segunda-feira, setembro 20, 2010

MARCELO DE PAIVA ABREU

De fato, um ratinho não é um elefante
Marcelo de Paiva Abreu
O ESTADO DE SÃO PAULO - 20/09/10


Com a aproximação do fim do segundo mandato do presidente Lula, é natural que se faça um balanço das realizações. O Itamaraty não fugirá a essa regra. Abrindo a temporada de avaliações, o ministro Celso Amorim, em Genebra, destacou como feito da política externa brasileira a rejeição do acordo para formação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), enfatizando, em contraposição, a relevância do Mercosul. O que se alega é que o Brasil teria evitado fazer parte do quintal dos EUA, com direito, inclusive, a menção na capa de The Economist (11/9/2010). De fato, não é bem assim. Quem ler a revista verá que a matéria, longe de fornecer munição ao ministro, é essencialmente uma incitação a que países mais razoáveis, notadamente o Brasil, sejam muito mais ativos como opositores do "nonsense" chavista quanto ao quintal ianque.

É certamente melancólico que o destaque tenha sido para uma política de obstrução, e não para políticas em relação às quais o Brasil se colocasse como "demandeur", na defesa dos seus interesses concretos. As referências do ministro à Alca deixam de mencionar que a continuada resistência brasileira às pretensões dos EUA, quanto a um acordo desequilibrado, data do início da década de 1990. Não foi uma realização do governo Lula, apenas culminou tendência que já se manifestava claramente antes de 2003. A diferença é que, em vez de esperar para ver o que seriam as propostas dos EUA relativas à liberalização agrícola, constatar que eram totalmente insatisfatórias e deixar o ônus integral do fracasso com os EUA, o governo preferiu deixar que altos funcionários manifestassem publicamente seu repúdio à Alca como instrumento de "anexação" e não de "integração". E, no entanto, alguns corifeus da política externa altiva e improdutiva ainda escrevem sobre o "suposto" antiamericanismo do Itamaraty.

Chamegos presidenciais à parte, a qualquer observador pareceria evidente que há um ranço antiamericano no governo, que atinge desde o próprio presidente até os escalões inferiores. Qualquer tentativa de diferenciar a posição do presidente da República da posição do Itamaraty conflita frontalmente com o que se viu nos últimos oito anos, com a cúpula do Palácio dos Arcos sempre disposta a se curvar às determinações do Planalto. Quando se enraíza o sectarismo, é difícil aceitar que existam posições intermediárias entre "entreguismo" e antiamericanismo.

Recente manifestação do presidente Lula usando metáfora escatológica - ao comparar EUA e Brasil a um elefante medroso e um ratinho na disputa na Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre subsídios norte-americanos ao algodão - confirma o diagnóstico de antiamericanismo como cacoete do governo, a despeito de desmentidos e negaceios. No terreno de fábulas pedagógicas mais adequadas, vale lembrar o final - de melhor gosto - de fábula de La Fontaine, também sobre elefante e ratinho, na qual um gato tem papel de destaque. Vendo passar o elefante e o seu séquito, que incluía um gato engaiolado, o rato se surpreendia que as pessoas admirassem o elefante e resistia à ideia de que ocupar mais ou menos espaço tornasse alguém mais ou menos importante: "Mas o gato, saindo de sua gaiola, fez ver ao rato, em menos de um instante, que um rato não é um elefante" (Fábulas, Livro VIII, fábula 15).

Sobre as vitórias na OMC, o presidente, da mesma forma que o ministro quanto à resistência à Alca, não foi generoso a ponto de mencionar que decorreram de ações iniciadas no governo anterior. Omissões, como as mentiras, quando reiteradas, acabam por desbancar a verdade.

Quando se pensa em substância, a política externa brasileira no octênio não foi um sucesso. E, no entanto, foram ampliados os meios à disposição do Itamaraty, inclusive com a criação de muitas dezenas de postos diplomáticos, tendo como pano de fundo a fixação no pleito por um lugar no Conselho de Segurança da ONU. Houve um rol de desgostos evitáveis: diplomacia hoteleira em Honduras; promiscuidades parabolivarianas na Venezuela, Bolívia e Paraguai; intermediações frustradas no Oriente Médio; e fracasso na indicação de diversos altos funcionários internacionais. No rol dos revezes honrosos está a participação construtiva nas negociações da Rodada Doha. Embora fosse claro desde cedo que os sócios do G-20 não tinham compromisso com a liberalização agrícola.

Houve efetivamente um "salto de qualidade do Brasil no exterior", mas é questionável em que medida isso decorreu da política externa. De longe, o fator estrutural mais importante para explicar este salto de qualidade foi a condução de políticas macroeconômicas prudentes herdadas do governo anterior, mesmo que relaxadas no final do segundo mandato. Foi possível levar o País a sério. Um fator também importante, mas de natureza conjuntural, foi o uso eficaz da imagem de Lula, líder carismático e responsável, prova do vigor da democracia brasileira.

O novo governo vai enfrentar muitos desafios na formulação da política externa. O certo é que mais do mesmo não vai dar.

EDITORIAL - O ESTADO DE SÃO PAULO

Uma Dilma pouco conhecida
EDITORIAL
O ESTADO DE SÃO PAULO - 20/09/10


Uma faceta da verdadeira Dilma Rousseff, que sua propaganda eleitoral tem escondido dos eleitores, se revelou numa entrevista dada em Porto Alegre há alguns dias, que, em artigo publicado sexta-feira no Estado, o economista Rogério Werneck considerou um desabafo "desoladoramente esclarecedor", mas cuja repercussão não correspondeu à sua importância.

A candidata governista à Presidência tem uma visão sobre a gestão do dinheiro público que deveria preocupar os eleitores-contribuintes. "O papo de ajuste fiscal é a coisa mais atrasada que tem. Não se faz ajuste fiscal porque se acha bonito. Faz porque precisa. E eu quero saber: com a inflação sob controle, com a dívida pública caindo e com a economia crescendo, vou fazer ajuste para contentar a quem? Quem ganha com isso? O povo não ganha", afirmou Dilma, de acordo com reportagem do jornal O Globo.

Na visão da candidata petista, ações de ajuste fiscal sempre vieram acompanhadas "dos maiores aumentos tributários" e de medidas de gestão de caixa, como cortes lineares de gastos e atraso na devolução de créditos tributários, que provocaram a redução dos investimentos em infraestrutura, saneamento, habitação, etc.

Não é de hoje que Dilma Rousseff se irrita quando ouve falar em necessidade de ajuste de longo prazo da estrutura de despesas do governo, para evitar o crescimento do déficit público, sem que, para isso, seja necessário aumentar a carga tributária, como ela tem aumentado ao longo da gestão do PT.

Há cinco anos, quando os ministros da Fazenda, Antonio Palocci, e do Planejamento, Paulo Bernardo (que continua no cargo), apresentaram um plano de longo prazo que garantiria a redução progressiva do déficit nominal, até sua eliminação, e da dívida pública, por meio do controle mais rigoroso das despesas - pois isso era necessário para assegurar a credibilidade da política fiscal do governo Lula -, Dilma, então ocupando a chefia da Casa Civil, tratou de desmontar com truculência a iniciativa de seus companheiros de governo. Em entrevista ao Estado, considerou o plano "rudimentar" e disse que "o debate é absolutamente desqualificado".

Depois disso, mudou o vocabulário - ajuste fiscal virou "coisa atrasada" -, mas não sua visão. Pior para o contribuinte.

Como mostrou Rogério Werneck no artigo citado, Dilma não consegue entender que, no atual regime fiscal, os gastos crescem mais do que o PIB. As contas públicas só fecham graças ao aumento contínuo da carga tributária. Se esse regime não mudar, por meio de um ajuste fiscal profundo que tanto desagrada à candidata petista, os contribuintes estarão condenados a pagar cada vez mais impostos - até um momento em que esse método se tornará insuportável - ou a dívida pública crescerá de tal modo que trará de volta todos os problemas que o País enfrentou até a primeira metade da década passada.

Dilma tem apontado para a queda constante da dívida pública em relação ao PIB como prova da eficácia do atual regime fiscal. Mas, além de omitir o contínuo aumento da carga tributária que sustenta esse regime, ignora também o fato de que, por meio de artimanhas contábeis, o governo desviou para o BNDES dinheiro proveniente da emissão de dívida do Tesouro sem que esse dinheiro fosse contabilizado na dívida líquida da União. 

O aumento contínuo dos gastos públicos, sobretudo com o custeio da máquina, alimenta a demanda e impõe uma sobrecarga extra à política monetária na contenção das pressões inflacionárias, ou seja, exige juros mais altos. Se reduzisse os gastos, o governo abriria espaço para um alívio na política monetária.

Por fim, a manutenção do crescimento acelerado da economia exige o aumento da poupança interna, e as contas nacionais revelam que quem mais pode aumentar a poupança é o governo. Ou seja, se gastar menos com custeio, o governo pode aumentar sua margem para investir, pois ajuste fiscal, ao contrário do que supõe a candidata do PT, não significa corte de investimentos.

Em resumo, como observou Werneck, em matéria de ajuste fiscal, de Dilma pode-se dizer o que se disse dos Bourbons: nada aprendeu e nada esqueceu.

MÔNICA BERGAMO

BÁRBARA POR BABENCO
MÔNICA BERGAMO
FOLHA DE SÃO PAULO - 20/09/10

A atriz Bárbara Paz estreia no dia 7 de outubro a peça "Hell", adaptada e dirigida pelo marido, Hector Babenco. O espetáculo fala sobre uma juventude rica e comunista de Paris, na França, e seus excessos com álcool, drogas e roupas de grife.

LOTAÇÃO ESGOTADA

A taxa de ocupação dos hotéis da cidade de São Paulo em agosto foi a melhor do ano até agora: 75,26%. O valor médio das diárias, de R$ 202,89, superou o registrado no mesmo mês de 2009 (R$ 199,12), e a arrecadação do ISS (Imposto sobre Serviços) com as atividades turísticas somou R$ 12,4 milhões -um aumento de 25,1% em relação ao ano passado.

LIVRO DE VISITAS
Os números coincidem com o mês da Bienal do Livro, que recebeu 290 mil pessoas de fora de SP. Elas ficaram em média 1,3 dia na cidade, com gasto de R$ 388, e geraram R$ 91 milhões em hospedagem, alimentação e compras. Do público total (incluindo os paulistanos), 70% são mulheres.

FOGO AMIGO
Deputados do PT de SP têm pregado, discretamente, o segundo voto ao Senado em Aloysio Nunes Ferreira -e não em Netinho (PC do B), que faz chapa com Marta Suplicy. Um deles, pedindo sigilo, afirmou à coluna que, mesmo sendo adversário, o tucano daria "mais qualidade" ao debate no parlamento. Já o grupo mais ligado a Aloizio Mercadante (PT) trabalha para que Netinho tenha mais votos que Marta.

MEMÓRIA
Às esperanças de que o caso Erenice repita o efeito dos "aloprados", que levou Lula ao segundo turno em 2006, um especialista reavivou entre tucanos a seguinte lembrança: naquele ano, o escândalo estourou no dia 15 de setembro. Nas três pesquisas seguintes (de 19, 22 e 27 de setembro) do Datafolha, ele caiu apenas um ponto -de 50% para 49%.

A BALA DE PRATA
Lula só perdeu votos de forma significativa, indo para 46%, na pesquisa do dia 30 de setembro, véspera da eleição, depois de faltar a um debate da TV Globo e da publicação de foto de dinheiro vivo apreendido com petistas. Eles usariam os recursos para comprar um dossiê.

PIPOCA
As atrizes Glória Menezes e Rosamaria Murtinho estão entre os convidados para o encontro que o candidato à Presidência da República José Serra (PSDB) fará amanhã com a classe artística, no Cine Livraria Cultura.

EM CONJUNTO
O julgamento do juiz Fausto De Sanctis no CNJ (Conselho Nacional de Justiça) está mobilizando a categoria. A Ajufe (Associação dos Juízes Federais) resolveu integrar o processo como "amicus curiae". Um de seus magistrados fará sustentação oral em favor do juiz, acusado de desobedecer ao STF (Supremo Tribunal Federal).

ELE SABE
E o ministro Gilmar Mendes (Supremo Tribunal Federal) é o mais novo integrante do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária. Foi convidado pelo Ministério da Justiça por causa dos mutirões carcerários, que ele organizou quando presidia o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), libertando centenas de pessoas presas ilegalmente.

LOUCURAS
Aos 15 anos, o clube A Lôca vai ser repaginado. O artista plástico e cenógrafo Silvio Galvão vai utilizar materiais recicláveis, a mesma técnica aplicada na sua obra "Dom Quixote" do Conjunto Nacional. "Vou fazer grandes painéis em formato de cartas de baralho usando latinhas", diz. O sarcófago e a estátua da balada serão restaurados.

MANIA DE QUADRINHOS
Jeff Newelt, que foi editor do quadrinista Harvey Pekar e cuida das revistas "Smith" e "Heeb", de história em quadrinhos, confirmou sua participação na feira Rio Comicon, em novembro, no Rio.

PREMIADA
A atriz e cantora alemã Hanna Schygulla, ganhadora do prêmio de honra no Festival de Berlim, vem a SP no mês que vem para participar da Mostra Internacional de Cinema. Ela apresentará o documentário sobre a atriz cubana Alicia Bustamante, sua companheira.

PRÊMIO JOVEM
Artistas da música e da TV brasileira se revezaram no palco e nos bastidores do Credicard Hall, em SP, para a entrega do VMB, premiação da MTV para os melhores do ano. Palmirinha Onofre apresentou uma das categorias da noite.

EM MEMÓRIA
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e seu filho Paulo Henrique receberam convidados para a inauguração das novas instalações do Centro Ruth Cardoso, no Jardim Paulista.

CURTO-CIRCUITO
O autor Manoel Carlos recebe hoje a Ordem do Ipiranga, maior condecoração do governo de SP, no Palácio dos Bandeirantes.
Bete e Marcos Arbaitman oferecem jantar em homenagem a Lila Covas, viúva de Mario Covas, hoje, no Jardim Europa.
O presidente da Eletrobras, José Antonio Muniz Lopes, ganha almoço da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil, hoje, no Nacional Club.
O livro "São Paulo - Projetos de Urbanização de Favelas" tem lançamento hoje, a partir das 20h, no Museu da Língua Portuguesa.
O Fórum de Assuntos de Interesse Nacional terá palestra de Antonio Cluny, hoje, às 19h, no Auditório Rui Barbosa, no Mackenzie.

com DIÓGENES CAMPANHA, LEANDRO NOMURA e LÍGIA MESQUITA

SENADOR JOSÉ AGRIPINO

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Arrecadação tributária em SP supera R$ 8 bi em agosto
MARIA CRISTINA FRIAS

FOLHA DE SÃO PAULO - 20/09/10

A receita tributária do Estado de São Paulo superou R$ 8 bilhões em agosto. O valor representa aumento real de 14% em comparação ao mesmo mês do ano passado.
Em relação a julho, a receita tributária registrou crescimento de 3% no Estado, após ter apresentado uma queda de 2% no mês das férias escolares ante junho.
No acumulado de janeiro a agosto, já foram arrecadados aproximadamente R$ 70 bilhões, de acordo com dados ainda não divulgados pelo governo paulista.
O maior responsável por esse montante é o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), que ultrapassou a marca dos R$ 7 bilhões no mês passado.
Em relação ao mesmo mês de 2009, o crescimento real do imposto é de 13,6%.
A receita resultante das operações internas teve aumento de 4% na comparação com agosto do ano passado. Os recolhimentos relativos às importações apresentaram crescimento de 49,5%.
A arrecadação de ICMS do segmento industrial apresentou aumento de 16,5% ante o mesmo mês de 2009.
A receita do IPVA foi de R$ 320 milhões no mês, somando mais de R$ 8 bilhões neste ano, com crescimento real de 17,9% na comparação com igual mês do ano anterior. O emplacamento de veículos novos se destacou no resultado do IPVA, com aumento de 20% ante o agosto de 2009.

Embraer cria FIDC para fortalecer fornecedor

A Embraer participou da criação de um FIDC (Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios) para ajudar fornecedores a reduzir custos.
O fundo, segundo a fabricante de aviões, oferece uma taxa de desconto cerca de 50% inferior à praticada pelo mercado a fornecedores para desconto de recebíveis performados (aqueles cujo objeto da venda já foi entregue).
A empresa estuda agora como trabalhar os recebíveis de produtos ainda não entregues, diz Luiz Carlos Aguiar, diretor-financeiro.
Estruturado pela BRZ, o fundo, em fase incial, já captou R$ 4 milhões.
O FIDC tem, segundo a companhia, "intenções firmes" para captação de cotas senior que completarão os R$ 30 milhões projetados. Por hora, não há entrada de novos investidores.
A ideia do fundo é fortalecer a cadeia produtiva e amenizar o impacto de instabilidades econômicas vividas no passado, de acordo com Aguiar. A Embraer tem 73 fornecedores, dos quais 25 já se cadastraram no fundo.
"Um dos problemas dos fornecedores é o capital de giro. Quando bancos concedem crédito, o custo chega a 400% do CDI", diz Aguiar.
Apesar da melhora nas vendas, a Embraer ainda não retomou o patamar pré-crise.
A carteira de pedidos firmes de aviões, que alcançou US$ 21,6 bilhões no terceiro trimestre de 2008, está hoje em US$ 16,7 bilhões.
"Apesar da receita menor, não haverá ajuste. Já estamos ajustados a esse tamanho", diz o presidente-executivo Frederico Curado.

Dobradinha A Redecard e o Multiplus Fidelidade, da TAM, firmaram parceria para pontos de venda. Os clientes da companhia aérea poderão gastar os pontos acumulados em compras nas máquinas da Redecard, além de consultar saldos, juntar e resgatar os pontos obtidos.

Borbulhas... A Pommery, tradicional marca de champanhe, está de volta ao Brasil. Após dois anos sem representação no mercado brasileiro, será possível encontrar a bebida em lojas especializadas, hotéis e restaurantes. Os preços das garrafas variam de R$ 200 a R$ 800.

...francesas "O que dificulta a entrada no mercado brasileiro é a alta carga tributária", diz Frédéric Baiocco, executivo da empresa. O consumo de bebidas "premium" cresce no Brasil, segundo ele. A meta da empresa é conquistar 10% de participação de mercado em até três anos.

Fonte de energia O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, foi premiado com o Global Energy Award, concedido a cada três anos a pessoas que tenham contribuído de forma significativa para o setor e para o Conselho Mundial da Energia, organizador do evento.

Projeto... A comissão brasileira de mudança climática aprovou o projeto da Ersa para obtenção de créditos de carbono que engloba oito pequenas usinas hidrelétricas.

...aprovado Se o projeto for autorizado pela ONU, onde aguarda uma resposta final, a empresa poderá comercializar cerca de 160 mil Certificados de Redução de Emissão de CO2 a cada ano.

Brincadeira... Fabricantes de brinquedos estão otimistas com as vendas para o Dia da Criança. A brasileira Estrela espera aumento de 15% e a dinamarquesa Lego projeta crescimento de 20%.

...em alta Em ambas, a expectativa é impulsionada por novos produtos. Entre os 148 lançamentos da Lego no país, neste ano, 40 chegam às lojas perto da comemoração.

CINDERELAS
Para acompanhar a sede feminina por sapatos, a EmpórioNaka vai fechar o ano com 35 lojas, quase o dobro de unidades do ano passado.
Até dezembro, a empresa chega a Florianópolis, Porto Alegre, Vitória, Belém, Uberaba e Salvador.
O crescimento é impulsionado pela abertura de franquias, que vão representar quase 90% das instalações da grife em 2011, ano em que espera somar 60 lojas, sendo cinco próprias. Uma franquia da marca custa R$ 395 mil, fora o ponto.
"Para levar o projeto a outros lugares, diminuímos as lojas de 200 m2 para 50 m²", diz Marinho Nacaratto, dono da marca, que já está presente em São Paulo (capital e interior), Rio, Paraná, Goiânia, Minas e Brasília.

com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e FLÁVIA MARCONDES

RENATA LO PRETE - PAINEL DA FOLHA

O que Lula sabia
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 20/09/10
 
Quando Lula tomou a decisão de demitir, a 60 dias das eleições, o então presidente dos Correios, Carlos Henrique Custódio, e o diretor de gestão de pessoas, Pedro Magalhães Bifano, sabia que, além do descalabro administrativo, havia uma guerra de facções prestes a explodir na estatal. Pouco antes da degola, Custódio e Bifano tiveram uma briga feia, em que trocaram todo tipo de acusações. Foi numa reunião de diretoria, e a gravação do encontro foi mostrada a Lula, que então concluiu que a situação era insustentável. 
Como no escândalo do mensalão, a luta por espaço nos Correios está na origem das revelações que resultaram na queda de Erenice Guerra da Casa Civil. 
Menos, menos - Com todo o cuidado possível, o alto comando da campanha de Dilma Rousseff sugeriu a Lula desacelerar a agenda e não pesar tanto a mão, como fez ao defender que o DEM fosse “extirpado” da política brasileira e, anteontem, nos ataques à imprensa. Argumento: ele está (?) se despedindo; ela, se eleita, terá de dar conta da confusão armada. 
Nem aí - Quem conhece Lula acha que a conversa será inútil. O presidente está, nas palavras de um auxiliar próximo, “com a macaca”. 
O guardião - A participação de Michel Temer (PMDB) no comício de sábado em Campinas chamou atenção. Enquanto Lula e petistas tocavam fogo no circo, o vice de Dilma fez discurso conciliatório e focado nas conquistas econômicas do governo.
Atrás da porta - Na lembrança de funcionários da Casa Civil, Vinicius Castro, primeiro a cair no escândalo que derubou Erenice Guerra, passava boa parte do tempo fechado em sua sala. Se estava num esquema, tinha mais jeito de operador do que de chefe, opinam ex-colegas. 
Quem diria - Menos de duas semanas atrás, reportagens especulativas sobre a composição do eventual governo Dilma diziam que, caso se decidisse por um perfil “menos político e mais administrativo” para a Casa Civil, uma opção da petista seria manter Erenice no cargo. 
Dia D - O martelo ainda não foi batido, mas é provável que no dia 3 de outubro Dilma, depois de votar em Porto Alegre, siga para Brasília, onde acompanhará as apurações ao lado de Lula. 
Precedente - Diante da possibilidade de eleger menos deputados do que o PT, e com isso perder a primazia na disputa pela presidência da Câmara, o PMDB agora lembra que o petista Arlindo Chinaglia ocupou o posto (de 2007 a 2009) quando os peemedebistas tinham a maior bancada. Outro argumento: o PMDB seria mais hábil em conseguir o apoio de outras siglas para seu candidato. 
Difícil - Apesar desse discurso, pouca gente hoje acredita que será possível negar a presidência da Câmara ao PT se o partido de fato eleger a maior bancada, como sugerem pesquisas, especialmente porque no Senado o PMDB se valerá da mesma lógica para continuar no comando.
Picadeiro - Além de Tiririca, outro humorista se credencia para triunfar nas urnas, indicam as projeções. Batoré, hoje vereador no município de Mauá (SP), é o terceiro candidato do PP mais mencionado para a Câmara. 
A bela - Bruna Furlan, 26, desbanca veteranos puxadores de votos do PSDB-SP nos levantamentos que computam citações a candidatos a deputado. Filha do prefeito de Barueri, Rubens Furlan, e congregada da Igreja Cristã do Brasil, ela aparece no topo da lista da coligação tucana. 
Funcionou - A situação da corrida pelas cadeiras da Assembleia Legislativa paulista parece endossar a estratégia do PT de privilegiar, na propaganda televisiva, a pregação do voto na legenda. As menções diretas ao partido superam por ampla margem as indicações nominais a candidatos de qualquer sigla em pesquisas que examinam as inclinações do eleitorado. 
Tiroteio
Erenice diz que foi traída. Dilma diz que não sabia de nada. Ou Dilma foi enganada esses anos todos, ou o Lula está fazendo escola. 
DO DEPUTADO GUSTAVO FRUET (PSDB-PR), comparando a reação de Dilma ao escândalo que levou à queda da sua ex-auxiliar de confiança com a maneira como o presidente Lula reagiu durante a crise do mensalão. 
Contraponto
Casual-chique 
Lula apareceu em comício no município de Contagem (MG), na semana passada, com visual descontraído: camisa branca sobre camiseta da mesma cor, ambas para fora da calça. Ao avistá-lo, o ex-senador Wellington Salgado (PMDB-MG) comentou, levando os presentes às gargalhadas: 
- Demite o personal stylist, presidente. Até parece que o senhor já está aposentado!

SERRA PRESIDENTE