
Mente Nobel
Está chegando ao Rio o pesquisador e neurocientista austríaco Eric Kandel, único psiquiatra a ganhar um prêmio Nobel de Medicina, em 2000, por sua descoberta sobre o funcionamento da memória. Trazido pela multinacional moksha8, focada em mercados emergentes, ele participará do XXIX Congresso Brasileiro de Psiquiatria, a partir de quarta-feira, no Riocentro. Kandel falará sobre a importância das pesquisas de base para obter informações que possam levar ao desenvolvimento de novos tratamentos e métodos de diagnóstico na área da saúde mental. Somente no Brasil, as doenças mentais acometem 23 milhões de pessoas, ou 12% da população.
Business
Recém-criada pelo carioca André Castro, a HSM Editora lançará, em seu primeiro ano de operação, 12 títulos ligados à área de negócios e gestão educativa. Um dos primeiros a chegar ao mercado será a versão em português de Brandwashed - Truques que as empresas utilizam para manipular nossas mentes e nos persuadir a comprar, de Martin Lindstrom, eleito pela revista Time uma das 100 pessoas mais influentes do mundo e autor do best-seller A Lógica do Consumo. No catálogo está também A Essência do Marketing, nas versões em inglês e português, mais recente obra de Philip Kotler, considerado o mago da administração mundial. A editora é a segunda unidade de negócios da HSM Educação.
Voz tonitroante
O empresário de TI Helcio Hime está investindo numa segunda carreira. Quarta-feira passada fez tanto sucesso no Bar do Copa seu show só com músicas de Elvis Presley que ele já tem marcada mais uma apresentação no hotel, dia 16 de novembro, agora exclusivamente com o repertório de Frank Sinatra, que ele domina tão bem quanto o do Rei do Rock.
Engajados
Reynaldo Gianecchini e Caio Blat foram escalados para representar a ala masculina na campanha Cabeleireiros contra Aids. Pelo quarto ano consecutivo será montado um calendário com foto de 12 celebridades e toda a renda arrecadada será revertida para a Sociedade Viva Cazuza. O lançamento oficial será no próximo dia 7, em noite de festa no Shopping Leblon. O calendário vai custar R$10.
Valorização
A ESPM vai lançar, em 2012, um curso de graduação em jornalismo. As aulas serão na unidade do Rio de Janeiro. Na grade, aulas de geoeconomia internacional, sustentabilidade e gestão de crise e de reputação. Carlos Alberto Messeder será o coordenador.
Livre Acesso
O programa Marcia Peltier Entrevista desta terça-feira é com o médico Alfredo Guarischi, criador do Congresso Transdisciplinar Sobre Segurança do Paciente. O bate-papo vai girar em torno do temido e popular erro médico: "Na verdade deveríamos falar de erro humano no sistema de saúde, pois o erro acontece em todas as profissões. E nunca vai acabar, pois o ser humano é falível", explica o dr. Alfredo. A qualidade dos médicos que chegam ao mercado é outra questão. "O Brasil possui cerca de 180 faculdades de medicina. Um número maior do que os Estados Unidos e a China. E, a qualidade desses cursos, só Deus sabe!", revela o médico. O programa começa às 23h, na rede CNT, amanhã.
O desembargador Aloysio Maria Teixeira comemorou seus 97 anos, ontem, em almoço para amigos oferecido pela mulher, Yeda, e pelo casal Joana e Aloysio Teixeira, no Copacabana Praia Hotel.
Será amanhã, no Armazém da Utopia, no Cais do Porto, o coquetel de lançamento da Cow Parade, oferecido pelos artistas e patrocinadores da exposição que começa na quarta pelas ruas da cidade.
Terminam hoje as inscrições para os prêmios Eduardo Tapajós, Corintho Falcão e Selo Verde da Hotelaria, promovidos anualmente pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado do Rio de Janeiro em reconhecimento às iniciativas socialmente responsáveis e aos melhores projetos de empreendedorismo e sustentabilidade ambiental. A novidade de 2011 é a criação do Prêmio Álvaro Bezerra de Mello, em reconhecimento às redes e empreendimentos em expansão.
O Hospital Adventista Silvestre recebe, de amanhã ao dia 30 de novembro, inscrições para o processo seletivo para o curso gratuito de capacitação para sua Escola de Técnico de Enfermagem. Os interessados devem ter entre 18 e 40 anos e segundo grau completo.
Bayard Boiteux, diretor dos cursos de Turismo e Eventos da UniverCidade, está voltando de El Salvador com a confirmação da realização no Brasil, no próximo ano, do Congresso da Confederação Panamericana das Escolas de Turismo e Hotelaria.
Com Marcia Bahia, Cristiane Rodrigues, Marcia Arbache e Gabriela Brito

CLÁUDIO J. D. SALES - Conta de luz, essa desconhecida


Conta de luz, essa desconhecida
CLÁUDIO J. D. SALES
O Estado de S. Paulo - 31/10/2011

O tema tarifário desperta paixões, no Brasil e no mundo, o que é compreensível. Serviços públicos como os de energia, telecomunicações, água e saneamento afetam toda a população e impactam as cadeias produtivas. Como tais serviços são estruturados na forma de monopólios naturais, é necessária a atuação do Estado para evitar que o monopolista defina livremente os preços desses serviços. Quem assume esse papel de Estado é o regulador, entidade com lentes no longo prazo e que não pode ser confundida com governos, que vêm e vão.

Não bastasse a complexidade técnica do papel da regulação, o tema tarifário é constantemente contaminado por interpretações equivocadas - ou mal-intencionadas - que amplificam as paixões e produzem enormes desafios de comunicação.

Dois desses desafios podem ser destacados. O primeiro é consequência da complexa anatomia da tarifa de eletricidade, que camufla uma altíssima carga tributária. O segundo é a tentativa de correlacionar a conta de luz com o aumento da inflação, uma tese que não é acolhida pela realidade dos números.

Anatomia da tarifa e carga tributária. A tarifa de eletricidade reflete a cadeia de valor do setor para cobrir os custos das centenas de empresas estatais e privadas que geram, transmitem e distribuem energia.

O que poucos sabem é que pesam sobre os custos produtivos de eletricidade 36 tributos e encargos criados pelos Poderes Executivo e Legislativo e que totalizam 45,1% da tarifa de eletricidade, de acordo com estudo da PricewaterhouseCoopers.

Portanto, os governos federal, estaduais e municipais abocanham a maior parcela da tarifa e, em algumas distribuidoras, a parcela sob sua responsabilidade é inferior a 24%. Isso quer dizer que cerca de 76% do dinheiro coletado pelas 63 distribuidoras de eletricidade não tem nada que ver com a atividade de distribuição. E que a maior parte dos 76%, após repasse para cobertura dos custos de geração e transmissão, vai para os cofres dos governos.

Tarifa e inflação. Uma justificativa frequente para intervenções tarifárias é a de que a eletricidade impacta muito a inflação e, portanto, é necessário manter vigilância máxima sobre variações da conta de luz, tese que justificaria interferências à margem da lei e dos contratos. Alguns grupos de pressão aproveitam a deixa e vão além: dizem que a variação da tarifa de eletricidade tem sido superior à da inflação.

O relatório A Dinâmica da Inflação Brasileira, emitido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em julho deste ano, contradiz as duas teses.

Em primeiro lugar, o peso da energia elétrica no IPCA é de 3,4%, muito abaixo do que se poderia concluir pela virulência dos ataques. Em segundo lugar, o relatório afirma que a energia elétrica teve "variação de preços geralmente inferior à meta, -6,2%, em 2007; +1,1%, em 2008; e +3%, em 2010; com a exceção dos +4,7% em 2009".

E em relação à falaciosa tese - mais geral - sobre a contribuição de preços administrados para a inflação, o Ipea conclui: "Nos últimos quatro anos as taxas de variação dos preços monitorados têm em geral se mantido abaixo do centro da meta e auxiliado a segurar a inflação".

As pressões sobre a Aneel. Nas próximas semanas a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) finalizará a metodologia que vai disciplinar o chamado Terceiro Ciclo de Revisão Tarifária Periódica, metodologia que será aplicada a todas as distribuidoras de eletricidade para os próximos quatro anos. O processo de construção dessa metodologia foi longo e envolveu inúmeras interações com a sociedade, incluindo processos de consultas públicas documentais e audiências públicas presenciais.

Nesta reta final, o regulador precisa equilibrar serenamente todas as contribuições recebidas e, como substrato para suas decisões, considerar dois fatos: as distribuidoras respondem por só 24% da conta de luz; e a tarifa de eletricidade tem ajudado a combater o processo inflacionário.

Isso posto, é preocupante a pressão adicional que o regulador vem colocando sobre a parcela tarifária que custeia a atividade de distribuição, parcela que já foi dramaticamente comprimida: os atuais 24% eram 37%, em 1998. Há indícios dessa pressão tanto de caráter geral - que resultariam diretamente na redução da capacidade de investimentos - quanto de caráter específico, como a supressão de benefícios fiscais, definidos em lei, para empresas que atuam no Norte e no Nordeste do País.

Mesmo navegando num mar com tantos mitos e pressões políticas, o regulador deve produzir uma metodologia que promova o aumento da produtividade das empresas e o compartilhamento dessa produtividade com o consumidor. Sem sucumbir a artificialidades, observando as leis e os contratos e eliminando o risco de modelos teóricos não testados.

A Aneel deve dar o primeiro passo para acabar com os mitos que fazem da conta de luz uma desconhecida para a maioria da população. O caminho não será fácil, mas, em benefício do País, é o único a ser trilhado.

MÔNICA BERGAMO - PASSAPORTE CARIMBADO


PASSAPORTE CARIMBADO
MÔNICA BERGAMO
FOLHA DE SP - 31/10/11

O Brasil recebeu 4,2 milhões de turistas estrangeiros entre janeiro e setembro deste ano. O número é 23,5% maior do que os 3,4 milhões que desembarcaram por aqui nos nove primeiros meses de 2010.

ALVICELESTE
Os argentinos continuam na liderança do ranking: 1,3 milhão deles visitaram o Brasil de janeiro a setembro, 24,45% a mais do que no mesmo período de 2010. São seguidos, muito de longe, por 326 mil norte-americanos, 173 mil uruguaios e 143 mil italianos.

VERMELHO
Dilma Rousseff administrou a crise com o PC do B em torno do Ministério do Esporte com Gilberto Carvalho, secretário-geral da Presidência. As ministras Ideli Salvatti, das Relações Institucionais, e Gleisi Hoffmann, da Casa Civil, não participaram das reuniões consideradas decisivas pelo partido.

VERMELHO 2
Os comunistas fizeram duas leituras: ou as ministras estão excluídas de negociações mais complexas -ou, por se tratar de "herança" de Lula, Carvalho, homem de confiança do ex-presidente, foi chamado para ajudar a embalar o problema.

GUIA
Aguardada com expectativa, a biopsia no câncer do ex-presidente Lula não deve alterar a conduta já definida pelos médicos para o tratamento. Isso porque os exames realizados no fim de semana já revelaram o quadro completo da doença. A biopsia servirá apenas para confirmar o que já se sabe, diz um deles. E será um guia a mais para definir as dosagens da quimioterapia.

TIRIRICA & MATARAZZO
Tiririca contou ao secretário Andrea Matarazzo, da Cultura, na conversa que tiveram em SP, suas aventuras e desventuras na Câmara dos Deputados. Disse que o assédio a seu gabinete continua enorme. "A gente recebe 500 pessoas por dia. Vai gente rezar. Chega evangélico: 'Posso orar?' Poode. Chega católico, macumbeiro. Uma beleza. Outros é na falsidade. Choram: 'Cortaram meu dinheiro, tô doente'. É gente do circo, já conheço. Digo: 'Rapaz, morre logo'."

REFORMA AGRÁRIA
"Outro dia, foi lá um dono de terreno no Acre", contou ainda Tiririca. "Queria que eu passasse um rio, que fica a tantos quilômetros, dentro da propriedade dele. Eu digo: 'Rapaz, veio no lugar certo'." Os escândalos de ministros de Dilma Rousseff, para Tiririca, "não é coisa boa, não. É horrível. A gente fica só de ladinho, escutando, vendo. Mas tem muita coisa importante pra votar e fica tudo parado".

ESTRATÉGIA
O deputado também fez autocrítica em relação à campanha eleitoral, em que aparecia caracterizado de palhaço: "Nós não mostramos proposta, não falamos o que íamos fazer. Muita gente falou: 'Como vão deixar ele ir [para o Congresso]?'".

BONS AMIGOS
Toquinho tocou com a Orquestra Sinfônica de Heliópolis na Sala São Paulo, com participação especial da cantora Anna Setton. O evento aconteceu em prol do Projeto Velho Amigo, presidido por Regina Moraes Waib. O marido dela, o empresário Sérgio Waib, o publicitário Maurício Magalhães e Cris Olivieri estavam entre os convidados.

GARIMPO
Facundo Guerra recebe no dia 11 amigos e convidados para apresentar o Cine Joia, casa de shows que será aberta em novembro, na Liberdade, em SP. O local funcionará no endereço de um antigo cinema japonês, com janelas em formato de diamantes e fachada com desenhos do mapa de São Paulo. "Vamos ter festas que vão do hip hop à música brasileira", diz ele. A banda Ladytron fará a apresentação de estreia, no dia 18. O empresário tem como sócios André Juliani e Lúcio Ribeiro, colunista da Folha.

TODO CUIDADO
O Inca (Instituto Nacional do Câncer) divulga hoje recomendações para o controle da mortalidade do câncer. Numa delas, alerta que o prazo para início do tratamento complementar é crítico no tumor de mama. Atrasos aumentam o risco de recorrência da doença e diminuem a sobrevida. Em algumas situações de tratamento com quimio, a radioterapia pode ocorrer após 120 dias.

CHORA, VIOLINO
Depois de estudar violino por três meses e preparar mudança pra SP, Cauã Reymond não será mais protagonista do filme "Acorda Brasil", sobre a Sinfônica de Heliópolis. As filmagens foram adiadas para 2012, quando ele gravará a novela das 21h da Globo. Irandhir Santos é cotado para o papel.

CURTO-CIRCUITO
O secretário-adjunto da Segurança, Arnaldo Hossepian, o procurador Mário Sarrubbo e o promotor Roberto Porto disputaram a maratona Marine Corps, em Washignton.

Talal Husseini fará palestra na ONU no dia 10, quando lança o livro "Paz Guerreira - O Caminho das Dezesseis Pétalas" nos Estados Unidos.

A Mercearia do Conde lança hoje cardápio de petiscos harmonizado com cervejas especiais.

A Banda Súbita se apresenta e fala sobre sustentabilidade hoje, às 17h, na estação Sé do metrô.

"Objetos Extremos" , de Icléa Goldberg, abre no sábado na galeria Anna Maria Niemeyer, no Rio.

com DIÓGENES CAMPANHA, LÍGIA MESQUITA e THAIS BILENKY

LUIZ FELIPE PONDÉ - Disneylândia de Jesus


Disneylândia de Jesus
LUIZ FELIPE PONDÉ 
FOLHA DE SP - 31/10/11


Logo teremos em Jerusalém Judas-Patetas, Tio Pôncio-Patinhas e, para completar, Mickey-Jesus-Mouse


O mundo acabou. Não viaje. Assista a filmes em casa ou vá para cidades sem graça do interior. O mundo foi tomado por um tipo de praga que não tem solução: os gafanhotos do sucesso da indústria do turismo.

O horror começa nos aeroportos, que, graças ao terrorismo fundamentalista islâmico, ficaram ainda piores com seus sistemas de segurança infernais. Esse mesmo terrorismo fundamentalista que faz as "cheerleaders" dos movimentos sociais sentirem "frisson" de prazer na espinha.

Uma grande figura do mercado de análise de comportamento me disse recentemente que, em poucos anos, só os pobres (de espírito?) viajarão.

Tenho mais certeza disso do que da aritmética de 2 + 2 = 4. Aeroportos serão o último lugar onde você vai querer ser visto. Gostar de viajar hoje pode ser um forte indício de que você não tem muita imaginação ou opção na vida.

Veja, por exemplo, o que aconteceu com os lugares sagrados de Jerusalém. Aquilo virou uma Disneylândia de Jesus. Imagino que, dentro de alguns anos, teremos atores fracassados do Terceiro Mundo vestidos de Judas-Patetas, Maria-Branca de Neve, Tio Pôncio-Patinhas, Pedro-Duck e, é claro, Mickey-Jesus-Mouse.

Locais religiosos sempre atraíram todo tipo de histeria. A proximidade com ela pode fazer você duvidar da existência de Deus.

Ateus são fichinha em comparação à histeria religiosa como argumento contra a viabilidade de um Deus bom e generoso. Nesse caso, a náusea faz de você um ateu.

Às vezes, tristemente, a diferença entre visitas belas a locais sagrados parece ser apenas o número maior ou menor de nossos semelhantes crentes em Deus.

Ou, dito de outra forma, o inferno é um lugar onde tem muita gente em surto místico.

Jesus deve ter uma paciência de Jó, com seus fiéis cheios de máquinas digitais e filmadoras chinesas querendo devassar a intimidade de sua mãe e de seus discípulos mortos já há tantos séculos.

Aliás, estou seguro de que, em breve, Jesus será "made in China", "at last". Se assim acontecer, terão razão aqueles que afirmavam ter sido ele um Messias "fake"?

Pessoalmente, torço para que Jesus sobreviva a essa "nova paixão", por obra da qual ressuscitar deverá ser algo como um show de efeitos especiais feitos por computação gráfica barata. Os fiéis pós-modernos deram um novo significado à expressão nietzschiana "Deus está morto". Nesse caso, Deus virou batata chips de free shop.

No início dos anos 90, ainda era possível ir à catedral de Córdoba, na Espanha, e experimentar sua beleza moura. Já em meados dos anos 2000, ela era um terreno baldio para as invasões de gafanhotos.

Hoje, estive (escrevo dias antes de você ler esta coluna) na igreja da Agonia, em Jerusalém, conhecida também como igreja de Gethsêmani, local onde Jesus teria suado sangue antes de ser preso. Um belíssimo local.

Em seguida, alguns passos descendo a ladeira do monte das Oliveiras (onde fica Gethsêmani), fui a outro local, maravilhoso, que não vou dizer qual é porque espero que ninguém fique sabendo; assim, quem sabe, esse lugar ainda durará algum tempo antes de virar mais um Hopi Hari de Jesus com seu ruído de famílias de classe média em excursões místicas.

É importante dizer que já fui a esses locais inúmeras vezes e que, portanto, tive o desprazer de ver Jerusalém virar uma cidade devastada pela horda de tarados com máquinas digitais e filmadoras chinesas. Além de suas camisetas com slogans pela paz mundial.

Depois da destruição de Jerusalém pelos romanos por volta do ano 70 d.C., vemos agora a infestação da cidade santa pelos histéricos pentecostais e seus berros em nome do Espírito Santo.

Além, é claro, dos judeus ortodoxos obsessivos mal-educados e dos muçulmanos fanáticos com seu grito bárbaro "Allah Akbar" (Deus é grande). A população secular de Jerusalém é cada vez mais oprimida pelos homens de preto da ortodoxia judaica.

Alguns desses são mesmo contra o Estado de Israel, porque só o Messias pode reconstruir o "verdadeiro Estado judeu". Acho que deveriam ser todos despachados para o Irã. Enfim, um filme de horror estrelado por fanáticos, batatas e patetas.

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO


Pequena indústria está longe de tecnologia, afirma CIESP
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SP - 31/10/11

A maior parte dos recursos destinados a pesquisa e desenvolvimento no país ainda tem origem na iniciativa privada e está concentrada nas grandes indústrias, segundo análise do Ciesp (centro das indústrias), com base em dados da Fapesp.

O total injetado na área no Estado de São Paulo foi de aproximadamente R$ 19,8 bilhões em 2010, de acordo com a entidade.

"O volume equivale a 1,64% do PIB estadual. Desses, cerca de R$ 12 bilhões foram feitos por particulares", afirma Pio Gavazzi, diretor de tecnologia do Ciesp.

As pequenas e médias indústrias ainda não se habituaram à "linguagem" dos centros de tecnologia, segundo Gavazzi.

"O primeiro passo é promover esse contato, ligar as duas pontas", diz.

Fiesp e Ciesp reunirão 50 instituições de ciência e tecnologia para apresentar e oferecer serviços tecnológicos para cerca de 2.000 empresas em novembro.

Financiamento e burocracia são dificuldades posteriores, que têm sido combatidas pelo setor por meio de tentativas de diálogo com o governo, segundo Gavazzi.

"Temos essa tentativa, mas é difícil, pois tudo depende de legislação. As empresas que estão no lucro presumido não conseguem acessar a Lei do Bem, por exemplo."

Industrial paulista volta a ficar pessimista após 29 meses
Depois de 29 meses, o empresário industrial paulista está novamente pessimista sobre o futuro de seus negócios, segundo a Fiesp.

Em outubro, o índice de confiança de São Paulo ficou em 48,1 pontos.

É a primeira vez desde abril de 2009 que o índice está inferior aos 50 pontos. Quando isso acontece, a expectativa do empresariado é classificada como pessimista.

No levantamento nacional, apesar de nova queda, o otimismo ainda prevalece, com 54,6 pontos.

"O Estado de São Paulo é marcado pelo pluralismo de atividades econômicas, então o bom momento de um setor não consegue subir a média", afirma Paulo Francini, diretor da Fiesp.

Os índices devem cair ainda mais, segundo Francini. "Deve ficar próximo a 45 pontos. Abaixo disso só se tivermos uma ruptura, como a paralisação do sistema de crédito no final de 2008."

Para os empresários paulistas do setor, as principais dificuldades são a carga tributária, a concorrência, a falta de demanda e o custo da matéria-prima.

SEGURANÇA EM CAMPO
Serão necessários 1.200 vigilantes de segurança privada para a abertura e o encerramento da Copa, segundo cálculos do Sesvesp (sindicato das empresas do setor).

Para os outros jogos, estão previstos de 400 a 600 funcionários. "A primeira e a última cerimônias têm grande afluxo de pessoas e equipamentos", diz João Palhuca, vice-presidente da entidade.

O setor aguarda as diretrizes para o treinamento. "Começaremos após receber as definições da Polícia Federal para o currículo exigido."

Haverá capacitação para atendimento ao público com informações, intervenções em conflitos, apoio para serviços médicos e sociais.

A oferta de mão de obra não preocupa o setor. "Será possível recrutar entre os que já estão empregados para trabalhar em dias de folga."

INADIMPLÊNCIA
O número de letras de câmbio protestadas em São Paulo disparou em setembro.

A quantidade de protestos feitos dessa maneira passou de 35, em agosto, para 1.234, no mês passado, de acordo com o Instituto de Estudos de Protesto de Títulos da Seção São Paulo.

"A rede bancária foi a principal responsável pelo aumento, com o envio de cerca de mil letras de câmbio", afirma o presidente da entidade, José Carlos Alves.

Em setembro, foram protestados 63,7 mil títulos em São Paulo. O total bruto de títulos apresentados chegou a 165,7 mil.

O levantamento foi feito junto aos dez tabeliães de protesto da capital paulista.

PASSO A PASSO
O 4° Congresso Mundial do Calçado, evento da Confederação Europeia da Indústria do Calçado que será realizado no Brasil neste ano, vai debater temas como dumping, questões trabalhistas, cambiais e livre comércio no setor.

"É a primeira vez que acontece fora da Europa, e vamos reunir participantes de mais de 20 países.

Queremos dar uma visão global do setor, da difícil situação da Europa e outros assuntos", diz Francisco Santos, presidente da Couromoda, que organiza o evento.

A produção mundial de calçado está concentrada na Ásia, que representa 87% do volume total. O Brasil vem em segundo.

"A relação com a China é difícil, não só no nosso setor. Quaisquer mudanças no câmbio e nas condições de trabalho ainda não devem gerar equilíbrio pelos próximos dez anos."

Expansão A organização de fomento ao empreendedorismo Endeavor, que tem escritórios em São Paulo, Rio, Curitiba e Belo Horizonte, vai abrir unidades em Porto Alegre e Recife em novembro. A entidade está em outros dez países.

No palco Com investimento de R$ 8 milhões, a Future Group, agência de entretenimento, e a produtora Broadway Brasil montarão o espetáculo Thriller Live, criado por Michael Jackson. A estreia será em julho de 2012.

Logística... Metade dos executivos da área de logística avaliam como baixa ou muito baixa a atual forma de conexão entre os players no Brasil, de acordo com estudo da Amcham. Aproximadamente 26% avaliam a integração como satisfatória.

...em baixa Os modais menos integrados, segundo eles, são o ferroviário (37%) e o aéreo (19%). Com relação a riscos logísticos, os que aparecem com menos conectividade são embarcadores e despachantes (33%), seguradoras (15%) e transportadoras (11%).

Mais bancários Cresceu a demanda das instituições por mão de obra qualificada para atender clientes de alta renda, segundo a consultoria Asap. "Os bancos precisam oferecer atendimento para clientes que deixaram de ser poupadores para ser investidores", diz Dalva Marques, da Asap.

Na mesa A rede de franquias Griletto abrirá 58 unidades até o final de 2012, o que deve movimentar pelo menos R$ 12 milhões. Hoje, a empresa tem 52 lojas abertas. Dessas, 60% estão no interior de São Paulo.