sexta-feira, agosto 06, 2010

MERVAL PEREIRA

Eleições separadas 
Merval Pereira 

O Globo - 06/08/2010

Não é à toa que os partidos políticos estão pressionando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para alterar a decisão que verticalizou a propaganda eleitoral.

Proibindo que um partido que tenha candidato a presidente apresente em seu programa o apoio a candidatos de outros partidos para governador ou senador, o TSE interferiu na bagunça de legendas nas disputas regionais e ficou completamente fora da realidade.

Se a realidade definida em lei pelo TSE é mais coerente do que a que está sendo disputada nas urnas, essa é outra questão.

O fato é que as coligações regionais são tão disparatadas em relação ao quadro partidário nacional que tentar organizá-las com a campanha já em movimento é uma temeridade.

Mas não é apenas o TSE que tenta interferir nas eleições para torná-las mais coerentes, como se a incoerência dos políticos fosse uma falha, e não uma maneira de manter o poder regional.

Também o presidente Lula pretende usar seu imenso prestígio popular para tentar montar um Congresso à feição de sua candidata oficial, Dilma Rousseff.

O presidente está preocupado em legar para sua candidata um Congresso dócil, especialmente o Senado, que lhe deu muito trabalho nesses oito anos de mandato, tornando-se uma barreira às suas pretensões de reinar acima dos partidos e dos demais poderes da República.

Lula também não se esquece da derrota sofrida na extinção da CPMF.

O Senado, onde o governo tinha uma maioria apenas teórica, que se desfazia diante de qualquer projeto mais polêmico, só prestou vassalagem ao governo quando seu interesse corporativo combinou com o interesse político do governo.

Nesses casos, foi a força pessoal dos senadores José Sarney ou Renan Calheiros que ajudou o governo a sair das crises sem grandes perdas.

Por enquanto, porém, são três eleições totalmente distintas que estão sendo disputadas.

A do Congresso não está atrelada a nada e pode trazer surpresas. A de governador é totalmente desgarrada, e a de presidente tem em Lula uma influência que pode ser decisiva.

O PT só concorre a governos em dez estados dos 27, e tem chance de vencer em apenas 4 — Acre, Sergipe, Bahia e Rio Grande do Sul.

A popularidade de Lula não transfere voto para o Aloizio Mercadante em São Paulo, para Ideli Salvatti em Santa Catarina; não retira de Ana Júlia Carepa a carga de ter o governo mal avaliado por mais de 50% do eleitorado, que atribuem a ele as cotações de ruim e péssimo.

No Amazonas, o senador Arthur Virgílio, do PSDB, está garantindo a segunda vaga, já que o ex-governador Eduardo Braga já parece estar eleito.

Tanto nesse caso, quanto nos do Ceará e do Rio Grande do Norte, o presidente Lula insinua que tem interesse especial em derrotar Virgílio, o ex-presidente do PSDB nacional Tasso Jereissati — que é, por enquanto, o preferido do eleitorado para uma das vagas no Senado — e José Agripino Maia, do DEM, que está disputando a segunda vaga, pois uma delas parece estar assegurada para a ex-governadora Wilma Faria.

As recentes pesquisas de opinião mostram uma vantagem para a candidata oficial, mas o resultado ainda não parece definido, pois ainda permanece a impressão estatística de que o país está dividido por regiões entre governo e oposição, quase na mesma proporção registrada no primeiro turno da eleição de 2006: Sul e Sudeste na oposição; Norte e Nordeste com o governo e o CentroOeste dividido, com ligeira vantagem governista.

Resta confirmar a vantagem, dentro da margem de erro, de Dilma no Sudeste, registrado pelo último Ibope.

Uma nova pesquisa hoje poderá tirar dúvidas.

Mas as campanhas estaduais não acompanham o resultado nacional, embora a média das pesquisas Datafolha e Ibope mostre Dilma em ascensão, mesmo onde perde, e Serra caindo, mesmo onde ganha.

No Nordeste, por exemplo, onde Dilma domina com 55% dos votos, o PSDB está bem colocado para o governo em alguns estados: Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e Bahia, embora a maioria dos prováveis vencedores seja do PT e de seus aliados.

No Norte/Centro-Oeste, Dilma lidera com nove pontos de vantagem: tem 48% contra 39% de Serra. Mas também aí o PSDB disputa com boas chances governos importantes como Pará, Goiás, Distrito Federal — na coligação com o PSC de Roriz, agora apanhado pela Ficha Limpa — e Mato Grosso.

No Acre, terra da candidata Marina Silva, do PV, a liderança ainda está com Serra, embora o candidato a governador praticamente eleito é o senador Tião Viana.

No Sul, onde Serra lidera com 52% dos votos contra 38% de Dilma, a diferença fica por conta de Tarso Genro, do PT, que é favorito ao governo do Rio Grande do Sul, e num segundo turno com José Fogaça do PMDB continua vencendo, mesmo com a possibilidade de o PSDB de Yeda Crusius (ou por causa disso) apoiá-lo.

No Paraná, o quase vice de Serra Osmar Dias é uma ameaça à liderança de Beto Richa, do PSDB.

No Sudeste, Serra caiu para 45% e Dilma chega a 41%, vantagem ainda influenciada pelo resultado do Datafolha. O Ibope já dá Dilma liderando na região, dentro da margem de erro.

Essa seria uma mudança de tendência importante, que denotaria que a influência do lulismo na eleição está se dando com mais intensidade, transformando Minas Gerais em um estado petista.

O ex-governador Aécio Neves tem a tarefa difícil de firmar sua liderança elegendo seu escolhido, Antonio Anastasia, e revertendo o quadro em favor de Serra, o que não parece ser uma prioridade política no estado, mas pode vir a ser.

ANCELMO GÓIS

As árvores favoritas 
Ancelmo Góis 

O Globo - 06/08/2010 

As árvores favoritas da turma da coluna (os ipês, como se sabe) poderão ter um jardim só seu. Veja o projeto criado pelos arquitetos João Pedro Backheuser e Leonardo Lattavo. A ideia foi encaminhada à prefeitura. Trata-se de um parque que ligaria a praia ao Mirante do Leblon, e se chamaria... Jardim dos Ipês! Haveria também um espaço privilegiado para as árvores, que garantiriam sombra diante da bonita vista da orla carioca

Calma, minha rainha Gilberto Gil, outro dia, fazia um show em Milão quando, na plateia, um travesti enorme não conteve a histeria e, acredite, começou a tirar a blusa e a exibir os seios.

Nosso Gil, bem calmo, reagiu: “Minha filha, componha-se...”

A caminhada de FH Quarta à noite, em Paraty, depois da palestra sobre Gilberto Freyre, na Flip, onde foi aplaudido de pé por uma plateia de umas 2 mil pessoas, FH deixou a Tenda dos Autores e seguiu caminhando, sem qualquer segurança, no meio do povo.

Foram 300 metros de passos lentos, atravessando a ponte sobre o Rio Perequêaçu e a Praça da Matriz.

Caminho que segue...

No trajeto, ouviu de tudo.

Uma moça pediu para FH falar no celular com sua mãe, no Maranhão.

Outra disse que o candidato devia ser ele e “não Serra”.

Mas uma mulher cortou um pouco o barato. Quando uma uma pessoa ao lado gritou “presidente, presidente”, ela interveio, contrariada: “Presidente não! Ex-presidente!”

Mas...

A maioria se comportou como fã diante de celebridade.

Rússia em Paraty Roman Abramovich, o bilionário russo dono do Chelsea, o clube inglês, passou por Paraty, no fim de semana, com seu iate de milhões de euros, e ficou encantado com a casa de Xandy Negrão, o piloto de Stock Car e ex-dono do laboratório Medley.

Tão encantado que atracou e pediu para visitar a mansão, no Saco de Mamanguá. Depois, retribuiu a hospitalidade com um jantar para Negrão em seu iate.

Bença, pai Pesquisa da Fecomércio mostra que o gasto médio dos filhos com presentes de Dia dos Pais, domingo, será de R$ 121,64, o maior em dez anos.

Diário de Justiça A revista “Piauí” que sai este fim de semana diz que Eros Grau exerceu quase seu mandato inteiro no STF com uma condenação em primeira instância: chegou a ser acusado de ter recebido indevidamente R$ 2,7 milhões do metrô paulista.

O último ministro indicado para o Supremo, José Antonio Toffoli, também está condenado em primeira instância.

Segue...

A “Piauí” conclui: se aplicada aos ministros do STF, a Lei da Ficha Limpa impediria Grau e Toffoli de assumirem e de... aplicarem a Lei da Ficha Limpa nos candidatos condenados em primeira instância.

No ar A Gol, por determinação da 16ª Câmara Cível do Rio, terá de pagar R$ 20 mil ao desembargador Gilberto Rego.

É que o meritíssimo teve de esperar quatro horas por um voo Buenos Aires-Rio.

ZONA FRANCA

Chegou às livrarias “O crime que abalou a República”, do coleguinha Roberto Sander, sobre a morte do jornalista Nestor Moreira nos anos Vargas.

A Alerj deu a Medalha Tiradentes ao Educandário Lar Frei Luiz.

Abre hoje o I Consenso Brasileiro sobre Pancreatites, organizado pela Sociedade Brasileira do Pâncreas e coordenado pelo mestre José Galvão-Alves.

A venezuelana Yadira Díaz falará do Tripollar no Advance Medical Science.

O Richet abre filial em Ipanema.

O Manekineko faz parceria com a Chilli Beans para o Dia dos Pais.

Os produtos Comidaria estão no http://www.degustario.com.br.

Começa hoje o 3º Festival Gastronômico O Gosto de Agosto, em Saquarema.

Alegria do vovô A 11ª Câmara Cível do Rio mandou a Unimed pagar uma prótese peniana para um vovô.

O plano de saúde havia negado esta alegria ao conveniado.

O desembargador Otávio Rodrigues, relator, argumentou que “saúde é felicidade”. Eu apoio.

Rio rico Eduardo Paes está prosa. Diz que, na comparação entre os primeiros semestres de 2009 e 2010, o Rio, das quatro principais arrecadações municipais do país, foi a cidade com maior aumento nominal de receita.

O crescimento foi de 17,6%, contra 16,7% de São Paulo, 8,5% de Curitiba e 7% de BH.

Prefeitura presente...

Aliás, Eduardo Paes aprovou um novo slogan para seu governo.

Será “Prefeitura presente”.

Outra vítima Um larápio furtou dois relógios e canetas finas de uma mala de Leninha Brandão, empresária de Zeca Pagodinho e de Vanessa da Mata, no desembarque do voo TAP 177 (Lisboa-Rio), no Galeão-Tom Jobim, dias atrás.

A mala levou 40 minutos para surgir na esteira.

Obras na estrada Veja o que está escrito na passagem da Viação Costa Verde, que faz a linha Rio-Paraty, templo da Flip: “Tempo de viagem imprevisível. Obras do DNIT.”

Na verdade...

Obra na Rio-Santos é redundância.

A estrada vive em reformas desde os tempos, como se diz na minha terra, do cuspe.

LUIZA BRUNET, sempre linda, faz pose no lançamento de um novo spa carioca, em São Conrado

ARLETE SALLES e Renata Sorrah trocam sorrisos com Amir Haddad nos bastidores de “Escola de Molières”, peça dirigida por ele, no Espaço Tom Jobim

PONTO FINAL

Terça, na OAB, em Brasília, na entrega de prêmios para as melhores práticas da Lei Maria da Penha, que amanhã completa quatro anos, o encerramento foi com um samba gravado por Alcione, de Paulinho Resende e Evandro Lima. Trechinho: “Bater em mulher é onda de otário/Não gosta do artigo, meu bem/Sai logo do armário.” Também acho.

DORA KRAMER

Devotos de Francisco 
Dora Kramer 

O Estado de S.Paulo - 06/08/2010

Não há disfarces, constrangimentos nem meias palavras. A campanha eleitoral de Dilma Rousseff abriu a temporada de distribuição de lotes na administração federal a políticos e partidos aliados para assegurar a fidelidade de deputados e senadores à candidata.


Como quem diz: o fisiologismo grassa no governo Luiz Inácio da Silva e suas excelências podem ficar tranquilas que continuará grassando desbragadamente se Dilma for eleita presidente.

É um dando que se recebe estilizado, por antecipado. Agora o parlamentar dá sua contribuição à campanha empenhando-se na eleição de Dilma e mais à frente, quando (e se) ela for eleita presidente, recebe a sua parte em cargos e/ou boa vontade do Executivo na liberação do dinheiro das emendas ao Orçamento da União.

Não há outra maneira de interpretar duas reuniões ocorridas nesta semana em Brasília, uma com senadores outra com deputados federais, ambas com a presença de ministros de Estado sob a coordenação do ministro das Relações - note-se - Institucionais, Alexandre Padilha.

O objetivo dos encontros foi o mesmo: conectar as demandas dos parlamentares ao engajamento de cada um à campanha de Dilma. As reuniões foram feitas na hora do almoço a fim de que a máquina pública fosse usada sob os auspícios do cinismo, mas de consciências tranquilas.

Do encontro dos mais de 100 deputados com 13 ministros pouco transpirou. Apenas o suficiente para se delinear o quadro: reclamações de liberações de verbas, queixas sobre convênios e garantias de que as coisas nessa seara transcorrerão mais escorreitas.

Já do almoço dos senadores se soube mais. Pela voz do candidato a vice e presidente da Câmara, deputado Michel Temer, foi anunciada a "integração absoluta" entre ministros e senadores que recebiam naquele momento a tarefa de tocar a campanha de Dilma nos respectivos Estados, mediante um compartilhamento governamental mais adiante.

A frase literal foi a seguinte: "Isso aqui é uma integração absoluta, uma troca de informações entre o governo que está e o governo que estará. Estamos aqui partilhando o pão e queremos compartilhar com vocês o próximo governo."

Depois, quando o candidato do PSDB, José Serra, o chama de "mercadoria" Michel Temer acha ruim. Reclama da "grosseria inominável".

E o cidadão que vê uma coisa dessas acha o quê, uma manifestação de elegância cívica?

O deputado - note-se - presidente da Câmara pregando no altar de São Francisco ("é dando que se recebe") já com a autoridade de protagonista. Conforme, aliás, ele mesmo definiu o papel do PMDB caso Dilma venha a ser eleita.

E isso porque a eleição ainda está equilibrada e só acontece daqui a dois meses. Se ocorrer realmente a vitória, o plano engendrado pelo partido é repetir o governo José Sarney.

Para os mais jovens, uma explicação: Sarney não apenas inaugurou o primeiro governo civil (eleito indiretamente) pós-ditadura, como estreou a sistemática do fisiologismo deslavado a título de "governabilidade". Ali (1985) o PMDB imprimiu sua nova marca, passando de partido de luta contra a ditadura para uma agremiação com fins lucrativos no que tange à ocupação de espaços governamentais.

Pelo jeito, prepara uma nova edição da mesma obra, a tutela fisiológica.

Sopão. Sob inspiração do presidente da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), presidente do PR mineiro e vice-governador de Minas no primeiro governo de Aécio Neves, Clésio Andrade, será instalado em Belo Horizonte um comitê único de apoio a Dilma Rousseff, Hélio Costa, Aécio Neves e Fernando Pimentel.

Será na próxima segunda-feira. Oficialmente o nome é comitê suprapartidário, mas na prática é uma maneira de constranger publicamente o ex-governador Aécio Neves e o caminho mais curto para enfurecer Itamar Franco.

Mesmo tendo candidato ao governo, Antonio Anastasia, Aécio não pode recusar apoio, acreditam os idealizadores do comitê que será chamado de "o melhor de Minas" e exclui Itamar, candidato ao Senado, desse rol.

GOSTOSA

SONIA RACY - DIRETO DA FONTE

No ar 
Sonia Racy 

O Estado de S.Paulo - 06/08/2010

Teria sido uma mudança tecnológica teoricamente simples a responsável pelo recente caos aeroportuário causado pela Gol, segundo alta fonte da empresa. O ajuste das escalas da tripulação, introduzido em 1º de julho, sem maiores problemas, colapsou no fim do mês. E resultou na NÃO convocação de tripulação para os respectivos voos. O problema no sistema começou na sexta, saindo do ar sábado. Na segunda-feira, estava instalada a confusão.
Em outras palavras, as equipes ficaram perdidas sem saber onde e quando se apresentar. Enquanto os aviões permaneciam no chão.


No ar 2
O ajuste no sistema, comprado da Lufthansa em 2000, foi sugerido como algo simples. O que fez com que a diretoria da Gol aprovasse a mudança em mês de pico de demanda, contrariando suas próprias regras.
É norma da empresa não aprovar qualquer alteração nos meses de janeiro, fevereiro e julho.

No ar 3
Mas a empresa queria se adaptar rapidamente ao acordo já fechado com a tripulação de cabine: o de não mais cancelar folgas com 48 horas de antecedência. O espaço de tempo foi estendido para 96 horas.

No ar 5
Punições? O entendimento da direção da Gol é de que existem responsáveis e existem culpados. A diferenciação tem que ser levada em conta...

Etapa por etapa
Antes de assumir as finanças da campanha de Marina Silva, Álvaro de Souza consultou as quatro empresas das quais é conselheiro: Gol, Ambev, Martins e Unidas. "Nenhuma quis que eu me licenciasse." Isto posto, Álvaro se licenciou da única em que era conselheiro e presidente-executivo: a WWF.
Só da ajuda a seu time, o Santos, é que ele não abriu mão.

Alívio
Depois da guerra declarada entre os músicos da Orquestra Sinfônica Municipal contra o maestro, Rodrigo de Carvalho, parte dos profissionais temeu represália: a não prorrogação de seus contratos temporários, reeditados a cada três meses.
Alarme falso. O Diário Oficial do Município publicou anteontem pedido de documentação para revalidar todos os contratos.

Leves prestações
A Igreja Mundial do Poder de Deus, do pastor Valdemiro Santiago, oferece o Carnê da Coluna Sagrada. O fiel que solicitar o boleto deve pagá-lo durante 12 meses. E escrever seu pedido de oração no verso de cada folha.
O valor mínimo de R$ 50 dá direito a uma toalha de rosto consagrada em um "monte", que pode ser... o Pico do Jaraguá.

Forte movimento
A Standard & Poors aumentou ontem o rating do Banco Safra.

Corrente do bem
A Americas Amigas faz seu segundo jantar para arrecadar recursos destinados a compra de mais seis mamógrafos. Eles serão doados para hospitais. No ano passado, foram dez. Segunda-feira, no Grand Hyatt.

Teoria e prática
Tudo corria bem em seminário para educadores sobre homofobia nas escolas, na Unesp de Assis. Até que o palestrante, gay assumido, lascou beijão na boca de outro professor. A plateia entrou em choque.


Na frente
A AACD comemora 60 anos com apresentação de João Carlos Martins, orquestra Bachiana mais Daniel e Simone. Terça, na Sala São Paulo.

Anete Abramowicz e Paulus Gerdes palestram sobre educação e diversidade no Ponto do Livro. Hoje.

Bruno Senna almoça hoje com Luis Octavio Indio da Costa, do Cruzeiro do Sul.

Direto da Flip

Antes de chegar em Paraty, quarta, a estrela internacional da Flip deste ano Salman Rushdie aceitou jantar com João Moreira Salles no Bar Lagoa, no Rio e levou consigo, o filho, Milan, de 13 anos. Refeição feita, partiram para a cidade histórica. No caminho, o menino acabou levando um pito carinhoso do pai. Totalmente embasbacado com a paisagem, Salman pediu: "Pare com esse joguinho eletrônico e aprecie o País".

No quesito romance, não tem para ninguém. Isabel Allende e William Gordon andam arrancando suspiros pelas ruas da cidade. Quando indagado sobre o que pensa da mulher, ele, que também é escritor, não titubeou: "Depois de dois casamentos, encontrei a mulher da minha vida".

Além de bem amada, a escritora criada no Chile é aventureira. Chegou de jatinho terça-feira e logo embarcou em um saveiro acompanhada da editora Liz Calder. Impressionada com um restaurante em uma ilha da região, soltou: "Isso parece aventura no melhor estilo Robinson Crusoé".

Grande galã desta edição, o irlandês Colum McCann está totalmente família. Além da mulher, o escritor trouxe os três filhos que se esbaldaram na praia de Copacabana. A mais velha, Isabela, é fanática por futebol e já pediu ao pai para providenciar uma camiseta de algum time brasileiro.

Colum impressionou os editores da Record com uma única exigência: escolheu o bairro de Santa Tereza, considerado perigoso, para se hospedar no Rio.

E quem terá que resistir ao gostinho da tradicional cachaça da região é o badalado Robert Crumb. O quadrinista americano não ingere bebidas alcoólicas.

Apesar de não ser a primeira vez de William Kennedy no Brasil, o moço ficou hipnotizado com o paraquedista motorizado que riscava o céu de Paraty, no fim do almoço. E o americano fez um pedido: quer conhecer a Igreja de São Benedito, antigo ponto de encontro de negros da cidade.

O show de abertura da festa foi aplaudidíssimo, porém contou com um conhecido problema da Flip: o barulho das pessoas na Praça da Matriz. O quarteto de cordas da Osesp sofreu com o batuque da capoeira que vinha de lá.

MÍRIAM LEITÃO

Agito telefônico 
Miriam Leitão 

O Globo - 06/08/2010

O mercado de telecomunicações do Brasil começou a se mexer na semana passada e não deve parar. A possibilidade de que a Vodafone compre uma porta de entrada através da Telecom Itália mostra que as pedras vão continuar se mexendo no tabuleiro. A Embratel, que é do grupo Telmex, ou seja, Carlos Slim, quer ser a dona integral da Net.

Há bons motivos para a agitação. Primeiro, grupos brasileiros, espanhóis, mexicanos, portugueses, italianos e franceses brigam por um mercado de 185 milhões de linhas de telefonia móvel; quase 70 milhões de usuários de internet; 43 milhões de linhas de telefonia fixa e oito milhões de assinantes de TV por assinatura.

Em celular, o Brasil é o quinto maior do mundo. Segundo, hoje as empresas de telecomunicação não veem apenas o telefone. Querem oferecer celular, fixo, banda larga e TV por assinatura.

Muita gente se perguntava por que grandes empresas da Alemanha, Inglaterra, Estados Unidos ou Japão não tiveram interesse no Brasil. No caso da Vodafone, que, segundo matéria de Bruno Rosa ontem no GLOBO, quer entrar no Brasil através da TIM, o movimento tem para o país a vantagem de incluir a segunda maior empresa do mundo.

Isso resolve também um nó do mercado brasileiro. A Telefónica, que agora virou a dona absoluta da Vivo, tem 42% da empresa que controla a Telecom Itália, dona da TIM. Pela Lei Geral de Telecomunicações, no Brasil uma mesma empresa não pode estar no bloco de controle de duas companhias de celular na mesma área.

— A Anatel criou restrições para a Telefónica. Ela não pode, por exemplo, participar de reuniões da Telecom Itália quando o assunto for a estratégia para a TIM Brasil — explicou o economista Luiz Schymura, ex-presidente da Anatel.

Se ela vender a participação para a Vodafone, o Brasil terá outra empresa grande no mercado. A TIM tem 20% da telefonia celular brasileira, mas não tem os outros serviços de telecomunicação.

Com novo dono poderá ter uma estratégia mais definida. Para a Telefónica, a vantagem é reduzir o custo de ter comprado toda a participação da Portugal Telecom na Vivo.

De acordo com a consultoria Teleco, entre 2005 a 2009 quase dobrou número de usuários de Internet no Brasil. Nosso mercado de celular está atrás apenas da China, Índia, Estados Unidos e Rússia.

O número de linhas deve chegar a 235 milhões em 2012. O mercado de TV por assinatura deve crescer 47% em dois anos, e o de banda larga, 49% no mesmo período.

— Somente em 2010, está havendo um aumento de 26 milhões de linhas de celular.

Isso é duas vezes o mercado de Portugal — explica o presidente da Teleco, Eduardo Tude.

As empresas terão um cronograma pesado de investimento nos próximos anos. De acordo com José Roberto Mavignier, da consultoria Frost & Sullivan, um dos pontos principais é a ampliação da rede móvel para a Copa do Mundo: — As Olimpíadas serão no Rio, que já tem uma rede mais implementada. Na Copa do Mundo, haverá jogos em cidades como Manaus e Cuiabá.

É crucial investimento em rede móvel porque haverá jornalistas e turistas de todo o mundo conectados com laptops e aparelhos celulares.

Também é preciso investir nas saídas internacionais do Brasil, para que não haja problema nas ligações para o resto do mundo. Além disso, é preciso interligar as redes aqui dentro — disse.

A carga tributária de um serviço de telefonia pode chegar a até 45%, reclama o presidente da GVT, Amon Genish.

Isso significa que um consumidor que pagar R$ 100 por um produto está entregando R$ 45 aos cofres do governo em forma de impostos.

O governo está ressuscitando a estatal — Telebras — para instalar banda larga em áreas remotas, numa decisão ainda confusa.

José Roberto Mavignier diz que ainda há poucas informações sobre o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL): — O plano foi anunciado, mas não sabemos quem estará envolvido, se haverá outros agentes além do governo e se haverá garantia de qualidade do serviço prestado — afirmou.

Com as mudanças, o grupo espanhol Telefónica mirou o estado de São Paulo ao ampliar sua participação na Vivo.

A Portugal Telecom quis ficar e para isso comprou os 22,4% da Oi. O governo brasileiro abandonou a ideia de ter uma tele só brasileira. Em Portugal, o que se discute é que a empresa não pagará imposto pelo enorme lucro com a operação porque a sede da companhia que vendeu o ativo fica na Holanda. O grupo Slim consolida a ClaroEmbratel-Net. A Vivendi ficou com a GVT, que é pequena mas tem crescido. A Vodafone pode ficar com a TIM.

Enquanto toda essa divisão do mercado ocorre no Brasil, no México, cujo modelo de privatização não foi como o nosso, que incentivou a competição, a situação é de quase um monopólio.

— A Telmex foi vendida integralmente e não dividida como foi aqui. O grupo que comprou, o de Carlos Slim, tem também 90% da telefonia celular — diz Schymura.

A analista-chefe da Ativa Corretora, Luciana Leocádio, diz que grupos de países desenvolvidos deixaram o país por dificuldade de adaptação de como fazer negócios na América Latina.

— Já houve mais grupos, canadenses, franceses, mas que saíram aos poucos porque não tinham muita estratégia para a região — explicou.

Schymura lembra que a Bell South também entrou no Brasil, mas depois saiu porque havia dúvida sobre se o país respeitaria os contratos. Hoje, 12 anos depois da privatização, o mercado está consolidado e crescente.

CLÁUDIO HUMBERTO

“Para mim, esse filme é reprise, porque já o assisti há vinte anos”JOAQUIM RORIZ, CANDIDATO IMPUGNADO AO GOVERNO DO DF, REVELANDO-SE UM RÉU VETERANO 

“OPERADOR” SOME COM DINHEIRO DOADO AO PSDB 
O comando do PSDB enfrentar um escândalo interno: após “passar o chapéu” junto a empresários paulistas, solicitando doações em dinheiro para a campanha tucana, um “operador” devidamente credenciado sumiu sem deixar rastro. E, com ele, cerca de R$ 4 milhões. Como o dinheiro foi doado “por fora”, a tucanada nem pode chamar a polícia. Um senador confirmou a história, mas pediu para não ser citado.

POR FORA É MAIS 
A quantia supostamente surrupiada da campanha tucana corresponde ao dobro da arrecadação oficial declarada pelo comitê de José Serra.

ESCONDE, ESCONDE 
O PSDB não revela o nome do homem sumido, mas ele frequentava a Casa Civil do governo paulista, chefiada por Aloysio Nunes Ferreira.

“PILANTROPIA" 
Bilionários dos EUA vão doar 50% de suas fortunas aos americanos. Os bilionários do Brasil tiram 50% dos nosso dinheiro no BNDES. 

PERGUNTAR NÃO EXPLODE 
Os robôs anti-bombas apresentados para a Copa do Mundo no Brasil vão mesmo detectar as bombas a serem produzidas em 2014?

CAOS DA GOL E DIRIGENTES DA ANAC OUVIAM TANGO 
O superintendente de Regulação e Acompanhamento de Mercado da Agência Nacional de Aviação Civil, Juliano Noman, responsável pelas autorizações dos voos e por fiscalizar as empresas aéreas, está na Argentina com outros dois gerentes (Ronei Glanzmann e Rogério Coimbra). E no fim das férias, quando a Anac mais precisava deles. Teria Noman voltado tão logo o caos da GOL se agravou? Não, ele continua aprimorando seus conhecimentos técnicos em Buenos Aires.

HORA-EXTRA 
Lula, que só começa no batente às 9 horas, descumpriu ontem a agenda de “presidente de 8 às 18 horas”. Recebeu Sarney às 18h30. 

HORA DA VERDADE 
O marqueteiro Chico Santa Rita, especialista em campanhas eleitorais, mudou de lado: é candidato a deputado federal pelo PV de São Paulo.

PERGUNTA NO TERREIRO 
Que ritual mágico do vodu cubano “ressuscitou” o velho ditador Fidel Castro, que agora voltou a falar pelos cotovelos, em Cuba?

VOTO E COERÊNCIA 
Ocupante de vaga de advogado no TRE-DF, Raul Sabóia foi um dos dois votos favoráveis a Joaquim Roriz, afinal impugnado. Sabóia é diretor-tesoureiro da OAB-DF, que em nota saudou a aprovação da Lei do Ficha Limpa a defendeu sua aplicação já nas próximas eleições.

APEGO À RAPADURA 
Novos dirigentes dos Correios contam, em tom de galhofa, que o ex-presidente Carlos Henrique Custodio teria solicitado continuar usando por 90 dias celular e carro com motorista da estatal. Não foi atendido.

CRAQUE NO TIME 
O jornalista Amaury Ribeiro Jr, ex-Folha e ex-IstoÉ, entre outros, foi contratado pela Rede Record para organizar o setor de jornalismo investigativo, junto à Direção de Jornalismo, em São Paulo.

CAROÇO NO ANGU 
Há grande barulho em Florianópolis contra um estaleiro da OSX, de Eike Batista, em Biguaçu (em frente a ilha de Santa Catarina), por razões ambientais. No PT, só a senadora Ideli Salvatti é a favor. Hum...

VOTO AO PROMOTOR 
O deputado distrital Chico Leite (PT), futuro campeão de votos em Brasília, aborda eleitores informando que é promotor. Lembra que “do outro lado estão os bandidos” e pede “voto de confiança no promotor”.

ENCONTRO MIMOSO 
O chanceler de Cuba, Bruno Rodríguez, fez média, após encontro com Lula no Alvorada, e mentiu sobre o papel do Brasil na liberação de 52 presos políticos. Compungido, Lula comparou a “felicidade” deles com a sua, após 30 dias em cana na ditadura. Com direito a comer, diga-se.

BOLA BÊBADA 
Quem prestou atenção na TV, durante o jogo Vitória x Santos, quarta à noite, viu entre os anunciantes o painel do aniversário da Caninha 51. Pela Lei 10.167, só é permitido anúncio de vinho e cerveja. 

SOLIDÁRIOS 
O Grupo Voluntários de Combate ao Câncer, do Hospital Amaral Carvalho, celebra 14 anos amanhã, com festa em Jaú. Referência no tratamento pelo SUS, foi eleito um dos dez melhores de SP, em 2009. 

PERGUNTINHA AO TSE 
Bêbado não pode, mas dá para votar anestesiado em 3 de outubro? 

PODER SEM PUDOR 
AH, NÃO! 
Sempre que visitava o marechal Castelo Branco – um tampinha sem pescoço, primeiro presidente do regime militar – o governador da Paraíba, João Agripino, ouvia a mesma pergunta:
– Como vai o deputado Soares Madruga?
Um dia, intrigado, Agripino perguntou a Castelo por que tanta preocupação com o deputado. Consta que o marechal respondeu:
– Ele me impressiona: é baixinho e não tem pescoço, mas ninguém o chama de anão. 

LARANJA

SEXTA NOS JORNAIS

Globo: Lei da Ficha Limpa já impede a candidatura de 59 políticos

Folha: EUA derrubam bloqueio de dinheiro de Dantas

Estadão: Chávez dá calote em empresas do Brasil

JB: Dilma abre dez pontos

Correio: Ficha limpa derruba 75 e Justiça faz mutirão

Valor: Investidores levam calote de R$ 800 milhões em fundo

Estado de Minas: O pesadelo que não quer acabar

Jornal do Commercio: Insegurança no TIP

Zero Hora: Operação derruba o diretor da Pasc