quarta-feira, setembro 08, 2010

JOSÉ SIMÃO

Ueba! Romário dá Bolsa Balada!

JOSÉ SIMÃO 
FOLHA DE SÃO PAULO - 08/09/10
Romário, vulgo Vômário é o candidato com mais penetração no Brasil! Promete na porta do gol!

BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O Esculhambador-Geral da República! Ereções 2010! Eu vou votar no Levy Fidelix. No céu tem aerotrem. Eu vi no trailer daquele filme espírita "Nosso Lar". Tem aerotrem, laptop e adoro figurino de filme espírita: 200 metros de pano branco. Rarará!
E descoberto o segredo do Gerson de "Passione". Ele segue a Dilma no Twitter. Rarará! E quer ver acontecer o segundo turno? Dilma inventou o motorzinho de dentista! Perde 40 pontos. Fica atrás até da Tartaruga Sem Casco, ops, da Marina!
E o Lula confundiu desfile de Sete de Setembro com desfile de escola de samba e falou: Marisa, "vamos logo pro camarote da AmBev". Rarará! E o Serra tá tão possesso possuído que penduraram uma placa na porta do horário eleitoral: "Cuidado, tucano antissocial". E sabe por que hoje não tem comício da Dilma? Porque ela esqueceu o ponto eletrônico!
E um amigo me disse que a Marta tá parecendo a Lady Gaga depois de ser atropelada por um ônibus do Passa Rápido. E a Galera Medonha! A Turma da Tarja Preta! Romário, vulgo Vômário: "caminhada entre beijos e beliscões". Então não é caminhada, é putanhada. Hoje em Copacabana! Putanhada do Romário!
O Romário é o candidato com mais penetração no Brasil! Promete Bolsa Balada e jacuzzi na porta do gol! E a doutora Havanir foi no "Programa do Gugu" pra participar de um quadro: ela tinha que fazer uma cena do filme GHOST. E aí ela gritou: "Meu nome é Demi Moore". Rarará.
E em Palmas, Tocantins, tem o Valtinho Super-herói. Aparece voando de capa e tudo. E no Distrito Federal temos o Claudio Henrique Barack Obama: "Rodei o mundo, fui pra China, Nova York e Paris. Apresentei um projeto pra acabar com a FROME". Esse eu vi no site Jacaré Banguela! Se o Obama falasse português, não ia falar frome! Por isso que eu digo: candidato no Brasil não é politico, é personagem!
São Paulo tá um tédio: Alckmin com sorriso de sopa de hospital e o Mercadante é inanimado. Engoliu um cabo de vassoura! Aliás, com aquele bigode tá parecendo uma vassoura de piaçava!
E um amigo meu passou o feriadão em Salvador e pediu uma porção de lula no hotel: "A lula tá fresca?". E o garçom: "A lula é do dia em que Dilma esteve aqui". Rarará.
Socuerro. E essa é uma expressão que me assusta: porção de lula. Lula nem com arroz! Rarará! E o Serra parou de falar de saúde, mas continua com astral de Urubu Gripado. Rarará!
Ainda bem que nóis sofre, mas nóis goza. Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

DORA KRAMER

Macunaíma 
Dora Kramer 

O Estado de S.Paulo - 08/09/2010

Só porque é popular uma pessoa pode escarnecer de todos, ignorar a lei, zombar da Justiça, enaltecer notórios malfeitores, afagar violentos ditadores, tomar para si a realização alheia, mentir e nunca dar um passo que não seja em proveito próprio?
Depende. Um artista não poderia, sequer ousaria fazer isso, pois a condenação da sociedade seria o começo do seu fim. Um político tampouco ousaria abrir tanto a guarda.
A menos que tivesse respaldo. Que só revelasse sua verdadeira face lentamente e ao mesmo tempo cooptasse os que poderiam repreendê-lo, tornando-os dependentes de seus projetos dos quais aos poucos se alijariam os críticos, por intimidação ou desistência.


A base de tudo seria a condescendência dos setores pensantes e falantes, consolidada por longo tempo.

Para compor a cena, oponentes tíbios, erráticos, excessivamente confiantes, covardes diante do adversário atrevido, eivados por ambições pessoais e sem direito a contar com aquele consenso benevolente que é de uso exclusivo dos representantes dos fracos, oprimidos e ignorantes.

O ambiente em que o presidente Luiz Inácio da Silva criou o personagem sem freios que faz o que bem entende e a quem tudo é permitido - abusar do poder, usar indevidamente a máquina pública, insultar, desmoralizar _ sem que ninguém se disponha ou consiga lhe pôr um paradeiro - não foi criado da noite para o dia.

Não é fruto de ato discricionário, não nasceu por geração espontânea nem se desenvolveu apenas por obra da fragilidade da oposição. É produto de uma criação coletiva.

Da tolerância de informados e bem formados que puseram atributos e instrumentos à disposição do deslumbramento, da bajulação e da opção pela indulgência. Gente que tem pudor de tudo, até de exigir que o presidente da República fale direito o idioma do País, mas não parece se importar de lidar com gente que não tem escrúpulo de nada.

Da esperteza dos arautos do atraso e dos trapaceiros da política que viram nessa aliança uma janela de oportunidade. A salvação que os tiraria do aperto no momento em que já estavam caminhando para o ostracismo. Foram todos ressuscitados e por isso são gratos.

Da ambição dos que vendem suas convicções (quando as têm) em troca de verbas do Estado, sejam sindicalistas, artistas, prefeitos ou vereadores.

Da covardia dos que se calam com medo das patrulhas.

Do despeito dos ressentidos.

Do complexo de culpa dos mal resolvidos.

Da torpeza dos oportunistas.

Da pusilanimidade dos neutros.

Da superioridade estudada dos cínicos.

Da falsa isenção dos preguiçosos.

Da preguiça dos irresponsáveis.

Lula não teria ido tão longe com a construção desse personagem que hoje assombra e indigna muitos dos que lhe faziam a corte, não fosse a permissividade geral.

Nada parece capaz de lhe impor limites. Se conseguir eleger a sucessora, vai distorcer a realidade e atuar como se presidente fosse. Se não conseguir, não deixará o próximo governo governar.

Agora, é sempre bom lembrar que só fará isso se o País deixar que faça, como deixou que se tornasse esse ser que extrapola.

Recibo. O presidente Lula resolveu reagir e há três dias rebate a oposição no caso das quebra dos sigilos fiscais para negar a existência de propósitos político-eleitorais.

Ocorre que faz isso usando exclusivamente argumentos político-eleitorais. Em nenhum momento até agora o presidente se mostrou preocupado com o fato de sabe-se lá quantas pessoas terem tido seus sigilos violados e seus dados cadastrais abertos por funcionários da Receita sabe-se lá por quê.

O presidente tampouco pareceu sensibilizado com a informação do ministro da Fazenda de que os vazamentos ocorrem a mancheias.

Esses cidadãos não receberam do presidente Lula uma palavra de alento ou garantia de que seus direitos constitucionais serão preservados.

Lula só responde a Serra, só trata do assunto na dimensão eleitoral e assim confirma que o caso é de polícia, mas também é de política.

QUADRILHA

MÔNICA BERGAMO

QUEIJO E BERINJELA
Mônica Bergamo
FOLHA DE SÃO PAULO - 08/09/10
 
Capa da revista "Boa Forma" deste mês, a atriz Carolina Dieckmann diz que o casamento de três anos com o diretor de televisão Tiago Worcman ajuda a manter o peso: "Desde que nos casamos, estou me alimentando bem melhor. O recheio da lasanha, por exemplo, antes de queijo e carne, passou a ser berinjela e queijo cottage". 

FESTA NO INTERIOR 

Depois de decidir classificar oito clubes, e não mais quatro, para a segunda fase do Paulistão de 2011, a FPF (Federação Paulista de Futebol) ainda não sabe o que fazer com o troféu de Campeão do Interior, que hoje é disputado pelos times que ficam entre o quinto e o oitavo lugar no campeonato. Uma das ideias é dar o título automaticamente para o melhor classificado de fora da capital. Se isso tivesse acontecido em 2010, o Santo André, vice-campeão paulista, levaria a taça do interior. 

DIA DO PERDÃO 
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que já foi acusado de antissemita e de ter incentivado um ataque a uma sinagoga em Caracas, no ano passado, recebe na quinta-feira, 16, uma comitiva da comunidade judaica daquele país. O encontro ocorrerá entre dois feriados do judaísmo, Rosh Hashaná e Yom Kipur. Dois brasileiros integram o grupo: Jack Terpins e Claudio Epelman, do Congresso Judaico Latino-Americano. 

CORRETOR FENOMENAL 
Ronaldo Fenômeno não desistiu de se mudar para o Jardim Europa. Segundo amigos do craque, ele está interessado na casa do arquiteto Felipe Diniz. Pediu que o empresário Edsá Sampaio o sondasse, como se fosse o comprador. Diniz disse que vende por R$ 12 milhões. 

FAMÍLIA NO PALCO 
A família de Paulo Goulart e Nicette Bruno se reuniu na estreia da peça "A Aurora da Minha Vida", em cartaz no teatro Bibi Ferreira. O espetáculo tem no elenco Clarissa Mayoral e Vanessa Goulart, netas do casal de atores, e é dirigido pela filha deles Barbara Bruno. 

CONEXÃO TOSCANA 
O chef Rodrigo Queiroz, do restaurante Tre Bicchieri, selecionou nove receitas de pratos da Toscana, na Itália, para o guia "Passione: um Roteiro pela Toscana". O livro, inspirado na novela de Silvio de Abreu, acaba de ser lançado. 

ATENDENDO A PEDIDOS 
O vereador Goulart (PMDB-SP), que era o primeiro suplente de Orestes Quércia, diz que recebeu um telefonema do ex-governador pedindo que abrisse mão da vaga. O PMDB vai assumir a primeira suplência na chapa do aliado Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e indicou o secretário-geral do partido, Airton Sandoval, no lugar de Goulart. "O Quércia perguntou se eu permitia, porque o Airton vai representar o interior. Por mim, ele seria o próprio candidato a senador." 

O NEGÓCIO É ROCK 
A edição brasileira da revista "Rolling Stone" que chega às bancas na sexta terá pela primeira vez uma capa tripla, com charges de Dilma Rousseff (PT), Marina Silva (PV) e José Serra (PSDB), entrevistados pela publicação. 

NA AMAZÔNIA PERUANA 
O Ministério da Cultura quer exportar o projeto Pontos de Cultura para o Peru, na região habitada pela etnia indígena ashaninka. No Brasil, o programa financia ações culturais promovidas por entidades locais. 

NÃO VI, NÃO GOSTEI 
De Ike Cruz, empresário de Juliana Paes e de Rodrigo Santoro, falando em seu perfil no Twitter sobre a "caravana" de convidados que Ivete Sangalo levou para assistir a sua apresentação em Nova York, no sábado: "Adoro a Ivete Sangalo, mas, vendo a lista de convidados do show hoje em NY, estou superfeliz de ter ficado esse feriado no Rio... preguiiiiiça". 

BACALHAU E TINTAS 
Sônia Menna Barreto vai fazer três grandes painéis para a sala VIP da filial de Brasília do restaurante A Bela Sintra, que deve abrir em 2011. A artista, que tem uma obra na "Royal Collection", acervo da família real britânica, inaugura amanhã mostra na Caixa Cultural Brasília. 

CURTO-CIRCUITO 

Laurentino Gomes autografa o livro "1822", hoje, às 19h, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional. 

Anthony Wilson, guitarrista de Diana Krall, se apresenta na sexta, às 22h, no Ao Vivo Music. No mesmo dia, Mike Stern dá um workshop no local. 18 anos. 

Wanessa Camargo faz show no sábado, às 22h, no Citibank Hall.16 anos. 

O espetáculo de bonecos "Histórias do Caixão do Zé" estreia hoje, às 20h, no Sesc Ipiranga. Classificação: livre. 

O projeto Todos pela Educação lança hoje a campanha "Eu Voto na Educação" para as redes sociais. 

A grife Calvin Klein lança hoje nova linha de jeans, no shopping Iguatemi. 

com DIÓGENES CAMPANHA(interino), LEANDRO NOMURA e LÍGIA MESQUITA 

MERVAL PEREIRA

Combinar com os eleitores 
Merval Pereira 

O Globo - 08/09/2010

Não há ainda informação confiável sobre a repercussão do escândalo da quebra em série de sigilos fiscais na decisão dos eleitores, e ambos os lados da disputa anunciam números favoráveis: para os petistas, se alguma coisa se moveu foi a favor de Dilma, que teria ampliado sua diferença sobre Serra apesar dos pesares. Para os tucanos, os números já indicariam uma queda de Dilma e subida de Serra, restando confirmar se essa é uma tendência que pode levar a eleição ao segundo turno.

Assim como a iniciativa de pedir ao TSE que retirasse do ar a propaganda em que Collor aparece pedindo votos para Dilma demonstra que esse apoio não repercute bem na campanha petista, também a reação do presidente Lula é uma demonstração de que o caso da quebra continuada de sigilos por diversas repartições da Receita pelo país é um assunto potencialmente perigoso para a campanha de Dilma Rousseff.

Disse o presidente, sempre como se estivesse em um palanque eleitoral, e não na posição de líder de um país, que, da mesma forma que “armaram” contra ele em 2006, estão querendo “armar” agora para cima de sua candidata.

A relação entre um caso e outro é sintomática quando feita pelo próprio presidente, e é ruim para a campanha oficial, porque embute a aceitação de que pode acontecer o mesmo agora, com o novo caso dos “aloprados” levando a eleição para o segundo turno.

Também o raciocínio desenvolvido dentro do governo, revelado ontem pelo secretário particular de Lula, o sempre fiel escudeiro Gilberto Carvalho, espelha a fragilidade da defesa diante das evidências.

Para ele, há ligações muito “tênues” entre o PT e as quebras de sigilo, uma ligação que só ficaria evidenciada caso, em vez de “petistas da base”, estivessem envolvidos petistas da direção partidária.

Ora, mais petistas da direção partidária do que os envolvidos no escândalo do mensalão, impossível. O próprio chefe do Gabinete Civil de então, José Dirceu, foi identificado pelo procuradorgeral da República como o “chefe da quadrilha” que fora montada dentro do Palácio do Planalto para manipular as bancadas do Congresso Nacional.

Um ano depois, estoura o caso do dossiê contra os candidatos tucanos ao governo de São Paulo, José Serra, e subsidiariamente contra o candidato a presidente da República, Geraldo Alckmin.

Apanhados em flagrante com um punhado de dinheiro vivo dentro de um hotel em São Paulo, os “aloprados” indicaram como agentes da ação criminosa Jorge Lorenzetti, o churrasqueiro pessoal de Lula; Freud Godoy, seu segurança pessoal transformado em assessor especial; e Hamilton Lacerda, na época assessor do gabinete do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) e coordenador da sua campanha ao governo estadual.

Mais ligados ao comando do partido e ao Palácio do Planalto do que isso, também é impossível.

Mas até agora nada aconteceu com nenhum dos envolvidos.

Os que foram denunciados no Supremo Tribunal Federal pelo mensalão continuam atuando de uma maneira ou de outra no PT, e os “aloprados” vão levando sua vidinha, sempre ligados ao partido e ao governo.

Como um dos argumentos mais utilizados pelos governistas para tentar desqualificar as denúncias é que não interessava à campanha de Dilma quebrar sigilos fiscais quando a eleição está praticamente vencida no primeiro turno, nunca é demais lembrar que o presidente Lula chamou de “aloprados” seus amigos e correligionários que participaram daquela operação em 2006 justamente porque não havia razão para tumultuar uma eleição que caminhava para ser resolvida no primeiro turno.

O mesmo ocorreu nesse caso atual, quando nem mesmo as pesquisas mostrando a candidata oficial abrindo uma dianteira foram suficientes para conter o ímpeto dos “neoaloprados”.

Além do fato de que as primeiras quebras ocorreram ano passado, quando as pesquisas indicavam uma provável vitória de Serra.

Mas não é apenas o governo que está tentando transformar a vítima em culpado. Também Marina Silva, candidata do Partido Verde, depois de criticar a omissão do governo na investigação das quebras de sigilo, deixou aflorar sua alma petista e resolveu criticar também o candidato tucano José Serra, talvez sinalizando qual seria sua posição em um eventual segundo turno entre Dilma e Serra: “As eleições estão indo por um caminho que não interessa ao Brasil. Interessa para alguém ganhar as eleições se fazendo de vítima para, de acordo com as circunstâncias, angariar a simpatia do eleitor”.

Para fugir desse tipo de acusação, o candidato José Serra passou a evitar o assunto como tema de sua campanha, transferindo para a direção nacional do PSDB o prosseguimento da disputa no plano institucional.

Uma eventual ida para o segundo turno pode oferecer aos tucanos uma rara oportunidade para a união de forças que não conseguiram neste primeiro turno.

O partido hoje aparece em primeiro lugar na disputa de sete estados, podendo eleger os governadores de São Paulo, com Geraldo Alckmin; Minas Gerais, com Antonio Anastasia; Goiás, com Marconi Perillo; Paraná, com Beto Richa; Piauí, com Sílvio Mendes; Roraima, com José Anchieta Júnior; e Pará, com Simão Jatene.

Tem chances ainda em Rondônia, com Expedito Júnior; no Amapá, com Jorge Amanajás; em Mato Grosso, com Wilson Santos; e em Tocantins, com Siqueira Campos.

Com a eleição para o Congresso definida a 3 de outubro, e alguns governos estaduais também, o PSDB poderá entrar num eventual segundo turno com uma força política maior, e mais coeso do que atualmente.

GOSTOSA

SONIA RACY - DIRETO DA FONTE

O segredo 
Sonia Racy 

O Estado de S.Paulo - 08/09/2010

Mulher de sucesso realmente tem pouco sossego. Além da quebra de sigilo fiscal alardeada semana passada, Ana Maria Braga enfrenta pressão intensa do ex-marido Marcelo Frisoni. Pelo que a coluna testemunhou em Nova York, na calçada do Lavo Club, logo depois do show de Ivete Sangalo, desconfia-se que a apresentadora esteja sendo chantageada.
A situação foi tal que Frisoni, também presente, acabou "saído" pelos seguranças.


Expansão
A Natura quer terminar o ano com um pé no México, Colômbia ou Argentina. "A dúvida é se terceirizaremos a produção ou atuaremos de forma direta", revela José Vicente Marino, vice-presidente da empresa.
A decisão depende ainda da finalização de estudos técnicos e de mercado.


Tipo exportação
O grupo AfroReggae está levando seu "brazilian way" para outras cinco cidades da Inglaterra. Integrantes da trupe, devidamente empregados em Londres, estão imersos no treinamento de jovens ingleses da periferia.
Motivo? A construção de um legado social até os Jogos Olímpicos de 2012.

Urna
Enquete feita pelo Conselho Regional de Administração de SP mostra que 47% dos seus filiados apontam a reforma tributária como a principal prioridade do próximo Presidente da República.
Apareceram depois, as reformas política (16,72%), previdenciária (14,79%) e judiciária (14,29%).

Transfusão?
O Instituto Butantã firmou acordo de cooperação inédito com a Hemobrás, empresa ligada ao Ministério da Saúde. As duas instituições farão intercâmbio de pesquisas relacionadas ao sangue humano.
Na prática, os cientistas buscarão avanços no tratamento de hemofilia, queimaduras, raiva, difteria e tétano.

Olho de vidro
Foi encontrada em loja de LPs, em Nova York, uma coletânea inédita dos Mutantes. Algo tão exclusivo que nem mesmo os autores imaginavam que poderia existir: pacote com o que seriam os três primeiros discos da banda.
Mas não são não...


Cerco
O sangue alviverde fala mais alto. Um grupo de vereadores palmeirenses se mobiliza para cobrar de Kassab, amanhã, o alvará para construção da arena Palestra.

Valise
Peter Seligson, chairman da Ahlstrom, aterrissa em SP na semana que vem. Interessado no mercado brasileiro, visita Benjamin Steinbruch, José Roberto Ermírio de Moraes, Paulo Galvão Filho e Daniel Klabin Wurzmann.

Passe-partout
Depois de 40 anos, Palácio do Planalto, quadro de Firmino Saldanha, volta a ser exposto na sede do executivo. Encomendada por Oscar Niemeyer, a obra foi resgatada na garagem do Palácio Jaburu.

Tipo exportação
Será em Ilhabela que as 35 finalistas do concurso da Elite Model 2010 serão fotografadas. A vencedora representará o Brasil, em outubro, na China.

Cara e coroa
Marco Nanini, que faz um vovô no longa A Suprema Felicidade, de Arnaldo Jabor, é a cara do verdadeiro avô do diretor. "São muito parecidos fisicamente e têm o mesmo estilo carioca", conta Jabor.

Na frente

Gustavo Franco autografa o livro Cartas a um Jovem Economista. Terça-feira, na Livraria da Vila do Itaim.

A instalação de Beatriz Milhazes, no Festival de Jardins do MAM, receberá 8525 vasos de girassol - 1655 deles serão trocados a cada 15 dias. No Parque do Ibirapuera, a partir do dia 22.

O São Paulo Fashion Car, salão internacional de carros antigos, abre sexta. No Anhembi.

Marcelle Bittar lança o centro estético Vittah. Amanhã, nos Jardins.
A pedido de agentes internacionais, o livro Primeira Chance, de Silvana Tinelli, está sendo traduzido para o inglês, francês e italiano. E tem chance de virar filme.

A Secretaria da Cultura avisa: o concurso gráfico sobre a Consciência Negra foi prorrogado até o dia 30.

Ao ser cumprimentada pelo nascimento do neto Pedro, Dona Marisa fez questão de ressaltar: "Felizmente, nasceu corintiano".

SENADOR JOSÉ AGRIPINO

CELSO MING

As importações disparam
Celso Ming

O ESTADO DE SÃO PAULO - 08/09/10


Há meses as importações crescem a mais de 40% ao ano, mas só agora vêm as reações, algumas delas indevidas porque não têm proporção com as causas.
O presidente da Fiesp e da CSN, Benjamin Steinbruch, por exemplo, alega que a disparada está provocando desindustrialização e pede defesas radicais: "Temos de fechar o Brasil."

Outros empresários entendem que o problema é principalmente a agressividade comercial chinesa, que empurra produtos a preços de dumping (abaixo do preço de custo para quebrar o concorrente). E reivindicam medidas protecionistas especificamente "contra esse jogo desleal da China".

Certos analistas de comércio exterior veem tudo como consequência da crise internacional, que, para eles, provocou queda do consumo nos países ricos, cujas empresas se empenham agora em empurrar encalhes para os emergentes, que afinal mostram invejável crescimento do PIB, como o Brasil. Eles argumentam: "Somos pelo livre comércio, mas a gente não pode ser trouxa e permitir o jogo deles à custa do desemprego do nosso trabalhador."

Afora isso, existem aqueles para os quais o problema de fundo está concentrado no câmbio excessivamente baixo e querem a desvalorização do real em relação ao dólar, embora nem sempre saibam o que fazer para que isso aconteça.

O salto de vara das importações tem, sim, alguma coisa a ver com os ataques comerciais dos chineses, com a própria crise e com o câmbio adverso. Mas esses não são o fator preponderante.

Se a forçada de mão da China e dos demais países ricos fosse a causa principal, outros países emergentes, como a Austrália, a Índia e o México, também estariam sendo engolfados por essa guerra comercial. E, no entanto, isso não está acontecendo nas mesmas proporções, embora por lá também as importações estejam crescendo com força. E aferrar-se à desindustrialização parece soar desafinado no momento em que falta mão de obra, as linhas de montagem da indústria batem recordes, a produção cresce a 14% ao ano, os investimentos avançam mais de 26% ao ano, como mostraram as Contas Nacionais.

O câmbio também não ajuda. Mas, se fosse o fator preponderante, estaria derrubando as exportações. E, no entanto, nos oito primeiros meses de 2010, as exportações totais do Brasil cresceram 28% e as do segmento dos industrializados, os mais sensíveis ao câmbio, avançaram 24%, números impressionantes para um ano de crise global.

O principal fator causador da disparada das importações é o aumento das despesas correntes do governo (de 17%), que criam poder aquisitivo e consumo. As exportações deste ano poderiam ser ainda maiores se o consumo interno não estivesse reduzindo a produção exportável. Enfim, as causas do esticão das importações e as do alentado aumento do rombo externo (déficit em conta corrente) são as mesmas.

Isso posto, não faz lá muito sentido partir para retaliações protecionistas, como elevação generalizada das tarifas alfandegárias ou medidas retranqueiras contra certos países, como a China e um punhado selecionado de nações ricas. A questão cambial, por sua vez, tem de ser enfrentada com inteligência. O Banco Central não para de empilhar reservas, que hoje estão a US$ 262 bilhões, e quanto mais resplandecentes estiverem mais capitais atrairão.

Não cabe restringir o afluxo de recursos estrangeiros, justamente no momento em que o País mais precisa de investimentos e de reforço de capital, como as necessidades da Petrobrás estão ilustrando. Enquanto se manteve protegido, até 1990, o comércio exterior brasileiro permaneceu acanhado e sem futuro. Hoje apresenta um fluxo comercial de US$ 400 bilhões por ano e o resultado disso é um setor produtivo bem mais dinâmico.

PUTEIRO

RENATA LO PRETE - PAINEL DA FOLHA

O homônimo, parte 2
RENATA LO PRETE

FOLHA DE SÃO PAULO - 08/09/10 

Ao alegar que teria acessado dados de um homônimo de Eduardo Jorge Caldas Pereira, e não do próprio vice-presidente do PSDB, o analista da Receita Gilberto Amarante utiliza expediente similar ao adotado em 2001 pelo procurador da República Luiz Francisco de Souza, então algoz de EJ que mais tarde cairia em descrédito por questionamentos à sua atuação no caso. 
Na ocasião, Luiz Francisco justificou a decisão de incluir em pedido de quebra de sigilo o CPF de um advogado de campanha de FHC dizendo que pretendia evitar homônimos da mulher de Eduardo Jorge. Detalhe: o nome dela, Lídice Coelho da Cunha Caldas Pereira, é ainda menos corriqueiro que o do marido. 


Silêncio A ordem no comando do PT é para que senadores e deputados se esquivem do embate público com os tucanos no "Receitagate". Apenas o presidente do partido, José Eduardo Dutra, é autorizado a tratar oficialmente do tema. Nas palavras de um dirigente petista, "só interessa ao inimigo mantê-lo em evidência". 

Não... Aécio Neves se declara "indignado" com a ideia de que haveria um acordo mediante o qual Lula sacrificaria Hélio Costa (PMDB), facilitando a eleição de Antonio Anastasia (PSDB) em Minas, enquanto o tucano não quebraria lanças por José Serra no Estado. 

...não "Não falo com o presidente desde quando eu era governador", diz Aécio. "Quem faz esse tipo de intriga só atrapalha o Serra. Ele é testemunha do combate duro que enfrentamos aqui." 

...e não De Aécio, sobre a acusação petista de que Minas e a luta interna tucana estariam na origem da violação de sigilos de pessoas ligadas a Serra: "Isso é piada. A cada dia surge mais uma digital do PT nessa história. Se o partido quer continuar a governar o país, deveria se comportar com mais seriedade diante de algo tão grave". 

Água fresca Ante o triunfalismo do último 7 de setembro sob Lula, com direito à execução do tema da vitória de Ayrton Senna em homenagem ao presidente, só autoridades, nos palanques, foram borrifadas com vapor d'água. Debaixo de sol, 40 mil pessoas testemunhavam sem refresco o desfile militar na capital, onde não chove há 103 dias. 

Focalizado 1 O PSDB-SP começa hoje a, literalmente, pedir votos de porta em porta. Cabos eleitorais do partido distribuirão impressos com "vitrines" de gestões tucanas. A ênfase vai para obras de alcance regional. 

Focalizado 2 Na capital paulista, os exemplares saíram da gráfica em 96 versões, uma para cada distrito. No interior, o material terá 50 edições. A iniciativa visa estreitar o laço com lideranças comunitárias e dar mais visibilidade à campanha de rua da dupla Serra-Alckmin. 

We are the world Em resposta às queixas de candidatos a deputado, inconformados com o fato de não aparecer na televisão, o PT-SP gravou ontem um clipe com a tropa toda, a ser exibido paralelamente à pregação pelo voto na legenda. 

Projac Com 4m16s no horário gratuito, Aloizio Mercadante (PT) gastou R$ 10,2 milhões até agora na produção de programas de rádio e TV. Geraldo Alckmin (PSDB), dono de 6m56s, declarou despesas de R$ 6 milhões nesse quesito à Justiça. 

Muito a fim Soninha Francine inflama o pleito do PPS de instalá-la na disputa pelo Senado, em substituição a Orestes Quércia. "Se a coligação concordar, eu topo", diz. A resposta dos tucanos tende a ser negativa. 
com LETÍCIA SANDER e FABIO ZAMBELLI 

tiroteio 

É triste ver uma campanha presidencial baseada em pegadinhas e armadilhas. Uma hora o eleitor descobrirá que essa briga entre PT e PSDB é um grande teatro. 
DO EX-DEPUTADO LUCIANO ZICA (PV-SP), um dos coordenadores da campanha de Marina Silva, sobre a profusão de dossiês e quebras de sigilo fiscal. 

contraponto 

Pente que te penteia 

Em visita a um shopping de Londrina (PR) no sábado, José Serra entrou numa loja de produtos de beleza, pegou uma escova e se pôs a pentear os poucos cabelos do correligionário Gustavo Fruet.
-Precisamos dar um jeito nisso!- decretou. 
O deputado tentou demovê-lo da ideia: 
-Mas quase não tem o que pentear... 
O ex-ministro da Saúde não desistiu: 
-Eu bem que gostaria de prometer um medicamento genérico para a calvície. Quem sabe? 

SERRA PRESIDENTE

ROLF KUNTZ

O dueto Brasil-China
 Rolf Kuntz

O ESTADO DE SÃO PAULO - 08/09/10

As contas externas são o ponto mais frágil da economia brasileira neste momento. De janeiro a agosto as exportações de mercadorias foram 28% maiores que as de um ano antes. O valor importado ficou 48,6% acima do registrado nos oito meses correspondentes de 2009. A tendência havia sido observada na fase de rápido crescimento até 2008, foi interrompida na recessão e voltou a manifestar-se com a recuperação da atividade. Embora involuntariamente, o Brasil vem cumprindo o papel proposto para os emergentes pelo Grupo dos 20 (G-20) e pelos principais dirigentes do Fundo Monetário Internacional (FMI): os superavitários deveriam depender mais do mercado interno e importar mais. A mensagem foi dirigida principalmente à China, a maior potência exportadora, mas também o Brasil acabou seguindo o caminho recomendado.

No segundo trimestre, as importações brasileiras de mercadorias foram 56% maiores que as de um ano antes, enquanto as exportações ficaram 29% acima das de igual período de 2009. No caso da China, as diferenças em relação ao ano anterior foram, respectivamente, 44% e 41%. Proporcionalmente, a resposta do Brasil ao apelo do FMI e dos países mais desenvolvidos foi maior que a chinesa. Na Índia, as taxas quase empataram: 33% mais para as importações e 32% mais para as exportações.

Só um dos Brics, a Rússia, tomou caminho diferente, faturando 43% mais que no segundo trimestre do ano passado e gastando 33% mais com as compras de produtos estrangeiros. Ninguém pode acusar o Brasil de não colaborar para a recuperação da economia mundial - embora a China tenha sido a principal potência beneficiada pelas importações brasileiras.

Também a conta de serviços tem piorado, principalmente por causa da valorização do real. Essa conta inclui, entre outros itens, as viagens ao exterior, agora mais baratas por causa do dólar barato. No segundo trimestre, a contribuição do setor externo - transações com mercadorias e serviços - foi negativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), com receitas 7,3% superiores às de abril a junho de 2009 e despesas 38,8% mais altas.

O descompasso entre importações e exportações foi apontado como o principal motivo de preocupação pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), em seu comentário sobre as contas nacionais do período de abril a junho.

A redução do crescimento econômico para um ritmo equivalente a 4,9% ao ano foi avaliada como boa notícia pelos analistas do instituto, assim como pelos economistas do governo. Embora ainda vigorosa, é uma expansão mais sustentável que a do trimestre anterior. Mas por quanto tempo será sustentável, se o balanço de pagamentos continuar em deterioração?

As projeções do mercado financeiro e das consultorias para as transações correntes continuam sombrias. No último relatório Focus, baseado em pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), o déficit estimado para este ano aumentou ligeiramente, para US$ 50 bilhões. A previsão estava em US$ 49 bilhões duas semanas antes. Para 2011 o valor projetado foi mantido em US$ 58 bilhões.

De janeiro a julho, o déficit na conta corrente, US$ 28,3 bilhões, superou o de todo o ano passado, US$ 24,3 bilhões. Em 12 meses, o valor chegou a US$ 43,8 bilhões, equivalentes a 2,2% do PIB. Entre 2003 e 2007 a conta havia sido superavitária.

Nos 12 meses até julho entraram US$ 26,7 bilhões de investimento direto estrangeiro. O resto do buraco foi coberto com outros tipos de financiamento - empréstimos e aplicações especulativas -, menos estáveis e menos saudáveis para o País.

Segundo a análise do Iedi, a piora das contas externas é atribuível ao câmbio valorizado e a outros fatores "enormemente" prejudiciais à competitividade da produção nacional.

Não se discutem no texto esses fatores, mas são em geral bem conhecidos e compõem o chamado "custo Brasil". Para eliminar ou atenuar esses problemas, o próximo governo terá de trabalhar duramente. Parte da solução dependerá de inovações legislativas e do aumento da eficiência do setor público. Tudo isso vai exigir muita disposição para negociar, principalmente quando se tratar da alteração de impostos estaduais e da racionalização dos gastos da União. Desse esforço poderão depender também a política de juros e, indiretamente, a evolução do câmbio. O dólar barato tem contribuído para a contenção da alta de preços. Se a situação do câmbio mudar, o governo terá de cuidar de outros fatores inflacionários, a começar pelo desequilíbrio de suas contas.