O GLOBO - 12/01
O movimento dos moderados na Malásia foi definitivamente o ponto de destaque do seminário que se encerrou em Kuala Lumpur. E a romã, fruta que simboliza a Academia da Latinidade porque se tornou sinônimo de renovação, multiplicidade, fecundidade, universalidade e, sobretudo, diversidade, acabou transformando-se no símbolo da reunião da Academia da Latinidade com o Movimento Global de Moderados, lançado em 2010 pelo primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak, em discurso na ONU.
Coube à embaixadora brasileira Maria Auxiliadora Figueiredo resumir os objetivos comuns dessa união: a Academia da Latinidade tem a intenção de fortalecer os laços entre pessoas e países de cultura latina para promover o diálogo entre nações de diferentes heranças. O Movimento Global de Moderados, de seu lado, trabalha para eliminar o extremismo presente em várias religiões e avançar com a moderação, conceito considerado indispensável ao intercâmbio de pessoas de diferentes credos, culturas e valores.
Como lembrou a embaixadora Maria Auxiliadora, a romã foi uma das primeiras frutas cultivadas pelo homem, ainda na Idade do Bronze, por volta de 3500 a.C. Ela passeou pela História da Humanidade, trazendo sempre à tona os símbolos que acompanham a romã nesse trajeto. De acordo com a mitologia chinesa, comer a romã propicia uma vida mais longa e produtiva.
Na Armênia, a romã é servida costumeiramente em casamentos por simbolizar a fertilidade do novo casal, e as mulheres árabes usam as sementes da romã para prever sua fertilidade. Por volta de 1600 a.C., a romã foi levada pela Síria para o Egito, onde foi valorizada como alimento e fazia parte do suprimento obrigatório da casa de um faraó. Tornou-se tão venerada que desenhos da romã foram encontrados em paredes de tumbas, simbolizando a vida depois da morte. Quando o Templo de Salomão foi construído, seus pilares foram decorados com a romã, e desenhos da fruta foram incluídos nas vestes dos sacerdotes judeus.
Até mesmo circulou a versão de que a fruta comida por Adão e Eva no Paraíso foi uma romã, e não maçã, lembrou a embaixadora. Quando o zoroastrismo tornou- se a maior religião da antiga Pérsia, romãs eram associadas à fertilidade. Árvores de romã foram plantadas nos jardins dos templos de Zoroastro porque suas folhas permanecem verdes a maior parte do ano, tornando- se símbolo da vida eterna.
No budismo, a romã é uma das três frutas sagradas e representa as influências favoráveis. O profeta Maomé considerava as romãs frutas preciosas para a nutrição, trazendo equilíbrio emocional e físico.
Em pinturas de Botticelli, Raphael e Filippino Lippi, a Virgem Maria aparece com o Menino Jesus e uma romã, símbolo da ressurreição de Jesus e vida eterna.
Também os modernos movimentos artísticos como fauvismo, cubismo e surrealismo, através de artistas como Paul Cézanne, Henri Matisse, Pablo Picasso e Salvador Dalí, pintaram romãs.
Ao lançar o movimento dos moderados, o primeiro-ministro da Malásia convocou "todas as religiões que estão comprometidas a trabalhar juntas para combater e marginalizar extremistas que deixaram o mundo refém de sua intolerância e preconceito". Na definição do governo da Malásia perante a ONU, o país é um modelo de moderação e equilíbrio, um país multiétnico, multirreligioso, multicultural e democrático que soube lidar com essa diversidade promovendo o respeito mútuo, a coexistência pacífica, interação positiva e sinergias entre as várias comunidades e religiões.
Confrontado com a quase inexistência de miscigenação no país, e com a lei que protege a maioria malaia com cotas e reservas de mercado no serviço público, prejudicando as minorias chinesa e indiana, Razali Ismail, presidente da Fundação do Movimento Global de Moderados, admitiu que "nunca conseguimos chegar ao ideal, mas estamos criando condições para isso".
Resta torcer para que todo esse simbolismo em favor da diversidade e da convivência entre os contrários se torne realidade tanto dentro da Malásia quanto no mundo que o Movimento Global de Moderados pretende representar.
Saio de férias. A coluna volta a ser publicada no dia 4 de fevereiro.
Coube à embaixadora brasileira Maria Auxiliadora Figueiredo resumir os objetivos comuns dessa união: a Academia da Latinidade tem a intenção de fortalecer os laços entre pessoas e países de cultura latina para promover o diálogo entre nações de diferentes heranças. O Movimento Global de Moderados, de seu lado, trabalha para eliminar o extremismo presente em várias religiões e avançar com a moderação, conceito considerado indispensável ao intercâmbio de pessoas de diferentes credos, culturas e valores.
Como lembrou a embaixadora Maria Auxiliadora, a romã foi uma das primeiras frutas cultivadas pelo homem, ainda na Idade do Bronze, por volta de 3500 a.C. Ela passeou pela História da Humanidade, trazendo sempre à tona os símbolos que acompanham a romã nesse trajeto. De acordo com a mitologia chinesa, comer a romã propicia uma vida mais longa e produtiva.
Na Armênia, a romã é servida costumeiramente em casamentos por simbolizar a fertilidade do novo casal, e as mulheres árabes usam as sementes da romã para prever sua fertilidade. Por volta de 1600 a.C., a romã foi levada pela Síria para o Egito, onde foi valorizada como alimento e fazia parte do suprimento obrigatório da casa de um faraó. Tornou-se tão venerada que desenhos da romã foram encontrados em paredes de tumbas, simbolizando a vida depois da morte. Quando o Templo de Salomão foi construído, seus pilares foram decorados com a romã, e desenhos da fruta foram incluídos nas vestes dos sacerdotes judeus.
Até mesmo circulou a versão de que a fruta comida por Adão e Eva no Paraíso foi uma romã, e não maçã, lembrou a embaixadora. Quando o zoroastrismo tornou- se a maior religião da antiga Pérsia, romãs eram associadas à fertilidade. Árvores de romã foram plantadas nos jardins dos templos de Zoroastro porque suas folhas permanecem verdes a maior parte do ano, tornando- se símbolo da vida eterna.
No budismo, a romã é uma das três frutas sagradas e representa as influências favoráveis. O profeta Maomé considerava as romãs frutas preciosas para a nutrição, trazendo equilíbrio emocional e físico.
Em pinturas de Botticelli, Raphael e Filippino Lippi, a Virgem Maria aparece com o Menino Jesus e uma romã, símbolo da ressurreição de Jesus e vida eterna.
Também os modernos movimentos artísticos como fauvismo, cubismo e surrealismo, através de artistas como Paul Cézanne, Henri Matisse, Pablo Picasso e Salvador Dalí, pintaram romãs.
Ao lançar o movimento dos moderados, o primeiro-ministro da Malásia convocou "todas as religiões que estão comprometidas a trabalhar juntas para combater e marginalizar extremistas que deixaram o mundo refém de sua intolerância e preconceito". Na definição do governo da Malásia perante a ONU, o país é um modelo de moderação e equilíbrio, um país multiétnico, multirreligioso, multicultural e democrático que soube lidar com essa diversidade promovendo o respeito mútuo, a coexistência pacífica, interação positiva e sinergias entre as várias comunidades e religiões.
Confrontado com a quase inexistência de miscigenação no país, e com a lei que protege a maioria malaia com cotas e reservas de mercado no serviço público, prejudicando as minorias chinesa e indiana, Razali Ismail, presidente da Fundação do Movimento Global de Moderados, admitiu que "nunca conseguimos chegar ao ideal, mas estamos criando condições para isso".
Resta torcer para que todo esse simbolismo em favor da diversidade e da convivência entre os contrários se torne realidade tanto dentro da Malásia quanto no mundo que o Movimento Global de Moderados pretende representar.
Saio de férias. A coluna volta a ser publicada no dia 4 de fevereiro.
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