segunda-feira, maio 24, 2010

EDITORIAL - O GLOBO

Suicídio diplomático
EDITORIAL
O Globo - 24/05/2010
A temerária operação diplomática empreendida pelo governo Lula para salvar o mundo no Irã terminou como cena de contos em que tapetes persas voam e magos saídos de garrafas curam todos os males: esfumaçou-se no ar.

Infelizmente, ao contrário das fábulas, há previsíveis desdobramentos objetivos contra os interesses do Estado brasileiro — instituição perene, ao contrário de governos.

Ao menos a descuidada operação feita em aliança com a Turquia, levada à frente apesar dos alertas sobre a baixa ou nenhuma confiabilidade do regime iraniano em conversações sobre o programa nuclear do país, ajudou a se concluir de vez que, na diplomacia brasileira, tudo vale para atingir um alvo estratégico: contrapor-se a interesses dos Estados Unidos e aliados do Primeiro Mundo, o “Norte”.

No mesmo balaio, encontra-se a preocupação quase obsessiva — embora legítima — de aumento da influência mundial do Brasil, alvo também perseguido pela sócia Turquia, desde o pósguerra candidata frustrada a entrar no bloco europeu.

Apenas muita convicção ideológica podia levar o governo a ir adiante numa empreitada com todas as condições de dar errado. E deu, no melhor estilo das frases cômicas do Barão de Itararé. Recolocar sobre a mesa, em Teerã, os mesmos termos do acordo proposto aos iranianos, em outubro do ano passado, pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), era infrutífero.

Naquela época, considerando-se os estoques de urânio do Irã, as quantidades de material a ser enriquecido fora do país representavam cerca de 2/3 do total. Agora, pouco mais da metade. Ou seja, se levado a sério pela comunidade internacional, o acerto seria muito menos eficaz como instrumento para reduzir a margem de manobra de Ahmadinejad e aiatolás no seu pouco disfarçável projeto de dotar a ditadura teocrática de armamentos nucleares.

Em 2009, o Irã aceitou as condições encaminhadas pela AIEA — com os Estados Unidos, é claro, por trás, apoiados por Rússia e China —, para logo depois recuar. Na semana passada, a cúpula de Ahmadinejad patrocinou uma festa em Teerã, com direito a braços erguidos de Lula e Erdogan (Turquia), em comemoração ao fechamento do acordo de outubro do ano passado.

A indiscutível manobra para adiar a decisão do Conselho de Segurança da ONU — em que Brasil e Turquia têm assentos não permanentes — sobre novas sanções durou apenas horas. Os Estados Unidos aceleraram as conversas com a reticente China e, logo na manhã seguinte àquela festa — pelos fusos de Brasília e Nova York —, a secretária Hillary Clinton anunciava o consenso com chineses e russos para apertar torniquetes das sanções para obrigar Teerã a negociar a sério.

Nas declarações oficiais na ONU, a tentativa de Brasil e Turquia foi considerada positiva.

Nas conversas francas, off the record, entre auxiliares de Barack Obama na Casa Branca e repórteres, não se escondeu a irritação com Brasília e Ancara. Com razão, pois postergar os trabalhos no CS é dar tempo para Ahmadinejad obter mais urânio das suas centrífugas, cujo número tem sido ampliado para elevar a taxa de enriquecimento do urânio.

Ao ter ajudado, na prática, o Irã a buscar a bomba nuclear, Brasília perdeu parte da credibilidade nos principais centros da diplomacia mundial. Ficou mais longe do assento de titular no CS — entre outros prejuízos, inclusive para a pessoa de Lula, visto agora com menos daquele glamour de simpático metalúrgico que venceu na vida.

Manobra desastrosa do governo afeta interesses do Estado

BAR ZIL

MARINA SILVA

Ao amado dom Moacyr

Marina Silva
Folha de S. Paulo - 24/05/2010

Li na Folha (22/5) sua afirmação de que sou frágil e não tenho perfil para a Presidência da República. No início, fiquei triste. Já tinha ouvido algo parecido do senhor, de forma carinhosa, mas ler assim como está no jornal tem outro peso.
Refletindo mais, reconciliei-me com sua mensagem.
Quando ando por aí, muitos me dizem que minha luta é de Davi contra Golias. Então vamos conversar sobre passagens bíblicas, que conhecemos bem. Elas se completam e iluminam o que quero dizer.
Quando Saul terminava seu reinado, Deus mandou o sacerdote e profeta Samuel ungir novo rei entre os muitos filhos de Jessé. O profeta procurou entre os mais belos, os mais fortes e os mais habilidosos, mas Deus descartou todos. Jessé lembrou então de Davi, o seu filho mais novo, que pastoreava ovelhas. O profeta o achou muito fraquinho, meio esquisito. Mas Deus ordenou que o ungisse rei dos israelitas, porque olhava para o seu coração, e não para a sua aparência.
Foi assim que Davi foi escolhido para ser rei. E logo provou seu valor ao enfrentar Golias, o gigante filisteu, guerreiro acostumado a usar escudo, capacete e armadura e a manejar a espada. O jovem Davi, aparentemente fraco e sem muito preparo para aquele tipo de duelo, ganhou a luta porque não tentou usar a armadura de Saul, que lhe fora ofertada e nem lhe cabia direito. Usou sua própria arma, a funda, e ali colocou a pedra para jogá-la no lugar certo, na testa do gigante.
Assim como o senhor, dom Moacyr, Samuel era homem corajoso, temente a Deus, preparado para o sacerdócio desde um ano de idade. O senhor é muito importante na minha vida, da mesma forma que Samuel foi na vida de Davi. E está me vendo com olhos cuidadosos, preocupados com circunstâncias que talvez me causem sofrimento.
Mas, como sabe por experiência própria, não podemos ficar presos às circunstâncias.
Quando o senhor chegou ao Acre, aos 36, enfrentou os poderosos e ficou do lado de Chico Mendes e de todos os que eram aparentemente fracos e despreparados para enfrentar os gigantes das motosserras.
Como me ensinou, não me intimido com as circunstâncias e procuro me encontrar com o que está no coração de homens e mulheres sinceros, que, como o senhor, buscam fazer o melhor, apesar das dificuldades e riscos.
Aprendi com o senhor boa parte dos valores que me guiam, entre eles não vergar a coluna às pressões dos interesses espúrios.
Por favor, meu amado irmão, não me diga agora que esses valores não servem para governar o Brasil e me fragilizam. Tranquilize-se: eles são e continuarão sendo a minha força e a minha funda diante dos desafios, qualquer que seja o tamanho deles.

CARLOS ALBERTO SARDENBERG

A vida tem preço... e é cara

 Carlos Alberto Sardenberg
O Estado de S. Paulo - 24/05/2010
 
Funciona assim: você tem uma ideia sensacional, como produzir em laboratório um organismo vivo, criar a vida artificial. Para realizá-la, você precisa de um dinheiro que não tem; logo, precisa convencer pessoas a colocar capital nesse projeto.

Por que fariam isso? Por espírito público e por caridade, por exemplo, como fazem os grandes bilionários americanos que financiam pesquisas de vacinas e medicamentos.

Ou por dinheiro. Concretizado o projeto, os resultados serão vendidos no mercado livre e o investidor receberá de volta seu capital mais os rendimentos.

Assim, a empresa privada Synthetic Genomics é um ótimo investimento. Trata-se da companhia que financiou o trabalho de Craig Venter, o biólogo americano que acaba de anunciar a realização prática de sua ideia: replicou um ser vivo (uma bactéria) em laboratório.

Isso ainda não dá dinheiro. Mas a empresa agora é dona de uma tecnologia que, está provado, permitirá a criação de seres vivos adaptados para cumprir funções determinadas. Por exemplo: um organismo que absorva a energia solar e a distribua; outro que absorva gás carbônico, reduzindo a poluição; ou ainda outro que "coma" petróleo e possa ser utilizado em desastres como o vazamento no Golfo do México; ou ainda bactérias que matem células cancerosas. Isso, sim, vai dar muito dinheiro.

Uma outra empresa de Venter tem um contrato de US$ 600 milhões com a Exxon para desenvolver algas que produzam etanol, energia renovável e limpa. A empresa não recebe o dinheiro de uma vez, mas à medida que a pesquisa avança e mostra resultados. Um contrato de risco.

Alguns dirão: "Mas que coisa! Estamos diante de uma revolução na história da humanidade ? o momento de passagem em que o homem criou a vida ? e vem essa conversa de dinheiro?! Isso, os novos horizontes para o gênero humano, isso não tem preço."

Tem, sim. E ? quer saber? ? nem foi tão caro até aqui. Calcula-se que Craig Venter e sua equipe gastaram cerca de US$ 40 bilhões, no curso de 15 anos, para obter a tal bactéria viva.

Mas esse é só o começo da história. A equipe copiou uma bactéria existente. O grande passo agora é programar (desenhar) em computador os novos organismos, com finalidades determinadas, e então montá-los em laboratórios com os elementos químicos disponíveis.

Quanto custará cada novo organismo? Impossível saber, claro. Mas sabe-se que, ao menos no início, será muito dinheiro. Por exemplo, a produção de um novo medicamento não fica por menos de US$ 1 bilhão, a partir de uma pesquisa básica já desenvolvida.

O futuro, portanto, chegará tanto mais rápido quanto mais investimento estiver disponível para as pesquisas e testes. Há duas fontes de recursos tão elevados: os governos e os mercados internacionais de capitais.

Mas, nesse departamento da biogenética e dos medicamentos, as empresas privadas estão ganhando fácil. Tome-se o próprio Craig Venter. Sua outra empresa, a Celera Genomics, começou depois e chegou ao mapa do genoma humano bem antes do Projeto Genoma, um consórcio internacional público, financiado por diversos governos.

Não havia diferenças sensíveis no que se refere à qualidade dos cientistas e seus laboratórios, mas a Celera revelou-se muito mais eficiente e produtiva, com menos gente. E de novo, agora, a Synthetic saiu na frente.

Ou seja, se queremos avanços rápidos nessas áreas, é preciso criar condições para que capitais privados sejam colocados nessas pesquisas. E isso só acontecerá se houver garantia de retorno. Em outras palavras, é preciso garantir o direito de propriedade intelectual e as patentes.

Está claro, porém, que não será simples fixar a legislação pertinente. Pode-se patentear um ser vivo? Por outro lado, parece mais fácil aceitar que se possa patentear não o organismo, mas a tecnologia que o produz.

Enfim, há novas questões para novos passos da ciência. Entre essas, encontra-se também a possibilidade de uso criminoso, a distribuição de um vírus letal, o bioterrorismo. Mas tudo entre nós pode ser usado para o bem ou para o mal. E a humanidade tem sabido lidar com essas situações, apesar dos percalços. Começou, por exemplo, usando a tecnologia nuclear para matar. Hoje, não se faz medicina sem ela.

O importante é entender que, para investir, é preciso ter a garantia de que se poderá ganhar. E não é só dinheiro, gente. O Viagra custou uma fortuna, fez a fortuna da Pfizer e, convenhamos, espalha felicidade global entre homens e mulheres.

Europa. A coisa acalmou no final da semana passada, mas o problema de fundo da crise europeia não está resolvido. A zona do euro inclui 16 países, com enormes diferenças de renda, competitividade e na situação das contas públicas. Há gastadores e poupadores, exportadores e importadores, mas todos com o mesmo Banco Central, a mesma moeda, a mesma política de juros.

Nos atuais pacotes de ajuda aos elos mais fracos, países poupadores e prudentes estão pagando a conta dos gastadores. Mas até quando pode ir esse arranjo, pelo qual os gastadores acabam tendo um perdão?

O Produto Interno Bruto (PIB) da União Europeia, incluindo os países que não usam o euro, passa dos US$ 16 trilhões, maior do que o americano. A corrente de comércio, exportações mais importações, chega aos US$ 4 trilhões/ano. O que acontece lá afeta o mudo todo, pela via financeira e da economia real.

Eis o ponto em que estamos: mal saídos de uma crise, topamos com uma outra.

GOSTOSA

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Fornecedor sofre com consolidação 
Maria Cristina Frias

Folha de S.Paulo - 24/05/2010

A consolidação do varejo, que se acentuou com a união de Casas Bahia e Pão de Açúcar, e, mais recentemente, a de Ricardo Eletro e Insinuante, mudou o tratamento dado a fornecedores de móveis e eletrodomésticos.

Quem mais reclama é o fabricante de móveis. O aumento do poder de compra do varejista deixou vulnerável a ponta fornecedora, segundo o presidente da Abimovel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário), José Luiz Fernandez.

"Sempre teve pressão do varejo por preço baixo, mas, se sua proposta não condizia com o que um deles queria, você ia procurar outro. Hoje é menos flexível", diz Sílvio Pinetti, do sindicato moveleiro de Arapongas (PR).

Numa negociação, a margem de lucro pode cair até 10%, dizem fabricantes que pedem para não ser identificados. Ponto Frio e Casas Bahia são os que impõem condições mais duras, especialmente após a fusão, dizem.

O Pão de Açúcar afirma que "não há consolidação das compras de móveis entre as áreas comerciais do Grupo Pão de Açúcar (Extra) e Ponto Frio, uma vez que as áreas comerciais das duas redes atuam separadamente".

No início deste ano, o Cade assinou um acordo para permitir a integração operacional entre as redes Ponto Frio e Casas Bahia. As empresas podem unir áreas. O departamento de compras, porém, deve permanecer separado, por decisão do Cade.

A negociação com fornecedores pode ser feita em conjunto, mas cada rede deve firmar contrato próprio.
Além do Horizonte
José Carlos Grubisich, presidente da ETH Bioenergia, voltou na sexta-feira do Japão, animado com as perspectivas para o etanol brasileiro. O governo japonês quer cortar 25% das emissões de carbono e discute aumentar o etanol na gasolina. A meta é 3% de adição de etanol no combustível e pode passar a 10% em 2020. "O mundo começa a entender que o etanol de milho perde para o de cana no balanço enérgico e ambiental." O Japão tem pouco etanol, e muito dessa adição sairia do Brasil, diz. "O mercado potencial japonês é estimado entre 5 bilhões e 6 bilhões de litros de etanol, no horizonte de 2020, baseado na adição de 10%. Mas ainda haverá muita discussão, antes de o Japão decidir." Quanto à abertura de outro horizonte, o de capital na Bolsa, pensada para o segundo semestre de 2011, deve ficar só para o primeiro trimestre de 2012.
Braço de ferro
Luiz Carlos Batista, presidente do Conselho da Máquina de Vendas, resultante da união de Ricardo Eletro e Insinuante, admite que, na junção das redes, ganharam escala e podem agora "comprar melhor. A empresa cresceu e passa a ter um poder de barganha maior. Mas temos o mesmo respeito no tratamento com o varejista".
Unidos venceremosA integração das áreas de compras das duas redes já foi concluída, assim como a do marketing. O próximo passo é integrar a logística, diz Batista.
Mudanças no arFornecedores de eletrodomésticos também confirmam que houve alterações na relação com o varejo após a redução do número de clientes, mas não detalham o que tem ocorrido.
Fracos e fortesDe acordo com um especialista em concorrência, os fornecedores de móveis, que são mais pulverizados em empresas menores, tendem a sofrer mais que os de eletrodomésticos -que, por serem empresas de maior porte, podem rejeitar certas condições nas novas políticas de compras.
Escolinha do...No BNDES, logo concluíram: é o banco brasileiro fazendo escola. Barack Obama estuda criar um banco nacional de desenvolvimento para financiar infraestrutura.
Receita Sexy
"Cristão, otimista e ousado." A autodefinição do empresário Francisco Deusmar de Queirós, 62, presidente da rede de farmácias cearense Pague Menos, combina com uma empresa que inaugura em média quatro lojas por mês neste ano. Para fortalecer a presença no Sul e no Sudeste, Queirós, que tem 370 farmácias, em todos os Estados, planeja construir um centro de distribuição em 2011. "Pode ser em Minas, Goiás ou Rio. Dificilmente, em São Paulo, porque não oferece incentivo fiscal." A companhia se prepara para abrir capital, o que deve ocorrer só no final de 2012 ou início de 2013. "Já contratamos a KPMG, para fazer a auditoria dos balanços, e a Ernst & Young, para a governança corporativa. O banco de investimento só vamos definir em 2011." A meta de Queirós é atingir Ebitda de R$ 150 milhões em 2012, o que ele considera um bom número para um IPO de sucesso. O crescimento da rede atrai a atenção de grandes grupos interessados em comprá-la. "O assédio é quase sexual", brinca. "Mas não tenho interesse em vender." Líder em faturamento no setor, ele projeta R$ 2,2 bilhões para 2010 -alta de 20%.
NÚMEROS DA PAGUE MENOS

R$ 1,86 bi
Faturamento em 2009

R$ 96,8 mi
Ebitda em 2009*

*Lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação
MAIS AÇO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

O uso do aço na construção civil deve crescer no país.
Com o atraso na implementação de obras de infraestrutura, especialmente as ligadas aos megaeventos esportivos de 2014 e 2016, a utilização de perfis metálicos é uma saída, de acordo com Amaryllis Romano, da Tendências Consultoria.
A principal vantagem do sistema é a rapidez. "Uma obra com sistema construtivo baseado no aço pode ser concluída em tempo até 40% inferior aos processos tradicionais", diz Romano.
Em 2009, o consumo de aço no mercado doméstico caiu 22%. Neste ano, porém, a expectativa é de alta de 12%, segundo a consultoria.
"O principal entrave a essa saída é a falta de mão de obra especializada na área", diz.

MARCO ANTONIO ROCHA

Quem avisa amigo não é, só é chato, acha o governo

Marco Antonio Rocha
O Estado de S. Paulo - 24/05/2010


Por que os economistas são sempre pessimistas? Pergunta recorrente de leitores e espectadores para os jornalistas de economia. "Calma aí" é a resposta que se pode dar. "Não é verdade que os economistas são sempre pessimistas. Os do governo são sempre otimistas."

Tudo "depende da posição social do indivíduo", diz o povo.

Os economistas que estão fora do governo - acadêmicos ou em empresas privadas - têm a obrigação profissional de advertir para problemas que podem surgir no caminho dos negócios e da atividade econômica em geral, assim como sugerir medidas para evitá-los e, se são da oposição, apontar o governo como causador desses futuros problemas, pelas medidas que tomou ou vem tomando.

Já os economistas que estão no governo têm de cantar conforme a música, cuja letra é "tudo vai pelo melhor no melhor dos mundos possíveis", como diria mestre Pangloss. Quando reclamam de alguma coisa, fazem alguma pequena crítica ou dizem de público que algo está indo mal, é porque a cúpula do governo não lhes está dando a atenção que gostariam em termos de recursos e apoio, e se sentem, portanto, meio boicotados.

No momento, por exemplo, os economistas de fora do governo estão advertindo que este início de recrudescimento da inflação é uma ameaça séria que requer medidas imediatas de contenção. Aliás, já faz algum tempo que vinham falando dos perigos da inflação, mas agora suas advertências estão sendo corroboradas pelos indicadores de preços.

No governo, alguns dizem que não há perigo nenhum; outros, que não querem arriscar alguma leviandade, dizem que de fato as coisas nesse terreno não estão totalmente tranquilas, mas que ainda estão sob controle. Ficarão, pois, atentos, dizendo como os médicos: se a febre continuar a aumentar, eles saberão o que fazer...

Bem, o fato é que inflação, no Brasil, é uma febre muito mais perigosa do que em países que, mesmo sendo emergentes como o nosso, tenham, todavia, tradição de inflação baixa. Aqui, se os preços começam a subir com uma margem um pouco maior do que vinham subindo, o instinto de defesa dos comerciantes, dos prestadores de serviços e mesmo do público - escaldado pelas várias décadas de inflação alta que já atravessamos - manda entrar na escalada porque as próximas reposições serão mais caras e, portanto, vai ser necessário mais capital de giro, que nos bancos custa os olhos da cara.

É imperativo acumular preventivamente esse capital. Nos países de maior tradição de estabilidade monetária, a reação do público é anticíclica, ou seja, se os preços sobem, as vendas caem e os preços acabam caindo. Aqui, se os preços sobem, o consumidor compra mais, porque se habituou a achar que amanhã será mais caro.

Lembram-se do perigoso hábito de estocar gasolina, no tempo em que seu preço aumentava toda semana? A propósito, o preço do etanol está baixando toda semana nos postos e é claro que ninguém sente necessidade de estocar etanol, mas a diferença com o preço da gasolina está aumentando, portanto não há dúvida de que muitos proprietários de carros só-gasolina estão recorrendo ao rabo-de-galo...

O que vale lembrar é que na inflação brasileira existe uma cultura interna ? um fator cultural endógeno, diriam os economistas ? que tende a acelerar o processo, mais do que em países com tradição de estabilidade monetária.

Por isso, os economistas de fora do governo, que há tempos vêm criticando a falta de medidas para conter o consumo e estimular a poupança, certamente estão com mais razão do que eles mesmo supõem.

Na semana passada, o Banco Central ? cujos economistas parecem ser os menos governistas dentro do governo  divulgou o seu Índice de Atividade Econômica, dando 9,85% de crescimento do PIB no 1.º trimestre do ano, sobre o 1.º de 2009. Não dá para a economia brasileira crescer num ritmo desse sem uma boa escalada da inflação. De par com isso, a arrecadação do governo aumentou 16,75% em abril, sobre abril de 2009, em termos reais, isto é, acima da inflação. Mesmo lembrando da base baixa (a retração de abril do ano passado), esse aumento da atividade e da arrecadação chega a ser assustador. E cabe a pergunta: quanto de inflação já não estará embutido no aumento da arrecadação?

Não é, portanto, fruto do pessimismo o vaticínio de alguns economistas de que, a continuar como estão as coisas, o futuro governante brasileiro pode encontrar um ambiente ominosamente semelhante ao que já deixamos para trás ? e que era uma espécie de "salve-se quem puder". Nada favorável ao desenvolvimento sustentável em que parecia que vínhamos entrando alegremente.

O presidente Lula, nas suas recentes andanças - não lembro se na Rússia ou no Irã -, disse, respondendo à pergunta de repórter, que o Brasil agora é um país sério e que nada haverá de temerário na administração da economia, no futuro governo, seja quem for o presidente.

Ele bem que poderia confirmar isso lançando já as medidas que evitem que o seu sucessor - seja quem for - acabe obrigado a temeridades para conter a famosa espiral de preços e salários. Ou o "rebolation" que sua candidata ainda não aceitou dançar...

PETISTA É BARATO(A)

MILÚ VILLELA e MOZART NEVES RAMOS

A educação mobilizando o Brasil
MILÚ VILLELA e MOZART NEVES RAMOS
FOLHA DE SÃO PAULO - 24/05/10

Uma coisa é certa: o grande salto na educação do Brasil só ocorrerá quando houver a valorização definitiva do trabalho dos professores


Vai ficando cada vez mais evidente que o próximo desafio para o país é a oferta de educação de qualidade para todos os brasileiros.
Hoje, é consenso que, sem educação, será difícil alinhar o desenvolvimento econômico e os ventos de prosperidade a uma mudança sustentável no campo social.
Somente a educação é capaz de promover a construção de um país mais justo para todos. Segundo o economista da Fundação Getulio Vargas (RJ) Marcelo Néri, membro do movimento Todos pela Educação, cada ano de estudo produz um impacto de 15% na renda média do trabalhador brasileiro.
O Brasil deslancha na economia, tornando-se cada vez mais um porto seguro para novos investimentos estrangeiros. As janelas de oportunidades criadas por essa economia próspera, entretanto, não serão devidamente aproveitadas por nossos jovens, por conta da baixa qualidade do ensino.
Se, no passado, havia falta de oportunidades de emprego no mercado de trabalho, agora há falta de gente qualificada para aproveitá-las. A precariedade do ensino parece ser o grande entrave para o crescimento sustentável do Brasil.
Por essa razão, os vários segmentos da sociedade estão cada vez mais engajados na causa educacional. A atmosfera de mobilização nacional em prol da universalização da educação de qualidade vem se fortalecendo a cada dia, desde o surgimento do movimento Todos pela Educação, com o apoio decisivo dos meios de comunicação.
Com cinco metas claras para a educação brasileira, o Todos pela Educação vem abrindo novas frentes de participação social; setores que, antes, só se preocupavam com a causa da educação de qualidade, agora participam ativamente.
Antes mesmo da confirmação oficial dos candidatos à Presidência da República, diferentes setores da sociedade civil, todos engajados na mesma causa, já começam a preparar propostas e documentos que possam contribuir para que a educação dê um salto de qualidade nos próximos anos, aproveitando as conquistas alcançadas até aqui.
O próprio Todos pela Educação, junto com outras entidades vinculadas à área de educação, vem trabalhando numa carta-compromisso a ser entregue aos candidatos à Presidência da República, aos governos estaduais e ao Congresso.
Uma coisa é certa e parece unânime em todas as frentes engajadas pela educação de qualidade: o grande salto na educação só ocorrerá quando o país definitivamente valorizar os seus professores, o que é fundamental para atrair os jovens mais talentosos e preparados do ensino médio para o magistério.
E a receita para isso já é bem conhecida: salários iniciais atraentes, carreira promissora, formação inicial sólida e condições de trabalho apropriadas. Foi assim que fizeram os países que estão no topo da educação mundial.
Todo esse movimento sinaliza um tempo de forte mobilização pela educação. Há quatro anos atrás, o Todos pela Educação tinha um sonho, o de ver este país mobilizado, engajado nessa causa. Esse sonho começa a se materializar. Para o bem do país e da manutenção de nosso vigor econômico.
MILÚ VILLELA é membro fundador do movimento Todos pela Educação, presidente do Instituto Faça Parte, do Centro de Voluntariado de São Paulo e embaixadora da Boa Vontade da Unesco.
MOZART NEVES RAMOS é presidente-executivo do movimento Todos pela Educação

PAINEL DA FOLHA

Com Skaf, sem Chalita
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 25/05/10

A direção do PSB ainda vai apelar, mas já sabe que Gabriel Chalita decidiu não disputar o Senado. O vereador paulistano, que havia deixado o PSDB com esse objetivo, planejava executá-lo em aliança com o PT. Diante da manutenção da candidatura do neossocialista Paulo Skaf ao governo, desistiu da eleição majoritária. Concorrerá a deputado federal.
Chalita, que tem ajudado a fazer a ponte entre Dilma Rousseff e a Igreja Católica, será convidado a assumir um papel formal na campanha da ex-ministra, tanto nessa área quanto no capítulo do programa de governo relativo à educação, que esteve sob seu comando em São Paulo durante a gestão de Geraldo Alckmin.


A + B De um petista satisfeito com os resultados do Datafolha: "O eleitorado que aprova o governo vai para a Dilma fortemente. Basta saber que ela é a cara do cara".
Acabadão Do presidente do PT, José Eduardo Dutra, em seu Twitter: "Algum tempo morando num flat em Brasília, estou com saudade dos meus discos. Vou chegar em casa, em Aracaju, e ouvir um blues antes de dormir". E pouco depois: "Cheguei em casa, morto. O blues vai ficar pra amanhã. Boa noite".
Endereço A convenção do PT que oficializará a candidatura de Dilma, em 13 de junho, será no novo centro de eventos Unique Palace, com vista para a ponte JK.
Mesa... Passada a convenção do PMDB, que deve aprovar a aliança com o PT, Michel Temer terá de rebolar para satisfazer os pleitos de todos os correligionários que trabalharam para transformá-lo em vice de Dilma.
...para muitos Eliseu Padilha (RS), que embora serrista trabalha pela vitória de Temer, quer presidir o PMDB, sonho também acalentado por Eunício Oliveira (CE). Henrique Alves (RN) almeja a presidência da Câmara. Eduardo Cunha (RJ) espera liderar a bancada.
Canseira 1 Depois de esnobar o PT, que quer apoiá-lo ao governo do Paraná, sob o argumento de que faltam outros partidos na aliança, Osmar Dias (PDT) sugeriu ao PSDB, que tenta arduamente integrá-lo como candidato ao Senado à chapa do tucano Beto Richa, optar pelo pedetista para o governo. Não há hipótese de isso acontecer.
Canseira 2 Ao negociar com o PT, Osmar insistia em dar a Ricardo Barros (PP) uma das vagas para o Senado, ampliando a coligação. Já ao discutir com o PSDB sua possível reeleição ao Senado, ele torce o nariz para a presença de Barros na chapa. Não quer concorrência.
Dupla O primeiro suplente de Orestes Quércia (PMDB) ao Senado será o pastor José Wellington, presidente da Assembleia de Deus em SP e também da convenção geral da igreja no Brasil. A escolha teve a bênção de Gilberto Kassab, cujo DEM tem entre seus vereadores paulistanos Marta Costa, filha do pastor.
Prancheta O governo organizou força-tarefa para garantir o mínimo de defecções nas votações do pré-sal, em junho. Quem controla o mapa do Senado diz que só os votos da bancada do Rio não constam da lista de "certos".
Em marcha A prevalecer a vontade da maioria de seus integrantes, a bancada ruralista organizará um novo "tratoraço" em Brasília, desta vez para pressionar pela votação do Código Florestal, em discussão na Câmara. "Se for necessário, colocaremos 100 mil, 200 mil produtores nas ruas", diz a senadora e presidente da CNA, Kátia Abreu (DEM-TO). O martelo deve ser batido hoje.
Com LETÍCIA SANDER e DANIELA LIMA
tiroteio
"Nada de salto alto, mas a Dilma vai crescer ainda mais. Anormal é o Serra empacar mesmo com a avalanche de propaganda do governo paulista."

DO PREFEITO DE OSASCO EMÍDIO DE SOUZA (PT), sobre o discurso tucano de que o crescimento da petista no Datafolha se deveu apenas à propaganda.
contraponto
Conforto espiritual Em "Atentai bem! Assim Falou Mão Santa", Zózimo Tavares narra que o hoje senador tentava a reeleição ao governo do Piauí, em 1998, e resolveu lançar vários auxiliares à Assembleia. No curso da campanha, ele se deu conta de que a maioria não tinha chances. Então chamou seu secretário de Comunicação e pediu:
-Mande comprar 50 Bíblias!
-Para quê, governador?
-Quando acabar a eleição, você entrega aos que não se elegeram. Como eles não vão para a Assembleia Legislativa, vamos mandá-los à Assembleia de Deus!

GOSTOSA

RUY CASTRO

Carros demais
RUY CASTRO

FOLHA DE SÃO PAULO - 24/05/10

RIO DE JANEIRO - Há medidas ousadas no ar. No Rio, o prefeito Eduardo Paes quer fechar ao trânsito a avenida Rio Branco e transformá-la num boulevard para pedestres. Em São Paulo, o prefeito Gilberto Kassab quer pôr abaixo o Minhocão e revitalizar a enorme área degradada pelo viaduto.
As propostas alvejam o pior inimigo do homem e das cidades modernas: o carro. A ideia é tirar o maior número de veículos das ruas, deixando-as para o cidadão e para os veículos que precisam circular, como táxis, ônibus, ambulâncias e caminhões de serviço. Supõe-se que, para complementar as medidas, os prefeitos criarão faixas exclusivas, abrirão mergulhões e incrementarão o transporte coletivo.
Nos dois casos, trata-se de reduzir a hostilidade das cidades e devolvê-las a um tempo em que eram mais amenas e humanas. A avenida Rio Branco, por exemplo, quando inaugurada -em 1904, chamada avenida Central-, nasceu como um boulevard. Em suas calçadas povoadas por cafés (dos quais o Nice era apenas o mais famoso), fechavam-se negócios, empresas mudavam de mãos, tramavam-se golpes de Estado -enfim, decidiam-se os destinos do Brasil. Enquanto isso, na mesa ao lado, alguém vendia um samba ou discutia futebol. A vida corria em torno.
Hoje essas decisões são tomadas nas catacumbas de Brasília, sem conexão com a vida real. Uma delas, a de entupir o Brasil de carros, com o crédito a perder de vista, pouco ligando para o fato de que eles estão tornando impraticáveis as cidades mais amorosas. Nas últimas semanas, estive em Joinville, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte e Ouro Preto. Em todas, a mesma queixa: carros demais.
Sei bem que tirar os carros da rua lesa os direitos individuais de quem pensa que não consegue viver sem eles. Mas os nossos, dos pobres citadinos acuados, vêm sendo lesados há muito mais tempo.

ANCELMO GÓIS

Viva Casuarina
ANCELMO GÓIS
O GLOBO - 24/05/10
 
A revista semanal francesa “Le Nouvel Observateur” abriu suas páginas para saudar o grupo de samba e choro carioca Casuarina.
O título da matéria diz tudo: “Viva Casuarina!”

Festa no mar 
É quase o preço de um trembala entre Rio e São Paulo.
Amanhã a Petrobras, depois de duas tentativas, deve finalmente receber as propostas dos grupos que participarão da licitação para escolher fornecedores de 27 sondas de perfuração.

Segue...
Cada sonda deve custar entre US$ 300 milhões e US$ 400 milhões. Um dinheirão.

Greve no mar 
Por causa de uma greve do Ibama, desde o dia 25 de abril uma plataforma espera licença ambiental para operar no campo de Cachalote, litoral capixaba, com capacidade para produzir cem mil barris por dia.
Pelas contas do governador Paulo Hartung, só com o aluguel do equipamento o prejuízo é de US$ 8 milhões.

Estômago, ó pá! 
Veja só. O filme “Estômago”, de Marcos Jorge, vencedor de 16 prêmios lá fora e 20 aqui, foi lançado em Portugal com título de um quilômetro.
Lá o longa se chama... “Estômago, uma história nada infantil sobre poder, sexo e gastronomia”.

Frei Tito 
Amanhã a Assembleia do Rio faz homenagem post mortem ao cearense Frei Tito de Alencar, por iniciativa do deputado Marcelo Freixo. Ele se suicidou na França em 1974.
As torturas que sofreu no Brasil foram testemunhadas por Fernando Gabeira, seu vizinho de cela em São Paulo, durante a ditadura.

REPAREM SÓ nas estruturas das fotos, que estão sendo erguidas no meio da mata. É o Parque Ecológico da Rocinha, uma área de lazer com oito mil metros quadrados, quadra poliesportiva, churrasqueiras, bosque infantil, praça do idoso, ciclovia, área de ginástica, redário, anfiteatro e muito mais. Todos os equipamentos foram desenhados por pessoas da comunidade que participaram da Oficina do Imaginário, projeto da Secretaria de Obras do Rio.
O parque fica pronto no final de junho

Pé na estrada I 
Veja o tamanho deste projeto de adaptação para o cinema do famoso livro “On the Road”, de Jack Kerouac, orçado em US$ 25 milhões.
A produtora francesa MK2 anunciou em Cannes a prévenda do filme de Walter Salles para a Inglaterra, a Austrália e vários países da Ásia.

Pé na estrada II 
Produzido por Cacá Diegues, o filme “5X favela – Agora por nós mesmos” , que, segundo o jornal “El País”, foi uma das sensações do Festival de Cannes, recebeu convite para participar de outros festivais.
Entre eles, os de Chicago e Seattle (EUA), Toronto (Canadá), e Pesaro e Roma (Itália).

Brida no cinema 
Ainda em Cannes, Paulo Coelho fechou um acordo para produzir o longa-metragem baseado em seu livro, “Brida”.

ZONA FRANCA 
Ticiana Azevedo e Consuelo Dieguez lançam hoje, no 00 Cozinha Contemporânea, na Gávea, às 19h, o livro “Cuidado. Seu príncipe pode ser uma cinderela”.
Geraldo Tadeu Moreira Monteiro lança hoje, às 18h30m, o Manual do candidato às eleições, no Teatro João Theotonio, na Rua da Assembleia 10.
É hoje o lançamento do livro “Maria”, organizado por Charles Cosac, na Argumento do Leblon, às 19h 30m.
Tereza Cruvinel participa amanhã do Congresso Mega Brasil de Comunicação, em São Paulo.
Joel Santana participa do “Papo de primeira”, hoje, no Tijuca Tênis Clube.
Hoje, a peça “Te pego às nove”, de Elisa Lucinda, será lida no Ciclo de Leituras, na Casa da Gávea.

Surra de gringo 
No Rio, onde participa do V RioHarpFestival — Música no Museu, o harpista irlandês William Jackson passeava tranquilamente sexta, lá pelas 19h, na Praia do Flamengo, quando um ladrão tentou assaltá-lo.
O larápio não contava com os dotes do músico, faixa preta de judô. Levou uma baita surra.

Paulo eterno 
Paulo Moura, o grande músico, maestro e arranjador, será entrevistado para a série “Depoimentos para a Posteridade”, do MIS, dia 26 agora.
Merece.

Calma, gente 
Outro dia numa palestra na Estácio de Sá do Centro do Rio, um professor de Direito, ao falar de “políticos corruptos”, citou “Eurico Miranda”. Uma aluna perguntou se o mestre assinava embaixo do que dizia.
Quando o professor disse que sim, a menina anunciou seu parentesco com Eurico e prometeu processá-lo.

Muro da Barra 
Gera polêmica no condomínio Península, na Barra, o projeto defendido por alguns moradores vips para separar prédios de apartamentos mais baratos de outros com unidades caras.

Cena carioca 
Passageiros dos trens lotados do ramal Saracuruna-Central, no Rio, já até se acostumaram.
Toda manhã, quatro homens de uns 50 anos fazem roda de carteado em que o vencedor da rodada leva de prêmio o... direito de sentar! Os demais ficam de pé. Rola até torcida no vagão para saber quem será o próximo.

OS CASAIS Martinho da Vila e Cléo e Orlando Silva e Ana Petta sábado, no Rio, na festa de aniversário do ministro dos Esportes, que também aparece aqui ao lado de seu colega da Saúde, José Gomes Temporão

A BELA atriz Monique Alfradique encarna a personagem Nininha, uma perua consumista, no seriado “Na forma da lei”, da TV Globo