sábado, setembro 06, 2008

De igual
DORA KRAMER

A linguagem solta e a abordagem livre sobre qualquer tema - sem a menor preocupação com restrições de cerimonial - dão ao presidente Lula uma enorme vantagem em relação aos demais personagens do primeiro time da política.
Em compensação, não lhe dão o direito de pedir respeito quando se dirigem a ele como fez o goleiro Júlio César, aborrecido com as críticas de Lula aos jogadores da seleção brasileira de futebol.
"Vai morar na Argentina. Renuncie à Presidência e talvez o Brasil melhore em alguma coisa", disse o jogador, em estado de descortesia explícita.
Mas é difícil cobrar do esportista um pingo de educação para com o presidente da República se o próprio não se preocupa com a altura dos padrões
.Três dias antes, por exemplo, dissera em ato oficial que pensava que o mar fosse salgado "por causa do xixi que as pessoas fazem aos domingos nas praias".
Quando a conversa chega nesse ponto, o respeito não pode mais ser exigido porque já foi atirado no lixo.
TOM SOBRE TOM

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Fiquem babando, magotes de filhos da...
Coluna de Anselmo de Gois
Protesto sobre (duas) rodas

Cidade malhada

Cansados dos acidentes e das multas pelo zigue-zague (perigoso mesmo, aliás) que fazem nas ruas cariocas, os motociclistas estão planejando um protesto criativo contra a prefeitura: vão pintar os buracos da cidade de amarelo.
A idéia é deixar a cidade malhada. Haja tinta, hein, galera!

-Essa é uma boa idéia. Que tal copiar aqui em Natal?


Os olhos por trás do grampo

Como o agente Francisco Ambrósio do Nascimento, da Abin, coordenou na Polícia Federal a equipe que fez a escuta de 18 senadores, 26 deputados, ministros do governo e das mais altas autoridades do Judiciário

Por MINO PEDROSA E HUGO MARQUES


UMA MÃOZINHA Lacerda recebeu pedido de ajuda de Protógenes no final do ano: "Estou sozinho", reclamou o delegado
CRACHÁ FALSO Para entrar no prédio e acessar computadores da PF, o espião Ambrósio usava senha de uma funcionária
Francisco Ambrósio do Nascimento, um ex-agente do extinto Serviço Nacional de Informações (SNI), é o espião que coordenou a atuação de um grupo de agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na Operação Satiagraha, da Polícia Federal. A pedido do delegado Protógenes Queiroz, responsável pelas investigações contra o grupo do banqueiro Daniel Dantas, Ambrósio se instalou no começo do ano em uma sala no Máscara Negra, como é conhecido o edifício-sede da PF em Brasília. Tornou-se uma espécie de braço direito do delegado, funcionando como elo entre Protógenes e os agentes operacionais da Abin, cedidos à Satiagraha.
Foi da sala situada bem em frente ao gabinete do diretor da Divisão de Inteligência, delegado Daniel Lorenz, que o espião coordenou os trabalhos que resultaram em milhares de horas de diálogos telefônicos gravados, centenas de filmagens e diversos monitoramentos que compõem as entranhas da Satiagraha. Muitas das escutas extrapolaram as autorizações legais da Justiça. Numa delas, gravou-se uma conversa telefônica do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, com o senador Demóstenes Torres (DEM-GO). A partir daí, o arsenal clandestino da Satiagraha desencadeou uma crise institucional entre os Três Poderes da República. E o espião passou a última semana esquivando-se nas sombras de Brasília. Ele sabe que deverá ser chamado a depor no Congresso, no Ministério Público e na própria PF. Nessa hora, certamente será pressionado a revelar como, quando, por que e por ordem de quem sua equipe monitorou e promoveu escutas telefônicas e ambientais envolvendo autoridades do Executivo, Legislativo e Judiciário.

Roberto Pompeu de Toledo
Reviravolta no quartel
"O ministro Jobim quer fazer do serviço militar um ‘nivelador republicano’. Se realmente obrigatório, ajudaria a abalar o muro entre as classes"
Houve um tempo em que os jovens, não importa de que classe social, tinham um encontro marcado com o serviço militar. Alguns festejavam a ocasião. Entre estes, os mais preparados optavam pelo Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR), que, por exigir presença só nos fins de semana, permitia a continuidade dos estudos. Outros – a maioria – procuravam um jeito de escapar. Se a família fosse bem conectada, conheceria um tenente ou coronel a quem recorrer para pedir a dispensa do filho. Se não, restava confiar no pé chato. Bendito pé chato! Seria mito? Seria verdade? Corria entre os rapazes que quem tivesse pé chato seria considerado inapto para o serviço. Excelente hora para ter pé chato ou, ao menos, confiar em que o pé pudesse passar por chato. Hoje, quem é da classe média para cima passa longe do serviço militar. Para estes, é algo arquivado num passado tão remoto quanto o futebol com bola de capotão, o laquê que segurava o penteado das meninas e a TV em preto-e-branco.
O ministro da Defesa, Nelson Jobim, apresentará ao presidente Lula nesta semana um Plano Estratégico de Defesa que, entre outras coisas, proporá mudanças no serviço militar. "Durante a maior parte do século XX, as Forças Armadas foram um nivelador republicano", escreve Jobim num artigo publicado pela revista Interesse Nacional. "Constituíram um espaço de oportunidades iguais para todos, onde se reproduzia um microcosmo da sociedade brasileira, tanto do ponto de vista social quanto do geográfico." Não mais. Hoje, só pobre presta serviço militar. Do 1,5 milhão de jovens que anualmente chegam à idade de servir, a maioria é dispensada de cara; é só dizer que não quer. Os que querem – 600 000 – entram num processo de seleção, para afinal, dada a restrita capacidade de absorvê-los, serem aproveitados de 60.000 a 70.000. Na prática, ao contrário de obrigatório, como previsto na Constituição, o serviço virou voluntário.
Os que querem, com raras exceções, são jovens das classes que os publicitários chamam de "C" e, principalmente, "D". As Forças Armadas constituem para eles uma oportunidade. No período de serviço terão cama, comida e um pequeno soldo. Os mais capazes poderão até ser convidados a seguir carreira. Os outros ganharão treinamento que poderá lhes ser útil em outras atividades. O serviço militar virou mais um braço da rede brasileira de proteção social aos desvalidos.
Um filme recente, o bom documentário PQD, do diretor Guilherme Coelho, mostra a realidade vivida hoje no Exército. O filme acompanha a turma de 2005 de uma companhia de pára-quedistas ("PQD", no jargão da corporação) do Rio de Janeiro, com foco nos jovens, seus desejos, seus planos, suas famílias e seus ambientes. São quase todos de pele escura, moradores de favelas ou semifavelas e, tipicamente, criados pela mãe. Aos que mais se destacam o serviço oferece, no fim, um prêmio reservado para poucos – são engajados na carreira e, como cabos, passam a receber o invejável salário de 1 200 reais. Consideram-se então "estabilizados", como dizem no filme, para o resto da vida. Os outros imaginam que poderão aspirar a uma vaga de segurança ou, quem sabe, policial. (As mães do filme não gostam dessa opção: no mundo em que vivem, é arqui-sabido que pertencer à polícia é pôr-se na mira dos traficantes.)
Reverter as Forças Armadas à condição de "nivelador republicano", como quer Jobim, representará uma mexida e tanto. Significa tornar o serviço militar obrigatório de verdade, e para todas as classes. O ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, co-autor do plano a ser levado a Lula, propõe que o serviço obrigatório seja civil, do tipo do Projeto Rondon, e prestado também pelas meninas. Talvez tudo não passe de sonho, pelos gastos implícitos e pelo tamanho do sacolejão na inércia burocrática, mas são propostas na boa direção. Se o abandono do serviço militar pelos "As" e pelos "Bs", a exemplo do que ocorrera na escola pública, ajuda a reforçar o já colossal muro entre as classes, no Brasil, a mistura com os "Cs" e os "Ds" opera no sentido contrário. Quanto ao serviço civil, independentemente de outras virtudes, vale pelo simples fato de dispensar as armas. Quanto menos gente souber pegar num fuzil, ou mesmo num revólver, num país como este, melhor.
Tecnologia-Revista VEJA
O salto da telona

O futuro em exibição: TV de 82 polegadas e definição quatro vezes superior à das convencionais

Carlos Rydlewski e Vanessa Vieira


"O grande desafio Devido ao tamanho do aparelho, com mais de 2 metros na diagonal, técnicos tiveram de dobrar a velocidade comque as imagens se renovam na tela"

Os televisores foram um dos poucos equipamentos eletrônicos a ficar por longo tempo sem inovações significativas. Eles pouco mudaram nas cinco décadas posteriores ao advento da cor, nos anos 50. Esse torpor tecnológico é agora coisa do passado. A mudança começou três anos atrás com a evolução das telas fininhas, de cristal líquido (LCD) ou plasma. Agora, as novidades têm-se sucedido num ritmo tão intenso que levaram os especialistas a prever uma transformação radical desses aparelhos nos próximos cinco anos. Uma antevisão do futuro pôde ser conferida no início deste mês na IFA, em Berlim, uma das maiores e mais tradicionais feiras de produtos eletrônicos do mundo. Um dos destaques foi um protótipo da Samsung, com resolução quatro vezes superior à dos modelos mais modernos existentes atualmente nas lojas. A tecnologia é chamada de Quadruple Full High Definition (QFHD). Surpreendente é o tamanho do painel. Tem 82 polegadas, o equivalente a 2,08 metros medidos na diagonal. Trata-se de uma qualidade de cinema, com cenas constituídas por 8 milhões de pixels, os minúsculos pontos que formam a imagem. Os aparelhos convencionais têm no máximo 2 milhões de pixels.
O principal desafio tecnológico vencido na produção do protótipo da TV foi garantir o elevado grau de resolução em uma tela de cristal líquido tão grande. Quanto maior a área, maior o tempo necessário para a formação de uma imagem. Se houver lapsos na sucessão de cenas, surgirão borrões e imperfeições evidentes no monitor. No caso desses eletrônicos, entenda-se por "lapsos" os intervalos de tempo da ordem de milissegundos. É por isso que o modelo QFHD usa uma taxa de atualização de imagem de 120 hertz – o equivalente a 120 frames por segundo. Em um televisor convencional, mesmo com alta definição, esse valor cai pela metade e pode chegar a somente 30 hertz. Microchips especialmente desenvolvidos para TVs de LCD são os responsáveis pelo aumento da velocidade da reprodução de objetos em movimento nesses aparelhos. "A tela é tão grande e o ritmo de atualização tão próximo do real que as pessoas vão assistir aos filmes como se estivessem realmente neles", diz Sang Soo Kim, vice-presidente do Centro de Tecnologia de LCD da Samsung.
Outra inovação da QFHD é a introdução no cristal líquido de pequenas lâmpadas de LED, a sigla em inglês para diodo emissor de luz. São fabricadas com material semicondutor, semelhante ao usado nos chips dos computadores. Quando percorridas pela eletricidade, emitem luz e formam as imagens. Nas cores vermelha, verde e azul, elas foram colocadas nas bordas da tela de QFHD para realçar o colorido e a nitidez do televisor.
O mais admirável é que o aparelho da Samsung representa apenas um estágio na evolução das telonas de TV. A rede japonesa de televisão NHK criou em 2006 a Ultra-Alta Definição (U-HDTV). Nesse sistema, as imagens são formadas por 33 milhões de pixels (o quádruplo da QFHD). A resolução do equipamento é de 7.680 por 4.320 pixels. O sistema permite a criação de TVs ainda maiores – e mais perfeitas. Detalhe: o som tem 24 saídas de áudio, contra apenas seis dos atuais home theaters. A tecnologia da U-HDTV não tem prazo para sair do laboratório. A estimativa é que isso deva ocorrer somente em 2015. Por enquanto, foram feitas apenas demonstrações. Numa delas, foi usado um painel de 6,6 metros de largura por 3,7 metros de altura. O Ministério das Comunicações do Japão já investiu quase 3 milhões de dólares no projeto. A considerar o atual ritmo das inovações, o desafio será encontrar nomenclaturas como "QFHD" ou "U-HDTV" ou "Full HD" para batizar tantas novidades.

Informe JB
Congresso terá de aprovar concessão
Leandro Mazzini

A Infraero prepara uma mudança de gestão comercial, para depois discutir como passar à iniciativa privada a administração dos aeroportos. A estatal cuida de 67 terminais, e só 10 deles são lucrativos – sustentam os outros 57. Surgiu na Infraero o plano de entregar à concessão metade dos aeroportos. Nesse projeto, a empresa conseguiria manter os restantes. Capitaneado pelo ministro Nelson Jobim, mesmo que esse plano envolva o presidente e o BNDES, é preciso envolver o Congresso. São os parlamentares que darão o aval, com a reforma do marco regulatório da aviação que deve abrir brechas na lei para que empresas invistam. Um empresário conhecedor do assunto não tira um centavo do bolso sem que antes mexam na legislação e fixem regras claras de concessão.

Cautela técnica
Apesar do oba-oba de Jobim e Sérgio Cabral, fonte do BNDES informou à coluna que só na semana passada o bancão teve sinal verde para tocar os estudos, e não edital. E que o plano apontará para reforma do marco regulatório.

Sindicato decola
Foi fundado sem alarde no Rio, em assembléia dia 1º de setembro, o Sindicato das Empresas Administradoras Aeroportuárias. Prova de que a iniciativa privada já se prepara para as concessões.

Clubinho
A associação é composta por empresas de peso, como as que cuidam dos aeroportos de Cabo Frio (RJ) e Porto Seguro (BA).

Mistério revelado
Quando Cabral grita que a Infraero deve "largar o osso", não fala da estatal em si, mas dos militares que ainda controlam a empresa e são contrários às mudanças.

Positivo e operante
A ala militar da Infraero é tão forte que aqui temos um pequeno exemplo. No Santos Dumont, eles fizeram um estacionamento de carros dentro do aeroporto, próximo à pista de taxiamento.

Batendo estaca
A empreiteira Andrade Gutiérrez criou um departamento só para cuidar de assuntos aeroportuários. E deve se associar aos alemães amigos de Cabral que estão de olho no Galeão.

A dois
O ministro de Assuntos Estratégicos (ex-Futuro), Mangabeira Unger, de passagem por Natal (RN), pediu ao presidente do Senado, Garibaldi Alves, para tomar café da manhã hoje com ele em sua casa.

Invasão on-line
Uma candidata a vereadora do Rio, não se sabe como, conseguiu lista de milhares de e-mails de cariocas e enche a caixa postal deles pedindo votos. Diariamente.

Tela sem lei
Isso pode configurar crime eleitoral, porque o destinatário não pediu a mensagem. E ainda corre risco de perder mensagens de negócios, com a possibilidade de o spam lotar a caixa de entrada.

Em baixa
O governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT), investigado nas denúncias da Gautama, que abra os olhos. Pesquisa recente do Ibope mostrou que o índice de "ruim e péssimo" da avaliação de seu governo chegou a 52%.

Sai a bicharada
Fernando Collor, que entra de licença no Senado e volta em janeiro, deixa na Casa um projeto de lei que proíbe os circos de todo o país de usarem animais da fauna silvestre brasileira ou exóticos.

Vai ter volta
O TRE do Rio deferiu a candidatura de Eduardo Paes (PMDB) à prefeitura. Agora, o caso vai para o TSE, onde o ex-ministro Torquato Jardim, advogado da oposição, acredita que reverterá a situação. "Ele está se autocassando", disse no tribunal.
ELE CALADO,CONTINUA ERRADO



SÁBADO NOS JORNAIS

- Globo: Alimento deixa de ser vilão dos preços e faz inflação cair

- Folha: Uso do transporte público cresce em SP após 40 anos

- Estadão: Oposição vai à Justiça contra ajuda eleitoral de Dilma ao PT

- JB: Lula e Seleção batem boca

- Correio: Desvio na UNB é de R$ 5 milhões

- Valor: Pessimismo mundial atinge bolsas e dólar vai a R$ 1,722

- Gazeta Mercantil: Investidor foge do risco e causa queda de 3,96% na Bovespa

- Estado de Minas: STF proíbe farra das faculdades em Minas