sexta-feira, abril 15, 2011

LEANDRO COLON - TV Brasil contrata blogueiro por R$ 660 mil sem licitação


TV Brasil contrata blogueiro por R$ 660 mil sem licitação
LEANDRO COLON
O Estado de S.Paulo 15/04/11

Com o contrato, Luis Nassif terá faturado, sem licitação, pelo menos R$ 2,1 milhões do governo federal em menos de três anos


BRASÍLIA - A Empresa Brasil de Comunicação (EBC), órgão do governo federal, dispensou licitação para contratar por R$ 660 mil os serviços do jornalista Luis Nassif pelos próximos 12 meses. A decisão é do dia 8 de abril e foi publicada nesta sexta-feira no Diário Oficial da União. A presidente da EBC, Maria Tereza Cruvinel, é quem assina o "ato de inexigibilidade de licitação". Luis Nassif, dono de um blog pró-governo, será contratado, segundo a EBC, "para a prestação de serviços jornalísticos" com uma remuneração mensal média de R$ 55 mil. Ele vai trabalhar na TV Brasil, braço da EBC.

Relembre:

Blogueiro que critica a mídia é contratado da EBC

O contrato com o governo é por meio de uma empresa de Nassif, a Dinheiro Vivo Consultoria Ltda. No mês passado, encerrou-se outro contrato, sem licitação, de R$ 180 mil, assinado em setembro. Antes disso, entre junho de 2009 e julho de 2010, Nassif recebeu R$ 1,2 milhão da mesma EBC. Ao todo, ao término do novo contrato em 2012, o jornalista terá faturado, sem licitação, pelo menos R$ 2,1 milhões do governo federal em menos de três anos.

A EBC informou que a ausência de licitação nesta contratação "se justifica pela notória e reconhecida especialização do jornalista Luís Nassif". "Os valores do contrato são compatíveis com a remuneração paga, no mercado jornalístico, a profissionais do mesmo nível e valoração de Luis Nassif", diz a empresa. Segundo a EBC, o jornalista vai receber os R$ 660 mil para atuar na TV Brasil "como comentarista especializado em economia do telejornal 'Repórter Brasil- Noite'" e ser "apresentador e jornalista responsável pelo programa semanal 'Brasilianas.org', com uma hora de duração".

A EBC menciona o artigo 25 da lei de licitações (8.666/93) e o artigo 64 do decreto 6.505/2008, que trata da contratação de serviços e aquisição de bens da empresa. "É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição", diz o artigo da lei 8.666. Ao Estado, Nassif disse que receberá "valores de mercado" da EBC. Ele também justificou o contrato com base na legislação que permite contratações por "notória especialização". Ele destacou o trecho que permite dispensa de concorrência "para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública".

SANDRO VAIA - FHC e o Clube dos Mortos Vivos

FHC e o Clube dos Mortos Vivos
SANDRO VAIA
BLOG DO NOBLAT

O ex-presidente e sociólogo Fernando Henrique Cardoso é um homem de pensamento refinado e com certeza sabia o que estava fazendo quando escreveu o artigo-ensaio “O Papel da Oposição”, publicado na revista “Interesse Nacional”, mas divulgado antes pela internet.
Devia saber,principalmente, com que espécie de assombrações estava mexendo, a não ser que queiramos imputar-lhe uma espécie de ingenuidade e de inocência que não combinam bem com um homem que está fazendo 80 anos e ocupou a presidência da República por duas vezes.
Ao fazer uma análise precisa e aguda da transformação dos partidos políticos em uma espécie de “clubes congressuais” e ao tentar esquadrinhar novos horizontes onde situar o discurso oposicionista,levando em conta a emergência de novos atores sociais, FHC cutucou a onça com vara curta.
Ele ousou escrever:
“Enquanto o PSDB e seus aliados persistirem em disputar com o PT influência sobre os “movimentos sociais” ou o “povão”, isto é, sobre as massas carentes e pouco informadas, falarão sozinhos. Isto porque o governo “aparelhou”, cooptou com benesses e recursos as principais centrais sindicais e os movimentos organizados da sociedade civil e dispõe de mecanismos de concessão de benesses às massas carentes mais eficazes do que a palavra dos oposicionistas, além da influência que exerce na mídia com as verbas publicitárias.”
Num país onde o debate de idéias é tratado a pontapés e transformado num diz-que-diz com gosto de fanatismo de torcida organizada em arquibancada de futebol, e onde as palavras são interpretadas pela rama, não é de se estranhar que a colocação do ex-presidente fosse lida como uma conclamação a “abandonar o povão” e uma manifestação de “elitismo” e desprezo pelo destino dos mais pobres.
Inocência seria acreditar que os governistas não fossem aproveitar a digressão conceitual do ex-presidente para distorcer-lhe o sentido, e não há como estranhar que Lula - evidentemente seguido pelos áulicos - não transformasse essa análise em mais uma de suas popularíssimas interpretações propositalmente desonestas e rasteiras como a grama:
“Eu. Sinceramente. não sei o que ele quis dizer. Nós já tivemos políticos que preferiam cheiro de cavalo que o povo. Agora tem um presidente que diz que precisa não ficar atrás do povão, esquecer o povão. Eu sinceramente não sei como é que alguém estuda tanto e depois quer esquecer do povão”
E é a isso que se reduz o debate político no país,e o que é mais espantoso, com Lula sendo seguido por vários oposicionistas, que analisaram o artigo do ex-presidente com a mesma rasteirice com que os governistas se dedicaram à tarefa de distorcer o que o ex-presidente escreveu.
Com esse tipo de baixaria intelectual, distorceu-se a essência da questão proposta pelo artigo-ensaio, e perdeu-se a oportunidade de debater como é que os partidos políticos podem voltar a vocalizar os interesses de uma sociedade que se transforma a cada dia e que não encontra quem seja capaz de representá-la politicamente. 
Então continuamos assim: a sociedade de um lado, e os mortos-vivos da política do outro, cuidando dos interesses do seu clube “privé”.

Sandro Vaia é jornalista.

JOÃO BOSCO RABELO - Ideologia intervencionista leva o Estado para dentro do motel



Ideologia intervencionista leva o Estado para dentro do motel
JOÃO BOSCO RABELO

eagora.org.br 15/04/11


A ideologia intervencionista chegou ao ponto do delírio e levou o Estado para dentro do motel.

A Comissão de Assuntos Sociais do Senado, em caráter terminativo, ( que dispensa a votação em plenário), decidiu que os motéis têm que fornecer gratuitamente camisinhas para seus freqüentadores.

Talvez não haja nada que simbolize mais a privacidade que um motel. E mais privado ainda o que lá se faz.

Mas o Senado, que sugere com isso não ter mais o que fazer, produz benesses (não dá para chamar isso de política social) com o chapéu alheio.

Nesse diapasão, daqui a pouco vai estabelecer a obrigatoriedade do fornecimento de Viagra como política para a Terceira Idade e estabelecer regras de comportamento para os amantes. E por quê não a obrigatoriedade de cuecas antialérgicas?

É de se imaginar como será a regulamentação dessa possível Lei. Quantas camisinhas por quarto? Qual o parâmetro de qualidade do material empregado na sua fabricação?

E se a camisinha estourar, qual a penalidade para o proprietário do motel? Ou será só para o fabricante?

O freqüentador de um motel difere em tudo do indivíduo desprotegido, sem formação e informação sexual, sem recursos para mais essa despesa preventiva e sem consciência para as conseqüências de seus atos nesse campo.

A camisinha e outros cuidados recomendáveis para a prática de sexo, exceção já mencionada, é responsabilidade e dever de cada cidadão, mais ainda a compra do produto.

Além disso, provavelmente muitos motéis, por senso comercial, já devem oferecer gratuitamente as camisinhas – um marketing óbvio para o segmento.

O mais curioso nessa história é tratar-se de uma iniciativa do DEM, através da senadora Maria do Carmo Alves , – o partido que defende o liberalismo, a economia de mercado, a livre iniciativa.

Mais chocante: o senador Lindberg Farias (PT-RJ) estendeu a medida aos hotéis, pousadas e pensões.

Dele não espanta a idéia: ex-presidente de uma Une (União Nacional dos Estudantes) sempre financiada pelo Estado, acostumou-se a pôr na conta do contribuinte o que lhe parecer importante. Ainda que não seja.

RENATO ANDRADE - 'Prateleira de projetos' para turbinar a eleição



'Prateleira de projetos' para turbinar a eleição
RENATO ANDRADE
O Estado de S. Paulo - 15/04/2011

A forma mais simples de explicar por que a segunda versão do Programa de Aceleração do Crescimento não decolou. Mas é a característica eleitoreira do pacote que forçará o governo a evitar, de todas as formas, declarar que as promessas continuarão dormindo na prateleira.

A dificuldade de tirar do papel as centenas de projetos listados na primeira versão do programa já deixava claro, ao menos para quem estava fora do Palácio do Planalto, que a execução do novo pacote trilionário teria destino ainda mais conturbado que o primeiro.

Enquanto o ex-presidente Lula lançava sua "prateleira de projetos", numa concorrida solenidade em 29 de março de 2010, apenas 11,3% das obras previstas no PAC 1, lançado três anos antes, tinham sido concluídas. Entre o desejo de turbinar a campanha de Dilma Rousseff e a chata realidade dos números, Lula preferiu seguir pelo caminho que mais lhe convinha.

Durante a campanha, Dilma repetiu várias vezes que iria cumprir "todas as metas estabelecidas" pelo PAC 2. "É assim, com planejamento, metas claras e muito trabalho que vamos seguir mudando o País", disse a então candidata petista durante programa eleitoral em setembro.

Mas para contratar uma obra nova é preciso ter dinheiro em caixa e concluir o pagamento das antigas. Esse inconveniente foi percebido ainda em dezembro, quando a equipe econômica começou a preparar o corte de gastos que seria anunciado meses depois. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou a admitir que os projetos da prateleira de Lula continuariam onde estavam. Menos de 24 horas depois foi reprimido pelo chefe, que garantiu que não haver necessidade de "cortar um único centavo" do programa.

Dilma terá agora a ingrata tarefa de explicar como a liberação de apenas R$ 102 milhões, de um total de R$ 40,1 bilhões previstos, pode ser interpretada de outra forma que não um radical corte do pacote. Não espere, porém, que ela reconheça que a promessa de cumprir "todas as metas" do programa era só conversa de campanha.

TUTTY VASQUES - Brincadeira de estátua

Brincadeira de estátua

TUTTY VASQUES
O ESTADO DE SÃO PAULO - 15/04/11




Do tal bunga-bunga, a Justiça italiana já sabia que primeiro as meninas ouviam piadas grosseiras durante o jantar, depois tiravam a blusa - as mais atiradas ficavam logo só de calcinha - para o momento que, até o início da semana, supunha-se nos tribunais de Roma ser o clímax do ritual dos embalos de Berlusconi na Sardenha: a dança em que elas simulavam cenas de lesbianismo para delírio da plateia de convidados babões do Cavalieri.

Tudo mais ficava por conta da imaginação de cada um, mas é pouco provável que alguém, mesmo o mais tarado dos leitores do noticiário político da Itália, tivesse criatividade para roteirizar o que deu dia desses no La Repubblica:

depois do esfrega das gurias, adentrava o recinto uma estátua de Príapo, deus grego da virilidade, para que, uma a uma, elas a beijassem em sua parte mais sagrada.

A reportagem não esclarece o tamanho da estátua nem se, depois que as testemunhas entrevistadas foram embora enojadas, o público masculino presente teria algum tipo de participação ativa no rito. Ao que tudo indica, a gente ainda não sabe da missa a metade.

Guerra nas UPPs

Paul McCartney pode acabar com a paz nas favelas do Rio! O pessoal da Cidade de Deus ameaça invadir o Morro Dona Marta se a favela de Botafogo for a escolhida pelas autoridades para a apresentação do ex-beatle a uma comunidade pacificada pela polícia carioca.

Faz parte!

A notícia de que, até novembro, o Brasil terá uma unidade de produção de iPad fez muita gente por aqui mudar seus planos de fim de ano. Os mais ansiosos devem ir para a fila de uma loja da Apple em outubro, na esperança de voltar pra casa antes do Natal.

Virada careta

Com a proibição da venda de bebidas alcoólicas nos bares e barracas próximas da Virada Cultural de São Paulo, o preço da latinha de cerveja pode chegar a R$ 10 nas imediações do evento. A previsão é do comércio ilegal, que já faz estoque para não perder a oportunidade.

Por que parou?

Da série "Notícia não quer dizer nada", salvo engano há mais de 1 ano o Fantástico não faz reportagem sobre o desaparecimento do cantor Belchior. Cá pra nós, o assunto não é menos interessante que a dieta de Zeca Camargo!

Ombro amigo

Não está rolando nada entre Jaqueline Roriz e Protógenes Queiroz. O fato de o deputado ter se demorado 45 minutos com a nobre colega na sala do cafezinho da Câmara não quer dizer absolutamente nada. E não se fala mais nisso, OK?

De vento em popa

Com a demolição da cobertura de concreto aprovada pelo Iphan, a desconstrução do Maracanã deve estar acabada antes da Copa de 2014.

GOSTOSA

NELSON MOTTA - A dor como espetáculo


A dor como espetáculo 
NELSON MOTTA
O ESTADO DE SÃO PAULO - 15/04/11

Na era do Twitter, das redes sociais e dos reality shows, marcada pelo que Tutty Vasquez chama de "evasão de privacidade", quando a intimidade é oferecida ao público em busca de fama e fortuna, é nas grandes tragédias que chega ao paroxismo a exibição de imagens de dor e sofrimento humano nas telas de televisão e nas páginas de jornais.

No Japão sóbrio e decoroso, as dores das perdas, por maiores que sejam, se expressam com discrição e pudor, e testemunhar o sofrimento alheio impõe recato. Não é um espetáculo, como nos Estados Unidos, em que a excelência da cobertura jornalística abriga também a exploração de choros e dores dilacerantes em busca de uma audiência em que compaixão e sadismo se misturam.
Há quem goste de ver gente sofrendo, quem goste de sofrer junto, quem se alivie por não viver aquele horror. Mas quem gostaria que sua dor pessoal e intransferível fosse exibida para todos? Quanta solidariedade se nutre da dor e do sofrimento alheio para tentar expiar as próprias culpas? Quem chora por quem?

Uma das coisas mais tristes a que nos habituamos a ver são imagens de pessoas em momentos de extrema dor e comoção, diante de uma câmera que espera o choro para fechar a zoom nas primeiras lágrimas. Covardia? Exploração? Informação? Pode ser tudo isso, mas ninguém é obrigado a ver. Ultimamente, se não há possibilidade de um real gesto solidário, não vejo mais: baixo os olhos com pudor japonês, mesmo sozinho em casa diante TV.

Talvez seja da idade e do velho coração cansado de tanto bater e apanhar, mas já não consigo aguentar outros sofrimentos além dos que a vida nos impõe e que somos obrigados a enfrentar, na intimidade.

Por isso me recuso a ver filmes tristes e dolorosos, ainda mais os "baseados em fatos reais", em que alguém, como eu ou você, passa por sofrimentos insuportáveis e, às vezes, sobrevive. E quanto melhor o filme, pior: o realismo é proporcional ao sofrimento de quem vê. Pode ser senilidade emocional, fraqueza diante da dor, ou simples covardia humana, mas radicalizei: não pago mais para sofrer. Já basta a vida real nos jornais e na televisão.

LUIZ GARCIA - Ocupar espaços


Ocupar espaços 
LUIZ GARCIA

O GLOBO - 15/04/11

Pergunta quase ociosa: qual é o mais grave problema das favelas cariocas? O tráfico de drogas ou as milícias? É verdade que traficantes e milicianos são inimigos. Na verdade, as milícias nasceram por iniciativa de comerciantes, que se uniram para pagar a policiais pelo combate não oficial ao tráfico nas comunidades.

Isso foi no início do século, e as milícias prosperaram - no bom e no mau sentido - rapidamente. Em dezembro de 2006, controlavam pouco mais de um por cento das mais de mil favelas cariocas; em novembro passado, seu poder já era visível em mais de 40% delas.

Infelizmente, isso não é boa notícia para a população favelada. A proteção contra os traficantes sempre foi paga: as casas dos contribuintes da milícia recebem símbolos que as identificam como protegidas pelos milicianos.

A novidade chegara a ser saudada por autoridades e parte da mídia como altamente positiva - o prefeito César Maia as definiu como "autodefesa comunitária" e "mal menor que o tráfico". E a imprensa foi na mesma onda. No governo estadual, Rosinha Matheus ignorava oficialmente a ação dos grupos parapoliciais. E juristas afirmavam que a filiação a uma milícia não era crime para as leis brasileiras.

Aos poucos, foi ficando evidente que os milicianos eram simplesmente criminosos, tão nocivos como quaisquer outros.

Hoje, não há mais ilusões. Já em 2007 o governador Sérgio Cabral adotou posição oposta à de Rosinha. E entendidos em leis descobriram que a criação das milícias equivale ao crime de formação de quadrilha. Isso ficou mais do que evidente com a guerra entre facções, como a que ocorreu entre os milicianos de Rio das Pedras e os da "Liga da Justiça".

Esta semana, a polícia prendeu o vereador conhecido como Deco, chefe de uma milícia que age em 13 favelas de Jacarepaguá. Ele é famoso, entre outras coisas, por ter planejado matar a chefe da Polícia Civil, delegada Martha Rocha. Agora, a polícia se prepara para desmontar sua estrutura de poder, que se espalha por favelas com um total de 150 mil moradores e lhe proporciona renda mensal de cerca de R$400 mil.

É evidente que a ação policial contra os chefes de milícias deve ser prestigiada e continuada. Mas não pode ser ignorado o fato de que o seu poder foi instalado em comunidades não servidas adequadamente pelo poder público. O cidadão favelado paga os "impostos" exigidos pelos milicianos porque não tem alternativa.

O poder público tem dois caminhos, duas saídas. Por um lado, prender e julgar os "Decos". Por outro, não deixar espaços vazios para que outros milicianos os ocupem. 

ROLF KUNTZ - Brasil se opõe a cartilha para gestão de fluxos de capitais



Brasil se opõe a cartilha para gestão de fluxos de capitais

ROLF KUNTZ

O Estado de S.Paulo - 15/04/11

O Brasil se opõe a qualquer tentativa de estabelecer códigos de conduta ou esquemas de política para gestão do ingresso de capitais, dirá o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em seu discurso amanhã na reunião do Comitê Monetário e Financeiro do Fundo Monetário Internacional (FMI). "Os governos devem ter flexibilidade e liberdade para adotar as políticas que julguem adequadas, inclusive medidas macroeconômicas e prudenciais e controles de capitais", diz a versão do texto conhecida ontem.

O Comitê, formado por 24 ministros, fixa orientações e atribui tarefas ao FMI em nome dos 185 países-membros. Politicamente é o órgão mais importante. O ministro lembrará em seu pronunciamento a liberdade atribuída aos países-membros no artigo 6.º do Acordo Constitutivo do Fundo para exercer os controles quando fosse necessário regular os movimentos internacionais do capital. Essa liberdade foi considerada necessária desde o início pelos fundadores da instituição.

O Brasil, segundo ele, faz e continuará fazendo "tudo que julgar necessário e adequado às suas circunstâncias para enfrentar os desafios decorrentes de grandes e voláteis fluxos de capital".

O ministro apontará em seu discurso os fatores com potencial para perturbar a recuperação da economia mundial. As ameaças mais importantes, segundo ele, são derivadas da instabilidade de várias economias europeias. Igualmente preocupantes, segundo ele, são os riscos associados às políticas adotadas em alguns grandes países, como, por exemplo, as políticas monetárias "ultraexpansionistas". A referência é aos EUA e à política frouxa do Fed, o banco central americano.

EDITORIAL - O ESTADÃO - Plebiscito oportunista


Plebiscito oportunista
EDITORIAL
O Estado de S. Paulo - 15/04/2011

Numa explícita demonstração de oportunismo político, com o qual tenta reconstituir alguns traços de sua desgastada imagem popular, o presidente do Senado, senador José Sarney (PMDB-AP), apresentou - com o generoso e igualmente oportunístico apoio de 26 de seus pares, incluindo os líderes dos partidos governistas - projeto de decreto legislativo que convoca novo plebiscito nacional no qual a população dirá se concorda ou não com a proibição da venda de armas de fogo e munição no País.

Trata-se de matéria vencida, sobre a qual a população já deu sua opinião muito clara. Em outubro de 2005, convocados para manifestar-se sobre a proibição do comércio de armas de fogo, os eleitores deram esmagadora vitória ao "não", que obteve 64% dos votos, contra 36% favoráveis à proibição. Portanto, se o projeto for aprovado pelas duas Casas do Congresso, os brasileiros terão de se manifestar novamente, no dia 2 de outubro, sobre questão que já resolveram de maneira tão peremptória. Um desperdício de tempo e dinheiro público.

A questão só está sendo trazida ao debate por interesse pessoal de quem tenta aproveitar um momento de grave preocupação social com a segurança pública, provocada pelo bárbaro assassínio, cometido por um psicopata, de 12 estudantes na Escola Tasso da Silveira, em Realengo, no Rio de Janeiro. Políticos espertos não perdem a oportunidade para, em nome de boas causas, mas mesmo à custa da razão e do bom senso, e às vezes até dos princípios, apresentar-se ao público como autores de uma iniciativa salvadora.

A proibição da venda de armas de fogo é uma dessas ideias que de tempos em tempos ressurgem. Desta vez, esclareceu o senador maranhense do Amapá, não se propõe um referendo, como foi a consulta popular de 2005, porque, nesta modalidade, o eleitor é chamado a decidir sobre algo que já existe. "O plebiscito é para consultar (a população) sobre se nós podemos ou não modificar lei que já existe", completou Sarney.

Esta explicação sobre a diferença entre referendo e plebiscito é a única coisa útil na iniciativa de Sarney. A proposta, em si, é inútil. Por que chamar novamente a população para se manifestar sobre algo a respeito do qual já deu sua opinião clara há seis anos? Desde então não mudaram as regras do convívio social, nem o quadro da criminalidade que atormenta o País, nem as políticas do governo para conter a violência e o banditismo, a ponto de justificar nova consulta.

Lembre-se, a propósito, que uma consulta popular tem custos para os contribuintes. O referendo de 2005 custou R$ 252 milhões aos cofres públicos, segundo o Tribunal Superior Eleitoral. Por que não utilizar o dinheiro para melhorar as condições operacionais dos órgãos de segurança pública, em vez de realizar uma consulta desnecessária?

A nova consulta é improcedente não apenas porque a resposta já é conhecida, mas, sobretudo, porque uma eventual proibição do comércio de armas de fogo não impedirá que os criminosos continuem a obtê-las pelos mesmos métodos que utilizam hoje. Bandidos em geral não usam armas legalizadas, muito menos registradas em seu próprio nome. Psicopatas com impulsos homicidas - como foi o caso do autor do morticínio em Realengo -, tampouco. Eles as adquirem no mercado clandestino e é isso o que, com ou sem proibição, continuarão a fazer.

Ninguém contesta que a circulação de armas de fogo deve ser rigorosamente controlada pelas autoridades. Mas sua atenção deve estar centrada no combate ao comércio ilegal. Aí está, de fato, um dos caminhos importantes para reduzir a criminalidade. A proibição do comércio de armas é apenas "uma cortina de fumaça", para desviar a atenção dos problemas de segurança pública, como observou o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante.

Além disso, a proibição desarma o cidadão honesto, sem desarmar o criminoso. Não reduz a criminalidade e fere direitos e garantias individuais, como o exercício da legítima defesa por quem é ameaçado por um bandido armado. Na busca apenas de votos e prestígio, os que propõem a proibição omitem esses aspectos de sua proposta.

ANCELMO GÓIS - Paes indeniza vítimas


Paes indeniza vítimas
ANCELMO GÓIS
O GLOBO - 15/04/11

Eduardo Paes decidiu: a prefeitura vai indenizar as famílias das vítimas do massacre na escola municipal em Realengo. O prefeito já se reuniu com o pessoal da Defensoria Pública para estabelecer parâmetros. 

Segue...
No momento em que um batalhão de advogados já assedia as famílias, Paes deseja que os moradores tenham assistência jurídica gratuita da Defensoria. Ontem, como se sabe, Noeli Silva Rocha, mãe da menina Mariana, uma das vítimas, avisou que processará a prefeitura. 

A celebridade...
Alçado a herói, por ter evitado tragédia maior na escola de Realengo, o sargento Márcio Alves teve outro dia de pop star. Fardado, visitou ontem a feira de armas, no Riocentro, e posou para muitas fotos. “Se eu fosse cobrar por autógrafo, ficaria rico”, brincou.

Calma, gente
O clima na OSB não para de piorar. A Fundação OSB não gostou da contraproposta dos músicos demitidos, apresentada ontem. O item 6 da contraproposta solicita o afastamento do maestro Roberto Minczuk, “diante da evidente incapacidade de gerenciar questões relacionadas ao dia a dia do conjunto”.

Divisão...
Para azedar ainda mais, alguns músicos que aceitaram fazer a avaliação reclamam de hostilidade e patrulhamento de colegas contrários à direção da orquestra.

Sarney na Sapucaí

O enredo da Beija-Flor para tentar o bicampeonato, em 2012, será o Maranhão, terra de Sarney, que completa 400 anos em 2012.
Segunda, diretores da escola vão a São Luís encontrar a governadora Roseana Sarney.

Novela dos caças
Num papo com Dilma, na China, depois da reunião dos países Bric, Dmitri Medvedev, o presidente russo, apelou para que os jatos Sukhoi, de seu país, voltem a ser considerados na novela da compra de caças pela FAB. Dilma prometeu incluir o pedido nas discussões de cooperação entre os dois países. 

Só que...

Para alguns diplomatas, foi uma educada desculpa para não ter de revelar que a FAB não avaliou bem os jatos russos. 

Aliás...
Luciano Coutinho, presidente do BNDES, ouviu na China de executivos do Banco de Desenvolvimento da Rússia que o país deles gostaria de ter uma fábrica da Embraer lá.

Céu de brigadeiro
A Gol vai abrir vagas para 350 aeronautas.

Sonegação
Sérgio Cabral manifestou ao presidente do TJ, Manoel Alberto, preocupação com o número de liminares concedidas às distribuidoras de combustíveis para circularem sem obrigação com o Fisco estadual. Aliás, alguns bilhões, dinheiro meu, seu, nosso, sumiram ao
longo das últimas décadas por causa de liminares obtidas no país por empresas do setor. 

Mãos ao alto
Acredite. Um jovem e o tio foram assaltados, quarta, no estacionamento do BarraShopping. Tinham acabado de sacar R$ 10 mil no Itaú. Os bandidos, numa moto, puseram a arma na cabeça do rapaz e levaram o dinheiro. Os seguranças do shopping carioca nada fizeram. 

Lei Seca
O Órgão Especial do TJ arquivou a investigação contra os juízes Pedro Henrique Alves e Maria Daniella Binato de Castro, acusados de fugirem de uma blitz da Lei Seca em 2010. E pediu ainda ao MP para apurar se os agentes da Lei Seca cometeram abuso de autoridade. 

Caso médico
A filha mais velha de Dudu Nobre, Olívia, de 9 anos, está internada com dengue no Centro Pediátrico da Lagoa, no Rio. 

Navio pirata
O juiz federal Roberto Schuman condenou o empresário Pierre Paul Vandenbroucke, dono do Hotel Ipanema Plaza, a nove anos e oito meses de prisão. Vandenbroucke é acusado de ter importado ilegalmente o iate Wega, um navio de guerra holandês reformado. Cabe recurso. 

ZONA FRANCA

 Hoje tem roda de samba da Velha Guarda da Mangueira no Renascença.
 O recorte no Ponto Final de ontem era de uma reportagem do site iG.
 Hoje, a Sinagoga ARI festeja seu novo rolo da Torá.
 O diretor do Hospital Getúlio Vargas, Sérgio Verbicaro, recebe hoje a Medalha de Mérito Pedro Ernesto.
 Pedro Miranda canta hoje no Democráticos pelo Semente da MPB.
 A advogada Patrícia Ribeiro Serra Vieira, do quinto da OAB, toma posse como desembargadora segunda, no TJ.
 Hoje, o Saltimbocca faz Festival da Sardegna, no Rio.
 O Shopping Leblon recebeu prêmio internacional do Latin American Shopping Center Awards.
● A Foller, assessorada por Thiago Monteiro, lança coleção em Icaraí.

CELSO MING - A chuva continua


A chuva continua
CELSO MING

O ESTADO DE SÃO PAULO - 15/04/11

Em tempo de enchente, não há quem não pergunte quando, afinal, vai terminar a temporada de aguaceiros.
É também por isso que os analistas se voltam para o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos), que não para de despejar dólares no mercado global e vai produzindo inundações monetárias.
Os juros básicos nos Estados Unidos já estão praticamente zerados desde dezembro de 2008. Isso significa que a partir de então houve tanta abundância de dinheiro por lá a ponto de seu preço (juros) girar em torno de zero.
Mas o presidente do Fed, Ben Bernanke, não parou por aí. No auge da crise (2008-2009), recomprou US$ 1,7 trilhão em títulos privados (hipotecas, promissórias, debêntures, depósitos a prazo, etc.) que estavam largados, sem interessados, no mercado. O resultado dessa nova injeção de dinheiro fora dos padrões de comportamento de uma autoridade monetária ganhou o nome de afrouxamento quantitativo (quantitative easing). E foi justificado como operação destinada a encorajar o crédito e o consumo para tirar a economia americana da paradeira.
Em agosto do ano passado, o Fed reconheceu que a situação da economia americana continuava malparada. Por isso não tiraria do mercado os recursos que chegassem a seus guichês no resgate dos títulos que estavam em seu poder, à medida que fossem vencendo. Em vez disso, usaria esses recursos na recompra de títulos do Tesouro dos Estados Unidos que estivessem rolando no mercado. Ou seja, os recursos seriam rebombados para o mercado e o estoque do afrouxamento quantitativo seguiria sendo de US$ 1,7 trilhão.
Mas o Fed ainda não parou aí. Em agosto de 2010, também para facilitar a recuperação da economia dos Estados Unidos, Bernanke anunciou a recompra de mais US$ 600 bilhões em prestações mensais de US$ 75 bilhões, até junho de 2011.
De lá para cá, acirrou-se o debate sobre quando o Fed começará a reverter esse jogo. A reversão significaria o início do enxugamento dessa dinheirama. Quem quer que isso ocorra argumenta com a estocada da inflação nos Estados Unidos, que já foi para 2,5% ao ano e pode terminar 2011 em torno dos 4,5%. O problema - e desse problema Bernanke não para de falar - é que o emprego não reage, a despeito de uma certa melhora da atividade econômica.
Ontem, por exemplo, o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos divulgou seu informe semanal sobre procura de seguro-desemprego e veio mais uma surpresa. Na semana terminada no dia 8 de abril, contrariando as expectativas bem mais otimistas dos analistas, mais 27 mil trabalhadores americanos se viram na contingência de recorrer a esse benefício, puxando o total de assistidos para 412 mil.
É um dado que reforça a posição de Bernanke de continuar levando adiante o processo de afrouxamento quantitativo. Do ponto de vista do Brasil, isso significa que a inundação de dólares deve prosseguir. E, para aqueles que esperavam uma retração dos preços das commodities com base na reversão desse processo, a manutenção desses níveis de desemprego nos Estados Unidos continua sendo fator adicional de alta do petróleo e de elevação dos preços dos alimentos, portanto, de mais inflação. 

GOSTOSA

VINICIUS TORRES FREIRE - Teses sobre a falta de classe


Teses sobre a falta de classe
 VINICIUS TORRES FREIRE

FOLHA DE SÃO PAULO - 15/04/11

O EX-PRESIDENTE Fernando Henrique Cardoso provocou um surto de sociologia no mundo político e midiático do Brasil. O pessoal passou a falar de classe social com a sem-cerimônia e a falta de classe que apenas a nossa ignorância desavergonhada permite.
O ataque foi desencadeado quanto esta Folha revelou nesta semana parte do teor de um artigo do presidente-sociólogo sobre mudanças sociais e a ruína programática e política de seu partido, o PSDB.
A julgar pelos comentários sobre o texto de FHC, os ataques de sociologia causam tanta dificuldade de enxergar como os piores casos do surto de conjuntivite, na moda em São Paulo. Senão, vejamos (sem intenção de trocadilho).
Primeiro, as definições de classe que andam por aí como miasmas do pensamento social não prestam para pensar questão social alguma.
Diz-se que existe uma "nova classe média", que brotou ou inflou nos anos Lula. Essa ideia de classe média ora disseminada pelo noticiário de assuntos econômicos é uma classificação estatística, apenas.
Num caso, conta o número de bens duráveis de uma família, mistura talvez com o número de banheiros e os anos de escola do chefe da família e chega a um indicador.
Noutro, apenas diz que famílias com renda entre o mínimo tal e máximo qual são de classe média (porque estão no meio de uma distribuição). Por exemplo, famílias com renda entre R$ 1.500 e R$ 5.000.
Por falar nisso, uma família com renda de R$ 1.500 não é "povão", para usar as categorias brilhantes do debate do PSDB?
A primeira classificação serve a publicitários e a empresas, que podem assim imaginar alvos de campanhas de vendas. A segunda, nem a isso -talvez sirva com indicador agregado do tamanho do mercado nacional. Não muito mais. Na verdade, trata-se de uma espécie de indicador de evolução de renda, apresentado com outros números.
Tais indicadores não permitem por si só inferir coisa alguma a respeito de aspirações sociais, comportamento político, preconceitos, "valores" dessas famílias.
Para fazer uma crítica sarcástica, mas não muito, o fato de um cidadão ter comprado uma TV de plasma ou de ter passado a ganhar R$ 1.600 (e não mais R$ 1.200) não permite inferir se ele gosta das afirmações do deputado Jair Bolsonaro, se aprova a reforma tributária ou se vota no PSDB ou no PT.
O debate chegou a um nível muito ruim, a ponto de os envolvidos nessa conversa se permitirem, sem mais, utilizar uma categoria estatística banal e limitada para discutir mentalidades, opções políticas coletivas etc. Isso está abaixo do economicismo mais vulgar.
Perdeu-se a ideia de que situação no trabalho, relações e "capital" sociais, educação, pertencimento a redes várias, região de moradia etc. são determinantes, complexos, do comportamento, do eleitor ou de grupos sociais.
Segundo, qual o cabimento de um partido político pensar se vai desistir de buscar votos entre tais e quais pessoas, "tais e quais" sendo no caso grupos de 30% a 60% do eleitorado, a depender do gosto estatístico do freguês? Mais interessante é: como tal discussão apareceu e se mantém no ar por dias? Pois se trata obviamente de um despropósito conceitual e pragmático.

ROGÉRIO FURQUIM WERNECK - Cálculo político insensato


Cálculo político insensato
ROGÉRIO FURQUIM WERNECK
O Globo - 15/04/2011

Quando a inflação foge ao controle não é porque o governo seja malévolo. Não há governo que veja com bons olhos aumento de inflação. O descontrole quase sempre decorre de equívocos bem intencionados, advindos de percepções errôneas da real natureza do processo inflacionário, ideias mal concebidas sobre a melhor forma de contê-lo, visões distorcidas dos limites do possível na condução da política macroeconômica e apostas excessivamente arriscadas no combate à inflação.

A reação do governo à aceleração da inflação deixa entrever preocupante combinação desses vários equívocos. Agarrado à ideia de que se defrontava com um choque de preços de commodities, que nada tinha a ver com os excessos de 2010, o governo entendeu que, do lado da política fiscal, bastaria um gesto. E, mal terminada a espalhafatosa coreografia de corte de gastos de fevereiro, se permitiu anunciar nova e gigantesca expansão de crédito público bancada com recursos do Tesouro.

Mesmo sabendo que não poderá contar com o apoio da política fiscal, o Banco Central aceitou passar a combater a inflação envergando insólita camisa de força assimétrica, que lhe imobiliza o braço direito, que comanda a taxa de juros, e só lhe deixa livre o esquerdo, que aciona medidas macroprudenciais. A aposta do governo é que, com o que já foi feito e pouco mais, a inflação voltará à meta em 2012.

Mas a verdade é que, a essa altura, pouca gente acredita em desfecho tão favorável. Não é por outra razão que as expectativas de inflação se mostram tão desancoradas. Por mais que se esforcem, analistas independentes não conseguem vislumbrar a trajetória benigna, que o Banco Central e a Fazenda prenunciam, de queda súbita da inflação a partir do último trimestre deste ano, com suave volta à meta em meados de 2012.

Se a estratégia de combate à inflação do governo parece tão arriscada, é bom ter em mente possíveis desdobramentos de um cenário em que o governo se defronte com sério revés nessa aposta. Que tal se, em março do ano que vem, o governo afinal constatar que a inflação não cedeu como esperava? Que, muito ao contrário, após o reajuste de 14% no salário-mínimo, consolidou-se num incômodo patamar de, digamos, 8% ao ano, para não carregar nas tintas.

O país estará então a seis meses das eleições municipais e alarmado com o atraso das obras envolvidas nos preparativos para a Copa do Mundo e as Olimpíadas. É difícil acreditar que, nesse quadro, o governo, já no segundo ano de mandato, encontre espaço em sua equação política para acomodar uma escalada firme e determinada no combate à inflação para, afinal, trazê-la à meta em tempo hábil. O mais provável é que os custos políticos de fazer uma inflação de 8% ao ano convergir para 4,5% sejam considerados proibitivos. E que o governo tenha de aceitar a triste convivência com uma inflação dessa magnitude, tentando desesperadamente impedir que a rápida reindexação da economia agrave ainda mais a situação. Sem espaço para redução de taxa de juros e avesso a cortar gastos, o governo poderá estar fadado a atravessar o resto do mandato aos trancos e barrancos, às voltas com os custos de uma política macroeconômica cada vez mais incoerente.

Não é cenário que possa ser descartado. Mantida a estratégia de alto risco da atual política de combate à inflação, há uma probabilidade razoável de que, dentro de um ano, o governo se veja nessa situação. E, tendo em vista tal perspectiva, é difícil entender que cálculo político respalda aposta tão arriscada. Por que o governo mostra tão pouca disposição para assumir os custos de uma política de combate de inflação de menor risco no seu primeiro ano de mandato? Ao que parece, o cálculo político do Planalto ainda não deu o devido peso aos desdobramentos de uma aposta fracassada na atual política de combate à inflação. Mas o quadro parece estar mudando. Algumas das supostas certezas que vinham inspirando a aposta esfumaram-se nas últimas semanas. Quem sabe o governo, afinal, percebe o que, de fato, está em jogo.

BARBARA GANCIA - Há algo de podre na hora do recreio


Há algo de podre na hora do recreio 
BARBARA GANCIA

FOLHA DE SÃO PAULO - 15/04/11

POR QUE SERÁ que o termo "bully- ing" não encontra tradução para o português? A palavra que mais se aproxima é "intimidação", mas não chega nem mesmo a resvalar na violência contida no gesto, no terror que ronda a vítima nem na valentia vã do perpetrador.
Não é possível que as crianças anglo-saxãs sejam tão piores assim do que as nossas, que lá exista um termo para definir um tipo de boçalidade que só agora começamos a discutir publicamente.
Está certo que o sistema educacional inglês não ajuda muito a preservar um sentimento de justiça entre alunos -com seus colégios internos e "prefects", os estudantes transformados em bedéis, uma casta criada na hierarquia da escola que adquire uma série de privilégios entre os quais a liberdade de disciplinar outros alunos.
Estudei na Escola Britânica de São Paulo e fui eleita "prefect". Não sei exatamente qual o critério usado na hora de colocar uma termocéfala como eu para comandar outras crianças. Mas lembro de distribuir castigos para quem era pego correndo e gritando no corredor na forma de redações de 200 palavras sobre temas como: "A importância de se plantar ovos" ou "Por que espaguete nasce em árvores na China".
Na reza diária que fazíamos reunidos no auditório, eu jogava livros de canto ("hymn books") na direção da cabeça de quem ousasse abrir o bico como quem atira frisbees no parque. Isso com a mais completa anuência do corpo docente. Os menorzinhos se pelavam de mim.
Hoje em dia, provavelmente seria processada por pais zelosos e posteriormente esquartejada. Pensando bem, isso não seria de todo uma má ideia. Mas uma vez que o mundo fosse aliviado deste embrulho incômodo que vos fala, o problema de pais que querem se livrar do ônus da educação dos filhos e jogar toda a responsabilidade nas costas da escola persistiria incólume.
O que se vê hoje é um nhe-nhe-nhem dos diabos. Professores reclamam de que não podem mais repreender o aluno sem que venha logo uma mãe superprotetora questionar sua autoridade.
Estudantes estão sempre prontos para apontar o dedo na direção do colega e gritar: "Bully!". O menor desentendimento vira caso para jurisprudência. Ninguém está mais preparado para resolver seus embates, marcar território ou usar seu poder de persuasão. Pais são chamados a intermediar qualquer contenda e, diante da mais amena contrariedade, a criança se transforma em vítima de abuso. Todo mundo agora é feito de porcelana.
E os pais, coitados, não sabem se ligam o interruptor ou compram uma bicicleta. Como acham que devem receber de volta pelo que pagam, repetem com a escola o papel que fariam com, digamos, o SAC da Brastemp.
Em vez de uma relação de confiança pela instituição de ensino, o que prevalece é um relacionamento regido por leis de mercado. Acontece que escola não é bufê de casamento ou serviço de descupinização. No trato com ela, pais não podem agir como clientes insatisfeitos ou mestres como fornecedores que devem agradar ao consumidor.
Veja bem: eu não trouxe filhos ao mundo e não sei do que estou falando. A única coisa que realmente me encasqueta é essa frescura de não traduzir "bullying". Sugestões?

MÔNICA BERGAMO - FIM DO ESPETÁCULO


FIM DO ESPETÁCULO
MÔNICA BERGAMO 
FOLHA DE SÃO PAULO - 15/04/11

O último show da turnê do U2 pelo Brasil teve participação de Seu Jorge, que subiu ao palco para cantar "The Model", do Kraftwerk; no camarote da TAM, no Morumbi, circularam Ivete Sangalo, o ator Malvino Salvador, a jornalista Marília Gabriela e Dinho Ouro Preto, que disse ter ido ao Morumbi mais pela banda Muse do que pelo grupo de Bono.

CAMINHO LIVRE
A ministra da Cultura, Ana de Hollanda, deu o sinal verde à base do governo para que aprove o projeto que cria o Procultura, em substituição à Lei Rouanet. Ela se reuniu anteontem com o deputado Pedro Eugênio (PT-PE), relator da proposta na Câmara dos Deputados, e disse que a pasta, em linhas gerais, apoia as mudanças. Deve sugerir apenas mudanças laterais no texto.

ESTICA E PUXA
Quando assumiu o ministério, Ana de Hollanda deixou no ar a impressão de que poderia barrar as mudanças na Rouanet. Entre outras coisas, o Procultura obriga as empresas que investirem em projetos via renúncia fiscal a colocarem também recursos próprios nos eventos artísticos. A proposta sofre resistência sobretudo de grandes produtores, que temem recuo de seus patrocinadores.

EM BREVE
O deputado Pedro Eugênio diz que pretende aprovar o Procultura em um mês.

VELHOS AMIGOS 1
O ex-presidente Lula planeja uma viagem para Cuba ainda neste semestre.

VELHOS AMIGOS 2
O ex-ministro José Dirceu também deve ir ao país de Fidel. A data pode coincidir.

PRONTO-SOCORRO
Por pouco Bono não foi parar no hospital anteontem. Ele e outros membros da banda pegaram uma forte gripe no Brasil. Passaram mal na noite de terça e amanheceram baqueados também na quarta. Seus assessores chegaram a montar uma operação para levar o cantor para o hospital Albert Einstein. Não foi preciso: medicado, Bono melhorou e seguiu para o show no Morumbi.

EXAGEROU!

Bono, que já estava rouco quando se encontrou com o ex-presidente Lula na segunda, piorou depois das baladas em São Paulo.

CARA A CARA
Médicos e diretores do Einstein acabaram convidados e tiveram direito a lugares VIPs no Morumbi para o show do U2.

VERDE DE RAIVA

E no backstage do show do U2, anteontem, Bono conversou com o governador Geraldo Alckmin, Ronaldo Fenômeno, Marcus Buaiz e Marcelo Furtado, do Greenpeace Brasil. O irlandês quis informações sobre energia nuclear e não gostou de saber que o Brasil não tem planos para extinguir as usinas que já existem. Furtado convidou Bono para a conferência climática Rio +20, em 2012.

POVÃO TUCANO

Para homenagear os 80 anos de Fernando Henrique Cardoso, em junho, o PSDB fará três eventos. Uma cerimônia em Brasília, um seminário internacional e uma festa em São Paulo. Quem está coordenando tudo é Clóvis Carvalho e Xico Graziano. Os dois estão convidando personalidades estrangeiras para o seminário, como Felipe González, da Espanha, e Bill Clinton, dos EUA.

PS FECHADO

O hospital Santa Isabel, em SP, ligado à Santa Casa, desativou seu pronto-socorro infantil, gerando reclamações de pais. A instituição focará o atendimento em adultos e serviços de alta complexidade. O atendimento pediátrico em Santa Cecília, afirma, está garantido desde a inauguração do hospital infantil Sabará -que, no entanto, não faz parte da cobertura de alguns convênios.

MUSEU EM PESSOA
O Museu da Pessoa deve ganhar sede física. Jaime Lerner já fez o projeto arquitetônico para transformar o site, que hoje reúne 14 mil histórias de vida de pessoas comuns, em prédio. Lerner e a direção do museu se encontraram com o secretário da Cultura de SP, Andrea Matarazzo, para discutir possíveis cidades-sede em SP. Rio e Salvador também sinalizaram querer sediar o prédio.

SÃO PAULO, SÃO PAULO!
O musical "New York, New York", dirigido por José Possi Neto e protagonizado por Alessandra Maestrini e Juan Alba, estreou com sessão para convidados, na terça, no Teatro Bradesco; viram a peça os atores Leopoldo Pacheco e Ellen Roche.

A CORUJA E O TIÊ

A cantora Tiê lançou seu segundo disco, "A Coruja e o Coração", com show no Auditório Ibirapuera; a diretora Vera Egito foi ver e ouvir.

CURTO-CIRCUITO

O advogado Marcelo Goyanes fará palestra na Tecnogold, feira do setor joalheiro, amanhã, no centro de eventos São Luis.

O escritor angolano José Eduardo Agualusa estará no Navegar É Preciso, evento que acontece de 8 a 13 de maio, num barco no rio Negro.

A festa Deep tem os DJs Greg Vickers, Fadi Alameddine e Ferris no Terraço Daslu, amanhã. Às 22h. 18 anos

Fabiana Cozza canta Édith Piaf com a Orquestra Jazz Sinfônica, no gramado do Auditório Ibirapuera. Hoje e amanhã, às 21h, e no domingo, às 17h.

com DIÓGENES CAMPANHA, LÍGIA MESQUITA, THAIS BILENKY e CHICO FELITTI

REZANDO UMA MISSA

WASHINGTON NOVAES - Mais informação, economia melhor


Mais informação, economia melhor
WASHINGTON NOVAES
O Estado de S. Paulo - 15/04/2011

Um mínimo de prudência e bom senso poderia ter evitado ao Brasil o vexame de se tornar objeto de uma decisão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA), pedindo que suspenda imediatamente o licenciamento e a construção da usina de Belo Monte, por causa do "potencial prejuízo da obra aos direitos das comunidades tradicionais da bacia do Rio Xingu".

Ao longo de muitos anos, o autor destas linhas tem escrito sobre esse tema neste espaço, mostrando a inacreditável falta de informações consistentes sobre o valor da obra (agora "estimado" em R$ 26 bilhões, mas que "poderão ser mais"); o potencial efetivo (que dependerá de transposição de águas de outro canal e, possivelmente, da escavação de um canal maior que o do Panamá - sem saber onde colocar os sedimentos retirados); a destinação da energia a ser produzida (a da usina de Tucuruí, por exemplo, só agora, décadas depois da construção, chega a Manaus e Macapá, para beneficiar a população amazonense, e não apenas a exportação de alumínio); os prejuízos reais para as populações indígenas e ribeirinhas (razão do comunicado da OEA); e, mais que tudo, a real necessidade dessa usina, dentro de uma discussão ampla sobre a matriz energética brasileira.

Essa mesma ausência de discussão sobre a matriz energética leva a outros constrangimentos, como a revelação de que uma usina nuclear de Angra dos Reis funcionava sem licença havia muito tempo; de que as condicionantes para a terceira usina nesse local não estão sendo respeitadas, nem mesmo a de um projeto prévio para a destinação dos perigosíssimos resíduos dos reatores. Apesar disso, segue-se como se tudo estivesse no melhor dos mundos - até planejando novas usinas nucleares para as margens do Rio São Francisco e 40 para todo o País. Embora especialistas do renome dos professores Ildo Sauer (Folha de S.Paulo, 5/4) e Joaquim Francisco de Carvalho (Estado, 6/4) as considerem desnecessárias (ainda que o segundo, mestre em Engenharia Nuclear, seja a favor de hidrelétricas na Amazônia, além das energias eólica e da biomassa).

Infelizmente, assim têm sido muitas das discussões cruciais para o País, que mantêm a distância argumentos decisivos.

Um terceiro caso é o do projeto de mudanças no Código Florestal, capitaneado pelos ruralistas, liderados pelo deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP). Eles desconheceram, ao longo das discussões, um parecer técnico da Agência Nacional de Águas (ANA), órgão do governo federal, que diz, entre muitas coisas: "É recomendável que seja observado o princípio da precaução, mantendo-se, nas condições atuais, o respeito às exigências estabelecidas no Código Florestal. Não se admitindo, em nenhuma hipótese, a adoção de faixas ciliares inferiores a 30 metros" (como querem o deputado e os ruralistas). O parecer ressalta ainda a importância de se dar às áreas de recarga de aquíferos "tratamento similar ao dispensado hoje às áreas de proteção de nascentes"; que "o manejo florestal sustentável da reserva legal precisa ser intensificado"; e que é de "fundamental importância a adoção de uma política de pagamento por serviços ambientais". E, para completar, afirma a ANA que "o Código Florestal brasileiro, do ponto de vista dos recursos hídricos, não necessita de alterações em relação às exigências estabelecidas, notadamente no que tange à largura mínima de 30 metros".

Se se prestasse mais atenção à informação precisa, ver-se-ia, como tantos estudos têm mostrado, que o País não precisa de mais desmatamento, mais ocupação de áreas de preservação, para aumentar a produção agropecuária. Ao contrário. A produção depende da conservação da biodiversidade, até em coisas que a alguns parecem estapafúrdias - como a preservação de morcegos e de abelhas. Com relação aos primeiros, informou este jornal (2/4) que, conforme estudo da revista Science, "a morte de morcegos pode trazer um prejuízo anual de R$ 6 bilhões para a agricultura americana por gastos com pesticida e queda de produtividade". Segundo os autores do estudo, "as conclusões servem de alerta para outros países, entre eles o Brasil". Porque, sem a devora dos insetos pelos morcegos, eles atacam as colheitas (o Brasil mesmo enfrentou grave problema quando se permitiu a inundação da área da barragem de Serra da Mesa, no Rio Tocantins; com a inundação das grutas, os morcegos migraram e se espalhou raiva bovina e humana pela região).

Já um estudo da ONU afirma que a perda da biodiversidade está levando a uma redução drástica do número de colônias de abelhas, responsáveis pela polinização. E isso atinge as áreas de cultivo, porque, das cem espécies que produzem 90% dos alimentos, 70% são polinizadas por abelhas. No Cerrado brasileiro, muitas espécies já estão sentindo a falta de polinizadoras.

Outro levantamento - da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, a Embrapa (Valor Econômico, 5/4) - diz que, em duas décadas, "os recentes ganhos de produtividade da pecuária brasileira pouparam (do desmatamento) uma área superior ao território de 420 milhões de hectares de todo o bioma da Amazônia". A importância disso pode ser aferida com a mais recente pesquisa do IBGE sobre carnes no País. Em 2010 foram abatidos 29,265 milhões de cabeças de bovinos, 32,510 milhões de suínos e 4,988 bilhões de frangos - além de haverem sido produzidos 20,966 bilhões de litros de leite e 2,46 bilhões de dúzias de ovos de galinhas. Sem ganhos de produtividade, mais áreas teriam de ser desmatadas e mais pastagens "naturais", ocupadas. E aumentaria a emissão de dióxido de carbono, com efeitos nas mudanças climáticas - pois somente o rebanho bovino (205 milhões de cabeças) já responde pela emissão (nos arrotos e flatulências) de cerca de 12 milhões de toneladas anuais de metano, que equivalem a mais de 250 milhões de toneladas de dióxido de carbono.

É preciso discutir tudo com mais informação.

ANNA RAMALHO - Laços olímpicos


Laços olímpicos
ANNA RAMALHO

JORNAL DO BRASIL - 15/04/11

Foi aprovado anteontem o Projeto de Lei nº846/2001 que autoriza o município do Rio a integrar, na forma de consórcio público de regime especial, a Autoridade Pública Olímpica – APO. 

O que é?
Isso permite a participação da cidade do Rio de Janeiro no quadro das Autoridades Públicas Olímpicas, junto com o Estado e a União. A APO tem o objetivo de coordenar a participação dos três Poderes na preparação e realização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016.

Além disso

Assegura o cumprimento das obrigações assumidas pelos Poderes perante o Comitê Olímpico Internacional (COI).

Olho vivo

Um projeto de observação da aplicação da Lei Maria da Penha foi discutido, anteontem, em reunião na sede da OAB/RJ, por representantes da OAB Mulher, da Defensoria Pública do Estado e do Centro Integrado de Atendimento à Mulher do Rio de Janeiro (Ciam). Com isso, a OAB Mulher será o canal de ligação entre as queixas da sociedade e a secretaria da Polícia Civil.

Na terra do goró


As línguas ferinas da oposição comentam que Lula da Silva foi à Inglaterra com um propósito maior: encontrar seu querido Johnnie Walker. Hic!

Queda livre


Perde espaço a cada dia, no governo Dilma, o assessor top top Marco Aurélio Garcia.

Tem tomado enquadradas do competente chanceler Antonio Patriota – muito sutis e sempre bem educadas, mas tem tomado. Oba!

Nova York-Rio


A Brasil Tour Operators Association (BTOA), em parceria com a empresa de mídia americana CBS R.I.O.T ( Radio, Internet, Outdoors, TV), lança hoje a campanha 'Rio loves you', na maior feira de turismo receptivo, a Brite – Brazil International Tourism Exchange. O slogan Get Rio, New York tem o objetivo de promover o destino Rio de Janeiro na mais famosa cidade americana.

Só Rio


Com o orçamento na casa de U$ 1 milhão, a campanha será veiculada pela CBS RIOT para 37 canais de TV, 144 estações de rádio, 550 outdoors e mais de 200 websites. O tema terá como foco o verão do Rio e terá depoimentos de cariocas famosos que vivem em Nova York e comentários de âncoras da rede CBS, durante os noticiários.

O Rio em Milão


Em coquetel, o diretor superintendente do Sebrae RJ, Cesar Vasquez, o presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, a sub-secretaria de Comércio e Industria do Estado do Rio de Janeiro, Dulce Ângela Procópio, e o embaixador e cônsul em Milão, Luiz Henrique da Fonseca, cortaram a faixa de inauguração da exposição Rio + Design, em Milão. Este é o terceiro ano consecutivo da mostra, que fica aberta à visitação até dia 17 de abril, das 10h às 22h, no Palazzo Affari ai Giureconsulti, na Piazza Mercanti.

Raspadinhas


Ed Motta e Silvia Pfeifer participam, hoje, do brunch que a Nespresso realiza na boutique da Garcia D'Ávila, em Ipanema.

A Papel Craft lança, também hoje, a coleção de Cupcakes, na loja do Shopping Leblon. 

O coral de funcionários da Rede Globo faz, segunda-feira, no Vivo Rio, o encerramento do show Com você pela vida, que comemora os 20 anos da Fundação do Câncer.