domingo, julho 25, 2010

DANUZA LEÃO

Nosso maior direito
DANUZA LEÃO
FOLHA DE SÃO PAULO - 25/07/10

"VOCÊ JÁ PENSOU na maravilha que é pensar? Poder pensar? Por que maravilha? Nem sei como explicar, mas ter consciência de que se está pensando é extraordinário; quantas vezes na vida você se deu conta de que estava pensando e na liberdade que se tem quando se pensa?
Pensar nos leva de um deserto na Mongólia ao palácio de um rei, do sofrimento mais doloroso à mais escandalosa das felicidades, do ódio à paixão, da descrença à mais profunda fé, até da doença à saúde -e vale o vice-versa.
Pensar: o maior privilégio que alguém pode ter. As guerras, as revoluções, as obras de arte, os filmes, os livros, tudo, absolutamente tudo, só existe porque um dia, em algum lugar, um homem pensou, e há quem afirme que a força do pensamento pode até fazer com que as coisas aconteçam. Todas não sei, mas algumas, com certeza.
É divertido pensar; quando se pensa não há censura, nada é pecado, proibido ou contra a lei. Talvez seja, verdadeiramente, a única liberdade total que se tem.
Muitas pessoas talvez nunca tenham prestado atenção em seus próprios pensamentos: pois deviam. Essa prática pode ser melhor do que muitos filmes e muita conversa fiada, mas difícil, para quem não está acostumado. Você sabia que há muita gente que passa a vida inteira sem se dar conta do privilégio que é poder pensar?
Uma maravilha e também um perigo: basta que se fique "pensativa" para que alguém pergunte "o que você tem? Está pensando em quê?"
Nada desestabiliza mais um grupo do que perceber que uma das pessoas está longe, pensando.
Pensar é perigoso; é pensando que se descobre que a vida não está boa mas que pode mudar, que o país vai bem mas poderia ir muito melhor, é pensando que se pode transformar nossa vida e o mundo.
Nelson Mandela disse que tinha saudades do tempo que passou na prisão, porque preso ele tinha tempo para pensar. No nosso dia a dia, quando sobra um momento para se estar só, inventa-se imediatamente alguma coisa para fazer, para evitar o perigo maior que é pensar.
Ninguém -ou pouquíssimas pessoas- está completamente feliz com sua vida pessoal, seus amores, seu trabalho. Mas durante a novela ninguém está pondo em questão se poderia fazer alguma coisa para ser mais feliz. Será que os altos homens de negócios já pararam para pensar se vale a pena trabalhar tanto, se não têm nem tempo para gastar o dinheiro que já têm? E para que mais dinheiro? Para ter mais cinco pares de sapato, três bolsas, 12 camisetas? É muito bom ter um carro do ano, mas se ele fosse de 2007 seria tão diferente?
E essa mania de acumular, para deixar uma herança para os filhos, isso no fundo é um problema político. Todos sabemos que em alguns países a educação, a saúde e a aposentadoria são garantidas para toda a população, que sem precisar se preocupar tanto com o futuro, vive mais feliz -com menos frescuras, mas com mais alegria.
Está vendo no que dá, pensar?
Pensar é perigoso e subversivo, e uma coisa é certa: quem não pensa apenas faz o que os outros mandam: usam a bolsa da mesma grife porque inventaram, começaram a fumar e deixaram de fumar porque inventaram, e correm o risco de votar errado porque inventaram que quem tem carisma pode ser um bom presidente.
Quem não pensa não escolhe, e são as escolhas que podem mudar o mundo."

GAUDÊNCIO TORQUATO

A democracia no balcão

Gaudêncio Torquato 
O Estado de S.Paulo- 25/07/10

Quanto custa a democracia? Depende. Numa sociedade de cultura política desenvolvida o custo é diferente do de nações onde as instituições políticas e sociais ainda estão em processo de consolidação. O grau de desenvolvimento de um povo é boa régua para aferir a qualidade de um sistema democrático. Sob essa hipótese, pode-se garantir que quanto mais elevado o grau civilizatório de um povo, mais forte e menos custosa será sua democracia. Na ciência dos comportamentos políticos e sociais, porém, as questões não podem ser simplificadas. Não se pode esquecer que a nova disposição do mundo, abrigando amplas conexões e integração de interesses, passa a ser fator essencial na avaliação da ordem democrática de países centrais e periféricos. Os norte-americanos, por exemplo, quando avaliam a eficácia de sua democracia, levam em conta a influência que gera em outros espaços, conformando-se até com o fato de que ela começa a corroer o bolso. Veja-se a conta que pagam: US$ 1,15 trilhão para arcar com os custos das guerras no Afeganistão, no Iraque e em outras regiões do mundo. A fabulosa quantia só é menor que os US$ 4,1 trilhões gastos na 2.ª Guerra.


E quanto custa a democracia brasileira? Impossível fechar a planilha. É razoável apontar uma tendência a partir de dados que se conhecem: nossa democracia vem subindo de preço. Como não somos uma nação-império, que tem de arcar com as despesas de outros (excetuando-se o perdão concedido a débitos de países africanos e um ou outro nas proximidades), a conclusão é de que os buracos no tecido democrático são feitos aqui mesmo e por conta dos nossos padrões democráticos. Há maneiras diferentes de avaliar o rombo. Dentre elas estão gastos excessivos com estruturas públicas nas três instâncias da Federação; o adensamento das massas funcionais; a multiplicação de municípios; a sempiterna disposição de expandir o número de Estados (tramitam projetos para a criação de mais três entes federativos); os excessivos dispêndios com a burocracia inoperante; o superfaturamento de obras, ilícito banalizado que já se encaixou na rotina da administração; a ausência de planejamento com metas para os serviços públicos... Não é de admirar que esse conjunto mal-ajambrado se reflita no desenvolvimento do País, a partir da distorção na taxa de poupança nacional em relação ao PIB, que em 2009 foi de apenas 14,6%, baixa em comparação com outros países. Basta lembrar que a taxa de poupança da China é de 40% do PIB. Anote-se ainda que os chineses não são bom exemplo de democracia.
Há, porém, em nosso território um nicho que faz relação direta com o ideário democrático. Trata-se do sistema eleitoral. O escopo da democracia pode ser sintetizado pelo famoso dito de Lincoln: a democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo. O povo é, portanto, fonte primária do poder, de conformidade com o princípio da soberania popular, o qual está bem explícito no preâmbulo e artigo 1.º da Constituição de 1988. Para representar o povo políticos se engalfinham numa disputa que se torna a cada ciclo eleitoral mais acirrada e competitiva. Assim, a escolha da representação, que constituía dever de honra no berço da democracia, a velha Grécia dos grandes filósofos, transforma-se em negócio dos mais rentáveis. A bolsa da política impõe novos métodos de ação e incorpora práticas usadas no mercado de compra e troca de bens e mercadorias. Torna-se tão atraente que este ano juntará na arena eleitoral cerca de 20 mil candidatos para disputar o voto de 135 milhões de eleitores.
Por essa trilha podemos acompanhar a evolução contínua do custo da operação política essencial à oxigenação da democracia. Trata-se do custo do voto, que sobe às alturas. Vejamos.
Na campanha presidencial de 2002 o então candidato José Serra despendeu R$ 18.177.712 e Luiz Inácio gastou até mais, R$ 26.589.234. Este ano Serra gastará R$ 180 milhões, que significam um aumento de 890,22% em relação a 2002 e de 119,78% em relação ao gasto de R$ 81.900.000 feito por Geraldo Alckmin em 2006. Já a candidata Dilma Rousseff poderá gastar este ano R$ 157 milhões, representando um acréscimo de 490,46% em relação ao gasto por Lula na campanha de 2002 e de 50,52% em relação aos gastos da campanha de 2006, quando o PT gastou R$ 104.300.000. Trata-se de extraordinário aumento do custo do voto, principalmente quando se consideram as proibições feitas pelo Tribunal Superior Eleitoral, como brindes, camisetas promocionais, outdoors e showmícios com artistas. Se a campanha deste ano é mais reduzida, abriu outras direções (e despesas), a partir da logística, cujo suporte nos deslocamentos é dado por modernas aeronaves.
A substancial expansão de custos tem que ver também com a profissionalização de estruturas, nas quais se abrigam institutos de pesquisas, agências de marketing, comitês e exércitos bem treinados nas técnicas de cooptação. A formatação global do pleito em São Paulo, que abriga mais de 30 milhões de eleitores, desce ao microcosmo e chega ao menor dos Estados, onde o custo do voto vai aos píncaros. O voto em Roraima, com cerca de 270 mil eleitores, chega a R$ 116,72. A equação leva em conta as densidades eleitorais: quanto maior o número de eleitores, mais barato o voto. Em São Paulo, maior colégio eleitoral, o custo por eleitor é de R$ 6,51, mas na campanha de 2002 era metade disso. O assombro é maior quando se pinçam exemplos de outros países. No final de 2005 Angela Merkel derrotou Gerhard Schroder, na Alemanha, tornando-se chanceler, em campanha em que gastou o equivalente a R$ 134 milhões. No mesmo ano, na Grã-Bretanha, o Partido Trabalhista e o Partido Conservador gastaram cerca de R$ 144 milhões, valores inferiores ao que se gasta por aqui.
O mineiro Milton Campos, democrata e liberal, pregava um "governo mais das leis que dos homens". Infelizmente, o que estamos a assistir no País é à instalação de um governo cada vez mais dos homens e menos das leis.
JORNALISTA, É PROFESSOR TITULAR DA USP E CONSULTOR POLÍTICO E DE COMUNICAÇÃO

A TERRORISTA MENTIROSA

SERGIO FAUSTO

Modernidade ilusória

Sergio Fausto 
O Estado de S.Paulo - 25/07/10

O Brasil tem paixão por projetos que nos remetam sem escala à modernidade que invejamos nos países desenvolvidos. Uma modernidade materializada em coisas que só de serem imaginadas já nos fazem sentir como se tivéssemos alcançado uma etapa superior de nosso desenvolvimento. Brasília foi isso: uma cidade modernista rasgada no meio do nada. Dinheirão gasto num país em que à época 50% das pessoas eram analfabetas.


Agora se fala no trem-bala, cujo edital foi lançado em clima de comício eleitoral faz poucos dias. Levitará sobre os trilhos? Correrá a 300 km por hora, Vale do Paraíba afora? Ainda não se sabe, pois nem sequer o traçado da ferrovia está definido, muito menos o custo da obra, que poderá superar os R$ 31 bilhões hoje estimados. Uma coisa, porém, é certa: muitos recursos públicos serão consumidos, na forma de aportes de capital e financiamento subsidiado ao consórcio vencedor do leilão marcado para dezembro próximo.
Por trás da paixão por projetos vistosos há sempre muitos interesses. O trem-bala não foge à regra. Com tamanha disposição estatal, grandes companhias nacionais e estrangeiras movimentam-se em torno do projeto, apesar de todas as incertezas sobre a sua viabilidade econômico-financeira.
O Brasil não é mais um país com 50% de analfabetos (o porcentual reduziu-se para cerca de 10%). A qualidade da educação, porém, é sofrível. Vem melhorando, mas ao rimo de trenzinho caipira, como indicam os últimos resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). É verdade que entre 2005 e 2009 cresceu a pontuação dos alunos das escolas públicas nas provas de Português e Matemática: significativamente nas séries iniciais, pouco nas séries finais do ensino fundamental e nada ou quase nada no ensino médio. Tomara que a tendência observada nas séries iniciais se acelere e se estenda às demais. Agora, nesse ritmo, quando tempo levará para que os alunos brasileiros saibam realmente interpretar e redigir textos e usar a Matemática com competência?
Hoje eles estão longe disso. É o que revelam os dados do Programme for International Student Assessment (Pisa), cujos testes são aplicados no Brasil. O último, de 2006, mostra que mais de 70% dos alunos com 15 anos de idade nem sequer dominam os conhecimentos básicos em Matemática, 61% estão abaixo do nível mínimo aceitável em Ciências e 55% não vão além de uma leitura mecânica de textos. Enorme é a distância que os separa dos estudantes da mesma idade nos países desenvolvidos, quer se compare o porcentual de alunos nos níveis mais baixos ou nos níveis mais altos da escala de avaliação utilizada pelo programa. Tome-se Matemática, por exemplo, área na qual menos de 1% dos alunos brasileiros atingiu níveis de excelência. Nos países desenvolvidos o porcentual supera os 10%. Tal quadro não se alterou desde que os testes do Pisa passaram a ser aplicados no Brasil, em 2000.
Ou seja, quem precisa tomar um trem-bala é a educação brasileira. E o embarque já está muito atrasado.
Quando Brasília foi construída, crianças e jovens até 14 anos representavam 40% da população brasileira. A partir dos anos 70, com a diminuição do número de nascimentos e o prolongamento do tempo de vida, a pirâmide etária começou a adquirir nova forma: a base (população entre 0 e 14 anos) passou a diminuir e o meio (população entre 15 e 59 anos) a se alargar, sem, no entanto, ocorrer alteração significativa no vértice (população acima de 60 anos). Veio crescendo desde então o número de adultos em idade ativa (não suficientemente escolarizados) em comparação com o de crianças e idosos, reduzindo o que o jargão técnico denomina "relação de dependência".
Chama-se "janela de oportunidade demográfica" o período em que essa relação, que foi alta enquanto a sociedade era "jovem", se mantém baixa, antes de voltar a subir, quando a sociedade se torna "velha". Quanto à composição etária, dizem os especialistas, esse é o período em que o potencial produtivo da sociedade se encontra no auge. No Brasil, estima-se que a tal "janela de oportunidade demográfica" se fechará em 2030. Quão mais alto o nível de educação da sociedade nesse auge demográfico, que não se repetirá no futuro, maiores as chances de dar um salto em matéria de desenvolvimento.
Na educação brasileira sobram deficiências. Destaco uma delas, pela conexão estreita que tem com o desenvolvimento tecnológico, que o trem-bala nos sugere. Faltam professores especialistas para ensinar Matemática, Física e Química, as chamadas "ciências duras". A esse respeito chamam a atenção os dados do último Censo Escolar do Ministério da Educação. Eles mostram que, dos 448 mil professores do ensino médio da rede pública, apenas 22% têm formação superior nessas áreas, ao passo que 60% têm diploma universitário nas áreas de humanas. Esse desequilíbrio aponta para um déficit significativo de professores especialistas em "ciências duras" no ensino médio. Sem falar na questão da qualidade.
É uma realidade quase invisível, mas que cobra um preço alto ao País. Um de seus reflexos aparece nas estatísticas sobre a formação de engenheiros no ensino superior. Formamos cerca de 30 mil deles anualmente. A China forma mais de 600 mil e a Índia, cerca de 300 mil. Pergunto como vamos responder ao desafio de dotar o País de uma infraestrutura moderna e tornar realidade o nosso potencial de crescimento futuro, se não formarmos na qualidade e na quantidade necessárias os profissionais para tanto.
Questões como essa - que começam a ser respondidas nas salas de aula do ensino básico da rede pública - não mobilizam tanta paixão no Brasil. Afinal, quem se interessa pelo árduo esforço de aprendizado e pelo sucesso de milhões de alunos da rede pública? Bom mesmo é viajar num trem-bala movido a recursos públicos, ao lado de gente bem vestida, no eixo Rio-São Paulo!
DIRETOR EXECUTIVO DO IFHC, É MEMBRO DO GACINT-USP

JOÃO UBALDO RIBEIRO

O problema da agonia teórica


João Ubaldo Ribeiro 
O Estado de S.Paulo - 25/07/10
Normalmente, a banca de Salvatore não está muito movimentada, na hora em que chego para pegar os jornais e, logo depois, o pão na padaria. São mais ou menos cinco e meia e o dia parece amanhecer de mau humor, um friozinho penetrante emperrando juntas e fazendo Salvatore imprecar em calabrês. Na calçada da padaria, um grupo de moças e rapazes, provavelmente saído de uma festa, toma o café da manhã em algazarra, sob os olhares invejosos dos coroas. Claro que também invejoso, percebo que um casal me acena, aceno de volta, sorrio para o grupo. Que beleza, só se tem 20 anos uma vez, penso, antecipando uma volta à casa imerso em filosofias de velho. Mas sacudo a cabeça para espantar bobagens e entro na banca, onde uma sacola já me espera, com os jornais de sempre.
- Frio, hein? ? digo eu, esfregando os braços.
Só então percebo um senhor à minha frente, me encarando com ar sério, embora afável.
- Está na época ? disse ele, antes de eu lhe dar o bom-dia que tencionara.
- Como?
? Eu disse "está na época". O senhor disse que está frio, eu estou dizendo que está na época, não podemos nos queixar. Quando é inverno, faz frio. Às vezes mais, às vezes menos, mas sempre faz.
Concordei com ele, eu falava só por falar. Mas ele não deu a conversa por encerrada. Ou muito se enganava ou eu era o escritor, não era, o que escreve em jornal? Muito prazer, muito prazer, mas não vá escrever nenhum artigo contra o inverno!
- É que os jornais reclamam de tudo e, na minha opinião, isso não é correto ? acrescentou. ? O senhor vê esse caso da Receita Federal? A imprensa toda está reclamando.
- Mas tem de reclamar mesmo, isso é uma coisa muito grave.
- Não sei qual é a gravidade, é perfeitamente normal. Se dá para saber se o indivíduo tem rabo preso na Receita, por que não saber? Se interessa, se pode ajudar a ganhar eleição? É para essas coisas que o sujeito luta para chegar ao governo. Ia estar no governo pra que, pra ficar na mesma situação que quem não está? Onde é que isso entra na cabeça de alguém?
- Mas aí há uma confusão, uma coisa é o Estado, outra coisa é o governo. O Estado é distinto dos homens que o conduzem, Estado é uma coisa, governo é outra. O Estado não é de quem ocupa o governo.
- Na teoria. Na prática, o senhor sabe que é. Fica aí essa teoria muito bonita e cheia de termos complicados, mas a nossa realidade não é essa. Na minha opinião, muitos dos problemas que vivem preocupando as pessoas não existem, é tudo criação dessas teorias que a imprensa e os intelectuais adotam.
- Mas que o Estado é diferente do governo não é uma teoria, está na Constituição.
- Então? Teoria. A Constituição também é muito teórica, é por isso que em grande parte não é respeitada.
- Eu não concordo, mas, em todo caso, a Constituição prevê que os ocupantes do poder sejam renovados.
- Isso é outra coisa, isso é da democracia, de que ninguém pode reclamar de sã consciência, porque todos acabam tendo sua oportunidade e quem não se faz na política democrática é porque não quer ou então é burro e não tem competência. A não ser casos extremos, como os comunistas, que só querem pra eles e mais pra ninguém.
- Eu não estou entendendo, o senhor acha que a pessoa deve entrar na política para roubar?
- Para roubar eu considero uma expressão muito forte. Não vou dizer roubar, mas se fazer. Se fazer é perfeitamente normal. Anormal seria o sujeito entrar para uma carreira sem querer se fazer, um cara desses ou é santo ou tem que ser internado. Quando o sujeito resolve entrar, ele sabe e todo mundo sabe que é pra se fazer. Tanto assim que todos se fazem. E todo mundo já sabe que é para isso, está todo mundo acostumado, não há nada de mal, qualquer um pode chegar lá. Não é somente se elegendo, não, é conseguindo uma boa colocação, aproveitando bem o voto, sabendo mexer os pauzinhos, tem pra todo mundo e quem se queixa é porque não soube pegar o seu.
- Eu não posso concordar com o senhor. Nem todo mundo que entra em política entra para se fazer.
- Me aponte um. O senhor é capaz até de citar uma porção, mas isso é o que eles têm no papel, não de verdade. Até mais gordos todos ficam, é natural.
- Eu acho que essa visão que o senhor tem é muito negativa, não se pode pensar desse jeito.
-Claro que se pode, é só deixar dessa agonia teórica. Tudo bem que exista a teoria, eu compreendo, faz parte, o intelectual e o jornalista têm que procurar em que se ocupar. Eu só não compreendo é essa agonia teórica interferindo na normalidade das coisas. Agora mesmo eu li aí um crítico dizendo que nós não faturamos a Copa de 2010, mas vamos superfaturar a de 2014. Pra mim, isso não é razão de crítica é a realidade da oportunidade de quem se preparou para prosperar. Está certíssimo, só está errado na teoria. Eu acho que vocês da imprensa deviam se mirar no presidente, que não tem nenhuma dessas agonias teóricas. E quem é que está por cima da carne-seca, ele ou vocês? 

GOSTOSA

PAINEL DA FOLHA

Operação dissidência
RENATA LO PRETE

FOLHA DE SÃO PAULO

Vice na chapa de Dilma Rousseff (PT), o peemedebista Michel Temer fará ofensiva sobre a ala dissidente do partido, sobretudo no Sul, região onde a candidata petista obtém seu pior resultado, no Datafolha, em relação a José Serra (PSDB). Temer deve ir ao Rio Grande do Sul, onde José Fogaça (PMDB) declarou neutralidade na disputa presidencial. Fora da região, ele também visitará Mato Grosso do Sul, onde André Puccinelli (PMDB) dá palanque a Serra.
E o detalhamento da pesquisa Datafolha traz ainda uma curiosidade. Dilma vai mal entre os 7% que assinalaram o PMDB como partido de preferência: 30% das intenções de voto contra 51% de Serra.


Mutirão O assédio da campanha petista sobre os "neutros" não se resume ao PMDB. Em Santa Catarina, o PT pressiona o aliado PDT a levar para o barco dilmista a candidata ao governo Ângela Amin (PP), que tem o PDT como vice de sua chapa.

Saia justa Dilma e Lula estarão em campanha em Porto Alegre na próxima quinta-feira. Como o ato está sendo organizado pelo PT, cujo candidato no Estado é Tarso Genro, Temer não deverá se integrar nessa ocasião à comitiva. Tudo para não melindrar Fogaça.

Pedras A nova pesquisa Datafolha em Minas, apontando vantagem de 26 pontos de Hélio Costa (PMDB) sobre Antonio Anastasia (PSDB), este o candidato de Aécio Neves, reforçou ainda mais a falta de esperança de alguns tucanos em relação à "mobilização" pró-Serra do ex-governador. A lógica, defendem, é que cada vez mais a (única) preocupação de Aécio será tentar fazer Anastasia deslanchar.

Miúdos A pesquisa mostra que a dianteira de Costa não está ligada ao apoio de Lula: 74% dos entrevistados disseram não saber quem é o candidato que o presidente da República apoia.

Pelas beiradas Integrantes da cúpula do PSDB dizem ter informações de que o vice-presidente-executivo do partido, Eduardo Jorge Caldas Pereira, não foi o único alvo de vazamentos de dados da Receita Federal. Daí o próprio Serra ter subido o tom contra o PT, acusando o ex-prefeito Fernando Pimentel (PT-MG) de coordenar a produção do dossiê.

Lipoaspiração Ficou claro na primeira reunião de programa de governo dos partidos aliados a Dilma, na quinta-feira, que as críticas à imprensa não sobreviverão à versão final do documento, que deve se concentrar na divulgação de 13 diretrizes para o eventual governo.

Fica combinado O tom da reunião foi assim resumido por um dos presentes: "No texto final, não entrará tudo o que cada um quer, mas também nada que cause repulsa a alguém".

Cofre O PT distribuiu aos candidatos petistas e aliados cartilha com orientações sobre a movimentação de dinheiro na campanha presidencial. O texto diz que "para vencer uma eleição presidencial, não basta ter uma ótima candidata, um projeto aprovado por 80% do povo brasileiro e uma militância engajada". "É preciso também que todos os partidos da coligação e seus candidatos consigam arrecadar recursos suficientes para fazer uma campanha eficiente."

Papagaio Entre as orientações, está a de que todo gasto de campanha precisa ser aprovado previamente pelo comitê financeiro nacional sob pena de não ser reconhecido posteriormente.

Revisão A campanha petista agora diz que houve amadorismo na organização do primeiro comício de Lula com Dilma, no Rio, sobretudo em relação à estimativa de público para lá de otimista divulgada pelo partido. Agora, os petistas reconhecem que dificilmente antes do início da propaganda na TV, em 17 de agosto, conseguirão mobilizar grandes massas nos eventos de rua.

com SILVIO NAVARRO e LETÍCIA SANDER

tiroteio

"O Brasil inteiro sabe que o especialista em dossiê é o próprio Serra. Aliás, desde a eleição de 2002, no caso da Roseana Sarney."
DO DEPUTADO REGINALDO LOPES, presidente do PT-MG, respondendo às declarações do candidato tucano, segundo quem o dossiê elaborado pela campanha de Dilma Rousseff foi coordenado por Fernando Pimentel (PT).

contraponto

D'Artagnan

Candidato a deputado federal, o estilista Ronaldo Esper contou dias atrás que preparava um slogan para sua campanha baseado na frase: "3636, agulhando a corrupção por vocês". Novato em disputas eleitorais, Esper afirmou, entretanto, que a ideia não tem muita chance de prosperar.
-Acho que não vai colar, o partido não gostou muito.

ELIO GASPARI

Quatro jovens de um novo Brasil
ELIO GASPARI
FOLHA DE SÃO PAULO - 25/07/10

Três deles vivem em favelas e um tem o amparo do Bolsa Família, mas todos serão engenheiros

AQUI VAI CONTADA uma história indicativa de que está raiando uma nova elite no horizonte de Pindorama. É o caso do encontro das vidas de quatro jovens com um dos maiores empresários do país. Os detalhes que permitiriam identificar os personagens estão omitidos. Pode ser frustrante, mas estimula a imaginação. Afinal, uma história dessas pode acontecer com mais gente, em muitos lugares, basta querer.
Conversando com o reitor de uma grande (e caríssima) universidade, o empresário perguntou-lhe como poderia ajudar alguns bons estudantes de engenharia. Feita uma seleção, decidiu custear quatro cursos, cobrindo as anuidades e pequenas despesas pessoais, mais um laptop para cada um.
As histórias dos jovens:
O aluno de ciência da computação veio de uma escola de ensino profissionalizante e no primeiro ano do curso conseguiu notas superiores a nove em duas matérias. Mora num porão de loja num subúrbio, com a mãe diarista, o pai desempregado e um irmão estudante da rede pública. Recebem ajuda do programa Bolsa Família.
A aluna do curso de engenharia, filha de um garagista, mora numa favela ("fábrica de produzir marginal", como disse o governador Sérgio Cabral em outubro de 2007, ao defender o aborto como instrumento de redução da criminalidade). A moça trabalha num projeto de biodiesel, tem um irmão no último ano do ensino médio e os dois são instrumentistas na orquestra da comunidade.
Na mesma favela, vive a estudante que se encaminha para a especialização em engenharia química. A mãe, doente, nunca trabalhou. O pai é porteiro. Ela veio de uma boa escola pública e tem cinco anos de curso de espanhol. Será engenheira química e fez um estágio na Petrobras.
A quarta já foi convidada por três professores para ser monitora. Está no último dos cinco anos de um curso de francês para o qual foi a primeira colocada no exame de seleção. (Teve bolsa integral.) Ela também se formará em engenharia química. Vive com a mãe num quarto alugado de favela, sem ajuda do pai.
A conta dessa magnífica iniciativa ficará em R$ 130 mil anuais.
A intervenção do empresário facilitou a vida dos quatro, mas eles estão onde estão porque, quando parecia que lhes faltava tudo, tiveram o estímulo da família.
PAJELANÇA
José Serra começou sua campanha dizendo: "Não aceito o raciocínio do nós contra eles", e em apenas dois meses viu-se lançado pelo seu colega de chapa numa discussão em torno das ligações do PT com as Farc e o narcotráfico. Caso típico de rabo que abanou o cachorro.
O destempero de Indio da Costa tem método. Se Tupã ajudar Serra a vencer a eleição, o DEM volta ao poder. Se prejudicar, ajudando Dilma Rousseff, o PSDB sairá da campanha com a identidade estilhaçada. Já o DEM, que entrou na disputa com o cocar do seu mensalão, sairá brandindo o tacape do conservadorismo feroz que renasceu em diversos países, sobretudo nos Estados Unidos.
SUCESSO
O IBGE procurou a Secretaria de Transportes do Estado do Rio para obter informações sobre o impacto econômico do Bilhete Único intermunicipal, criado no início do ano pelo governador Sérgio Cabral. Deseja-se medir o alcance da iniciativa na renda das famílias.
Na última quinta-feira o sistema transportou cerca de 250 mil pessoas por dia (621 mil viagens).
Trabalhadores que gastavam R$ 22 por dia hoje gastam R$ 8,80. Isso significa uma economia anual de pelo menos R$ 3.000. Daqui a pouco começará a vigorar o Bilhete Único municipal (R$ 2,40, com direito a dois percursos de ônibus).
Se essa tarifa for integrada à rede estadual de ônibus, trens, metrô e barcas, o Rio terá conseguido algo que São Paulo ainda não tem.
Se não houver a integração, sobrará uma piada. A da cidade que terá dois bilhetes que se intitulam únicos, o do Cabral e o do Eduardo Paes.
RUDIMENTAR
Durante a entrevista que concedeu à TV Brasil, Dilma Rousseff deu uma resposta fulminante a uma pergunta sobre as boas relações da diplomacia companheira com países que desrespeitam os direitos humanos: "E Guantánamo respeita os direitos humanos, companheiro?"
Na mesma entrevista, quando surgiu o tema do aparelhamento da máquina do governo, e a candidata explicou: "Nos Estados Unidos, quando um presidente democrata é eleito, todos os cargos de chefia e comando ocupados por republicanos são substituídos".
Numa só ocasião, equiparou os Estados Unidos a Cuba para justificar o arbítrio e o Brasil aos Estados Unidos para lustrar a política de quadros da nação petista. Essa visão rudimentar, para usar uma expressão do seu gosto, indica que ela não sabe o que é a ditadura cubana ou não entendeu o funcionamento da democracia americana. Numa terceira hipótese, mais provável, diz o que lhe vem à cabeça.
O companheiro Obama nomeou 7.000 pessoas numa força de trabalho de 15 milhões de servidores. Em Cuba o governo controla todos -repetindo, todos- os cargos. Desde 1959, quando os Castro entraram em Havana, a oposição capturou a Casa Branca sete vezes. Em Cuba, foi capturada.
URSO ESPERTO
Sem mostrar qualquer espírito vingativo, Lula está puxando o tapete de todos os petistas que vacilaram durante a crise do mensalão e que agora precisam de sua ajuda. Quando os urubus estavam voando de costas, ele ouviu em silêncio recados, advertências e até ameaças. Fazia cara de paisagem. Agora, quando recebe pedidos de socorro eleitoral, vira a própria paisagem.

QUADRILHA

ANCELMO GÓIS

Sobrou para a Oi
ANCELMO - GÓIS

O GLOBO - 25/07/10

A coluna divulgou que um falsário se passou por Eduardo Paes para futicar a Oi. Acertou no que não viu. É que o prefeito mandou o seguinte petardo: — O twitter falando mal da Oi é realmente falso. No entanto, o sentimento do prefeito aqui em relação a Oi é cada vez mais verdadeiro.

Bilhete menor

A Caixa vai diminuir em cerca de 10% o tamanho dos bilhetes de loteria.

Uma aposta simples da MegaSena, a preferida do povo, tem uns 14cm e ficará com 12cm. A mudança parece pequena, mas em um dia de pico as quase 15 mil lotéricas do país chegam a registrar 20 milhões de apostas.

Floresta preservada

Em um ano, a redução evitará a derrubada de 2.200 árvores para fazer o papel. Eu apoio

Loro Piana

Um dono de duas lojas de luxo em shoppings de Brasília reclamava do escândalo que envolveu o governo do estado.

Segundo ele, só um dos envolvidos, certa vez, pagou R$ 10 mil numa comprinha que incluía camisas da marca italiana de bacanas Loro Piana. A história se non è vero, è ben trovato.

Passaporte dos Totós

O Ministério da Agricultura apresenta amanhã o modelo de passaporte para cães e gatos, que deve tornar mais ágil o embarque dos bichinhos em voos nacionais e internacionais.

Só em 2009, pelos aeroportos Tom Jobim (RJ), Guarulhos (SP) e Juscelino Kubitschek (DF), passaram 15 mil bichos.

O DOMINGO é de Leandra Leal, talento em forma de menina. No auge de seus 27 anos, a atriz tem 20 novelas, 15 filmes e oito peças de teatro no seu currículo.

Agora, no ar na novela “Passione”, da Rede Globo, Leandra também está descobrindo uma nova profissão: faz curadoria de uma programação alternativa no Teatro Rival, que é dirigido por sua mãe, a atriz Angela Leal.

Merece toda a sorte do mundo!,

Futebol é show

Veja como o futebol atrai o mundo bilionário dos grandes espetáculos.

A Endemol, a holandesa que produz o Big Brother, realiza em parceria com o empresário brasileiro Fabiano Farah um reality show na Índia chamado “The Match”, gravado em Calcutá.

Show que segue...

A ideia é escolher, em um universo de 48 candidatos, um clube de futebol com ajuda dos brasileiros Branco e Romário e do uruguaio Diego Forlan, eleito o craque da Copa do Mundo de 2010.

Dark tourism

Como era previsível, a sede do DIHPP, a delegacia de homicídios mineira, em Belo Horizonte, que trata do caso Bruno, virou atração do turismo mórbido.

Quando alguém vai depor lá, a polícia mineira tem até de fechar a rua.

ZONA FRANCA

É dia 19 o 1oSeminário de Franquias de Moda, organizado por Luiz Antonio Secco, no Sofitel, no Rio A Secretaria municipal de Saúde do Rio abre amanhã quatro unidades do projeto Academia Carioca em Campo GrandeA Orquestra Petrobras Sinfônica toca hoje no Teatro Municipal do Rio sob a regência do maestro Yoav Talmi.

A Baby Boo Emporium lança o site babyboo.com.br Cezar Marques comanda a cozinha do restaurante Nossa Casa, no Jardim Icaraí, quarta.

Masaru Emoto faz palestra sobre a cura das águas, amanhã, no Clube Monte Líbano, no Rio.

O Lar de Frei Luiz faz bazar de antiguidades (www.lardefreiluiz.org.br).

Se todos fossem...

A cantora Lana Bittencourt, de 79 anos, que imortalizou o sucesso “Se todos fossem iguais a você”, de Tom Jobim, terá sua história contada no Teatro Rival, dia 3, no Rio.

O pesquisador Ricardo Cravo Albin a dirigirá em cena e vai aproveitar para relembrar as histórias dessa grande intérprete da MPB .

Prédio em Botafogo

A Cinemateque, casa de cultura de Botafogo, no Rio, acaba de ser vendida para a CHL.

A construtora também comprou um terreno do Metrô que fica na Rua Muniz Barreto com a Rua São Clemente, em Botafogo

Rebu hospitalar

Prontocor no Rio entrou com uma ação na Justiça contra a Philips.

O hospital alega ter pago há mais de 60 dias US$ 500 mil por um tomógrafo e uma aparelhagem ampliada de hemodinâmica, que, até agora, não recebeu.

Tantinho de volta

Tantinho da Mangueira está duplamente feliz.

Indicado ao Prêmio da Música Brasileira, como melhor cantor e melhor disco de samba, decidiu voltar à disputa de samba-enredo da escola do coração, depois de 31 anos afastado.

Paixão traz Moser de volta a Paraty

Na primeira semana de junho de 2005, um americano que vive em Utrecht, na Holanda, escondido atrás de óculos que corrigem sua miopia, assistia, anônimo na Flip, a depoimentos de gente como Chico Buarque e Ferreira Gullar falando sobre sua grande paixão: Clarice Lispector. Na próxima semana, Benjamin Moser, este é o seu nome, de 33 anos, retorna a Paraty. Agora, como celebridade literária. É que entre uma Flip e outra ele escreveu um livraço: “Clarice”, que por aqui saiu pela Cosac Naify, com direito a resenhas de gente grande no “The New York Times” e na “The Economist”.

O nosso herói americano descobriu no Rio a escritora brasileira nascida na Ucrânia.

Em 1996, ele veio estudar na PUC língua portuguesa e caiu em suas mãos o romance “A hora da estrela”.

Ali começou a nascer a ideia de promover mundialmente Clarice. Mas no início não foi fácil sua relação com a cidade onde Clarice viveu grande parte de sua vida: — Clarice tem a frase “as coisas nunca são vistas, são as pessoas que as veem”, que descreve a minha experiência no Rio. Não conhecia nada quando cheguei pela primeira vez. Tinha 19 anos, era infeliz. Morei em um prédio em Ipanema e quase não dormia, andava pela Lagoa escutando música gospel.

Depois, em circunstâncias mais felizes, comecei a voltar.

Conheci grandes pessoas e comecei a amar o Rio. Mas o Rio era exatamente a mesma coisa. Eu é que havia mudado.

De lá para cá, Moser perdeu a conta das vezes que visitou o Brasil — “umas dez, quinze?”. Diferentemente da maioria dos brasileiros, ele conhece quase todos os estados: “ Só me faltam Roraima e Tocantins.” Sobre o que ele acha de bom e ruim no Brasil, a sua resposta é generosa: — Escrevi um livro sobre um aspecto positivo: Clarice Lispector. Mas tem outros.

Não é por acaso que sempre acabo voltando ao Brasil. Aspectos negativos, também há. Mas criticar o país seria como indicar os defeitos de outros. Além de deselegante, é inútil.

Não é fofo?

Ana Cláudia Guimarães