terça-feira, junho 01, 2010

SONIA RACY - DIRETO DA FONTE

Armadilha 
Sonia Racy 

O Estado de S.Paulo - 01/06/2010

Na sequência dos últimos entreveros entre Brasil e EUA por causa da questão nuclear no Irã, há um que irritou profundamente o Itamaraty.

Ao explicar a carta de Obama enviada a Lula, a Casa Branca utilizou palavra mortal para a diplomacia brasileira: frisou que a missiva não foi uma " instrução" para o governo Lula atuar. A dupla Celso Amorim e Marco Aurélio Garcia, que vêm defendendo a independência da política externa do Brasil, não gostou.

Dupla jornada

Benjamin Steinbruch assume hoje, sem festa, a presidência da Fiesp, com a difícil missão de se dividir entre a federação e o Grupo Vicunha. "Vou passar meio período em cada lugar", adianta o empresário, cuja intenção é dar continuidade ao trabalho de Paulo Skaf. "Ele fez muito", ressalta.

Para tanto, conta com outro vice, João Guilherme Ometto. "Será de grande ajuda." Dono da São Martinho, também tem agenda apertada.

Carona grátis?

Durante encontro de pastores na Igreja Renascer, semana passada, chamou a atenção o cheque simbólico (aquele utilizado para o ganhador posar para fotos) de R$ 20 mil: exibia logomarca de apoio dos governos do Estado e do Município de SP. Indagadas, as respectivas assessorias informaram não saber como a publicidade governamental.

A Renascer, por sua vez, tem explicação: os símbolos no cheque são uma prévia da Marcha para Jesus. Esta, sim, patrocinada oficialmente pelo Estado e Município.


Pós-parto

Terá investimento recorde esta edição da SPFW: nada menos que R$ 13 milhões, segundo Paulo Borges.

Destaque?

O primeiro desfile pós-gravidez, pela Colcci, de Gisele Bündchen. Em dupla com Reynaldo Gianecchini.

Fogo e furto

As estruturas do Instituto Butantã estão abaladas não só pelo incêndio recente. Pesquisadores reclamam da falta de segurança contra assaltos. Dias antes do fogo, um ladrão entrou pela janela e furtou um laptop com dois anos de pesquisa farmacológica. Às três da tarde.

Coração de filho

Os integrantes da banda Sua Mãe, de Wagner Moura, levaram o disco ao pé da letra.
Convidaram suas mães para estampar a capa do primeiro disco do grupo.


Tudo meu

Paulo Malzoni é só sorrisos. O Grupo Malzoni acaba de comprar por R$ 600 milhões, da Brookfield, o controle do projeto Triple A, na Av. Faria Lima.

Com isso, se torna acionista único do edifício comercial mais valioso do Brasil, avaliado em R$ 1,295 bilhão.

Platoon

Marcado ontem. Lula e Dilma abrem suas agendas para receber hoje Oliver Stone.

Pódio

Emerson Fittipaldi não terá de pegar no volante para ganhar prêmio no GP Brasil, novembro. Na comemoração dos 40 anos da sua primeira vitória na F1.

Slow motion

Dinho Ouro Preto retoma seus shows. Volta a todo vapor estreando turnê do novo CD do Capital Inicial, Das Kapital. Dia 12, no Credicard Hall.

Distraído?

Em visita à Livraria da Vila, em São Francisco Xavier, José Eduardo Agualusa foi visto lendo a Revista da Cultura. Produzida pela livraria concorrente, a Cultura.

Farnel

Walcyr Carrasco não resistiu às tentações da serra no Festival da Mantiqueira. Trouxe na mala antepasto de shitake, licor de limão siciliano e um pote de doce de leite. Adeus dieta?


Na frente

Abrem hoje, na Galeria Luisa Strina, as exposições individuais de Gabriel Sierra e de Magdalena Jitrik.

Eike Batista comanda a palestra EBX: Construindo uma Ponte para o Brasil do Futuro. Hoje, na FAAP.

Quem saiu na fotografia publicada pela coluna no sábado, foi Beto Atílio e não Paulo Atílio.

Tem lançamento hoje de nova unidade do Kinoplex em sessão fechada para convidados. Será no Shopping Vila Olímpia, o primeiro cinema do grupo a ter salas vips, batizadas de Platinum.

Luiz Felipe d"Avila conduz nos dias 7 e 8 o Fórum CLP de Liderança Pública.
DJ"s internacionais de peso desembarcam em Campos de Jordão, sexta, para festa de 1 ano da Mokai, no Campos Winter Music Conference.

De tucano que não gosta da ideia de Andrea Neves ser a vice de Serra. "Ela é o genérico de Aécio, não cola."

SEM BOLA FICA MELHOR

DORA KRAMER

Debate interditado 
Dora Kramer 
O Estado de S.Paulo - 01/06/2010

Pesquisa do Instituto Datafolha publicada no domingo sobre a opinião do eleitorado a respeito do voto obrigatório registra um fato interessante: 48% dos eleitores brasileiros estão satisfeitos com o atual sistema e 48% gostariam que o voto fosse facultativo.


Na última pesquisa, de 2008, 53% eram a favor do voto obrigatório e 43% defendiam o facultativo. Quer dizer, cresce, e de maneira nada desprezível, o apoio da população ao fim obrigatoriedade do voto.

No mínimo, portanto, o assunto está a merecer alguma atenção por parte dos partidos, das entidades civis, dos candidatos às eleições presidenciais ou de quem quer se ofereça para, de forma organizada e com capacidade de mobilização, tirar o tema do limbo do qual é prisioneiro.

E qual a razão de um assunto como esse, de óbvio potencial de interesse público, nunca ser discutido nem servir como ponto de partida para um debate sobre reforma política feita sob a ótica da sociedade?

Pelo que se vê e ouve por aí, mitificação e, no caso dos políticos, paúra de perder reserva de mercado. A última vez que o tema esteve em discussão de maneira ampla e organizada foi na Assembleia Nacional Constituinte.

Perdeu de lavada. À esquerda e à direita (como rezava a divisão nítida da época), os partidos rejeitaram a mudança.

Os motivos?

Basicamente os seguintes: é preciso educar o povo que ainda não está preparado para a não obrigatoriedade. O voto facultativo levaria a uma enorme abstenção que retiraria a legitimidade do resultado das eleições, excluiria os pobres. Ademais, o voto obrigatório é indispensável instrumento para o aperfeiçoamento da democracia.

Há muita gente, não só políticos, que concorda e repete o arrazoado, não obstante a ausência de comprovação de quaisquer das assertivas.

Ainda que estejam certas é preciso em algum momento tirá-las do conforto da inércia para levá-las à arena do contraditório.

A obrigatoriedade do voto assegurou alguma melhoria à democracia? Quem julgará em que momento o povo estará suficientemente educado para escolher se vota ou não vota? E por que, das mais de 230 nações do planeta, estariam certas as menos de 30 que adotam o voto obrigatório?

Lei e realidade. O ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, agora atuando na defesa do presidente Lula e do PT, acha que as multas já aplicadas pela Justiça Eleitoral foram injustas, porque os programas dos partidos não têm natureza educativa.

"São programas de propaganda política. São para dizer o que o partido fez e comparar com o que o seu opositor fez", argumenta.

Ocorre que os programas são destinados a propaganda partidária e o sistema é pluripartidário. Logo, a figura do "opositor" só existe em situação de disputa, o que caracteriza o uso eleitoral.

Thomaz Bastos não é o único entre os advogados atuantes nas campanhas a defender a adaptação da lei à "realidade". A oposição também vai por essa linha.

Daí a opção pelo uso dos programas partidários como propaganda eleitoral do pré-candidato José Serra.

A partilha. Do ponto de vista da lógica interna dos nichos de poder no partido, para o PMDB vale mais o Maranhão que Minas Gerais, cujo valor político é inestimável para o PT.

No Maranhão a família Sarney joga a manutenção do mando no feudo. Já disputar o governo de Minas representa para os petistas a última chance de conquistar um Estado relevante.

Mas o PMDB não aceita fazer a divisão de interesses no meio termo. O acordo nacional é claro: empresta seu apoio ao PT para a conquista da Presidência em troca do restante do País.

Se o PT ganhar o Planalto, o PMDB é parceiro nessa vitória, elege boa leva de governos estaduais e ainda domina as representações da Câmara e do Senado.

Se perder o Planalto, o PT fica praticamente sem nada; o PMDB pode até eleger menor quantidade, mas sempre terá um bom colchão de governadores, deputados e senadores para continuar sendo um partido muito influente. Joga sem risco.

ANCELMO GÓIS

INSTITUTO LULA NO RIO
ANCELMO GÓIS
O GLOBO - 01/06/10

Lula deve criar, depois que deixar o governo em dezembro, um instituto para gerir os arquivos pessoais, a exemplo do que fizeram FH e muitos ex-presidentes no exterior.
Ontem, o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes tocaram no assunto com o presidente e propuseram que a sede do Instituto Lula seja no Rio.

BOEING DA VIDA 
Ainda mata-se muito no Rio. Mas a situação está melhorando.
Em abril, houve uma queda de 19,9% no número de homicídios, segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP). Foram 434 mortes contra 542 em abril de 2009.

SEGUE...
De janeiro a abril foram 389 assassinatos a menos, equivalente à capacidade de um Boeing, no Rio em relação a igual período do ano passado.

COPA DA SALIÊNCIA 
A saliência em Johannesburgo, sede da seleção brasileira na Copa, sofreu uma grave baixa ontem.
A polícia da província de Gauteng prendeu o gerente do randevu Teazers, clube de strip-tease que bomba na noite da cidade. O danadinho teria posto dinheiro das moças de vida difícil na sua própria conta bancária.

NO MAIS 
O presidente da Alemanha, Horst Köhler, renunciou após declaração infeliz.
Se o procedimento fosse adotado por aqui... Deixa pra lá. Com todo o respeito.

SEXO A BORDO A TAM 
vai distribuir preservativos para os passageiros, do dia 7 agora até o Dia dos Namorados, 12 de junho. A iniciativa integra campanha de combate à aids que tem apoio também de Natura, Bradesco, Itaú e Nestlé. Ah, bom!

DISPARA VENDA DE TV
A indústria da Zona Franca de Manaus está rindo à toa. Em tempo de Copa, a troca de TVs convencionais por LCD dispara. 
São tantos televisores de última geração embarcados de avião que o aeroporto local enfrentou atrasos de oito a nove dias para liberar as cargas.

APAGÃO DA INFRAERO
Pelas contas de Ronaldo Mota, do Centro das Indústrias do Amazonas, as vendas na Zona Franca, que cresceram 64% no 1 trimestre, devem bater o recorde de US$ 36 bi no ano:
— Elas poderiam ser maiores, não fosse o apagão da Infraero. 

LULA DO PAU OCO
A coluna estranhou que Lula batesse bumbo mês passado no lançamento do navio João Cândido, que só vai ser entregue em setembro.
A Transpetro diz ser tradição no setor o batismo ocorrer até cinco meses antes da entrega.

EDITAL DO MARACANà
A Secretaria Estadual de Obras lança amanhã o edital de licitação da reforma do Maracanã, orçada em R$ 720 milhões.
Diz lá que obra começa no dia 1 de agosto e que precisa ser entregue até 31 de dezembro de 2012. 

VAI DIMINUIR
A distância entre as cadeiras será aumentada em 2 cm (dos atuais 48 cm para 50 cm). A capacidade do estádio será reduzida de 82.238 para 76.525 pessoas. 

BOLA FORA
Os advogados de Adriano conseguiram ontem à noite evitar que o Imperador preste depoimento sobre sua mais recente confusão: as fotos em que aparece com uma suposta arma e festejando a facção criminosa CV.

GOSTOSA

MÍRIAM LEITÃO

Nos autos 
Míriam Leitão 

O Globo - 01/06/2010

Blairo Maggi mandou carta a propósito da coluna sobre a Operação Jurupari e garantiu que nunca pressionou ninguém a apressar liberação de licença ambiental. No dia 12 de janeiro, ele ligou para o superintendente de Gestão Florestal da Sema pedindo uma resposta para um assunto do interesse do deputado Mauro Savi, porque, segundo disse: “o trem tá enrolado”.

Muitos trens estão enrolados por lá, segundo o relatório da Polícia Federal que flagrou envolvimento de autoridades e funcionários da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), no governo Blairo Maggi, em fraudes que levaram a desmatamento e um prejuízo calculado em R$ 880 milhões.

Maggi começa a carta assim: “Contrariamente ao que foi escrito no artigo de vossa autoria intitulado ‘Insustentável’, onde no último parágrafo há a afirmação de que nas investigações aparecemos ‘pressionando para apressar a liberação de licenças ambientais que favoreciam políticos’, qualquer pessoa, inclusive vossa senhoria, pode comprovar ao ler a transcrição da referida escuta, não ter ocorrido situação em que pedíssemos aprovação ou reprovação de requerimentos de licenças ambientais em nosso estado.” Ele não pede a aprovação, mas pede “atenção” ao deputado.

No dia 10 de janeiro de 2010, Maggi ligou para a Sema. A Polícia Federal registra assim: “Blairo Maggi, governador do estado, liga para Alex (Alex Sandro Marega, superintendente de Gestão Florestal) e pede para anotar o número de dois processos e ver porque eles estão enrolados na Sema. Blairo pede que Alex dê uma atenção ao deputado Mauro Savi quando ele procurá-lo, porque ele não está conseguindo falar com Alex. Alex fala que vai olhar o processo e dar retorno para Maggi.” Blairo fala assim: “Anota dois protocolos pra você me dar uma resposta porque esse trem tá enrolado.” Alex pega os processos. Um é pedido de LAU, Licença Ambiental Única, e o outro um plano de Manejo da Fazenda Mosquito, de Luiz Carlos Bedin.

Como é o governador, Alex se apressa: “Tá. Vou verificar e passo a resposta pro senhor ainda agora.” Blairo acrescenta: “Tá. Passa pra mim depois. Viu Alex? Eu gostaria que você desse uma atenção quando ele ligar aí. O deputado Mauro Savi, ele é nosso líder do governo que tá sempre conversando com vocês e até me disse que não tem conseguido falar. Eu quero que você dê uma atenção pra ele tá?” Alex concorda, e Blairo ainda pede o celular.

No dia 15, ele liga para o governador e diz que analisou os dois projetos. Diz que em um deles é só cumprir o pedido que ele será liberado, mas conta que o pedido para a Fazenda Mosquito é ilegal.

O fazendeiro queria aprovar plano de manejo em cima de área que já teve plano de manejo do Ibama há pouco tempo. Avisa que pelas normas ele só poderá desmatar na área em 25 anos. Blairo pergunta se não tem como autorizar. Ele diz que não.

“Isso a legislação não permite né?”, diz Blairo. E Alex responde: “Isso é um dos negócios que dá cadeia.” Em seguida, conta que ligou para o deputado e que Savi vai lá conversar com a Sema. Alex, no inquérito, aparece em indícios de outras fraudes.

Blairo disse na carta que em nenhum momento as transcrições o mostram “solicitando favorecimentos a políticos.” E mais adiante afirma que jamais a Operação Jurupari “inferiu ou declarou” que ele intercedeu em favor de alguém. “Razão pela qual desconhecemos em que vossa senhoria se baseou para posicionar-se de tal maneira em relação aos fatos.” Eu me baseei nesse diálogo.

No relatório da Polícia Federal de Mato Grosso, página 64 do primeiro volume, em que fala pela primeira vez desse telefonema, e no quarto volume, página 29, onde há a transcrição do diálogo. O telefonema do governador se dá depois de várias gestões feitas pelo então secretário de Mudanças Climáticas, Afrânio Migliari, em favor do mesmo caso.

Maggi argumenta que “pedir agilidade e eficácia no trabalho dos servidores públicos não sugere conduta inadequada ou ilícita.” É verdade, mas o pedido de agilidade e eficácia tem que respeitar o princípio da impessoalidade.

Um pedido do governador faz com que o assunto seja olhado imediatamente.

Como foi. E ele pediu atenção a um específico processo.

A Polícia Federal não pediu o indiciamento do ex-governador.

Fez isso com 105 outras pessoas, a maioria funcionários do governo, alguns em altos postos. Na operação, foram 91 presos, inclusive Alex Sandro Marega e Afrânio Migliari. Todos já foram beneficiados por habeas corpus. O gigantesco e minucioso relatório da PF mostra até que eram manipulados dados do sistema de georeferenciamento do Sisflora para “tirar” do mapa fazendas que estavam em terras indígenas, ou tirar propriedades do próprio sistema para esconder as irregularidades.

Afrânio está envolvido em 38 casos de fraude. O ex-secretário de Meio Ambiente Luiz Daldegan — que também foi preso — suspendeu a proibição de plantar eucalipto numa fazenda na Chapada dos Guimarães.

Blairo, na carta que assina “empresário, ex-governador e pré-candidato ao Senado” (cuja íntegra pode ser lida em meu blog), listou ações do seu governo para aumentar a proteção da floresta.

Nos autos, o que se vê é uma coleção exuberante de indícios apurados pela PF de ações ilegais dentro da secretaria que deveria proteger o meio ambiente.

CLÁUDIO HUMBERTO

“Parece que virou política do governo [boliviano] mandar cocaína”
CANDIDATO TUCANO A PRESIDENTE, JOSÉ SERRA, CRITICANDO O GOVERNO DE EVO MORALES

INTERVENÇÃO NO DF SÓ SE FUNDAMENTA EM ARRUDA 
Considerada juridicamente “frágil” por ministros do Supremo Tribunal Federal, a ponto de exigir pelo menos duas emendas, a representação do Ministério Público Federal baseou seu pedido de intervenção no DF apenas em acusações ao então governador José Roberto Arruda e na relutância da Câmara Legislativa em apurá-las. As alegações perderam força após a prisão de Arruda, sua destituição e a renúncia do seu vice.

STF É QUE DECIDE
Apesar da fragilidade da ação, o STF pode intervir no DF ainda assim, com objetivo de resguardar instituições contaminadas pela corrupção.

CONFIANÇA 
Procurador-geral do governo do DF, Marcelo Galvão confirma a “perda de objeto” no pedido de intervenção no DF. Acha que o STF o rejeitará.

PANDORA, FASE 2
A intervenção no DF só retomará sua força com a fase 2 da operação Caixa de Pandora, que seria iminente, em desdobramento empresarial.

MAIS PRISÕES 
São fortes os rumores de que o Superior Tribunal de Justiça estaria examinando 51 pedidos de prisão, na fase 2 da Caixa de Pandora.

UNB ARTICULA COTAS PARA MILITANTES DO MST
Um professor da Universidade de Brasília, que se apresenta como “de confiança” do reitor, viaja Brasil afora tentando vender a reitores de universidades federais a ideia de fixar cotas para militantes do MST. Na prática, o MST indicaria os favorecidos para vagas em universidades, num esquema inspirado na política de cotas raciais. A coluna procurou ouvir a UnB através de sua assessoria, mas não obteve resposta. 

OLHA O NÍVEL
José Geraldo, reitor da UnB, é conhecido pelo apelido de “Zé do MST”, por sua prestimosa atuação como advogado do movimento clandestino.

PONGA, ARAPONGA 
Atende por “PC” um dos espiões que seguem políticos em Brasília que têm algo em comum: são adversários do ex-governador Joaquim Roriz.

HAJA ADUBO
A bilionária Previ, fundo de pensão do Banco do Brasil, é um jardim reservado à “cumpanherada”: saiu Sergio Rosa, entrou Ricardo
Flores.

BOLSA-DITADURA
Atentado da Vanguarda Popular Revolucionária, há 40 anos, arrancou a perna de Orlando Lovecchio, estudante que passava pelo consulado dos EUA em SP. O terrorista, Diógenes Oliveira, levou R$ 1,6 mil por mês e R$ 400 mil de bolsa-ditadura. Lovecchio ganha R$ 571 do INSS. 

CORDA FROUXA 
O Partido Trabalhista Nacional recorreu ao STF para revogar a lei de improbidade administrativa que pune servidores públicos por falcatruas e afins. Deve achar que corrupção pouca no País é bobagem...

A BOMBA ANDA
Justiça do Rio deu 30 dias para as Indústrias Nucleares do Brasil e o ex-superintendente Roberto Nogueira da Franca explicarem o “cano”, há 16 anos, de US$ 62 milhões em urânio emprestado à falida Nuexco. 

PARECE, MAS NÃO É 
O presidente da OAB-MT, Cláudio Stábille, defende o afastamento do presidente do TRE, desembargador Evandro Stábille, investigado no esquema de vendas de sentenças. Apesar do sobrenome, não são parentes. O processo no STJ está com ministra Nancy Andrighi.

ENTROU ÁGUA 
A Odebrecht ganhou, mas não levou: o Ministério Público pediu a anulação da concorrência para privatização do serviço municipal de água e esgoto em Blumenau (SC), sob alegação de “direcionamento”.

PELO TÚNEL 
O Dnit (ora, o Dnit), do Ministério dos Transportes, repassou R$ 48 milhões para uma obra da Prefeitura de Maringá (PR) com suspeita de superfaturamento de R$ 35 milhões, apontada pelo Tribunal de Contas da União. A “granolina” aditivada vai para um túnel de 600 metros.

PONTO DE INTERROGAÇÃO 
O ponto eletrônico determinado pelo Ministério do Trabalho nas empresas poderá provocar demissões, opina o diretor da D’Moraes Recursos Humanos, Cláudio Moraes. O governo arrecadará mais, porém o custo do equipamento sairá de alguma fonte. Adivinhem...

BRIOCHE COM TRUFAS 
Os sindicatos franceses ameaçam parar o país em junho, contra a aposentadoria acima de 60 anos. Coitados: sem fator previdenciário, defasagem de 50% da inflação e promessa de aumento de 7,7%. 

PENSANDO BEM...
está na hora de Lula se oferecer (de novo) para mediar (mais um) conflito no Oriente Médio. De preferência num navio. 

PODER SEM PUDOR
MAURINHO É UM DOCE 
Petistas resvalavam no cinismo para minimizar o escândalo da ONG Ágora, fundada por petistas, que emitiu notas frias para arrancar R$ 800 mil dos cofres públicos, em 2004: “O Maurinho é muito rico, não precisa disso”, dizem, referindo-se a Mauro Dutra, amigo milionário de Lula e dono da ONG.
– O Maurinho é muito ladrão! – explodiu indignado o deputado José Thomaz Nonô (PFL-AL), recomendando depois a distribuição de óleo de peroba na bancada do PT.

2 ABILOLADOS

TERÇA NOS JORNAIS

Globo: Mundo condena Israel por ataque a frota humanitária

Folha: Israel ataca barco humanitário e causa protestos pelo mundo

Estadão: Israel ataca barcos civis, mata 10 e causa repúdio mundial

JB: O mundo contra o “terrorismo de Estado”

Correio: Uma bomba-relógio chamada Detran

Valor: 'Clube do bilhão' tem 85 empresas abertas no país

Jornal do Commercio: Israel ataca pacifista e o mundo protesta

segunda-feira, maio 31, 2010

MARCELO DE PAIVA ABREU

Brasil fanfarrão

Marcelo de Paiva Abreu
O Estado de S. Paulo - 31/05/2010
 

As avaliações das ações diplomáticas brasileiras em relação à política nuclear do Irã têm sido marcadas por intensa radicalização das análises. Obra de gênio ou protagonismo irresponsável? É uma história sem mocinhos. Mas alguns são mais bandidos do que outros. O Brasil, buscando exposição para consolidar o seu pleito por reconhecimento como voz global. Os EUA, com posição mais marcada pelas limitações da sua política interna do que por compromisso efetivo com a contenção do projeto nuclear iraniano. O Irã, signatário do Tratado de Não-Proliferação Nuclear (TNP), em busca de formas de se desvencilhar de suas obrigações e disposto, em meio a imprecações contra Israel e os EUA, a desenvolver armas que possibilitem o reequilíbrio estratégico no Oriente Médio. No fundo da quadra, na raiz da reação iraniana, Israel, não signatário do TNP, confiando em seus artefatos nucleares como peças cruciais de dissuasão a um ataque de vizinhos hostis.

A análise de custos e benefícios indica que, embora a intermediação brasileira tenha aumentado a visibilidade global do Brasil, a postulação a um assento no Conselho de Segurança da ONU foi negativamente afetada. As relações bilaterais com os EUA se deterioraram ainda mais, a despeito das assertivas diárias de altos funcionários brasileiros de que elas nunca foram tão boas. Já antes da visita de Lula a Teerã era clara a animosidade de círculos do governo dos EUA quanto ao que diagnosticam como antiamericanismo visceral da atual diplomacia brasileira.

A controvérsia em torno da carta de Obama a Lula sobre o formato de um compromisso sério iraniano em relação ao seu programa nuclear suscita mais perguntas do que respostas. Seria, obviamente, mais produtivo discutir a carta com base em mais informações sobre as circunstâncias que cercaram o seu envio e vazamento. Cabem dúvidas sobre a coerência dos EUA, ao incitar o Brasil a ser intermediário de Teerã e promover a aplicação de sanções antes que o Irã formalizasse seu compromisso. Mas em que medida o governo brasileiro se prontificou, um tanto apressadamente, a ser simples executor de política definida previamente por Washington? Faltam peças no puzzle.

A insistência dos EUA, e agora de boa parte dos membros do Conselho de Segurança, na insuficiência dos compromissos iranianos tem que ver com a concomitante declaração de Teerã de que continuará a enriquecer urânio com teor compatível com o uso em artefatos nucleares. Mesmo os russos, agora vilipendiados pelos iranianos, parecem convencidos da inadequação dos compromissos do Irã na esteira da iniciativa do Brasil e da Turquia. Para não falar da França, curioso "parceiro estratégico" do Brasil. A pergunta que fica é: o que é mesmo que o Brasil estava fazendo por lá?

Em todo o episódio, há como pano de fundo um distinto clima de saudades mal disfarçadas do Brasil Grande com ambições nucleares. Faz parte do "ethos" brasileiro lidar mal com insucessos e, também, com sucessos. Quanto ao sucesso, essa ciclotimia estrutural se manifestou pela última vez na esteira do boom econômico de 1968-1973. Muitos se lembrarão do clima de bazófia coletiva que tomou conta de um país que "ninguém seguraria". Quem viveu viu no que deu. As atuais perspectivas de melhoria do desempenho econômico estão levando a um aquecimento de expectativas que evoca a década de 1970.

Quanto às tentações nucleares, apesar de o Brasil ser signatário do TNP, como corolário da Constituição de 1988, há registro de declarações do vice-presidente da República e do ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos que sugerem arrependimento quanto ao assunto. No contexto do episódio iraniano essas declarações são preocupantes e é natural que provoquem desconfiança entre nossos parceiros e, sobretudo, entre nossos vizinhos. Devemos ter tanto medo do Brasil fanfarrão quanto do Brasil vira-lata.

Qualquer que seja o juízo sobre a diplomacia recente do Brasil, é evidente que Lula não terá substituto como ator principal numa tentativa de continuação da política externa brasileira baseada no protagonismo. Alguém imagina Serra ou Dilma Rousseff ? com o véu de estilo ? se abraçando ao Mahmoud Ahmadinejad do dia?

A política externa terá de ser reconstruída com base em premissas diferentes: terá de voltar a ser política do País, e não do presidente. O abandono da ênfase nos fogos de artifício abrirá caminho para uma política externa calcada em interesses concretos, com foco em resultados mais permanentes. O candidato José Serra aponta para uma prioridade essencial: a reconstrução do Mercosul, levando em conta as crônicas dificuldades em relação à sua implementação, com possível recuo para uma zona de livre comércio. Isso abrirá espaço para que o Brasil negocie acordos comerciais que deem substância a iniciativas políticas ora em curso, notoriamente no caso do bloco do Bric.

Por último, mas não menos importante, é necessário reconstruir a relação bilateral com os EUA, sem levar em conta posições principistas ingênuas e, sim, os reais interesses do Brasil.

PARABÉNS

31/05
ANIVERSÁRIO DO BLOG

4 ANOS DE INFORMAÇÃO

MÔNICA BERGAMO

Didi no mundo 
Mônica Bergamo 

Folha de S.Paulo - 31/05/2010

Didi Wagner volta a apresentar no dia 7 de junho o "Lugar Incomum", do canal Multishow. Na estreia da atração, ela mostra um roteiro alternativo de Londres, com várias dicas de passeios, pubs e lojas.

EMBOSCADA NOS ESTÁDIOS

Por "sugestão" de patrocinadores da Copa 2014, o Senado está discutindo projeto que cria uma zona "livre" ao redor dos estádios em que serão realizados os jogos no Brasil. A ideia é proibir que empresas concorrentes façam o "marketing de emboscada" perto das arenas, invadindo o espaço dos patrocinadores para promover suas marcas.

FORMIGUINHA
A ideia promete polêmica. Como um bar que fica perto do Morumbi e vende a cerveja Devassa, pregando cartazes dela nas paredes, por exemplo, terá que atuar já que a Brahma é patrocinadora da Copa 2014? O senador Jefferson Praia (PDT-AM), relator do projeto, diz que vai chamar representantes de microempreendedores para participarem da discussão.

VIRTUAL
Ana Hickmann deve lançar neste ano o seu site de e-commerce com os produtos que licencia, que poderão ser adquiridos na web. Só de bolsas são 68 modelos. A apresentadora quer também abrir uma loja, em 2011, com mercadorias de sua grife -inclusive as que já saíram de linha.

VIZINHANÇA
Por pouco Dilma Rousseff (PT) não cruza com o vice de Marina Silva (PV), o empresário Guilherme Leal, nos corredores do prédio da Votorantim, na rua Amauri, em SP. Há alguns dias, ela foi recebida em almoço reservado pela família Ermírio de Moraes (Fábio, Carlos e José Ermírio de Moraes Neto). É que Guilherme, dono da Natura, tem escritório no 3º andar. A Votorantim fica do 10º ao 16º.

DEZENA
Como os patriarcas da família Ermírio de Moraes, Guilherme é um dos poucos brasileiros já citados na lista de bilionários da "Forbes".

MODA POPULAR
Pela primeira vez em 29 edições, um "lounge" da SPFW (São Paulo Fashion Week) estará aberto para pessoas que não têm convites. O espaço, patrocinado pela C&A, terá TVs que vão exibir os desfiles. Apesar de ser instalado na Bienal, o local não dá acesso ao interior do prédio e nem às passarelas. Também não haverá comes e bebes. O evento de moda começa no dia 9 de junho.

TROPA GLOBAL
Executivos da Globo Filmes se encontraram recentemente com o diretor José Padilha, de "Tropa de Elite", num evento de cinema. Por conta disso, circulou a informação de que a empresa poderia se associar ao cineasta. "Conversamos sobre datas de estreia, nada mais", diz Padilha. "Tropa" chega às telas no mesmo dia que "Nosso Lar", inspirado no livro psicografado de Chico Xavier: 3 de setembro.

DANIEL ATACA DE NOVO
E a Globo quer transformar a novela "Saramandaia", de Dias Gomes, em filme 3-D. Com Daniel Filho na direção.

SEM CENSURA
Na página que criou para celebrar seus cinco anos de existência, o YouTube fez um mapa com 70 vídeos do período. Entre eles está a surpreendente entrevista que Gilmar Mendes, ex-presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), deu ao site em abril. Nela, o ministro responde a perguntas de internautas, sem pré-seleção nem censura. Apesar do incômodo de alguns questionamentos, o vídeo acabou, como se vê, entrando para a história.

VÃO-SE OS ANÉIS
O restaurante Leopolldina, que funciona na Villa Daslu, vai fechar quando a marca que dá nome ao espaço mudar para o novo shopping JK, em 2011. Já as baladas Buddha Bar e a recém-aberta Kiss & Fly não vão deixar o endereço. O restaurante Forneria ainda não definiu o seu destino.

DA GUITARRA ÀS CARRAPETAS
Depois do show em São Paulo, o tecladista e guitarrista da cantora Cat Power, Gregg Foreman, virou DJ do Bar Secreto.

CURTO-CIRCUITO
O cardiologista Roberto Kalil Filho foi escolhido para ser o padrinho da área de saúde da Apae pelos próximos dois anos.

A exposição "Copas do Mundo de A a Z", nova mostra temporária do Museu do Futebol, no estádio do Pacaembu, será inaugurada hoje. O evento começa às 19h.

O diretor Oliver Stone participa da pré-estreia do documentário "Ao Sul da Fronteira", hoje, às 21h, no teatro da Faap.

A jornalista Lulie Macedo, editora da Serafina, dá o curso "Edição de Revistas - Modo de Fazer", amanhã, às 19h30, no espaço Polo de Pensamento Contemporâneo, no Rio.

GOSTOSA

PAINEL DA FOLHA

Onde pega
RENATA LO PRETE

FOLHA DE SÃO PAULO - 31/05/10

Na origem do desentendimento entre Cezar Peluso e Gilmar Mendes a propósito do custo do mutirão carcerário está a insatisfação da magistratura paulista, da qual o atual presidente do CNJ é egresso, com providências tomadas na gestão de seu antecessor.
Foi na era Gilmar que o conselho acabou com o "auxílio-voto" -contratação de juízes de primeira instância para absorver parte do trabalho dos desembargadores, prática disseminada no TJ-SP. Foi também sob Gilmar que o CNJ proibiu a venda de 30 dos 60 dias de férias dos juízes. Tudo somado, há quem sinta no ar o intuito de limitar o raio de ação do conselho.

É fria Técnicos do CNJ disseram ontem ter alertado previamente auxiliares de Peluso para o fato de que a cifra de R$ 7 mi, citada por ele em reunião do conselho como correspondente ao total de gastos com o mutirão, estava errada. Foram R$ 4 mi.

Geografia Na gestão Peluso, o departamento do CNJ encarregado do sistema prisional está sob a responsabilidade de dois juízes do Rio Grande do Sul, Estado que não participou do mutirão.

E só No discurso de posse de Peluso, chamou a atenção de um convidado ilustre a observação de que "cabe ao conselho zelar pela autonomia dos tribunais", não acompanhada de referência à possibilidade de intervenção federativa representada pela existência do CNJ.

Consultório Fernando Pimentel (PT) conversou na quinta-feira passada com o marqueteiro Duda Mendonça. O movimento confundiu ainda mais os que ainda não sabem se o ex-prefeito de BH permanecerá na coordenação da campanha de Dilma Rousseff ou se lançará candidato ao governo de Minas.

Ele voltou Marcus Flora, número dois da Secom na era Luiz Gushiken, reapareceu do exílio provocado pelo escândalo do mensalão. Está analisando pesquisas para a campanha de Dilma.

Pela ordem O QG de Dilma não se alarma com a constatação, feita pelo Datafolha, de que seus eleitores consideram Serra mais experiente. Segundo pesquisas internas, os atributos mais valorizados seriam compromisso com os mais pobres, ideias novas e honestidade.

Piscou pra mim 1 A semana começa com tucanos e petistas igualmente confiantes na perspectiva de sacramentar aliança com Osmar Dias (PDT) no Paraná. Os primeiros querem que o senador dispute a reeleição na chapa de Beto Richa (PSDB). Os segundos, que ele se lance ao governo, ancorando o palanque de Dilma no Estado. Os dois lados afirmam ter recebido sinais de compromisso do pedetista.

Piscou pra mim 2 Candidato ao Senado, o ex-governador Roberto Requião (PMDB), que vive aos tapas com o PT, no momento trabalha em rara sintonia com o partido. Quer afastar a concorrência de Osmar Dias.

Um dia... Voltou a crescer a pressão para que ACM Júnior (DEM) aceite se recandidatar ao Senado pela Bahia. O argumento é que a chapa encabeçada pelo correligionário Paulo Souto padece de um nome eleitoralmente forte em Salvador e na região metropolitana.

...depois do outro O esforço para vitaminar o palanque de Paulo Souto, esteio de José Serra no quarto colégio eleitoral do país, visa empurrar para o segundo turno a disputa com o governador Jaques Wagner (PT), líder isolado nas pesquisas.
com LETÍCIA SANDER e DANIELA LIMA

tiroteio

"Encomendamos um novo estudo para fazer uma reforma administrativa de verdade no Senado. Quem está criando caso queria aprovar um absurdo na surdina." DO SENADOR PEDRO SIMON (PMDB-RS), sobre as críticas à contratação de nova consultoria da Fundação Getúlio Vargas.

contraponto

Bola de cristal

Na semana passada, quando o ministro Marcio Zimmermann (Minas e Energia) falava a uma subcomissão do Senado sobre a construção da hidrelétrica de Belo Monte, Flexa Ribeiro (PSDB-PA) aproveitou para dizer que José Serra, se eleito, dará continuidade e ampliará os projetos do governo nessa área. Foi interrompido pelo colega Delcídio Amaral (PT-MS), que protestou:
-Você está fazendo campanha...
O tucano rejeitou de pronto a acusação:
-Não é campanha, é premonição!