quarta-feira, junho 20, 2012

Lula malufou para Maluf lular - JOSÉ NÊUMANNE


O ESTADÃO - 20/06



Há nos afagos entre o ex-governador Paulo Maluf (PP-SP) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP), sob os olhares embevecidos de Fernando Haddad, mais filustria do que possa perceber nossa vã filosofia. Mas, por incrível que pareça, há também muita sintonia. Ou, como reza o título do romance famoso de Goethe, Afinidades eletivas. Como? - perguntará o leigo desabituado aos vaivéns da política, que o ex-governador de Minas e banqueiro Magalhães Pinto comparava com a mutação das imagens formadas pelas nuvens no céu. Ele mesmo comprovou sua metáfora fundando o PP com seu principal adversário mineiro, Tancredo Neves - um, ex-UDN, outro, ex-PSD -, aparentemente inconciliáveis. Os mais ingênuos dirão que não há traços ideológicos comuns entre o PT de Lula e o PP atual, que conta entre seus mais fortes dirigentes com um sobrinho do presidente que foi sem nunca ter sido, como a Viúva Porcina, Francisco Dornelles, também aparentado do caudilho gaúcho Getúlio Dornelles Vargas. Ora, ora, mas quem está interessado em ideias? Na política contemporânea contam cargos na máquina administrativa pública e segundos no horário da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV. O PP ficou com um cargo; o PT, com mais 95 segundos para vender seu peixe fora d'água ao eleitorado escaldado, como sempre o foi o paulistano.

Maluf nunca deixou de ser o que dele dizia Lula nos tempos em que encarnava o furibundo João Ferrador, personagem das greves do ABC lideradas por ele nos jornais dos metalúrgicos nos anos 70 e 80 do século 20: um "filhote da ditadura". Prefeito nomeado pelos militares para administrar a maior cidade do País, o ricaço descendente de libaneses ganhou de seus admiradores a imagem do realizador, tocador de obras. O símbolo desse gestor que faz mais é o horrendo Minhocão, sem o qual hoje o trânsito paulistano não fluiria. Seus detratores, entre os quais os petistas que estão no poder federal e os tucanos que governam o maior Estado da Federação, o rotularam como símbolo da malversação do ensebado dinheiro do Zé Mané, que paga impostos e quase nada recebe em troca do Estado. Essa moeda de duas faces, não necessariamente excludentes nem sequer opostas, poderia ter a inscrição "rouba, mas faz" do velho Adhemar.

Mas Lula está longe de ser o demônio execrado pelos malufistas de antanho como um perigoso inimigo do mercado e da democracia, um sindicalista subversivo que liderava grevistas furiosos no ABC e se deixou, depois, politizar por antigos guerrilheiros que queriam mudar o sinal de uma ditadura de direita por outra de esquerda. Mais longe ainda está o PT, que o sindicalista fundou, de sua imagem original de partido ideológico comprometido com a mudança de "tudo o que está aí". Atolado até o pescoço num pântano de corrupção e desmandos em administrações municipais, estaduais e federal, o partido se deixou levar pelo canto da sereia da conciliação de seu principal líder e ocupou o bote salva-vidas ao lado de Jader Barbalho, Severino Cavalcanti e... Maluf.

Para sobreviver no campo minado da política partidária brasileira, Lula trocou os piquetes do ABC pelo toma lá dá cá franciscano, superando os aliados que combateu antes de cingir a faixa presidencial. Para tanto adotou, sem pejo, a retórica dos cultores da velha realpolitik tupiniquim. Nisso o milionário da madeireira foi um mestre valioso para o aplicado estudante egresso do miserável semiárido nordestino. Se não o superou em cinismo, tarefa reconhecidamente hercúlea, cultiva a caradura com eficiência ainda maior. Pilhado em algum passo em falso, aplica fintas que nem Mané Garrincha foi capaz de incluir em seu amplo repertório. E com muito mais credibilidade do que as tentativas de drible que seu mais recente aliado tem repetido para tirar o pé das armadilhas dos repórteres maledicentes e dos promotores incansáveis que vasculham as contabilidades de suas gestões. O dono do PP já foi muitas vezes alcançado pelos braços longos da lei, mas nessas ocasiões, até agora, escapou desse abraço escorregando como bagre ensaboado para o amplo território da impunidade do país da Justiça lerda e vesga. O senhor do PT lança mão de súditos que assumiram bandalheiras que chegaram pertinho de seu gabinete palaciano e se tem saído com habilidade de invejar Arsène Lupin, protagonista de populares folhetins policiais. Posto diante das evidências de que, no mínimo, não ignorava o que faziam seus auxiliares na fraude dita "mensalão", saiu-se com a patacoada tornada dogma de fé de que tudo não passara de "intriga da oposição".

É notório - e não deixa de ser ridículo - o truque chinfrim de marketing de Maluf de se apropriar de quase tudo o que pareça plausível de ter sido obra dele desde a posse de Tomé de Souza como governador-geral. Lula foi adiante em esperteza e criatividade ao criar o próprio slogan, "nunca antes na história deste país". Maluf sabia que nunca precisaria comprovar afirmações duvidosas. Lula construiu o próprio mito de forma a nem sequer ser questionado a respeito.

Maluf foi beneficiário do arbítrio. E Lula tornou-se dirigente sindical atendendo ao anseio de parte dos militares que topavam tudo para impedir a influência de Leonel Brizola, herdeiro presuntivo do inimigo número um das casernas, Getúlio Vargas, no aparelho sindicalista que o caudilho de São Borja forjou. Com as greves, o esperto sobrevivente da pobreza do semiárido passou a simbolizar o ideal do povo brasileiro cultivado pela esquerda que ganharia nas urnas a guerra perdida na tentativa de tomar o poder com as armas. Maluf foi escorraçado dos palácios e virou uma aposta perdida de volta da direita ao topo.

Neste ambiente em que governabilidade justifica barganha e pouca vergonha se confunde com pragmatismo, Lula malufou para Maluf lular, enfurecendo os tucanos que perderam a chance de preceder o PT no afã.

Socuerro! Maluf rouba a cena! - JOSÉ SIMÃO

FOLHA DE SP - 20/06


Mas o Maluf nunca mentiu: "Eu não tenho dinheiro no exterior". Não tem mesmo. O dinheiro é NOSSO! Rarará!


Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Socuerro! Salve-se quem puder! Todos para o abrigo! TURCOCIRCUITO EM SAMPA! O Maluf roubou a cena! De novo?! Essa aliança do Lula com o Maluf não é uma aliança, é algema!

O Lula achou o Maluf antes da Interpol! E um cara no meu Twitter: "Maluf mais Haddad vira MALDDAD!" E adorei a charge do Frank: Sabe o que o Lula falou pra estrelinha do PT? "Deixa de bobagem e dá um abração no Titio Maluf".

Mas o Maluf ainda dá voto. Um amigo meu vota até hoje no Maluf por três motivos: 1) Rouba, mas faz. 2) Mente, mas não convence. 3) É culpado, mas ninguém prova. E o Lula vai na Ana Maria Braga dar receita de "frango à Maluf": Primeiro você rouba o frango, depois você faz como quiser mesmo. Rarará!

E essa: "Lula acusa Maluf de roubar um de seus dedos". Rarará! Mas o Maluf nunca mentiu: "Eu não tenho dinheiro no exterior". E não tem mesmo. O dinheiro não é dele. É NOSSO! Rarará!

E o Rio+20? Rio+20 peitos de fora! Adorei a Marcha das Mulheres. Todas batendo bumbo e de peito de fora. E uma levantou a placa: "Gastei um dinheirão nesse peitão". O que prova que feminista também tem humor.

E matam tanto líder ambiental no Pará, que não é mais desmatamento, é "matamento"! Então a Amazônia está com dois problemas: desmatamento e "matamento"! E um amigo disse que a Amazônia devia virar um resort: Faz 18 buracos e vira campo de golfe! E no Rio+20 só pode usar ipad orgânico e camisinha de polpa de buriti!

E um ecologista radical: "A raça humana é a maior peste do planeta". O que ele sugere? Suicídio em massa? Só falta eles levantarem o cartaz: "Extingam os humanos! Salve o planeta!". Toda vez que tem cópula climática eu acordo com medo e com culpa! A minha simples existência já prejudica o planeta! E sabe o que o planeta disse pros ecologistas radicais? "Não me encham o saco. Deixem-me morrer em paz!".

E é hoje que o Brasil para! Libertadores: Santos X Corinthians. Peixe X Gambá! Os corintianos gastaram todo o dinheiro da mistura em fogos. E os santistas gastaram todo o dinheiro da aposentadoria em fogos! Tudo bem, contanto que nenhum corintiano estoure rojão no portão do meu prédio!

Nóis sofre, mas nóis goza!

Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

Na retranca - MIRIAM LEITÃO


O GLOBO - 20/06

O momento mais difícil dos últimos dias para o Itamaraty foi quando a União Europeia ameaçou, na segunda-feira, não levar o documento aos níveis superiores, o que significava sair das negociações. O momento de maior alívio para a diplomacia brasileira aconteceu ontem, ao meio-dia, quando o documento foi aprovado. A estratégia foi tirar o que incomodasse qualquer grupo. A soma dos vetos desidratou o texto O Futuro que Queremos.

A partir de hoje começa a reunião dos chefes de Estado, e o texto está fechado. A comissária europeia para a Ação Climática, Connie Hedegaard, desabafou no Twitter: "Riomais20, muito ’tomam nota’ e ’reafirmam’ e pouco ’decidem’ e ’se comprometem’." De fato, dos 20 primeiros parágrafos, cinco começam com "reconhecemos", e seis, com "reafirmamos".

Na entrevista coletiva, as autoridades brasileiras repetiram com palavras diferentes o mesmo recado. "Foi possível assegurar o não retrocesso", disse a ministra Izabella Teixeira, do Meio Ambiente. "Depois de uma longa batalha confirmamos os princípios do Rio", disse o ministro Antonio Patriota, referindo-se à conferência de 20 anos atrás. O embaixador Figueiredo também comemorou ter sido possível "preservar e não retroceder". O negociador André Corrêa do Lago disse que foi "possível reiterar e não ir para trás".

Some essas declarações e você entenderá o que houve. O Brasil jogou na retranca. O importante passou a ser reafirmar o que foi estabelecido há 20 anos. Assim, o futuro que queremos ficou com a cara do passado que tivemos.

E não fomos felizes no passado. O Brasil, como já disse aqui, desmatou em 20 anos uma área equivalente a São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo somados. A China mais que duplicou as emissões dos gases de efeito estufa. Estados Unidos, Brasil, China, Índia não assinaram o Protocolo de Kioto e isso aumentou as muitas falhas do único acordo de redução de emissões já assinado. Depois de 15 Conferências das Partes, o mundo não tem um novo acordo global de emissões dos gases de efeito estufa. O acordo de proteção da biodiversidade não impediu o desaparecimento de inúmeras espécies.

O Itamaraty teve medo de que a reunião fracassasse por não fechar o documento. O Brasil é que propôs a reunião. Na época, a proposta foi mal recebida por muitos. Vários países disseram que o ciclo das grandes conferências da ONU já havia se esgotado. A insistência e a articulação do Brasil, da qual participaram ONGs internacionais, levaram à aprovação do encontro.

O Brasil trabalhou para evitar que esta fosse uma espécie de COP-17 e meia, ou seja, não quis que fosse sobre a questão climática. Se as duas últimas reuniões, de Cancún e Durban, fossem mais bem sucedidas, aqui poderia ser o local da assinatura do tão sonhado acordo global das emissões dos gases de efeito estufa. Por isso, o Brasil manobrou para evitar essa estrada interditada e propôs que o tema fosse "desenvolvimento sustentável". Negociou para que a reunião estabelecesse objetivos de desenvolvimento sustentável e decidisse qual órgão passaria a comandar a questão ambiental na ONU. Parecia uma trilha, mas reuniões preparatórias foram uma sucessão de impasses. Na quarta-feira da semana passada, os delegados se debruçaram sobre um documento apenas 30% fechado. Ontem, o Itamaraty se congratulava por estar com ele 100% aprovado.

Para isso teve que abandonar a ideia de transformar o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) na agência ambiental da ONU. Os Estados Unidos vetaram a agência porque têm medo de interferência em sua política interna. A União Europeia queria muito que o Pnuma ganhasse poderes de agência. A solução foi pôr no documento que o órgão será fortalecido. Em vez de ter apenas 52 membros, será universal. Terá mais dinheiro e pode ser promovida. A que e quando, o documento não diz.

O fundo de US$ 30 bilhões que seria criado desapareceu. Agora há apenas a decisão de criar uma comissão de especialistas intergovernamentais, que vai até 2014 estabelecer mecanismos financeiros para garantir recursos. O que atrapalhou aqui foi a insistência da China, com Brasil e Índia, de manter intocado o princípio das "responsabilidades comuns porém diferenciadas". Esses países não querem pagar o preço de terem crescido. Fica mais absurdo no caso da China, a maior chaminé do mundo.

Seriam lançados aqui no Rio os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Ficou assim: os chefes de Estado reconhecem a importância de ter objetivos. Vai se constituir um grupo de trabalho na próxima assembleia da ONU, que fará um relatório para a reunião do ano que vem.

Houve um momento nos últimos dias de tensas e longas negociações que o Brasil dava como certo que haveria um acordo sobre oceanos que permitiria a negociação de legislação sobre águas territoriais. Estados Unidos e Venezuela ficaram contra. Foi a mais exótica aliança da reunião.

O Brasil recolheu os vetos, avançou para o passado e confirmou a Rio 92. A diplomacia brasileira diz que foram lançadas pontes para decisões futuras. Resta torcer pelas pontes. Hoje começa a reunião dos chefes de Estado. O Brasil comemora o fato de que há um texto aprovado sobre a mesa.

Melvinia e Sally, negras americanas - ELIO GASPARI

FOLHA DE SP - 20/06


Michelle Obama tem um pé na casa-grande, pois a senzala era um harém para os fazendeiros americanos


CONFIRMADO: O trisavô da companheira Michelle Obama era branco. Exames de DNA provaram que ela descende do filho de um pequeno fazendeiro da Geórgia. O rapaz deveria ter seus 20 anos e, por volta de 1860, acasalou-se com Melvinia, uma escrava de seus 15.

Em 2009, a repórter Rachel Swarns, do "New York Times", revelou a existência de Melvinia, de quem Michelle nunca ouvira falar. Desde então ela colheu amostras de DNA de três parentes de Michelle, de uma bisneta do filho de Melvinia e de uma descendente branca do filho do fazendeiro. Agora publicou "American Tapestry" ("Tapeçaria Americana - A história dos ancestrais negros, brancos e multirraciais de Michelle Obama"). O e-book sai por US$ 14,99. De Melvinia sabe-se quase nada. Com as guerreiras negras de quem descende Michelle, aprende-se muito.

Numa ironia dos tempos, o primeiro presidente negro dos Estados Unidos é produto da tenacidade de um casal branco do Kansas, que praticamente perfilhou o menino Barack, nascido de um casamento desajustado de sua filha com um queniano. Negro mesmo é o ramo de Michelle, com um pai zelador e a mãe, Marion, dura como rocha.

É ela quem descende de Melvinia. Mora na Casa Branca, onde cuida das netas e faz compras nos supermercados próximos.

O rastro de Melvinia é um pedaço vivo da história dos Estados Unidos. Quase todos os descendentes do sinhozinho do século 19 evitam falar do assunto, pois não lhes fica bem entrar na Casa Branca pela porta da senzala. Antes de Melvinia, os descendentes de Thomas Jefferson contestavam que ele tivesse vivido maritalmente com a escrava Sally Hemmings, com a qual teve um número incerto de filhos, talvez seis.

Antes de ser eleito presidente (1801-1809), Jefferson, viúvo, levou Sally para Paris, como criada de sua filha. A moça tinha 14 anos e era mulata muito clara. Seu pai e um avô eram brancos. Retratando a época, Sally e sinhá Martha, a mulher de Jefferson, tiveram o mesmo pai. Em 1997, exames de DNA mostraram que um homem do ramo de Jefferson era ascendente de pelo menos um filho da escrava. Sally, seus irmãos e seus filhos viveram como criados na fazenda do patriarca, em melhores condições que Melvinia.

Dolly, a fenomenal mulher de James Madison, sucessor de Jefferson, teria dito que as mulheres dos fazendeiros americanos eram as "escravas-chefe" do "harém dos senhores". Pouco se sabe de Charles, o filho do fazendeiro. Melvinia morreu em 1938 e não falava do assunto. Dos Hemmings sabe-se mais, porque um filho de Sally contou seu caso em 1873. Pena que os Jeffersons tenham queimado parte da correspondência do ex-presidente.

A história de Jefferson com Sally e sua família está em "The Hemmingses of Monticello - An American Family", um grande livro, ganhador do premio Pulitzer. O e-book sai por US$ 9,99.

O jovem professor brasileiro Bruno Carvalho escreveu na Universidade Harvard em 2005 um brilhante estudo, intitulado "Cláudio Manuel da Costa e Thomas Jefferson, dois 'Pais da Pátria' e o tema das relações inter-raciais no Brasil e nos Estados Unidos". Ele mostrou como o poeta da Inconfidência tratou a escrava Francisca Arcangela Cardoso com quem viveu por 30 anos e cinco filhos, a "bela Eulina, que é todo meu amor, o meu desvê-lo". Já os Jeffersons deletaram Sally.

Reconhecimento tardio - CELSO MING


O Estado de S.Paulo - 20/06


Depois de sucessivas declarações em contrário, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, admitiu ontem que o governo Dilma está preocupado com o raquitismo do caixa da Petrobrás e que, por isso, estuda um reajuste dos preços dos combustíveis que não produza impacto excessivo sobre a inflação.

Assim, o governo reconhece tardiamente dois graves equívocos da política de combustíveis adotada até agora: (1) o de administrar preços à custa do caixa da Petrobrás: e (2) o de solapar com essa prática a capacidade de investimentos em petróleo.

Há nove anos não há reajustes dos preços ao consumidor. A última alteração ocorreu em novembro (aumento de 2% no diesel e de 10% na gasolina) sem alteração nos preços no varejo, porque o governo reduziu a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), tributo embutido nos preços cobrados das distribuidoras na refinaria. De lá para cá, as cotações do petróleo tipo Brent, referência para a definição dos preços internos, avançaram de US$ 95,64 por barril de 159 litros, em janeiro de 2011, para US$ 126, em março deste ano, para em seguida recuar a US$ 96,54 seu nível atual.

A justificativa oficial para a manutenção dessa política populista foi a de que tanto o governo federal como a Petrobrás precisam trabalhar no longo prazo, sem concessões à volatilidade dos preços internacionais.

Agora que a aflição causada pela perspectiva de um novo pibinho em 2012 (crescimento da atividade econômica provavelmente inferior aos 2,7% obtidos em 2011) tomou conta do governo Dilma, não há mais como esconder o atraso dos preços internos e seu impacto negativo sobre a capacidade de investimentos da Petrobrás.

Essa política de achatamento dos preços produziu outros efeitos colaterais nocivos. O primeiro deles foi ter provocado alta artificial do consumo físico de gasolina, que, somente em 2011 saltou 18,9%. O segundo foi ter prejudicado o desempenho da balança comercial porque a empresa teve de importar gasolina e diesel para suplementar o consumo interno aquecido. O terceiro efeito perverso foi ter tirado competitividade do etanol carburante. Como os preços da gasolina permaneceram artificialmente achatados, os preços do etanol, atacados pelo aumento dos custos de produção, também ficaram para trás. O resultado foi o desestímulo à produção de cana-de-açúcar, de etanol e de açúcar. E aí já temos o quarto efeito ruim: o encolhimento da produção agrícola.

Não há, ainda, indicação do tamanho do reajuste que o governo está disposto a dar aos combustíveis nem em que escalonamento será feito. Sabe-se que o Plano de Negócios da Petrobrás divulgado parcialmente na semana passada recomenda correção de 15%. No entanto, como já ocorreu por ocasião do último reajuste, é provável que parte dessa conta seja absorvida pelo governo, por meio da redução da Cide. Com esse corte do tributo, estaria produzindo um reajuste maior para a Petrobrás e menor para o consumidor, de maneira que a alta de preços tivesse impacto mais baixo sobre o custo de vida.

De todo modo, esta correção não resolve tudo. Para eliminar as distorções, será preciso adotar uma política mais realista de preços.

Aqui até governo paga imposto - PEDRO FERREIRA e RENATO FRAGELLI


Valor Econômico - 20/06


Uma peculiaridade brasileira é gerar fatos impensáveis em outros países. Nossa independência foi obra de Pedro I, um português, filho do rei de Portugal. A República foi proclamada por Deodoro da Fonseca, um marechal monarquista que fez questão de ser enterrado com as medalhas que recebera do imperador por ele deposto. A abertura política foi conduzida por Sarney, presidente do antigo PDS, o partido dos militares que sucedeu à antiga Arena.

Por ocasião da Assembleia Nacional Constituinte, devedores que haviam tomado empréstimos durante o ano do Plano Cruzado, inebriados pela ilusão de que não seriam pegos no contrapé com a volta da inflação, organizaram um movimento cujo objetivo era forçar os bancos a perdoar parte de suas dívidas. No momento da votação, coube a um deputado do partido comunista, Roberto Freire, sair em defesa dos bancos com uma emenda que restringia o benefício a um determinado valor não muito alto. Um incauto estrangeiro de passagem por Brasília perguntaria estupefato "como pode um parlamentar comunista sair em defesa de bancos que cobram juros excessivos?" Freire fora informado que os bancos privados, por serem mais ágeis que os públicos, já haviam renegociado seus créditos, de modo que a bonança recairia somente sobre os bancos públicos, isto é, sobre o contribuinte. Pensando no bem comum, Freire agiu prontamente.

Nesta semana, o ministro dos Esportes, deputado Aldo Rebelo, do mesmo partido comunista, foi homenageado em clima de festa durante a comemoração que marcou a posse do novo presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária. Em seu discurso, Aldo inflamou os ruralistas com um duro discurso contra ONGs estrangeiras que lutam pela preservação do meio ambiente. O mesmo incauto estrangeiro indagaria "como pode um parlamentar comunista sair em defesa de latifundiários que desmatam abertamente?" Deixaremos ao leitor a resposta.

Mas os benefícios continuam onde sempre estiveram: baixos e muito concentrados em grandes grupos

Mais casos surpreendentes? No Brasil, o gasto com o seguro-desemprego aumenta justamente quando a taxa de desemprego cai! Em 2012 deve atingir R$ 40 bilhões. Como explicar? Fraudes? Elas existem, mas não justificam a magnitude do fenômeno. Parte da explicação está na maior formalização no mercado do trabalho que amplia o universo de trabalhadores com acesso ao seguro. Mas a causa principal são os incentivos econômicos embutidos nas regras que regem o seguro: para receber o benefício durante três meses, basta que o trabalhador comprove vínculo empregatício por no mínimo seis meses e no máximo onze meses, nos últimos 36 meses. Assim, em momentos de baixo desemprego, muitos trabalhadores forçam sua demissão para receber o seguro - e também o FGTS que lhes rende juros reais negativos -, pois não temem ficar desempregados após o término do prazo de pagamento do seguro.

Na semana passada, o Valor publicou um interessante artigo onde Ribamar Oliveira descreve as condições impostas pelos parlamentares das regiões Norte e Nordeste para aprovar a Medida Provisória 564 que criou o programa Brasil Maior e autorizou uma capitalização de R$ 100 bilhões para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Segundo seu relator, deputado Danilo Fortes (PMDB-CE), "a medida foi concebida com uma visão muito voltada para o Sudeste". O resultado da barganha parlamentar junto ao governo foi uma transferência de R$ 4 bilhões para o Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e outra de R$ 1 bilhão para o Banco da Amazônia (Basa). Também está sendo negociada uma alteração da Lei 7.827 de modo a "conceder aos bancos administradores dos fundos constitucionais maior flexibilidade para negociar as operações que descumpram os contratos".

Conclui-se que, não apenas os empresários daquelas regiões vão ter mais recursos subsidiados para tomar no futuro, como terão facilidades na renegociação da inadimplência de recursos tomados no passado. E, diga-se de passagem, o histórico de inadimplência em relação as fundos constitucionais é mais um exemplo de "coisas que só acontecem no Brasil".

Até 2000, devido a práticas contábeis pouco ortodoxas, a taxa de inadimplência dos empréstimos do Fundo Constitucional do Nordeste (FNE) oscilava em torno de 2%. No entanto, em 2001, o Banco Central forçou o Banco do Nordeste, o administrador desse fundo, a registrar todos os empréstimos vencidos como inadimplentes, uma vez que estes estavam sendo classificados como "sob renegociação" ou sendo renovados sem qualquer pagamento. Com isto a taxa de inadimplência do FNE saltou, de um dia para o outro, para 31,5%. Isto é, um terço dos valores dos empréstimos - já altamente subsidiados - não eram realmente pagos! Aos poucos essa taxa foi sendo reduzida, mas com a "maior flexibilidade para negociar as operações que descumpram os contratos" provavelmente crescerá novamente.

O episódio acima mostra que, sobre os R$ 100 bilhões que o governo decidiu transferir ao BNDES para financiar campeões nacionais escolhidos por seus burocratas, incidirá uma alíquota de 5% de imposto cujos beneficiários serão alguns privilegiados das regiões Norte e Nordeste. Com sua incompreensível política industrial, o Brasil tornou-se o único país do mundo onde o governo tributa a si mesmo. Oxalá o aumento do custo dessa política convença o governo a suspendê-la, dado que os benefícios continuam onde sempre estiveram: baixos e muito concentrados em grandes grupos empresariais. O que, convenhamos, é mais um exemplo de política tipicamente brasileira.


*Pedro Cavalcanti Ferreira e Renato Fragelli Cardoso são professores do pós graduação da Escola de Economia da Fundação Getulio Vargas (EPGE-FGV)

O PT e Hosny Mubarak - VINICIUS TORRES FREIRE

FOLHA DE SP - 20/06


Ser petista em SP era, pelo menos, opor-se às ideias assemelhadas ao malufismo; não mais


HOSNY MUBARAK, um dia ditador do Egito, era ontem motivo de controvérsia nas manchetes eletrônicas da mídia internacional. Estaria "clinicamente morto"? "Totalmente" morto (isto é, morto e desligado da tomada)? Estaria mesmo vivo?

Que estivesse vivo era difícil de acreditar. A gente sabia que Mubarak era uma, digamos, múmia-viva faz tempo, um morto-vivo, sem alma, um fantasma que assombrava os egípcios.

Nestes dias de passamento final do ditador egípcio, as pessoas que ainda se ocupam de política no Brasil também discutiam ainda e talvez de uma vez por todas se o PT está clinicamente morto, totalmente morto, putrefato ou se está vivo demais. Vivaldino.

Sim, o debate surgiu devido à aliança de Fernando Haddad, candidato petista a prefeito de São Paulo, com Paulo Maluf e seu partido.

Apesar de procurado pela polícia no resto do mundo civilizado, francamente Maluf não difere lá muito da maioria dos tipos que lideram os partidos aliados do PT.

Em certos aspectos, Maluf, a cúpula do PMDB, os "capi" dos partidos da "base aliada", mensaleiros de escol, não são muito diferentes de gente que tomou a cúpula do PT a partir de meados dos anos 1990. A diferença, até agora, ao menos, está na ambição monetária, por assim dizer. Os casos documentados do pessoal do PT são mais modestos.

Mas mesmo as pessoas que pertencem ao minúsculo bloco restante da esquerda que merece levar esse nome já dão de barato que a coalizão liderada pelo PT e o PT estão cheios de adeptos da mensalagem e de variantes mais ou menos ambiciosas de amigos da liberalidade com o dinheiro público.

A discussão que sobrou, se tanto, é sobre os aspectos "simbólicos", "políticos", "culturais", ou, sabe-se lá, de o PT, em especial em São Paulo, em especial se tratando do PT de Haddad, chancelar o malufismo.

Parece ocioso, mas não custa lembrar o que foram um dia o malufismo e o PT.

Ser petista em São Paulo era, pelo menos, no mínimo, se opor ao pacote básico da assinatura malufista.

Isto é, era se opor à ditadura militar e seus restos. Maluf governou São Paulo por indicação da ditadura e foi o último candidato da Arena, o partido dos ditadores, a presidente pelo Colégio Eleitoral, contra Tancredo Neves.

Maluf banalizou a ideia de que polícia boa é polícia que mata. Implantou um projeto urbanístico que destroçou a cidade de São Paulo para sempre. É autoritário, no mínimo, sexista ("estupra mas não mata"), um populista de extrema direita, para resumir a sua opereta-bufa (pois tem trejeitos mussolinianos).

Sim, política é colocar as mãos na lama. Sim, além de levar uma secretaria no governo federal, Maluf não deve apitar no governo paulistano, caso Haddad vença. Sim, não importa muito que Haddad seja ou tenha sido um intelectual da extrema-esquerda (teórica) uspiana. Sim, Haddad não se equipara a Nicolas Sarkozy fazendo média com os fascistas do Front National.

Na prática, parece que nada disso tende a fazer muita diferença. Parece. Mas fica a impressão de que certas coisas, embora "clinicamente mortas", ainda não haviam sido desligadas da tomada. Haddad e Lula puxaram o fio.

A vingança maligna de Maluf - EDITORIAL O ESTADÃO


O Estado de S.Paulo - 20/06


Perto das imagens que estavam ontem na primeira página dos principais jornais do País, o fato de o PT de Lula ter ido buscar o apoio do PP de Paulo Maluf à candidatura do ex-ministro da Educação Fernando Haddad à Prefeitura de São Paulo chega a ser uma trivialidade. O chocante, pela abjeção, foi o líder petista se dobrar à exigência de quem ele já chamou de "ave de rapina" e "símbolo da pouca-vergonha nacional", indo à sua casa em companhia de Haddad, e posar em obscena confraternização, para que se consumasse o apalavrado negócio eleitoral.

Contrafeito de início, Lula logo silenciou os vagidos íntimos de desconforto que poderiam estragar os registros de sua rendição e cumpriu o seu papel com a naturalidade necessária, diante dos fotógrafos chamados a documentar o momento humilhante: ria e gesticulava como se estivesse com um velho amigo, enquanto o anfitrião, paternal, afagava o candidato com cara de tacho. Da mesma vez em que, já lá se vão quase 20 anos, colocou Maluf nas "nuvens de ladrões" que ameaçavam o Brasil, Lula disse que ele não passava de "um bobo alegre, um bobo da corte, um bufão". Nunca antes - e talvez nunca depois - o petista terá errado tanto numa avaliação.

Criatura do regime militar, desde então com uma falta de escrúpulos que o capacitaria a fazer o diabo para satisfazer as suas ambições de poder, prestígio e riqueza, Maluf aprendeu a esconder sob um histrionismo não raro grotesco a sua verdadeira identidade de homem que calculava. As voltas que o País deu o empurraram para fora do proscênio - menos, evidentemente, no palco policial -, mas ele soube esperar a ocasião de mostrar ao petista quem era o bobo alegre. A sua vingança, como diria o inesquecível Chico Anísio, foi maligna. Colocou de joelhos não o Lula que desceu do Planalto para se jogar nos braços do povo embevecido, deixando lá em cima a sucessora que tirara do nada eleitoral, mas o Lula recém-saído de um câncer e cuja proverbial intuição política parece ter-se esvanecido.

Nos jardins malufistas da seleta Rua Costa Rica, anteontem, o campeão brasileiro de popularidade capitulava diante não só de sua bête noire de tempos idos, mas principalmente da patologia da sua maior obsessão: desmantelar o reduto tucano em São Paulo, primeiro na capital, na disputa deste ano, depois no Estado, em 2014, para impor a hegemonia petista ao País com a reeleição da presidente Dilma ou - por que não? - a volta dele próprio ao Planalto, "se a Dilma não quiser". Lula não é o único a acreditar que, em política, pecado é perder. Mas foi o único a dizer, em defesa das alianças profanas que fechou na Presidência, que, se viesse a fazer política no Brasil, Jesus teria de se aliar a Judas.

Não se trata, portanto, de ficar espantado com a disposição de Lula de levar a limites extravagantes o credo de que os fins justificam os meios. O que chama a atenção é a sua confiança nos superpoderes de que se acha detentor, graças aos quais, imagina, conseguirá dar a volta por cima na hora da verdade, elegendo Haddad e sufocando a memória da indecência a que se submeteu. Não parece passar por sua cabeça que um número talvez decisivo de eleitores possa preferir outros candidatos, não pelo confronto de méritos com o petista, mas por repulsa à genuflexão de seu patrono perante a figura que representa o que a política brasileira tem de pior.

Lula talvez não se dê conta de que a maioria das pessoas não é como ele: respeita quem se respeita e despreza os que se aviltam, ainda mais para ganhar uma eleição. Ele tampouco se lembrou de que, em São Paulo - berço do PT -, curvar-se a Maluf tem uma carga simbólica incomparavelmente mais pesada do que adular até mesmo um Sarney, por exemplo. Não se iluda o ex-presidente com o recuo da companheira de chapa do candidato, a ex-prefeita Luiza Erundina, do PSB. Ontem ela desistiu da candidatura a vice, como dera a entender na véspera ao dizer que "não aceitava" a aliança com Maluf. Razões outras que não o zelo pela própria biografia podem tê-la compelido, no entanto, a continuar apoiando Haddad. Já os eleitores de esquerda são livres para recusar-lhe o voto pela intolerável companhia.

CLAUDIO HUMBERTO

“Não podemos ter juízes covardes. Não podemos ter juízes ameaçados”
Ministra Eliana Calmon, do CNJ, sobre as ameaças ao juiz da Operação Monte Carlo

SENADOR CARIOCA RECEBE DIÁRIAS PARA IR À RIO+20

Apesar de ter domicílio no Rio de Janeiro, o senador Eduardo Lopes (PRB) recebeu R$ 5,2 mil do Senado para se hospedar na capital carioca entre os dias 13 e 22 deste mês, para participar da Rio+20. O valor de cada diária gira em torno de R$ 581. O senador alegou ter recebido “automaticamente” o dinheiro, assim como outros que participam do evento, mas prometeu abrir mão da verba extra.

PAÍS DE LULA

O líder do governo, Arlindo Chinaglia (PT-SP), ficou perplexo com Lula e Maluf de mãos dadas: “Mas que País é este?”, perguntou a colegas.

MAIS DO MESMO

Os presidentes do PT, Rui Falcão, e do PMDB, Valdir Raupp (RO), acertaram ontem a aliança para o segundo turno em São Paulo.

GESTÃO PÚBLICA

Pré-candidato a presidente, o tucano Aécio Neves fez o discurso final, ontem, no lançamento da Frente Parlamentar da Gestão Pública.

BABILÔNIA É AQUI

Os jardins da nova sede do Tribunal Superior do Trabalho, em Brasília, vão custar R$ 308.703,09 ao contribuinte. Imaginem o valor da obra.

GOIÂNIA: 69,9% QUEREM DEMÓSTENES CASSADO

Pesquisa realizada pelo Instituto Mark em Goiânia, entre 15 e 17 deste mês, mostra que para 69,9% dos entrevistados Demóstenes Torres deve ser cassado. O senador é defendido por 15,70% dos ouvidos, que defendem a preservação do mandato. Outros 14,5% não souberam ou não quiseram opinar. A pesquisa ouviu 607 eleitores e foi registrada no TRE sob o nº GO-00047/2012.

MAL EM SUA BASE

Sobre Cachoeira, o Instituto Mark apurou que para 61,9% dos goianos ele não passa de um contraventor; para 23,1%, é empresário.

EMPATE TÉCNICO

O instituto Mark indica que Paulo Garcia (PT), prefeito de Goiânia, tem 22,1% das intenções de voto e Isaura Lemos (PCdoB), 20,04%.

MAIS TRÊS

Para prefeito de Goiânia, Sandes Júnior (PP) tem 10,20%, seguido de Elias Vaz (PSOL), com 7,70%, e Jovair Arantes (PTB), 4,80%.

LIXO MONITORADO

O lixo atômico do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, escolheu a dedo comitiva para a Rio+20: pelo menos um atual e cinco ex-assessores diretos dele têm mandados de prisão da Interpol, por conexão com o atentado a bomba que há 18 anos matou 85 pessoas em Buenos Aires.

BOA COMPANHIA

O ministro iraniano da Defesa, Ahmar Vahdi, o ex-presidente do país dos aiatolás Akbar Hashemi Rafsanjani, e mais seis ex-ministros, fazem companhia a Paulo Maluf no site da Interpol. Tutti buona gente!

ABOMINÁVEL

Deputado campeão de votos no DF, Chico Leite (PT) desabafou no Twitter contra a “abominável” aliança Haddad-Maluf em São Paulo. “Posso até perder todas as eleições, mas jamais perderei a dignidade”.

ELE, O CARA

Romeu Tuma Jr. está impressionado com a coerência de Lula, em cujo governo foi secretário de Justiça: “Ele barrou Marta prometendo renovação e lançou Erundina e Maluf juntos! É o cara mesmo. De pau!”

GASTOS SECRETOS

A Petrobras foi a única das estatais a negar à ONG Contas Abertas seu programa de gastos em 2011 e 2012, apesar da vigência da Lei de Acesso à Informação. Alegou que, “por decreto”, não pode divulgar.

FIM DA DEMOCRACIA

O presidente da OAB-RJ, Wadih Damous, reagiu à decisão do juiz Paulo Moreira Lima, da Operação Monte Carlo, de sair do País por uns tempos, após sofrer ameaças: “Se juízes se exilarem por medo de represálias, estará se decretando o fim da democracia brasileira”.

DESAGRAVO CEARENSE

A confraria dos cearenses em Brasília reúne-se no dia de São Pedro, 29 (sexta-feira), para homenagear em almoço o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, alvo de críticas do PT e aliados.

ARRASTA-PÉ

O ministro José Jorge (TCU) e sua mulher Socorro fazem nesta quarta sua 28ª festa junina, com a presença de figuras ilustres de Brasília vestidas a caráter. A festa celebrará o centenário de Luiz Gonzaga.

PENSANDO BEM...

...além da Interpol, Maluf também tem o pé-frio do Lula no encalço dele.

PODER SEM PUDOR

LIÇÃO DE POLÍTICA

Candidato em oposição a Jânio Quadros, Henrique Teixeira Lott, ministro da Guerra de Juscelino Kubitschek, visitou o ex-presidente Eurico Dutra, marechal como ele. Conversa vai, conversa vem, Dutra advertiu:

– Você não vai ganhar.

– Por que não?

– Ora, você não sabe falar...

– O senhor também não sabia falar e foi presidente... – lembrou Lott.

– É, mas eu não falava...

QUARTA NOS JORNAIS


Globo: Até Vaticano consegue esvaziar o documento final da Rio+20
Folha: PT perde Erundina e gera crise após se aliar a Maluf
Estadão: Foto de Lula com Maluf faz Erundina desistir de ser vice
Valor: Acordo final posterga as decisões para 2015
Estado de Minas: A vitória da impunidade
Jornal do Commercio: Celular no trânsito é como dirigir às cegas
Zero Hora: Motoristas deixarão de pagar pedágio em 15 praças no RS