sábado, abril 21, 2012

A causa de fenômenos como Cachoeira e Demóstenes - FERNANDO ABRUCIO


REVISTA ÉPOCA

O escândalo em pauta envolve o bicheiro Carlinhos Cachoeira e suas ramificações com políticos brasileiros. Não param de surgir informações novas e fitas gravadas pela Polícia Federal mostrando intrincadas e incestuosas relações entre o Poder Público e o setor privado. Trata-se daquelas avalanches que não há mais como segurar ou domesticar, independentemente da realização ou sucesso de uma CPI. Como tais fenômenos, em maior ou menor grau, têm se repetido nos últimos anos, é imprescindível perguntar duas coisas: o que gerou uma figura como Carlinhos Cachoeira? Há outros com suas características pelo país?

Há várias causas para esse fenômeno. Elas passam pelo sistema de financiamento de campanha - e da fragilidade de seu controle -, pelo excesso de cargos comissionados no Estado brasileiro, pelas dificuldades de estabelecer competições idôneas nos processos licitatórios e, ainda, pela proliferação do discurso moralista como forma de resolver o problema da corrupção, quando o melhor sempre é aperfeiçoar as instituições e instrumentos que possam barrar a promiscuidade entre os governos e as empresas.

Sobre esse último aspecto, vale ressaltar algo: desconfie daqueles que se colocam acima do bem e do mal, procuram crucificar o acusado, mas nunca propõem mudanças mais profundas na legislação e nas estruturas de funcionamento dos governos. Mesmo que nada tivesse sido descoberto contra o senador Demóstenes Torres, sua forma de atuação sempre foi de um "salvador da pátria" e sua visão institucional geralmente foi pífia, pois o que interessava era derrubar o inimigo político - no caso, os governos petistas - a qualquer custo. É bem verdade que esse udenismo já fora praticado por políticos do PT no passado. De tal modo que é preciso buscar políticos e partidos que se guiem mais por projetos de país que por acusações morais contra seus adversários. Para lembrar um episódio célebre da política recente, o mais fácil foi derrubar Collor e seu tesoureiro de campanha, ao passo que difícil mesmo é criar um ambiente que evite a proliferação da corrupção.

Várias são as causas de fenômenos como Carlinhos Cachoeira, mas pouco se fala que a origem de suas práticas está, quase sempre, no jogo político subnacional. Foi assim com Collor em sua República de Alagoas. Foi assim nos primórdios do mensalão em terras mineiras. Foi assim com o pedido de dinheiro para campanha de Waldomiro Diniz para os candidatos do PT e do PSB no Rio de Janeiro. Foi assim em vários escândalos brasilienses dos últimos anos, derrubando senadores e governadores. Foi assim no esquema malufista paulista e seus prepostos - um até virou prefeito da capital -, que poderia ter sido pior se seu comandante tivesse chegado à Presidência da República. E agora, a política de Goiás, da qual parece que poucos sobraram das garras da contravenção e bandidagem comandada pelo "empresário" Cachoeira. Outras máfias locais existem em outros Estados do país e poderão estourar nos próximos anos, com chances de atingir a política nacional.

Como início de tudo está a forma bastante oligarquizada de realizar a política no plano estadual. Oligarquias como as famílias Barbalho e Sarney, entre as muitas que existem no cenário político, favorecem a concentração do poder político e econômico nas mãos de poucas pessoas. Isso estimula práticas antirrepublicanas e dificulta o controle do Poder Público. Cabe frisar, no entanto, que o aumento da competição política e o surgimento de novos atores sociais têm melhorado a disputa local, gerando uma pressão sobre esses "donos do poder" inédita em nossa história. Tal transformação democrática também tem propiciado o aparecimento de governantes, nos municípios e nos governos estaduais, com projetos mais inovadores de políticas públicas, com práticas de gestão mais meritocráticas e voltadas a resultados, bem como o impulso para formas de participação popular.

Mas ainda falta muito a fazer para aperfeiçoar a democracia no plano subnacional brasileiro. Recentemente, o Instituto Ethos publicou um estudo, que pode ser encontrado em seu site (www.ethos.org.br), intitulado Sistemas de integridade nos Estados brasileiros. Nesse trabalho, são apresentados alguns dados que antecipam a eclosão de escândalos no futuro. Realçam-se deficits de transparência e de controle dos Executivos. Tome-se o caso dos Tribunais de Contas. Segundo o estudo, na maioria dos Estados brasileiros, os colegiados dos Tribunais têm forte proximidade política com os atuais governantes. Os piores casos são Alagoas, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará e Sergipe.

Aquilo que a imprensa e parcela da sociedade reclamam, com razão, em relação ao plano federal, é muito pior nos Estados: a fragilidade ou quase ausência de oposição. Segundo a pesquisa do Ethos, referente ao período 2007-2010, "em oito das 27 unidades federativas, a coalizão que venceu as eleições para governador obteve maioria também na Assembleia Legislativa. Após a formação do governo, esse grupo cresceu para 21 Estados. Desse grupo, em sete a oposição foi reduzida a menos de 30%, em dois a menos de 20% e em outros dois a menos de 10%. Durante o exercício do mandato, essa tendência centrípeta tende a continuar. No final do terceiro ano de governo, eram nove os governos com oposição abaixo de 30%, três com menos de 20% e dois com menos de 10%". Como resultado desse quase aniquilamento da oposição, em poucos Estados as CPIs constituem instrumentos efetivos de accountability dos governadores.

A proximidade dos Tribunais de Contas com os governadores e a tibieza das Assembleias, além da partidarização de boa parte da imprensa regional, são fatores que criam uma situação de ultrapresidencialismo, como defini, há quase 15 anos, em livro intitulado Os barões da Federação. Coisas mudaram de lá para cá, mas com a mesma certeza se pode afirmar que ainda predomina um baixo controle dos governantes e oligarquias estaduais, redundando num sistema político pouco republicano capaz de produzir dezenas de Carlinhos Cachoeiras. Como o gasto público e as políticas do governo federal brasileiro têm grande impacto, as máfias constituídas regionalmente cada vez mais querem ter acesso ao poder central. Por isso Demóstenes Torres, um senador, era um despachante central do esquema.

Muitas são as soluções para o problema da corrupção no Brasil. Obrigatoriamente, deve-se começar pela melhora da democracia de baixo para cima, reformando a política nos municípios e nos Estados, para evitar que o Congresso Nacional e os ministérios sejam, regularmente, cúmplices da bandidagem. Mudar a lógica da política estadual é fundamental para aperfeiçoar os costumes políticos e melhorar a qualidade do debate. Tão grave quanto ser parceiro de Cachoeira foi Demóstenes, em sessão célebre do Senado, defender ter havido certo consentimento das escravas nos estupros que sofreram da elite branca. Esse reacionarismo pré-abolicionista é fruto do atraso da política local, moralista e imoral ao mesmo tempo.

Eu fumei maconha - WALCYR CARRASCO



REVISTA ÉPOCA
Não sou partidário do uso, mas não suporto a hipocrisia em torno do assunto. É tão fácil comprar como sorvete


Fumei maconha pela primeira vez aos 17 anos. Estava com meus colegas de classe quando alguém ofereceu. O cigarrinho rodou, com todos dando suas tragadinhas e se mostrando "experientes". Também quis parecer vivido, aspirei a fumaça com naturalidade. Tossi incontrolavelmente, enquanto os outros riam e me davam pancadas nas costas. Uma humilhação, pois puxar fumo já era, naqueles tempos, um ritual de integração com os mais admirados da turma. A segunda vez nem me lembro bem. Acho que tossi igual. A terceira aconteceu pouco tempo depois. Estava numa festa, e a maconha era oferecida em bandejas, como quitutes. (Ninguém pense que eu andava com uma turma da pesada, éramos todos jovens de classe média para cima, estudantes, com famílias certinhas.) Dei duas ou três tragadas lá pelas 2 da manhã. Permaneci as quatro horas seguintes olhando as palmas das minhas mãos. Ainda lembro de uma garota de uns 25 anos, preocupada:


- Você está bem?


- Muuuiiitttooooo beeeeeemmmmmm, óóóótiiiimoooo.


- Aquilo devia ser forte!


Quando amanheceu, o dono da festa me botou na rua e me arrastei com duas amigas até o ponto de ônibus.


Nunca mais fumei. Simplesmente, não faz parte da minha personalidade ter qualquer vício. Só bebo socialmente. Fumo um charuto por dia quando paro de trabalhar, na madrugada. Falta não faz, fico meses sem charutos. Talvez por ter tido um avô alcoólatra, tenho horror a qualquer tipo de dependência.


Conheci pessoas que fumaram maconha ao longo de décadas. Minha impressão é que têm pouca capacidade de realização. Um conhecido prometia:


- Vou começar um projeto de teatro.


No dia seguinte, o tonto aqui perguntava:


- E aí, falou com alguém?


- Amanhã eu falo.


E, de amanhã em amanhã, as propostas se esfiapavam.


Mas já encontrei pessoas de sucesso profissional que fumam, sim, com frequência. Não sou especialista no tema, não conheço os efeitos no metabolismo e tudo mais. Só não suporto a hipocrisia em torno do assunto.


A maconha é proibida. É mesmo?


Em Camburi, uma praia sofisticada do Litoral Norte de São Paulo, no verão a rapaziada fuma a céu aberto. Nos fins de tarde, o difícil é não sentir o cheiro. Os mais discretos sobem nas pedras. Ficam em roda aspirando a fumaça e olhando o poente. Vão me dizer que a polícia não sabe? E no Rio de Janeiro? Certa vez recebi um pessoal em meu apartamento no Leblon. Um deles perguntou se eu tinha, respondi que não. Saiu para dar uma volta, pois era a primeira vez que ia à cidade. Reapareceu 15 minutos depois. Tinha comprado. Ofereceram na rua. O mesmo acontece pelo país afora. É tão fácil comprar maconha como sorvete.


Propaganda do produto também não falta. Nos filmes americanos (outro país onde não é legal), é comum um personagem passar um cigarrinho ao outro. Sempre de um jeito simpático. Mais que isso: frequentemente a maconha é apresentada de forma positiva. No filme Professora sem classe (Bad teacher), lançado no ano passado, a mestra, interpretada pela simpática Cameron Diaz, fuma maconha direto. Há uma cena em que ela e o professor de educação física (Jason Segel) dão suas tragadinhas na quadra da escola, divertem-se e namoram. O professor de educação física fumando não passa a ideia de que maconha é saudável? No final, a professora maconheira é promovida a orientadora.Uau! Se eu fosse criar uma propaganda, não teria ideia melhor. Nos Estados Unidos, ganhou prêmios como filme teen. No Brasil, classificado para 14 anos. É para adolescentes! Fico curioso com o critério usado pelo Ministério da Justiça para a classificação indicativa.


Não sou partidário do uso da maconha. Mas contra a hipocrisia que se tornou a discussão pela liberação. Simplesmente porque o produto já está liberado. Se a propaganda subliminar via cinema é aceita, se pode ser comprado facilmente e até fumado em locais públicos, como manter a balela de que é proibido?


Nunca vi alguém capaz de pagar um bom advogado pegar cadeia por maconha. Susto sim. Mas só. Os que pagam o pato são os menos favorecidos.


Funciona como se o país tivesse duas leis. Uma para quem pode, outra para quem não pode. Muitos que hoje se esgoelam contra a liberação fingem não saber que seus filhos e netos são partidários da cannabis.


E, se faz mal como apregoam, não seria o caso de a questão ser assumida abertamente em vez de fingir que a proibição no papel resolve o problema?


Sou caretíssimo. Mas, na próxima Marcha da Maconha, sou bem capaz de ir.
Não sou partidário do uso, mas não suporto a hipocrisia em torno do assunto. É tão fácil comprar como sorvete

Doutor Lula - ANCELMO GOIS

O GLOBO - 21/04/12

A ideia de dar a Lula, dia 4, títulos de doutor honoris causa de cinco universidades cariocas (Uerj, UFF, UFRRJ, UniRio e UFRJ) esbarrou no Conselho Universitário da UFRJ, quinta. O assunto saiu da pauta da reunião por pressões de alguns professores e alunos, que temiam o uso político da concessão.

Fim do mundo

Tem político influente convencido de que Cachoeira é o verdadeiro dono da Delta. A conferir.

‘Com-terra’

Veja como o MST, às vezes, tem militantes de fora. Um dos acampados de um protesto em frente ao Ministério do Desenvolvimento Agrário, em Brasília, chegou ali, quarta, numa caminhonete S-10 prata, carrão utilitário muito usado pelos, digamos, “com-terra”.

E mais...

Uma funcionária, ao vê-lo desembarcar e entrar numa barraca, perguntou como ele podia ser sem-terra e ter uma caminhonete daquelas. Resposta: — É do meu pai. Ah, bom!

Jogo perigoso

Walsh e May, as americanas do vôlei de praia que tropeçaram no circuito mundial, em Brasília, não trouxeram seu técnico, o brasileiro Márcio Sicoli, que mora em Los Angeles. Sicoli teria problemas na Justiça daqui, acusado pela ex de “raptar” o filho deles, de 3 anos.

‘Zorra’ na telona
As filmagens de “De pernas pro ar 2” começam segunda. Na continuação do longa, o elenco ganhou participações especiais de jovens comediantes como Rodrigo Sant’Anna, a Valéria do “Zorra Total”, e Tatá Werneck, do “Comédia MTV”.

ESSA FORMOSURA da natureza é uma ninfeia (Nymphaea capensis), tão linda na cor lilás, repare. A flor, que se abriu estes dias, reforça o encanto já doado pela luz do outono ao Jardim Botânico do Rio. O registro foi feito pelo nosso correspondente no verde, Laizer Fishenfeld, que garante: “Nem Claude Monet conseguiu pintar uma ninfeia comparável a esta.” Que Deus a projeta, e a nós não desampare.

‘Crow-blue’
O livro “Azul-corvo”, de Adriana Lisboa, será lançado nos EUA e na Inglaterra pelo novo selo Bloomsbury Circus, da editora britânica Bloomsbury. A edição em inglês vai se chamar “Crow-blue”.

Aqui no Brasil...

Toda a obra de Adriana Lisboa será relançada pela Alfaguara a partir de 2013, logo após a publicação de seu romance inédito “Hanoi”. Aliás, em 2013, a escritora também comemora dez anos que seu livro “Sinfonia em branco” ganhou o Prêmio Saramago.

Para chinês ler

A edição da revista literária “Granta” com a seleção dos novos autores brasileiros que a Objetiva vai lançar na Flip deste ano será publicada também na Inglaterra e… na China.

O preço do amor
O desembargador Luiz Fernando Ribeiro de Carvalho, do Rio, reduziu para12 salários mínimos, e só por mais quatro anos, a pensão paga pelo dentista Olympio Faissol à Vilma de Souza, sua ex. Aos 79 anos, pai de oito filhos, Olympio pagava 36 mínimos 
(R$ 22.392).

Segue...

Segundo a decisão, Vilma “já aumentou consideravelmente seu patrimônio com a pensão”. Enquanto isso, Olympio “vem perdendo sua capacidade financeira devido ao pagamento de pensões”.

Corredor do Fórum

O subprocurador Antônio José Campos Moreira pediu ao TJRJ para abrir investigação criminal contra o juiz Rafael de Oliveira Fonseca, de Mangaratiba, afastado desde o mês passado e que já responde a processo administrativo disciplinar.

Como se sabe...

O magistrado é suspeito, entre outras coisas, de destruir provas e de vender alvarás de soltura para supostos milicianos.

Há testemunhas

Parceira da coluna ouviu ontem este diálogo no salão de depilação Pello Menos, em Ipanema:
— Por favor, eu queria virilha completa e ânus.
— Senhora, virilha completa já dá direito a ânus.
— Humm...
— A senhora quer trocar ânus por buço?

Dois governos - JORGE BASTOS MORENO - Nhenhenhém


O GLOBO - 21/04/12


Somente por estes dias é que a presidente Dilma ficou sabendo que o líder do governo, Eduardo Braga, que lhe foi imposto pelo “Palácio Sírio-Libanês”, a pretexto de moralizar a base parlamentar, tem a própria mulher como suplente. Dilma ficou uma arara.

Pacto de silêncio
A informação que tanto irritou, com razão, a presidente da República, está ao alcance de qualquer pessoa no site do Senado. Qualquer funcionário da Casa Civil ou da Articulação Política poderia ter repassado isso aos seus superiores e, estes, no caso, estas (Gleisi e Ideli), poderiam ter avisado Dilma.

Mudinho da Corte
Com essas coisas, o Gilbertinho não ousa fazer fofocas. Mas deveria, por lealdade, contar à presidente, que mulher de Braga é suplente.

Campanha pobre
A “CPI do Submundo” ou “CPI de Todo Mundo”, tenha lá o nome que se queira, já conseguiu, antes de ser formalmente instalada, um efeito alvissareiro. A redução do financiamento privado de campanha pelo caixa dois das empreiteiras. Agora, em vez de comprar, muitos candidatos a prefeito terão que suar a camisa para conquistar votos.

Cadê eles?
Não há precedente. Nunca, em momentos de ebulição política no país, como o de agora, ouviu-se esse ensurdecedor silêncio dos governadores diante de uma CPI.

Boca Mole
Quem conhece Cachoeira, Cavendish e Pagot afirma que a CPI não terá muito trabalho com os três.
Não será preciso nem apertá-los.
Basta provocá-los.

O voo ousado de Eduardo Campos ao Planalto
Enquanto a mídia e o Congresso se ocupavam do caso Demóstenes, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, dava o seu passo mais ousado da sua caminhada rumo ao Palácio do Planalto: a reunificação política de Pernambuco, o estado tradicionalmente mais ideologizado da federação.

Há quase 30 anos rompidos, 20 dos quais sem sequer se cumprimentarem protocolarmente, Campos e o senador Jarbas Vasconcelos se reuniram dia desses numa casa de praia próxima a Recife, retomando a antiga amizade dos tempos em que Jarbas fora candidato a prefeito de Recife, em 85 e, eleito, fizera do neto de Arraes, ainda menino, o mais novo chefe de gabinete da secretaria de governo municipal.

As ambições de Eduardo Campos são claras: ele quer ser presidente da República já, daqui a dois anos e pouco. Antes de pousar sua nave em Pernambuco, percorreu outros centros políticos, Rio e São Paulo, principalmente, para se viabilizar como alternativa à presidente Dilma.

Entrando no Rio e São Paulo pela porta da frente, recebendo dos respectivos prefeitos as chaves das duas cidades, Campos continua cruzando os céus do país, só que agora na condição de líder político do estado de Pernambuco.

2014
Eduardo Campos e Jarbas não fizeram — e não consta dos seus planos fazê-la— nenhuma aliança para as eleições municipais deste ano, em Pernambuco.
O projeto dos dois é nacional.

Inibição
Dilma também não quer se meter com as eleições municipais. Vai passar ao largo das disputas que envolverem suas bases. No caso de São Paulo, ela acha que, não panfletando com Haddad, seu vice Michel ficará inibido de carregar Chalita.

Novela
Gente, o palácio está insuportável. Muitas fofocas.
E quase nenhum trabalho.
O Gilbertinho já até ganhou o apelido de Adauto, o X-9 da Avenida Brasil que leva tudo para Muricy.

Boca do lobo
O FMI não está fazendo bem à cabeleira platinada de Christine Lagarde. Antes de desembarcar em Washington, em julho do ano passado, para se tornar a primeira mulher a dirigir a instituição, a francesa ostentava penteados ondulados chiquérrimos. Segundo a maldade de um velho lobo da imprensa, o cabelo agora chapado faz a ex-ministra da Economia e Finanças da França parecer um Ferreira Gullar com corte chanel.

UTI da cerveja
Ontem, durante consulta de rotina para examinar suas afinadas cordas vocais, Zeca Pagodinho inverteu os papeis e acabou diagnosticando o estresse do seu otorrino Jair de Castro. Por considerar gravíssimo o estado do paciente, o “Doutor” Zeca acabou levando o médico para a UTI mais próxima: um boteco perto da própria clínica, em Ipanema.

Carne na brasa - MIRIAM LEITÃO

O GLOBO - 21/04/12


O maior grupo brasileiro de carne, o JBS, foi notificado pelo Ministério Público do Mato Grosso pela compra de 3.476 cabeças de gado de fazendas embargadas pelo Ibama, instaladas em áreas de preservação ou flagradas em trabalho escravo. Joesley Batista, o presidente do grupo, me disse que está mais preocupado com a vida humana em risco no Brasil, porque 5 milhões de bois são abatidos por ano sem inspeção sanitária.

- As árvores derrubadas hoje podem afetar a vida humana daqui a 50 anos, mas, neste momento exato, brasileiros estão comendo carne de frigoríficos municipais sem qualquer fiscalização. O veterinário assina o bloquinho de notas, fingindo que fiscalizou, e nem olha o boi. É uma calamidade. Terríveis doenças podem ser contraídas, como a teníase, que leva à loucura. O hospício está cheio de doido que comeu carne que as autoridades não fiscalizaram - diz Joesley.

O Brasil virou o campeão mundial do mercado de carne no mundo, o BNDES colocou muito dinheiro público no projeto de concentrar e globalizar o setor. O JBS foi escolhido para ser o maior. Analisei o tema, li relatórios, falei com ONGs, Ministério Público, BNDES, e tive uma conversa de duas horas e meia com o presidente do maior frigorífico do Brasil e do mundo.

Joesley garante que fez esforço e aumentou o controle para eliminar da sua cadeia produtiva as fazendas envolvidas em crime.

- Se o JBS não comprar o bicho, outros compram. Todo mundo compra. Eu fico sendo o chato. Assinei o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público, por isso sou vigiado, mas e os que não assinaram? O BRF, empresa grande e emblemática também, tem duas plantas de abate de bovino em Mato Grosso, mas não assinou o compromisso que assinamos. O Carrefour, Pão de Açúcar, Walmart não querem saber de onde vem a carne - afirma.

Em 2009, houve uma ofensiva contra o desmatamento e outros crimes da pecuária. O Greenpeace divulgou relatório provando a ligação dos grandes frigoríficos com produtores que praticavam crimes de trabalho escravo, desmatamento ilegal, invasão de terra indígena. A ONG Repórter Brasil também investigou e denunciou. O Ministério Público Federal iniciou a campanha "carne legal". O MP, em vários estados, iniciou ações contra frigoríficos.

Os grandes supermercados assumiram compromissos públicos de que só comprariam carne de quem vigiasse sua cadeia produtiva. Foi assinado um acordo dos grandes frigoríficos de que em seis meses eles eliminariam esses crimes da sua cadeia produtiva. Não cumpriram. Ganharam novo prazo. Marfrig e Minerva não foram apanhados em novos casos, mas o JBS, sim. O MP do Acre iniciou uma Ação Civil Pública contra o JBS, em abril de 2011, por comprar de produtores com crimes ambientais e trabalhistas, mas, em seguida, o grupo assinou um TAC, que estará completamente em vigor apenas em setembro. Já no Mato Grosso, em outubro de 2011, o MP notificou a empresa porque comprovou pelo Guia de Transporte Animal, que o JBS havia abatido 3.476 cabeças de gado de 34 fazendas que cometeram crimes: 13 delas, propriedades embargadas pelo Ibama; outras, por desmatamento ilegal de produtores que grilaram terras dos indígenas Marãiwatsede; e uma (144 bois), da lista suja do trabalho escravo. Depois da notificação, a empresa não comprou mais desses produtores.

- Não somos certificadores de frigorífico, mas os compradores internacionais nos perguntam se o JBS compra de produtores com atividades ilegais. Dizíamos que ele estava com um prazo para cumprir o acordo. Agora, informamos que eles não estão cumprindo - diz Paulo Adário, do Greenpeace.

A ONG lançou a campanha "Salve a sua pele", na Feira de Bolonha, na Itália, no fim de 2011, e fez um desfile de modelos denunciando aos compradores de couro essa conexão.

Joesley Batista diz que os sistemas de informação dos órgãos públicos sobre as fazendas são falhos:
- Muitas vezes, na hora que eu compro o boi a fazenda não está na lista do Ibama nem do Ministério do Trabalho. Depois do abate, ela entra. Por isso, melhorei o sistema de fiscalização e já até devolvi boi comprado. Mas aí o outro vai e compra. Digo sinceramente, 90% do tempo eu me preocupo com outro problema gravíssimo que é a saúde humana em risco no Brasil.

A denúncia que ele faz sobre a inspeção sanitária é de fato grave. Isso não abona os outros erros. O ideal é atacar os dois problemas.

Joesley me entregou um relatório com os seguintes números: há 206 frigoríficos no Brasil que têm inspeção sanitária federal. Que é bem feita e rigorosa, segundo ele. Há 422 frigoríficos que só têm inspeção estadual. Há níveis diferentes de qualidade da fiscalização. Minas é o pior estado, segundo Joesley. Os municípios fiscalizam 762 estabelecimentos:

- Existe um sistema de padrão internacional, o Riispoa, de inspeção. Ele só é cumprido pelos fiscais do Ministério da Agricultura. Nos estados, há alguma exigência. Nos municípios, o que acontece é brincadeira. Ninguém olha nada. Das 35 milhões de cabeças de gado abatidas por ano no Brasil, 20 milhões estão sob inspeção federal, os outros 15 milhões são abatidos com pouca ou nenhuma análise. Os brasileiros que comem essa carne estão correndo riscos.

Meninos de toga - TUTTY VASQUES


O Estado de S.Paulo - 21/04/12

Não será surpresa para esta coluna se o ministro Cezar Peluso madrugar no STF na segunda-feira para abrir os trabalhos da Suprema Corte botando umas tachinhas no assento da cadeira de Joaquim Barbosa, sem reparar que o colega já havia colado com Durex um rabo de papel em sua toga ao apagar das luzes do expediente de sexta-feira na Praça dos Três Poderes.

É natural que aconteça algo do gênero depois que um chamou o outro de chato, feio e bobo, além de inseguro e nervosinho, provocando resposta com adjetivações à altura do debate acadêmico que se trava: ridículo, brega, caipira, tirano, desleal e pequeno!

Tomara que o chamado "supreme bullying" em curso não chegue ao ponto de nos fazer sentir saudades do tempo em que Gilmar Mendes distribuía petelecos na orelha de uns e outros no plenário do Supremo Tribunal Federal.

O conflito entre os homens de capa preta do noticiário vem ganhando proporções de quebra-pau na hora do recreio de escola pública!

Dependendo do aguardado voto do revisor do caso do mensalão, Ricardo Lewandowski, a situação pode fugir inteiramente de controle ainda no primeiro semestre do ano.

Depois não digam que não avisei! 

Voto útil

Fãs de Carla Bruni podem decidir eleições na França! Falta ainda a primeira-dama decidir se quer continuar morando no Palácio do Eliseu.

Pedófilotur

Pedófilos de todo o mundo acabam de descobrir o turismo sexual pra lá de Teerã. Quem deu a dica foi a Embaixada do Irã no Brasil ao atribuir a "diferenças culturais" as reações contra o diplomata iraniano que cultivava o hábito de bolinar meninas na piscina de um clube em Brasília. Parece que em alguns lugares do Oriente Médio isso é supernormal.

"C" de coisa fofa

Com todo respeito às empregadinhas da novela das 7, o que é a Débora Falabella na das 9 cozinhando, arrumando cama, tirando pó, servindo café da manhã...? A classe C chegou em alto estilo à telinha da Globo!

Vaidade desmedida

Anderson Silva deu agora pra dizer por aí que é "meio metrossexual". Está, decerto, exagerando.

Briga de galo

Não convidem Eike Batista e Armínio Fraga para a mesma mesa. O dono do grupo EBX está morrendo de inveja do título que o ex-presidente do Banco Central ganhou nesta semana da revista The Economist: "Shakira de Barba"!

É do Brasil?

Waltinho Salles é, mal comparando, uma espécie de Lionel Messi do cinema brasileiro: para uns e outros por aqui, a carreira internacional do diretor de La Estrada, concorrente à Palma de Ouro no Festival de Cannes, desqualifica sua identidade cultural com o país de berço. Com o craque do Barcelona, dá-se a mesma coisa na Argentina! A diferença, convenhamos, é que o

brasileiro desnaturado em questão é muito mais

bonitinho, né não?

A volta de Mad Men - SÉRGIO AUGUSTO


O ESTADÃO - 21/04/12


Que diabos faz uma série de TV neste espaço consagrado aos livros?

Se você se fez essa pergunta é sinal de que nunca viu Mad Men ou não a acompanhou com a devida atenção, nem tomou conhecimento de que há pelo menos dois livros que a ela se referem lançados entre nós: O Guia Não Oficial de Mad Men - Os Reis da Madison Avenue, de Jesse McLean (Best Seller), e Mad Men - Comunicados do Front Publicitário, de Jerry Della Femina (Record). Muitos outros, explorando a série dos mais variados ângulos (seus drinques, suas comidas, sua moda, suas locações, suas implicações filosóficas, estéticas, nostálgicas e psicanalíticas), ainda aguardam uma tradução.

Não tocarei em nenhum deles, pois são outras obras, de ensaio e ficção, que justificam a presença, aqui, de Mad Men, cuja quinta temporada tem início na próxima segunda-feira (HBO, 22 h), após longo e lamentável interregno. Conselho aos que nunca viram a série: assistam primeiro às temporadas anteriores, disponíveis em DVD. Ela exige imersão lenta para melhor proveito de sua lânguida e inebriante narrativa, de sua opacidade onírica, e uma progressiva familiaridade com os personagens e seu milieu, a selva dos “hidden persuaders” da Madison Avenue, na primeira metade dos anos 1960.

(The Hidden Persuaders: título original de A Nova Técnica de Convencer, o mais lido estudo sociológico sobre a moderna lábia persuasiva da publicidade, escrito por Vance Packard em 1956.)

Antes de me deixar hipnotizar pela urdidura de sua trama, pelos diálogos e pelo elenco, Mad Men me pegou pela impecável reconstituição dos ambientes e do ethos cultural daquele tempo - pela ambience, enfim. Conheci Nova York no final de 1963; era aquilo mesmo. Nascido em 1965, Matthew Weiner, criador e produtor da série, precisou confiar na precisão das imagens que, do período, Hollywood nos legou. A decoração dos sets parece ter sido feita pela mesma dupla, Stuart A. Reiss-Walter M. Scott, que para a Fox desenhou os escritórios de Sob o Signo do Sexo (The Best of Everything) e O Homem do Terno Cinzento, ou pelo Edward G. Boyle de Como Vencer na Vida Sem Fazer Força, este disponível no YouTube: veja e compare os cenários - e também o ator Robert Morse, 44 anos mais novo, com o octogenário Bertram Cooper, patriarca da agência SCDP (Sterling Cooper Draper Pryce).

Livros como o de Packard, The Best of Everything (novelão de Rona Jaffe sobre o mundo editorial nova-iorquino de 1958), O Homem do Terno Cinzento (de Sloan Wilson) e outras obras canônicas da época, como Confissões de Um Publicitário (de David Ogilvy), A Multidão Solitária (de David Riesman), A Revolta de Atlas (de Ayn Rand), O Grupo (de Mary McCarthy) e O Crisântemo e a Espada (de Ruth Benedict), quando não citadas ou lidas por um personagem, aparecem em estantes e mesinhas de cabeceira. Um dos encantos de Mad Men, portanto, é sua valorização da leitura, da cultura livresca. Um dos protagonistas, o grisalho Roger Sterling, está prestes a editar um livro de memórias.

Referências diretas e indiretas a Mark Twain, Balzac, Melville, F. Scott Fitzgerald, William Faulkner, Frank O’Hara (o fundamental poeta de Meditations in an Emergency), John Cheever, D.H. Lawrence inserem-se com naturalidade na narrativa, e até Mein Kampf encontrou uma brecha num dos primeiros episódios da próxima temporada. Creio que só num filme de Godard encontraremos mais alusões literárias do que em Mad Men.

Na eclética bibliografia em trânsito nas quatro primeiras temporadas de Mad Men não encontrei nenhuma obra de ficção premiada com o Pulitzer ou o National Book Award. A nova temporada parte de 1966, ano em que Katherine Ann Porter (já citada na série, via A Nau dos Insensatos, seu único romance) acumulou, por seus contos, os dois galardões.

O Pulitzer é o Oscar do livro e o NBA, o Golden Globe. O primeiro tem mais prestígio popular; o segundo, melhor reputação. O NBA, premiando o melhor da prosa americana desde 1950, nunca negou fogo; o Pulitzer já: em 95 anos, dez vezes bateu mesa. Em 2012 não escolheu ninguém em ficção. Havia 35 anos que isso não ocorria.

A combalida indústria de livros, ainda abalada pelos últimos reveses na guerra contra o monopólio da Amazon e suas edições digitais, subiu nas tamancas. Idem autores, livreiros e críticos literários. O agito em torno do Pulitzer sempre impulsiona as vendas. Sem prêmios, só a indignação ganha espaço na mídia; e ela tem vida curta.

“Foi uma bofetada no rosto do mundo literário”, estrilou Laura Miller, crítica da Salon, para quem 2011 teve uma colheita excepcional de bons livros de ficção. Depois de ler 341 títulos, um trio de jurados composto pelo escritor Michael Cunningham, a ex-editora Susan Larson e a crítica Maureen Corrigan selecionou três finalistas: Sonhos de Trem, de Denis Johnson (traduzido pela Companhia das Letras); Swamplandia, da estreante Karen Russell; e The Pale King, o inacabado romance de David Foster Wallace, arrematado por seu editor. Submetidos, como de praxe, ao veredito dos cardeais da instituição, nenhum emplacou.

Se a peneiragem já é deficiente, dada a enorme quantidade de livros em competição, a escolha final depende sempre de um júri comprometido, acima de tudo, com o paladar literário do americano médio. Em 1971, o board do Pulitzer rejeitou obras de Eudora Welty, Saul Bellow e Joyce Carol Oates. Em 1974, embora recomendado por unanimidade pelo comitê de seleção, O Arco-íris da Gravidade, de Thomas Pynchon, foi solenemente ignorado. Como desta vez foram, por exemplo, Jeffrey Eugenides e Teju Cole.

Melhor voltarmos a 1966. Mad Men na veia.

O direito de conhecer - RUY CASTRO


FOLHA DE SP - 21/04/12


RIO DE JANEIRO - É uma velha tradição brasileira. Ao menor sinal de crise, os primeiros cortes na economia vão para a cultura. Como se houvesse o que cortar. Com ou sem crise, é de lei no Brasil que, na divisão do bolo orçamentário, a cultura fique com o farelo e lamba os beiços. E tanto faz o governo. Está escrito há 40 mil anos, como diria Nelson Rodrigues, que a cultura viverá rastejando e sendo pisada pelos governantes, podendo, no máximo, morder-lhes os calcanhares de vez em quando.

Daí espanta saber que não é só aqui que essas coisas acontecem. Os governos europeus, subitamente pobres, também estão impondo esse achatamento da cultura.

Verbas encolheram, subsídios foram reduzidos e os agentes culturais estão encolhendo suas produções a elencos menores, menos cenários, menos mão de obra.

Mas, como comentou Larry Roh-ter no "New York Times", na Europa a cultura não é uma mercadoria. "As pessoas devem ter o direito de ir à ópera", disse a ele um funcionário do governo austríaco. Ou ao concerto, diria um alemão. Ou aos museus, diria um holandês, um italiano, um francês. Ou às cidades históricas e aos monumentos, diriam todos.

É possível avaliar o custo de tudo isso num orçamento nacional, mas não o seu retorno. Quantos anos leva um garoto que foi hoje a um concerto para se tornar um virtuose do piano -ou não? Quantos milhares de jovens visitantes aos museus produzirão, um dia, um bom pintor -ou nenhum? Mas essa é uma conta que não se deve fazer a cultura é mesmo para dar prejuízo, e tudo bem.

Um dia, gostaria de ouvir de um membro do governo brasileiro que "As pessoas devem ter o direito de conhecer o Aleijadinho". Ou o mestre Valentim. Ou o padre José Maurício. Ou Debret. Ou Ernesto Nazareth. Ou Di Cavalcanti. Ou Pixinguinha. Mas, se alguém já disse, nunca ouvi.

PROGRAMAÇÃO ESPORTIVA NA TV


8h - Treino de classificação do GP do Bahrein, F-1, Globo

8h - Masters 1.000 de Monte Carlo, tênis, Sportv 2

8h45 - Arsenal x Chelsea, Campeonato Inglês, ESPN Brasil e ESPN HD

10h - Cruzeiro x Vôlei Futuro, Superliga masc. de vôlei, Globo, Esporte Interativo e Sportv

10h30 - Werder Bremen x Bayern de Munique, Campeonato Alemão, ESPN

11h - Newcastle x Stoke City, Campeonato Inglês, ESPN Brasil e ESPN HD

13h30 - B. Dortmund x B. M'gladbach, Campeonato Alemão, ESPN e ESPN HD

13h30 - QPR x Tottenham, Campeonato Inglês, ESPN Brasil

14h - Elim. Sul-Americana de futsal, semifinal, Sportv

14h - Volvo Ocean Race, iatismo, Bandsports

15h - Circuito mundial de vôlei de praia, semifinal, Esporte Interativo e Sportv 2

15h45 - Napoli x Novara, Campeonato Italiano, RedeTV!, ESPN e ESPN HD

17h15 - Porto x Beira-Mar, Campeonato Português, Bandsports

18h10 - River Plate x Instituto, Campeonato Argentino (2ª divisão), ESPN Brasil

18h30 - São Paulo x Bragantino, Campeonato Paulista (quartas de final), Sportv e Sportv HD

20h30 - Saint Louis Blues x San Jose Sharks, hóquei, ESPN

5h - Maratona de Londres, atletismo, Sportv

O Supremo, sob os olhos da nação - EDITORIAL O GLOBO

O GLOBO - 21/04/12


O poder que evita o desgoverno não pode ele mesmo desgovernar-se



O país acompanhou, entre espantado e preocupado, a troca de farpas entre dois ministros do Supremo Tribunal Federal, coincidindo com a mudança de presidente na mais prestigiosa entidade da Justiçabrasileira.

Ministros do Supremo são seres humanos, e portanto sujeitos a oscilações de humor e a irritações. Mas, no caso dos ministros atualmente em exercício no STF, eles precisariam fazer um pacto de bom comportamento.

O Supremo — como o nome está dizendo — é a pedra de toque de todo o sistema constitucional brasileiro. Se ele desaparecesse, o nosso organismo jurídico seria como uma casa sem teto. Além de tudo, cabe ao STF dirimir conflitos entre os poderes da República, o que lhe confere um status ainda mais especial. Sendo assim, os ministros do Supremo podem ter os sentimentos que quiserem, inclusive em relação a seus colegas. Mas esse dado inevitável de humanidade precisa ser filtrado através de uma boa dose de compostura.

Não basta que o Supremo aja corretamente, no desempenho de suas tarefas. Seus membros precisam passar pelo menos a impressão de que são impassíveis, imparciais, objetivos — a Justiça na sua acepção mais estrita. Se não for assim, como poderão atuar na última fronteira da vida institucional?

Para citar um exemplo de agora, a nação inteira espera que o STFdesembrulhe, no menor prazo possível, a assustadora questão do mensalão. Como isso pode ser feito se os ministros não estiverem solidamente sentados em suas cadeiras, representando o melhor dos critérios de justiça, o maior conhecimento do Direito? Isto se torna ainda mais necessário numa época em que tudo é submetido a um máximo de exposição. As câmeras da TV invadem as salas de reunião, dão conta do dia a dia dos trabalhos. Se essa rotina não passar uma impressão de respeitabilidade, é todo o sistema institucional que perde o seu fio de prumo.

O novo presidente do Supremo, ministro Ayres Britto, está consciente dessas responsabilidades. Disse ele: “O poder que evita o desgoverno, o desmando e o descontrole eventual dos outros poderes não pode, ele mesmo, se desgovernar, se descontrolar”. E acrescenta: “É o poder que não pode jamais perder a confiança da coletividade, sob pena de esgarçar o próprio tecido da coesão nacional”.

Tomando posse como presidente do STF, o ministro Ayres Brittto propôs um pacto dos três poderes em defesa da Constituição; e aumentou a carga simbólica dessa proposta distribuindo exemplares da Constituição entre os que acompanharam a cerimônia.

Assim se faz referência à principal missão do Supremo, e a um elemento de civilização política. A Constituição tem esse caráter de pacto, de entendimento que serve de base para qualquer construção duradoura.

No Brasil, não podemos mostrar uma experiência tão longa e bem-sucedida como a dos Estados Unidos. Mas a Constituição em vigor tem prestado bons serviços, e já sobreviveu a muitas crises. É a partir desse patrimônio que podemos aspirar a melhores índices de convivência social.

Governo dividido - ILIMAR FRANCO

O GLOBO - 21/04/12


O governo Dilma vai enfrentar rachado a votação do Código Florestal. O PMDB e o PT vão medir forças no plenário na terça-feira. O PMDB e o ministro Mendes Ribeiro (Agricultura) apoiam o texto do relator Paulo Piau (PMDB-MG). O PT e os ministros Izabella Teixeira (Meio Ambiente) e Pepe Vargas (Desenvolvimento Agrário) querem manter o texto do Senado. O relator alega que seu texto reflete o desejo da maioria da Casa. O PT, sem votos para ganhar, pode obstruir a votação.

Eleições diretas para presidente da OAB
O vigoroso discurso do presidente da OAB, Ophir Cavalcante, na posse no STF, provocou mal-estar no Congresso. Ophir afirmou que o “Parlamento tornou-se um pântano” e que “com honrosas exceções, o Parlamento tem servido de balcão de negócios”. Irritados, vários líderes querem apressar a votação, na CCJ da
Câmara, de projeto do deputado Hugo Leal (PSC-RJ) pelo qual as eleições para a presidência do Conselho Federal da OAB passem a ser diretas. Pretendem também aprovar emenda que prevê que a contabilidade da OAB, a exemplo das dos demais conselhos profissionais, seja submetida ao TCU.

"Aqui estou para dizer ao novo presidente do STF que a sociedade espera que esse tema (mensalão) não seja mais postergado. E que a Justiça promova a punição exemplar dos culpados pelos crimes” 
— Ophir Cavalcante, presidente da OAB, no discurso no STF

O GOVERNO DILMA E A CPI. O líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), explica por que não vai integrar a CPI: “O trabalho exaustivo de uma CPI não é compatível com a agenda de líder. O governo é neutro e não tem uma missão a ser cumprida na CPI. A CPI não é agenda do governo”. No ano eleitoral, ele quer usar seu tempo para aprovar, por exemplo, as MPs do Brasil Maior e as novas regras do FPE e do FPM.

Cenas de Brasília
Ao cruzar com uma excursão escolar que visitava o Senado, na tarde da sexta-feira, um transeunte bradou em alto e bom som, para estupefação geral: “Aqui é o lugar mais seguro do mundo. Não tem ladrão, só trabalhador!”

Corte
A presidente Dilma orientou a EBC a cortar de suas viagens jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas da TV e Agência Brasil. Pediu para ser acompanhada somente pela NBR (agência oficial de notícias), sob a justificativa de corte de gastos.

O Rio de Janeiro e a Construtora Delta
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) fez levantamento dos negócios da Construtora Delta com o Estado do Rio. Seus primeiros contratos foram no governo Anthony Garotinho (1999/2002): total de R$ 146 milhões. Na gestão Rosinha (2003/2006), R$ 398 milhões, sendo R$ 2,1 milhões (3%) com dispensa de licitação. No primeiro mandato de Sérgio Cabral (20007/2010), R$ 992,4 milhões, sendo R$ 148,3 milhões (14,9%) com dispensa de licitação. No segundo (2011/2012), R$ 496,9 milhões, sendo R$ 85,6 milhões (17,2%) sem licitação.

Batendo o martelo
O governador Cid Gomes (PSB-CE) e a prefeita Luizianne Lins (PT) vão acertar, na próxima semana, o candidato à prefeitura de Fortaleza. Os petistas que estão no páreo são o secretário Elmano Freitas e o deputado Artur Bruno.

Fla x Flu
O ex-prefeito de Recife João Paulo desistiu de disputar a prévia do PT. O governador Eduardo Campos (PSB) fechou com a candidatura do deputado Maurício Rands contra a do prefeito João da Costa, que quer concorrer à reeleição.

VISIONÁRIO. A biografia do senador Demóstenes Torres (GO), exibida em seu blog, informa que a ONU o incluiu entre as mil personalidades do mundo inteiro para pensar o século XXI.

A SECRETARIA de Direitos Humanos vai reunir as centrais sindicais, na terça-feira, para organizar manifestações para pressionar o Congresso a votar com urgência a PEC do Trabalho Escravo.

CORRELAÇÃO DE FORÇAS. O bloco liderado pelo PMDB terá 13 vagas na CPI. O bloco sob o comando do PT terá 12 representantes. A oposição, sete votos.

Guerra no Supremo - HÉLIO SCHWARTSMAN


FOLHA DE SP - 21/04/12


SÃO PAULO - É verdade que os ministros poderiam ser um pouco mais cordatos, mas a chamada guerra no Supremo não apenas está longe de ser um problema como ainda é sinal de que o tribunal máximo anda saudável. Em termos institucionais, é bom que os magistrados discordem, compitam e até se odeiem.

O propósito de uma corte colegiada é oferecer aos casos que a ela chegam uma apreciação mais cuidadosa e multifacetada, escapando ao unilateralismo do juiz singular. Cada ser humano, afinal, é prisioneiro de seus próprios preconceitos.

Só que colocar um grupo para decidir não é um processo sem riscos. Sabe-se desde os anos 50, com os experimentos de Solomon Asch sobre a conformidade, que basta pôr um ator para "puxar" respostas absurdas a uma questão óbvia que 75% das pessoas o acompanharão. Pior, reunir gente que pensa igual para conversar frequentemente resulta numa radicalização das ideias.

Nem tudo, porém, está perdido. Como mostram Ori e Rom Brafman, a existência de pessoas "do contra" ("dissenters", em inglês) é importante para evitar que caiamos nas armadilhas do pensamento de grupo. A figura do "dissenter", embora possa produzir fricções de alto custo emocional, também costuma levar a maioria a reformular seus argumentos, de modo a responder a objeções percebidas como relevantes.

Essa dinâmica é especialmente valiosa em tribunais colegiados. O "do contra" aqui, mesmo que não leve a uma mudança na decisão e ainda que provoque brigas homéricas, é um elemento fundamental para melhorar a qualidade do trabalho.

Assim, em vez de tentar suprimir o dissenso, o ideal seria que o STF o colocasse para trabalhar a seu favor. Ampliar as rotinas pelas quais os ministros possam conhecer melhor as opiniões divergentes de seus pares antes de elaborar seus votos seria uma medida inteligente. É o que fazem muitas das cortes coletivas.

Uma questão pessoal - MERVAL PEREIRA

O GLOBO - 21/04/12


Não é a primeira vez nem será a última que ministros do Supremo Tribunal Federal baterão boca em público, embora nunca seja dignificante para a mais alta instância do Poder Judiciário que seus membros se digladiem em público. Mas o importante, sempre que há um desentendimento deste tipo, é saber se ele foi deflagrado por uma questão de fundo ou se tem origem em questões puramente pessoais. Nada indica que o ambiente do Supremo esteja conflagrado, e muito menos por razões de cunho político.

O que ocorreu foi um desabafo fora de hora do ministro Cezar Peluso, que se antecipou à aposentadoria, que só ocorrerá em setembro, e passou a falar como um não membro do STF, e uma resposta um tom acima do ministro Joaquim Barbosa, um ministro propenso a confrontos, especialmente atingido pela referência a supostos problemas com sua cor de pele.

Diferentemente de um bate-boca anterior, este apresentado ao vivo e em cores pela TV Senado, entre Barbosa e o então presidente Gilmar Mendes, desta vez não havia nenhum debate doutrinário, apenas maneiras diversas de encarar a vida.

Tanto que a única crítica aos procedimentos do STF feita por Peluso em sua entrevista ao Consultor Jurídico, a de que os ministros tendiam a votar de acordo com a opinião pública, não foi rebatida por Barbosa.

Quando Gilmar Mendes o acusou de fazer "populismo judicial", argumentando que "esse negócio de classe não cola", Barbosa retrucou que levava em conta "as consequências" de suas decisões.

Ali estava revelado que também no Supremo há um debate entre os "consequencialistas", que interpretam a lei atentos ao resultado da decisão, contra os "formalistas", que se atêm à letra da lei - um debate doutrinário sério, que ocorre em vários lugares do mundo.

Mas, no caso presente, nem mesmo esse debate aconteceu, ficando os ataques recíprocos mais no campo pessoal, o que mostra que desta vez não há nenhuma questão de fundo subjacente.

Há quem atribua os constantes atritos entre os juízes do Supremo ao fato de que, nos últimos anos, houve uma renovação de seus membros, fazendo com que hoje haja mais ministros sintonizados com o espírito da Constituição de 1988. Há também a midiatização dos debates, deflagrada pelo televisionamento direto das reuniões, uma tendência irreversível que dá transparência às decisões, mas transformou os ministros do Supremo em celebridades.

Mas a partidarização do Supremo, no entanto, não parece ser a tônica de sua composição, fenômeno que seria mais tipicamente dos Estados Unidos, onde há o bipartidarismo, do que no Brasil, onde Lula tanto é capaz de nomear o ministro Carlos Alberto Direito, um conservador católico, como Eros Grau, que se diz marxista.

Nomeado por Fernando Henrique Cardoso, Gilmar Mendes mantém um retrato do ex-presidente em sua mesa de trabalho. Já Joaquim Barbosa, escolhido por indicação de Frei Betto, ex-assessor especial de Lula, não pode ser identificado explicitamente com Lula, no máximo com uma ala do PT, tanto que aceitou a denúncia contra os 40 do mensalão.

E o ministro Cezar Peluso também foi nomeado por Lula e também é dado como um voto contra os mensaleiros, tanto que sua aposentadoria, em setembro, entra na conta dos réus como um fator de retardo do julgamento, e sua substituição, como um voto contrário a menos.

Nesse raciocínio que beneficia os réus, se até lá a questão não estiver julgada, o processo seria sustado até que a presidente Dilma indicasse o substituto, o que poderia demorar, ajudando na contagem de tempo para a prescrição.

Há quem aposte, por sinal, que se os dois ministros que se aposentarão este ano - Peluso, em setembro, e Ayres Britto, em novembro - tendessem a votar a favor dos mensaleiros, o PT e a base aliada trabalhariam no Congresso para aprovar a chamada "PEC da Bengala", passando a idade de aposentadoria para 75 anos.

No entanto, há uma forte tendência entre os estudiosos de identificar um grande teor de personalismo nos julgamentos do Supremo, fazendo com que o tribunal funcione mais como o resultado de posições individuais do que como um colegiado, o que retiraria da série de nomeações de governos ideologicamente alinhados - os governos petistas de Lula e Dilma nomearam 8 dos 11 ministros atuais - a formação de um tribunal à sua imagem e semelhança. Além do mais, o fato de o mandato ser intocável até a aposentadoria, aos 70 anos, dá ao ministro nomeado independência em relação a quem o nomeou.

O que preocupou mais o novo presidente do Supremo, ministro Ayres Britto, foi a declaração de Joaquim Barbosa de que, quando presidente, o ministro Cezar Peluso manipulou sentenças do Supremo.

A acusação é grave, mais ainda porque destituída de qualquer base na realidade. Quando termina um julgamento, o presidente da Corte resume o voto vencedor em voz alta, diante de seus pares e das câmeras de televisão.

Qualquer desvio do resultado, por incompreensão ou erro de interpretação, é imediatamente rebatido pela maioria.

Além disso, quando é feita pelo relator a ementa com a decisão oficial, todos os ministros a recebem antes de ser divulgada, ainda a tempo de corrigir algum eventual erro.

O ministro Joaquim Barbosa referiu-se diretamente ao episódio do voto de minerva proferido por Peluso a favor de Jader Barbalho na decisão sobre se a Lei da Ficha Limpa o impedia de assumir uma vaga no Senado, quando Peluso se recusara a votar duas vezes em outra ocasião.

Na ocasião, porém, explicou que, na primeira sessão de julgamento sobre a chamada "Ficha Limpa", quando se recusou a desempatar o julgamento, o fez simplesmente porque a maioria dos ministros presentes não concordou com a aplicação da regra regimental.

No caso de Jader, porém, todos os ministros presentes, inclusive os que tinham votado em sentido contrário, decidiram aplicar a regra regimental.

Outro caso polêmico refere-se ao julgamento de Cesare Battisti, quando, logo depois da votação, Peluso, que era o relator e foi voto vencido, disse que não tinha condições intelectuais de redigir a ementa com a decisão do Supremo, ressaltando, com ironia, o que considerava incongruência da decisão de extraditar o italiano, mas permitir que o presidente da República não cumprisse os acordos internacionais firmados pelo país.

O ministro Peluso certamente estava reagindo ao voto da maioria, mas não tentando manipulá-lo.

Novas presidências e expectativas - WALTER CENEVIVA

FOLHA DE SP - 21/04/12


A função dos ministros Ayres Britto e Cármen Lúcia terá mais espinhos do que flores no percurso

A VIDA judicial do Brasil, no que interessa ao povo e aos profissionais que a integram, parece este ano destinada a inusitado destaque. Nossa mais alta corte da Justiça tem novo presidente por alguns meses, e a última instância da justiça eleitoral será conduzida por uma ministra que pela primeira vez terá a missão de garantir nacionalmente a legalidade do pleito.

As duas circunstâncias não parecem preocupantes. Tanto o ministro Ayres Britto, na presidência do STF (Supremo Tribunal Federal), quanto a ministra Cármen Lúcia, na presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) têm condições para levar a bom termo sua missão, embora se saiba que a função de ambos terá mais espinhos do que flores no percurso.

A previsão do "tempo quente" na Corte Suprema foi de certo modo sugerida pelas declarações na saída do ministro César Peluso, sem as habituais homenagens ao presidente que se despede. No plano da lei haverá o drama do "quorum" para os próximos julgamentos.

Cairá nas mãos de Ayres Britto a batata quente de uma das mais rumorosas questões político-legais-criminais da história, com "figurões" e "figurinhas" do universo político e empresarial, sob acusações sérias: o caso do "mensalão". No curso dos trabalhos surgirão intervenções dos demais ministros, além das que cabem à defesa e à acusação. O presidente da corte precisará da colaboração de seus colegas na dissidência entre os que consideram imperativo o julgamento e os oponentes à pressão nesse sentido. Sabem todos que será danoso para a corte se manobras protelatórias impedirem o julgamento, sobrevindo a prescrição, afastada a apreciação do mérito da questão.

O relator no STF é o ministro Ricardo Lewandowski. Enfrenta o trabalho para compor a definição de cada elemento de informação, a respeito de cada envolvido em cada fato. Lewandowski foi para o STF com longa prática no Tribunal de Justiça de São Paulo. Depende dele a primeira etapa dos trabalhos, a do relatório. Sua competência lhe permitirá até determinar o arquivamento em face de manifesta causa excludente da ilicitude de ato ou da culpabilidade do agente, embora não pareça probabilidade previsível. Serão seguidas, além das normas regimentais, as regras do Código de Processo Penal para fatos que envolvam a interpretação constitucional, de competência exclusiva da alta corte.

Superada a participação do relator, começará a tomada dos votos, na linha crescente da antiguidade dos ministros, se não houver novos pedidos de vista a serem deferidos e, em casos especiais, indeferidos. O presidente terá voto de desempate para o final pronunciamento da corte. Se por qualquer circunstância Ayres Britto não comparecer ou não puder atuar, será substituído pelo vice-presidente, ministro Joaquim Barbosa, também empossado esta semana. Os meandros têm tantas alternativas que não arrisco fazer outras previsões.

Nas questões do direito eleitoral, os primeiros meses de gestão da ministra Cármen Lúcia tenderão a trazer as questões habituais de nível, digamos, ameno. Serão mais difíceis ou mais agitadas quando o pleito estiver próximo e, portanto, no calor crescente da disputa. Daí a certeza: o ano jurídico será democraticamente animado e animador.

Brasília! Niemeyer foi abduzido! - JOSÉ SIMÃO


FOLHA DE SP - 21/04/12

Hoje é aniversário de Brasília! Capital do Desvio Federal. Ops, do Detrito Federal! Rarará!

BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão urgente! O esculhambador-geral da República!

Olha esta placa num portão em Palmas (TO): "Juaquim Clariano, pesso favor não vende nada para espoza sem minha autorização". Deve ser o marido da Val Marchiori. Rarará!

E o predestinado do dia! Sabe o nome do autor do hino de Brasília? Capitão Furtado! Rarará!

Hoje é aniversário de Brasília. Capital do Desvio Federal. Ops, do Detrito Federal. Mas, como dizem os brasilienses: "Sou brasiliense, mas sou inocente".

E o Niemeyer é um visionário. Desenhou o Congresso com dois penicões. Um pra cima e outro pra baixo. Botou dois penicões no Congresso. E eu acho Brasília um escândalo. Um escândalo de beleza!

O Niemeyer viu disco voador? Eu acho que ele foi abduzido e voltou direto pra prancheta! Brasília era ficção científica.

Hoje é a cidade que mais aparece na televisão. "Você conhece Brasília?". "Conheço! Pela televisão." "Onde fica Brasília?". "No "Jornal Nacional"." Brasília é a capital do "Jornal Nacional". Rarará!

E hoje é Tiradentes! Dia Nacional dos Enforcados! Tiradentes devia ter sido enforcado na terça-feira, aí a gente enforcava a segunda! Enforcava o enforcado! É feriado, mas ninguém sabe quem é Tiradentes.

Um repórter perguntou para um menino: "Você sabe quem é Tiradentes?". "Sei, Tiradentes é um feriado." Rarará! Todo ano eu conto esse caso porque é emblemático. Gostaram do emblemático?!

E visitar Minas no feriado de Tiradentes não é turismo, é insurreição! Tiradentes foi enforcado e esquartejado. Porque não queria pagar um imposto, o quinto. Por um quinto, ele foi enforcado.

Com os impostos hoje em dia, ele seria passado numa máquina de moer carne. Virava hambúrguer! Almôndega! Quibe mineiro! Rarará! É mole? É mole, mas sobe! E eu tenho uma amiga perua tão fresca, mas tão fresca, que ela não fala Aleijadinho, fala Aleijadérrimo! "Comprei duas obras do Aleijadérrimo."

E na estrada BH-Ouro Preto tem um motel chamado: ITA MARA! E eu já viajei muito pelo interior de Minas. Minas é um monte de morro com um monte de gente dando adeus! E um amigo meu não vai viajar: prefere gastar o dinheiro dos pedágios em pizza, cinema e joias!

Nóis sofre, mas nóis goza!

Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

Ameaça à urbanidade - LUIZ FERNANDO JANOT


O GLOBO - 21/04/12


Em 2010, cerca de dois anos depois da bem-sucedida instalação da primeira Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), na Favela Santa Marta, o Rio voltou a viver momentos de grande tensão diante das violentas ações praticadas, em vários pontos da cidade, por facções do tráfico de entorpecentes. Eram manifestações planejadas para demonstrar o poder de fogo dessas organizações criminosas e, ao mesmo tempo, desafiar as forças policiais.

As ações se alternavam entre arrastões e roubos de veículos em vias de grande circulação, incêndios de ônibus, ordem para fechar lojas comerciais e, para coroar a prepotência desses grupos, o desfile armado por certas ruas da cidade. O desafio à ordem pública atingiu, nessa ocasião, proporções insustentáveis. Como reação, no dia 28 de outubro daquele ano, o governo do estado, com o apoio do governo federal e a participação das Forças Armadas, decidiu dar um basta nessas provocações ao empreender uma verdadeira operação de guerra para ocupar o Morro do Alemão, onde se localizavam as principais bases de articulação do movimento. Com a ocupação do morro e a fuga dos marginais, esse dia se tornou um marco simbólico no processo de retomada dos territórios ocupados por traficantes e milicianos.

Curiosamente, quase dois anos depois desse episódio, uma nova tentativa de desestabilizar a segurança pública voltou a pairar sobre o Rio. Desta feita, como reação ao sucesso da política de pacificação das favelas que inibiu a livre movimentação do tráfico armado nessas comunidades. A Rocinha, atualmente ocupada por forças de segurança enquanto aguarda a implantação da sua UPP, vem registrando, com certa frequência, enfrentamentos entre facções rivais do tráfico interessadas no controle da venda de drogas. Esses conflitos têm gerado tiroteios e mortes, inclusive, recentemente, a de um policial militar fuzilado durante uma perseguição por becos e vielas. O clima de apreensão decorrente desses fatos e de outros semelhantes que estão ocorrendo em paralelo ameaça a urbanidade conquistada após a pacificação das favelas. Hoje, se notam alguns semblantes tensos e olhares preocupados de pessoas que temem ser assaltadas durante os seus trajetos cotidianos. A tranquilidade que tomou conta das ruas do Rio, durante o último verão, já não é mais a mesma.

Transitar por certos locais da cidade se tornou uma atividade de risco e uma preocupação a mais diante do aumento do número de assaltos a pedestres e de roubos praticados por motoqueiros armados que se aproveitam dos engarrafamentos de trânsito para quebrar o vidro dos automóveis e roubar seus motoristas. Outro exemplo lamentável ocorreu nas imediações da Central do Brasil e da Praça da República, onde bandos de jovens usuários de crack e cheiradores de cola praticavam assaltos e ameaçavam transeuntes. Não há como ser tolerante em situações como essas, que, a qualquer descuido, poderão colocar por terra toda a esperança de pacificação da cidade. E, não se iludam, caso esse retrocesso aconteça, dificilmente se conseguirá recuperar o padrão de urbanidade que começou a se consolidar junto à população.

Para que essa fatalidade não venha a ocorrer é indispensável que o poder público intensifique a sua presença nas ruas, através da guarda municipal e do policiamento ostensivo. Em relação às favelas é fundamental priorizar, além da política de segurança, um projeto inovador de educação ampliada e diversificada que possa contribuir para que as camadas mais pobres da população tenham acesso aos programas de desenvolvimento econômico e de expressão cultural. Numa sociedade como a nossa, marcada por fortes contrastes sociais, é fundamental elevar a autoestima dos jovens para que eles possam, de bom grado, optar por um trabalho digno em vez de debandar para o meio da criminalidade. Nesse aspecto, a atividade formal desempenha um papel relevante ao oferecer melhores condições para dignificar o trabalhador e, consequentemente, o próprio ser humano.

Portanto, se não houver investimentos maciços na urbanização das favelas, na melhoria das condições da habitação, na geração de empregos e na criação de programas específicos de educação e de trabalho, não haverá segurança pública que seja capaz de sustentar, por muito tempo, a pacificação dessas comunidades e, por extensão, da própria cidade. Se pacificar as favelas contribui para a elevação da qualidade de vida dos seus moradores, por outro lado, não há como fechar os olhos para as precárias condições de habitabilidade que existem nessas comunidades. Neste momento em que toda a população do Rio se vê envolvida no fortalecimento da imagem da cidade é fundamental que essas metas sejam, de fato, realizadas e que novos avanços sejam propostos para que se alcance a urbanidade desejada no menor espaço de tempo possível.

De volta aos holofotes - VERA MAGALHÃES - PAINEL


FOLHA DE SP - 21/04/12


Nova investigação da Polícia Federal envolve o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, personagem de proa do mensalão. Na denúncia da Operação Lee Oswald, deflagrada no Espírito Santo, o empresário investigado Jurandy Nogueira Júnior pede ajuda a Delúbio para expandir negócios que tinha em Presidente Kennedy (ES) para outros municípios do Estado e de Goiás.

Em 28 de janeiro, a secretária de Delúbio liga e marca encontro com Jurandy no restaurante 14 Bis, no Rio de Janeiro. O empresário relatou ter obtido nessa conversa promessa de ajuda de Delúbio para negociar projetos de implantação de lousa digital driblando licitações.

Elo A ponte entre Delúbio e o empresário investigado é o deputado estadual Mizael Oliveira (PDT-GO), que, segundo a Polícia Federal, atuava para patrocinar os negócios de Jurandy em Goiás.

Missão Na denúncia, Jurandy faz o seguinte relato sobre o que Delúbio teria prometido no almoço, se referindo a Mizael: "É muito difícil, mas vou mexer porque um pedido do meu deputado é praticamente uma ordem".

O que é A Operação Lee Oswald -batizada em alusão ao assassino de John Kennedy, que dá nome à cidade capixaba- investigou fraudes em licitações e prendeu 28 pessoas, entre elas o prefeito de Presidente Kennedy, Reginaldo Quinta (PTB), acusado de desvio de R$ 50 milhões.

Munição Indicado para a CPI do Cachoeira, o deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) vai requerer ao STF (Supremo Tribunal Federal) acesso à Operação Las Vegas, que deu origem à Monte Carlo. O inquérito contém informações que ainda não vieram à tona sobre Carlinhos Cachoeira e políticos de vários partidos.

Ontem e hoje Miro Teixeira, que compôs em 1992 a CPI que pediu o impeachment do ex-presidente Fernando Collor, terá o atual senador do PTB de Alagoas como colega na nova comissão.

Cabo de guerra O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, foi favorável, em ofício a Ricardo Lewandoski, ao compartilhamento de informações da Monte Carlo com o Senado. O ministro do STF ainda não decidiu se vai repassar o inquérito ao Conselho de Ética da Casa.

Serviço de... Governadores do Nordeste pedirão, em reunião em Aracaju (SE), na segunda-feira, providências urgentes à presidente Dilma Rousseff para combater a seca que se alastra por vários Estados da região.

...meteorologia Eduardo Campos (PSB-PE) dirá a Dilma que o semiárido perdeu todas as culturas. Levará previsão de que o fenômeno El Niño atingirá o Nordeste em 2013. Os Estados querem que o governo amplie o Bolsa Família para que não seja necessário recorrer à prática de distribuir cestas básicas.

Cenário Ameaçado de ser varrido do mapa nas eleições, o DEM reunirá a bancada federal na segunda-feira, em Salvador (BA), para contabilizar seus candidatos e traçar um mapa de alianças nas eleições municipais.

Visitas à Folha Aldo Rebelo, ministro do Esporte, visitou ontem a Folha, a convite do jornal, onde foi recebido em almoço. Estava com Luis Antonio Paulino, chefe da assessoria, e Fernando Guedes, assessor.

Renato Henry Sant'Anna, presidente da Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho), visitou ontem a Folha. Estava com Flávio Landi, da Comissão Legislativa da entidade, e Jô Ristow, assessora.

com SILVIO NAVARRO e ANDRÉIA SADI

tiroteio

"Essa transmissão ao vivo de guerra de vaidades é boa para quem está no UFC. É muito ruim quando ministro do Supremo Tribunal Federal rasga a toga em público."

DO PRESIDENTE DO PTB, ROBERTO JEFFERSON (RJ), sobre a recente troca de farpas entre os ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) Cezar Peluso e Joaquim Barbosa antes da votação do processo do mensalão.

contraponto

Santo de casa

Após a posse no STF (Supremo Tribunal Federal) anteontem, o novo presidente da Corte, ministro Carlos Ayres Britto, recebia um a um os cumprimentos de convidados e familiares. Na fila para chegar ao ministro, foram muitos os comentários sobre o discurso dedicado à mulher dele, pontuado por elogios.

Uma autoridade não resistiu:

-Tomara que minha mulher não tenha visto a posse pela TV. Ela vai pensar: 'Isso que é homem de verdade, não o que tenho lá em casa!'

Por que os impostos não bastam - EDITORIAL 0 ESTADÃO


O Estado de S.Paulo - 21/04/12


A situação fiscal brasileira é bem melhor que a da maior parte dos países desenvolvidos, mas bem pior que a da maioria dos emergentes, segundo números divulgados pelo FMI. Para cobrir suas necessidades de financiamento - dívida vencida e déficit orçamentário -, o governo brasileiro precisará do equivalente a 18,5% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e 18% no próximo. A maior parte do problema decorre do pesado endividamento acumulado ao longo de muitos anos, mas o resultado corrente da execução orçamentária também é muito menos brilhante que o de vários outros países. A disciplina fiscal tem sido insuficiente para permitir uma estabilização duradoura das contas públicas e para livrá-las do peso de juros excessivos.

O Brasil aparece em terceiro lugar, pela magnitude do financiamento necessário, numa lista de 23 emergentes. Só é superado pelo Paquistão, um país com forte instabilidade política e graves problemas de segurança, e pela Hungria, um dos membros da União Europeia mais afetados pela crise global dos últimos anos. Em 2012, o governo precisará de dinheiro para financiar um déficit fiscal de 2,3% do PIB e uma dívida equivalente a 16,2%. Para 2013 estão previstos um déficit de 2,4% e vencimentos correspondentes a 15,7% do PIB.

Neste ano, as necessidades de cobertura correspondem a pouco menos que o dobro da média ponderada dos 23 países - 9,5% do PIB. Países sul-americanos estão entre aqueles em melhor situação, nesse conjunto. O campeão da saúde fiscal é o Chile, com déficit orçamentário de 0,3% e compromissos a liquidar de 1% do PIB. As previsões para o Peru indicam um superávit fiscal de 1,1% e dívida a pagar de 2,5% do PIB. A Colômbia também aparece em posição confortável, com uma necessidade total de cobertura de 3,9%. Esses três países têm obtido uma invejável combinação de estabilidade fiscal, inflação controlada e crescimento firme dos negócios.

No Chile, a solidez dos fundamentos macroeconômicos tem facilitado o crescimento e a modernização do país por mais de duas décadas. O governo chileno adotou há muitos anos uma gestão fiscal baseada num princípio simples, mas muito saudável: economizar nos anos de prosperidade, quando a receita de impostos se eleva, e gastar nos anos difíceis o suficiente para estimular a economia.

A fidelidade a essa política permitiu também a criação de um fundo soberano de investimentos, usado como importante alavanca do crescimento econômico. Muito diferente é o fundo soberano instituído pelo governo brasileiro, formado com a emissão de títulos públicos, isto é, com endividamento. Fundos desse tipo são normalmente alimentados, na origem, com um excedente fiscal - inexistente no Brasil - ou com recursos provenientes de um superávit externo.

Entre os vários países com necessidades de financiamento público menores que as do Brasil há alguns com déficits fiscais proporcionalmente maiores, como Índia, Polônia, Malásia e África do Sul, mas em todos esses casos o peso da dívida pública é muito menor. O governo da Malásia, por exemplo, deve ter neste ano um déficit fiscal de 4,3% do PIB, mas a despesa com a dívida prevista para o ano é de apenas 3,3%. A necessidade total de cobertura (7,6%) é menos da metade daquela projetada para o caso brasileiro.

A dívida pública brasileira é uma velha herança. Aumentou consideravelmente nos anos 80, quando os juros internacionais subiram muito. Mais de 40 países foram arrastados pela crise da dívida, a partir de 1982. Mas seus governos foram capazes de reorganizar as contas públicas e de reduzir o peso da dívida. O Brasil continuou prisioneiro do endividamento inflado naquele período e, além disso, permitiu o aumento de seu peso nos anos seguintes.

No entanto, a carga tributária brasileira é maior que a de todos ou quase todos os países emergentes e até mais pesada que a de algumas economias avançadas, como os EUA e o Japão. O governo arrecada muito, mas vive num aperto financeiro muito maior que o observado em outros países emergentes. Isso acontece por razões políticas e tem forte relação com a moralidade da gestão pública.

troca de guarda - MÔNICA BERGAMO

FOLHA DE SP - 21/04/12

O governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) deve anunciar em breve mudanças na Fundação Seade, vinculada à Secretaria Estadual de Planejamento e centro de referência nacional em pesquisas e estatísticas socioeconômicas e demográficas. A diretora-executiva Felícia Madeira, há nove anos no cargo, deixará o comando da instituição.

TROCA 2
Em seu lugar deverá assumir a socióloga Maria Helena Guimarães de Castro, ex-secretária da Educação de SP na gestão de José Serra. Maria Helena figura em primeiro lugar na lista tríplice que o conselho do Seade enviou ao governador.

DEIXA DISSO
O ministro Joaquim Barbosa avisou com antecedência o novo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Carlos Ayres Britto, que daria uma resposta "dura" ao colega Cezar Peluso, que o chamou de "inseguro" e fez referências a sua cor numa entrevista ao site Consultor Jurídico. Britto tentou demovê-lo da ideia. Em vão.

ARSENAL
Em entrevista ao jornal "O Globo", publicada ontem, Joaquim Barbosa chamou Peluso de "ridículo", "brega", "caipira", "corporativo", "desleal", "tirano" e "pequeno". Disse ainda que o ex-presidente manipulava resultados no Supremo e comparou suas declarações às de "racistas" que "tomam liberdades".

HUMOR
Peluzo, que antes da entrevista de Barbosa tentou pedir desculpas a ele, procurou outros ministros para explicar declarações que deu na entrevista ao Consultor Jurídico.

Gilmar Mendes reagiu com bom humor às referências feitas a ele: "Não se preocupe. Não tenho sensibilidade de mulher feia".

SEMEANDO
Gabriel Chalita (PMDB-SP) estreita laços com evangélicos. Ex-seminarista, o pré-candidato à prefeitura almoçou com lideranças como o bispo Rodovalho, da igreja Sara Nossa Terra.

MEU QUERIDO PÉ
Uma cadeira caiu no pé do padre Marcelo Rossi, em uma missa, na noite de quinta. Com medo de ter rompido um ligamento ou quebrado o metatarso, ele foi para o hospital na manhã de ontem, mas exames descartaram qualquer problema. O sacerdote apresentou seu programa de rádio sob efeito de sedativos, falando de forma extremamente pausada.

COTAÇÃO
O marchand Paulo Kuczynski vendeu a pintura "A Mulher do Caminhão", de Di Cavalcanti, antes mesmo de abrir a mostra onde ela estará exposta. A obra pertencia à coleção do joalheiro Lucien Finkelstein, parceiro do artista. "Di - Alguns Inesquecíveis" abre hoje para convidados no Escritório de Arte.

FESTA DOIS EM UM
O cantor Rogério Flausino vai aproveitar a festa de lançamento do novo DVD do Jota Quest, "Folia & Caos", na terça, no Beco 203, em São Paulo, para comemorar seu aniversário. O evento terá um show especial da banda, com participações de Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá.

PROJEÇÃO

A cantora Maria Rita, o publicitário Pedro Tourinho e os cineastas Johnny Araújo e Sophia Tess foram anteontem ao festival de cinema ao ar livre Vivo Open Air. O evento, no Jockey Club de São Paulo, teve show de Moraes Moreira e Davi Moraes.

curto-circuito

A missa de sétimo dia da atriz Marly Bueno, pioneira da TV, será realizada hoje, às 8h30, no Santuário Nossa Senhora do Rosário de Fátima, na avenida Dr. Arnaldo, nº 1.831, no Sumaré.

Serpui Marie faz coquetel de abertura de sua loja nos Jardins, na terça-feira. Das 18h às 21h, na alameda Jaú.

Guilherme Coelho comemora hoje aniversário com jantar nordestino, a partir das 21h30, no Leopolldo dos Jardins.

A exposição "A Dimensão do Afeto", com obras de Fernando Araújo, terá vernissage na segunda-feira, a partir das 19h, no Espaço Cultural Citi, na avenida Paulista.

com DIÓGENES CAMPANHA, LÍGIA MESQUITA e THAIS BILENKY