quinta-feira, maio 27, 2010

JOSÉ SIMÃO

Ueba! Piranha protege a seleção!
JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SÃO PAULO - 27/05/10


Por isso que Adriano, Ronaldinho, Ganso e Neymar queriam ir pra Copa! Segura na Piranha!

BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta!
Piada pronta e enlatada: sabe como é o nome da empresa de segurança da seleção brasileira? PIRANHAS SECURITY! O quê? Piranha tomando conta de time? Por isso que Adriano, Ronaldinho, Ganso e Neymar queriam tanto ir pra Copa! Segura na Piranha! É verdade.
Entrei no site da empresa sul-africana: "Piranhas Security, smooth as a flowing river. But when criminals transgress, we bite!". Tradução: suave como um rio, mas quando o criminoso transgride, NÓS MORDEMOS! Levar mordida de piranha. As maria chuteiras que se cuidem!
E os novos apelidos do Serra, Dilma e Marina Silva. Nosferatu, Madame Min e Mãe do Macunaíma! Rarará! Todos com cara de década de 60! Pararam na década de 60!
E o ditador da Coreia do Norte? Cruzamento do Chico César com a Marlene Mattos. Um cogumelo atômico! E como ele consegue ficar com aquele cabelo pra cima? Ele enfia o dedo na tomada ! Laquê bomba! E o nome dele é Kim Jong. Kim Jongou a Bomba? Kim Jonga Bomba.
E o novo telecatch atômico: Kim Jong x Hillary Clinton. Kim Jongou Bomba x Hillary Chifre Mal Curado! Luta no gel. E a Hillary só fala uma palavra: sanção, sanção, sanção. Enquanto isso, o marido dela fica com as Dalilas. A Hillary fica com a sanção e o Bill Pinton com a Dalila!
Seleção dos Leitores! Fala pro Dunga levar aquele time de Salvador: Adriano Come Lixo, Alex Caganheta, Messias Beiço de Chupar Limão, Totó Manteiga, Neco Doido e DANILO PSICOPATA! Hexa garantido. E pra levar o time dos advogados da OAB! Time da OAB é bom porque, se perder, recorre! Benga, Doisbigo, Cabeça de Panetone, Kobra, Cris Bafão, Zangado, Linguinha, Panda, Chinelinho, Choca e Bonner!
É mole? É mole, mas sobe! Ou, como disse aquele outro: é mole, mas trisca pra ver o que acontece!
Antitucanês Reloaded, a Missão. Continuo com a minha heroica e mesopotâmica campanha Morte ao Tucanês. É que em Coromandel, MG, tem a placa: "Desazanga espingarda zangada". Parece Dias Gomes! Mais direto, impossível!
E atenção! Cartilha do Lula. O Orélio do Lula. Mais um verbete pro óbvio lulante. "Zulu": cachaça dos companheiros que vão pra Copa na África! O lulês é mais fácil que o ingrêis. Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje só amanhã. Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

DEMÉTRIO MAGNOLI

Nosso homem em Teerã
DEMÉTRIO MAGNOLI 
O Estado de S.Paulo - 27/05/10

Paira no ar um falso mistério, exposto por Clóvis Rossi na Folha de S.Paulo sob a forma de uma indagação: "Por que os EUA resolveram torpedear o acordo Brasil-Turquia-Irã?" Gilles Lapouge, no Estado, ofereceu uma resposta, que está implícita na própria pergunta: "À primeira vista, podemos pensar que os grandes da diplomacia mundial simplesmente ficaram melindrados ao ver que Ancara e Brasília obtiveram de um só golpe o que os "gênios" não conseguiram." Rossi e Lapouge são analistas independentes, não porta-vozes informais de Lula e Celso Amorim, como tantos outros. Pergunta e resposta, contudo, funcionam como senhas de uma narrativa oficiosa brasileira de graves implicações estratégicas.

A narrativa é a seguinte: 1) O acordo tripartite obtido por Brasil e Turquia é idêntico ao proposto em outubro pela Agência Internacional de Energia Atômica e rejeitado pelo Irã; 2) os EUA estimularam o Brasil a perseguir o acordo, como atestariam trechos vazados de uma carta de Barack Obama a Lula; 3) Washington rejeitou o acordo com a finalidade de barrar a ascensão de Brasil e Turquia ao estatuto de mediadores da questão iraniana; 4) assim como George W. Bush, Obama não está interessado em negociações, perseguindo uma confrontação com o Irã.

A indagação de Rossi merece uma resposta direta: maio não é outubro. Em outubro, o acordo rechaçado por Teerã abriria uma janela para negociações, pois o envio de 1.200 quilos de urânio levemente enriquecido (LEU) ao exterior deixaria o Irã sem combustível suficiente para avançar no rumo da bomba durante um intervalo razoável. Agora, após sete meses de operação das centrífugas iranianas, a mesma quantidade de LEU representa apenas pouco mais de metade do combustível disponível, de modo que Teerã poderia escapar das sanções e seguir enriquecendo urânio.

Quando Mahmoud Ahmadinejad e Lula ergueram os braços em triunfo, eles celebravam pontos diferentes do acordo. O brasileiro comemorava os itens que reproduzem trechos da carta de Obama, enquanto o iraniano comemorava o item 10. Nele, acintosamente, está escrito que Turquia e Brasil "apreciaram o compromisso iraniano com o TNP e seu papel construtivo na busca da realização dos direitos na área nuclear dos Estados membros". A frase é senha diplomática para afirmar um "direito" iraniano de enriquecer urânio, contrariando três resoluções do Conselho de Segurança da ONU. Virtualmente ignorada em meio ao surto patriótico que cegou quase todos os nossos jornalistas, a passagem foi registrada em Washington, Moscou e Pequim. Para esclarecer de vez o significado do acordo, o ministro do Exterior iraniano afirmou que seu país continuaria a enriquecer urânio, uma declaração descartada como bravata irrelevante por Celso Amorim.

A resposta de Lapouge só faz sentido para quem começou a acompanhar a crise iraniana na hora da viagem de Lula a Teerã. Há dois anos, na campanha eleitoral americana, enquanto Hillary Clinton prometia "obliterar" o Irã, Obama ousou sugerir que negociaria com o país persa. No governo, estendeu a mão a Teerã e conservou-a no ar durante quase um ano, até o rechaço do acordo de outubro. Nesse intervalo, congelou a proposta de novas sanções da ONU, resistindo às pressões do Congresso. Agora, não pode ser ludibriado por Ahmadinejad, sob pena de assistir à implosão de toda a sua estratégia para o Oriente Médio.

O Congresso americano tem pronto para ser votado um pacote unilateral de sanções que atingiriam em cheio a economia iraniana. É uma espada suspensa sobre Obama, pois sua aprovação forneceria um estandarte nacionalista para Ahmadinejad isolar a oposição no Irã e prejudicaria a ação multilateral das potências. No fundo, a iniciativa do Congresso equivaleria a um atestado de falência do Executivo na política de contenção do programa nuclear iraniano. Como efeito colateral se evaporariam as chances de Obama conseguir apoio doméstico para pressionar Israel a negociar seriamente com os palestinos.

Obama e Hillary dispararam telefonemas para Moscou e Pequim logo que vieram à luz os termos do acordo tripartite concluído em Teerã. Um projeto de sanções multilaterais desceu como um raio à mesa do Conselho de Segurança. Os EUA provavelmente pagaram caro pelo compromisso das potências recalcitrantes. Mas o consenso alcançado deriva do reconhecimento de que o Irã não é uma segunda Índia. No Subcontinente Indiano, configurou-se um cenário de dissuasão mútua entre Índia e Paquistão. No Oriente Médio, a hipótese de um equilíbrio nuclear entre Irã e Israel ampara-se na premissa incongruente de que os rivais árabes do Irã - Egito, Arábia Saudita e Iraque - aceitariam acocorar-se à sombra da bomba persa.

Enrolados num pano verde e amarelo, analistas brasileiros especulam à vontade sobre os motivos de Obama para rejeitar o acordo tripartite, mas não se perguntam sobre as motivações dos que puseram sua assinatura junto à do Irã. A Turquia, governada por um partido islâmico moderado, tem razões nacionais para jogar a carta iraniana: Ancara está dizendo que o veto persistente ao seu ingresso na União Europeia desvia sua política externa na direção do mundo muçulmano. O Brasil, ao contrário, sacrifica seus interesses nacionais no altar de imperativos partidários e ideológicos quando oferece álibis ao governo de Ahmadinejad. O preço dessa escolha começou a ser pago no momento em que as cinco potências da ONU rasgaram o acordo tripartite de Teerã.

Há, contudo, mistérios de verdade. Lula traveste-se de negociador global, capaz de solucionar a crise iraniana e mediar o impasse entre Israel e os palestinos. Alguém aí pode explicar por que nosso homem em Teerã não moveu uma pedrinha para conciliar os interesses da Colômbia e da Venezuela ou, ali na esquina, acertar os ponteiros entre Argentina e Uruguai na patética "guerra das papeleras"?

GOSTOSA

EDITORIAL - O ESTADO DE SÃO PAULO

Sindicatos como negócios
EDITORIAL
O Estado de S.Paulo - 27/05/10

O Brasil livrou-se, anos atrás, de se tornar uma república sindicalista, mas descambou para outro mal. Os sindicatos enveredaram pelo mundo dos negócios à custa do trabalhador com carteira assinada, de cujos contracheques são descontados R$ 2 bilhões por ano, com tendência a crescer. Por obra e graça do Imposto Sindical, o sindicalismo é uma atividade próspera, com poucos benefícios para os sindicalizados, mas muito lucro para os dirigentes. O Brasil hoje tem 9.046 sindicatos, dos quais 126 registrados só neste ano, o que dá uma média de um por dia. Longe de ser expressão da liberdade sindical, trata-se de uma caríssima farra.

É constitucionalmente garantido o direito de associação para a defesa de melhores condições de trabalho, mas o que se vê são muitos sindicatos que só se mobilizam para campanhas salariais nas datas-base. Ou, como no caso de sindicatos de servidores públicos, para pleitear, por meio de greves em ano eleitoral, reestruturações de carreiras, com aumento de adicionais aos seus proventos.

Mas não é apenas isso que está acontecendo hoje no País, depois que o Ministério do Trabalho, por motivos políticos, passou a omitir-se com relação ao desmembramento de sindicatos. Antes limitados a uma determinada base geográfica para cada categoria, eles passaram a se multiplicar, o que não foi consequência apenas de rachas políticos ou ideológicos. O objetivo é arrecadar dinheiro.

Reportagem do Estado (23/5) identificou vários casos de irregularidades, algumas delas gritantes. Na região de Rio Verde, em Goiás, por exemplo, surgiu o Sindicato dos Trabalhadores de Movimentação de Mercadorias em Geral (Sintram), que gerou filhotes nos Estados do Tocantins, Bahia, Mato Grosso e no Distrito Federal. Típico sindicato pirata, o Sintram foi registrado pelo Ministério do Trabalho e tem sede em Brasília em endereço flagrantemente fictício, numa sala desocupada e fechada.

A entidade tem uma receita anual de R$ 1 milhão, como se constatou, mas a sua ação extrapola as finalidades que justificariam a fundação de um sindicato. O Sintram funciona como uma rede de prestação de serviços para empresas do agronegócio à procura de mão de obra. Não se trata de anunciar gratuitamente empregos ou de facilitar o acesso a empregos para os trabalhadores. O Sintram exerce uma função muito semelhante à dos chamados "gatos", ou seja, agentes de empreendimentos que buscam contratar mão de obra, mediante o pagamento de comissão. Esta, no caso, é de 15%, sendo descontada todo mês dos salários dos trabalhadores. Os pelegos ou donos desses sindicatos são gatos gordos, pois, além dessas comissões ilegais, recebem sua parcela do Imposto Sindical.

Essa proliferação de sindicatos artificiais é lucrativa para as centrais de trabalhadores, que nada fazem para coibir essa distorção, uma vez que embolsam 10% do bolo das contribuições sindicais, distribuídos proporcionalmente ao número de entidades filiadas. Ainda por cima, as centrais sindicais, por uma benesse do governo do presidente Lula, estão desobrigadas de prestar contas ao TCU ou a quem quer que seja.

O Ministério do Trabalho até agora tem feito vista grossa para essa abundância de entidades sindicais. Mas alguns setores já começam a se preocupar com a infração do princípio legal da unicidade sindical. "A minha premissa é de que os dirigentes pararam de ser dirigentes para serem empresários. Fundam sindicatos como se fossem empresas", como disse Antônio Cavalcante Rodrigues, procurador do Ministério Público do Trabalho.

Como se vê, vão longe os tempos em que alguns sindicatos tinham comissões de sindicância, que complementavam ou supriam a função fiscalizadora de que o Ministério do Trabalho está incumbido. Entidades nunca fiscalizadas se vêm transformando em indústrias subsidiadas pelo governo por meio do Imposto Sindical, uma herança da ditadura getulista que o regime democrático foi incapaz de eliminar. A persistência desse maná fez surgir o que o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, chama, sem meias palavras, de "banditismo sindical".

THOMAS L. FRIEDMAN

"Ao dar legitimidade a Ahmadinejad, Lula envergonha o Brasil"
Thomas L. Friedman
New York Times/ Folha de são Paulo - 27/05/10

Quando vi a foto de 17 de maio do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, de braços erguidos com seu colega brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e o premiê turco, Recep Tayyip Erdogan -depois de assinarem um acordo para neutralizar a crise em torno do programa nuclear iraniano-, tudo em que consegui pensar foi: Será que existe algo mais feio que ver democratas traindo outros democratas em benefício de um bandido iraniano que nega o Holocausto e roubou votos, simplesmente para desafiar os EUA e mostrar que também eles são capazes de jogar na mesa dos poderosos? Não, mais feio que isso é impossível.
Tanto a Turquia quanto o Brasil são democracias nascentes que superaram seus próprios históricos de governo militar. É vergonhoso que seus líderes abracem e fortaleçam um presidente que usa sua polícia para esmagar e matar democratas iranianos. "Lula é um gigante político, mas moralmente ele tem sido uma decepção profunda", disse Moisés Naím, ex-editor-chefe da revista "Foreign Policy". 
CHÁVEZ E FIDEL 
Lula, observou Naím, "vem apoiando a frustração da democracia na América Latina". Ele regularmente elogia Hugo Chávez e Fidel Castro -e, agora, Ahmadinejad-, ao mesmo tempo em que critica a Colômbia, uma das grandes histórias de sucesso democrático. 
"Lula vem sendo ótimo para o Brasil, mas terrível para seus vizinhos democráticos", disse Naím. É claro que, se Brasil e Turquia tivessem de fato persuadido os iranianos a encerrar todo o seu suspeito programa nuclear, os EUA o teriam endossado. Mas não foi isso o que aconteceu.
Hoje o Irã possui cerca de 2.200 quilos de urânio de baixo grau de enriquecimento. Sob o acordo fechado em 17 de maio, o país concordou em enviar à Turquia cerca de 1.200 quilos de seu estoque. Mas isso ainda deixará o Irã com um estoque de aproximadamente mil quilos de urânio, que o país ainda se recusa a submeter à inspeção internacional e está livre para aumentar e continuar a reprocessar para os níveis necessários para uma bomba.
"REVOLUÇÃO VERDE"
Portanto, o que esse acordo realmente faz é o que o Irã queria que fizesse: enfraquece a pressão global sobre o Irã para abrir suas instalações nucleares aos inspetores da ONU e legitima Ahmadinejad no aniversário de seu esmagamento do movimento democrático iraniano que exigia a recontagem dos votos das eleições iranianas maculadas de junho de 2009.
A meu ver, a "Revolução Verde" do Irã é o movimento democrático autóctone mais importante a ter surgido no Oriente Médio em décadas.
Ela foi reprimida, mas não vai desaparecer. Gastamos tempo e energia de menos alimentando essa tendência democrática e muito tempo tentando um pacto nuclear.
Como me disse Abbas Milani, especialista no Irã na Universidade Stanford: "A única solução de longo prazo ao impasse é a chegada de um regime mais democrático, responsável e transparente em Teerã". Eu preferiria que o Irã nunca conseguisse uma bomba. O mundo seria muito mais seguro sem mais armas nucleares no Oriente Médio.
Mas, se o Irã de fato se nuclearizar, fará uma diferença enorme se um regime iraniano democrático ou a atual ditadura teocrática assassina tiver o dedo no gatilho. Qualquer pessoa que trabalha para adiar isso e para fomentar a democracia real no Irã está do lado dos anjos.
Qualquer pessoa que legitima esse regime tirânico e acoberta suas pretensões nucleares terá que responder ao povo iraniano um dia.

GOSTOSAS

DORA KRAMER

A joia da coroa 
Dora Kramer 

O Estado de S.Paulo - 27/05/2010

À medida que vai se aproximando a hora de a onça beber água, as coisas vão ficando mais claras nas negociações de uma aliança entre PT e PMDB para a disputa do governo de Minas Gerais


Onde em tese há meses se trabalha por um acerto, impera o mais perfeito desacerto. E por que perfeito? Porque obedece a um roteiro muito bem delineado.

A ideia do PT sempre foi fazer uma aliança, mas de verdade nunca pretendeu entregar ao PMDB a candidatura ao governo e ficar com o papel subalterno das vagas de vice e uma cadeira ao Senado.

Por isso realizou prévias no Estado. Por isso, Fernando Pimentel assim que venceu a disputa interna disse o seguinte: "A próxima etapa é convencer o PMDB de que o melhor é o PT para governador."

A despeito da clareza, continuou valendo para todos os efeitos a regra de que a primazia seria do PMDB.

Naqueles dias conturbados o presidente Lula chegou a ameaçar com intervenção no diretório regional.

Hoje a conversa é outra. No Palácio do Planalto e alhures. Fala-se em "enquadrar" o PMDB, tido como um aliado voraz.

E a intervenção? "Lula falou em sentido figurado", diz um negociador da cúpula petista.

Passou-se a adotar (alegando ter sido sempre essa a norma acertada) o critério segundo o qual a decisão será tomada com base nas pesquisas de opinião: quem estiver melhor fica com a vaga ao governo.

O anúncio do apoio do PT ao candidato do PMDB, Hélio Costa, está previsto para 6 de junho. Já esteve marcado para 9 de maio. Mas pode ser adiado para o início de julho, o prazo finalíssimo do registro de candidaturas.

Até lá o PT espera que Hélio Costa desista de disputar o governo para concorrer ao Senado.

"A entrada de Aécio Neves de rijo na campanha de Antonio Anastasia tornaria a candidatura dele vulnerável, já que não é um personagem político ligado ao cotidiano do Estado", diz nosso intérprete as razões petistas.

Hélio Costa está com 45% e Fernando Pimentel com 35%. O argumento acima se baseia na suposição de que os índices de Costa são inconsistentes porque ele faz vida política em Brasília como senador e ministro enquanto Pimentel foi prefeito de Belo Horizonte até 2008, e saiu com 80% de aprovação.

Muito bem, e alguém já disse isso ao PMDB? Ainda não. Inclusive porque se o parceiro "entestar", leva.

Por "entestar" leia-se ameaçar romper a aliança nacional. Chance de acontecer depois de Michel Temer anunciado como vice de Dilma Rousseff?

"Zero". Pois então é briga para mais de metro.

O leitor que não é mineiro poderá se perguntar: quem a importância de tudo isso?

Minas é o segundo colégio eleitoral, com 14 milhões de eleitores e reza o consenso que quem ganhar em Minas ganha a eleição presidencial.

Além disso, para o PT Minas representa uma espécie de última trincheira. Não é competitivo em São Paulo, não tem candidato no Rio e entregou vários estados ao PMDB em nome da aliança nacional.

Acha que já arriscou demais; não pode arriscar tudo e ficar sem nada se perder a presidência.

Veneráveis na ativa. Começa amanhã em Johannesburgo (África do Sul) a reunião do The Elders (os Anciãos), grupo de personalidades mundiais que se encontram duas vezes por ano para trocar impressões sobre conflitos internacionais. Experientes, prestam uma espécie de consultoria permanente à ONU.

Integram o The Elders quatro ex-presidentes: Nelson Mandela (África do Sul), Jimmy Carter (EUA), Fernando Henrique Cardoso e Marti Ahtisaari (Finlândia).

Duas ex-primeiras-ministras, Mary Robison (Irlanda) e Gros Brutland (Noruega), o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan, o arcebispo sulafricano Desmond Tutu, entre outros.

Não obstante a composição política, o grupo foi idealizado por uma dupla de outra esfera: o ex-líder da banda Gênesis, Peter Gabriel, e Richard Branson, dono do Grupo Virgin.

O encontro de amanhã até a próxima terça-feira debate os confrontos entre países da África. Marcado no país sede e às vésperas da Copa do Mundo, vai atrair publicidade e atenção internacional para a discussão sobre nações africanas em conflito.

JOÃO BRANT, JONAS VALENTE e ELOÍSA MACHADO

TV digital e o drible na Constituição
JOÃO BRANT, JONAS VALENTE e ELOÍSA MACHADO
FOLHA DE SÃO PAULO - 27/05/10

A proibição a monopólios e oligopólios em rádio e TV deveria servir de diretriz para o ato do governo que instituiu a TV digital



No meio da Copa do Mundo de 2006, quando ainda achávamos que o Brasil bateria a França e iria rumo ao hexa, o governo federal publicou o decreto nº 5.820, que criou o Sistema Brasileiro de TV Digital. Na mesma semana, duas decepções: o Brasil foi eliminado da Copa e decidiu abrir mão das possibilidades que a TV digital trazia para democratizar as comunicações. Quatro anos depois, temos chance de superar as duas coisas, pelo menos em parte. Uma depende de Dunga e dos 23 jogadores.
A outra depende do Supremo Tribunal Federal, que tem em sua pauta a Adin (Ação Direta de Inconstitucionalidade) proposta pelo PSOL em 2007. A Adin contesta o fato de o decreto ter entregue, por meio de consignação, mais um canal para os atuais concessionários de TV.
O argumento da Adin foi reforçado pelas entidades Intervozes, Conectas e Pro Bono, que entraram como "amici curiae" na ação e veem aí duas inconstitucionalidades. Para compreendê-las, é preciso saber que a TV digital não é apenas uma evolução da TV analógica.
Além de melhorar a qualidade de áudio e vídeo das transmissões, a digitalização cria uma nova plataforma, viabilizando interatividade (colocando a TV em diálogo com a internet), recepção portátil (em celulares e pequenos aparelhos) e multiprogramação, ou seja, a transmissão de até 8 programações usando o mesmo canal.
Esse novo serviço deveria ser regulamentado e passar pelo processo de novas concessões, respeitando os artigos 175 e 223 da Constituição Federal, que preveem, inclusive, a apreciação das outorgas pelo Congresso Nacional.
Além de passar por cima desse procedimento, o decreto, ao entregar às emissoras o mesmo espaço que já ocupavam no espectro analógico (6 MHz), deixa de promover o pluralismo e a ampliação da liberdade de expressão, preceitos fundamentais de nossa Constituição.
A proibição a monopólios e oligopólios em rádio e TV, expressa no artigo 220, deveria ser uma diretriz para o ato que instituiu a TV digital.
Mas o decreto deixou de observá-la e privilegiou as atuais concessionárias, que já configuram um oligopólio de fato -as quatro emissoras líderes concentram 83,3% da audiência e 97,2% da receita publicitária. No caso da televisão, esse não é apenas um problema econômico, mas uma ameaça à democracia.
A TV digital poderia significar verdadeira revolução democrática, mas o modelo adotado no Brasil aprofunda as desigualdades, com a manutenção da concentração e ausência de competição. A continuar assim, nem deveríamos falar em TV digital -é a velha TV analógica transmitida em outra tecnologia.
Alguns dirão que, dois anos após o início das transmissões, qualquer tentativa de reconfigurar esse cenário irá afetar investimentos milionários feitos pelas emissoras. Há, na verdade, várias saídas para aproveitá-los. O mais importante, porém, é compreender que está em jogo a possibilidade de ampliar a liberdade de expressão e fortalecer a democracia. E liberdade de expressão e democracia não podem ser reféns de fatos consumados.
Ainda mais quando estes são flagrantemente inconstitucionais.
JOÃO BRANT, 31, e JONAS VALENTE, 28, são integrantes do Intervozes - Coletivo Brasil de Comunicação Social.
ELOÍSA MACHADO, 31, é advogada da Conectas Direitos Humanos e do Instituto Pro Bono.

JAPA GOSTOSA

PAINEL DA FOLHA

Suplicy x Suplicy
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SÃO PAULO - 27/05/10

A nota do PDT rejeitando a possibilidade de uma chapa pura petista para o governo de São Paulo, com Eduardo Suplicy como vice de Aloizio Mercadante, foi discretamente estimulada por Marta Suplicy, que combate a ideia desde o nascedouro, porque implicaria compensar a sigla com a vaga de primeiro suplente em sua chapa para o Senado. A ex-prefeita deseja colocar nesse lugar um nome que lhe permita, se eleita, não ficar presa à cadeira por oito anos.
Além de tentar convencer Antonio Palocci a aceitar a missão, Marta conversou com Paulinho da Força sobre como julga natural que o PDT exija a vice. Ontem, ligou para o deputado após a divulgação da nota.


A três. Em Nova York, Marta conversou com Dilma Rousseff e Palocci sobre a ideia de torná-lo suplente. A ex-ministra não se opôs. Ele não disse que não. Mas também não disse que sim.
Em termos. O PDT não descartou de saída a oferta da suplência por saber que Marta tem mais chances do que Mercadante de se eleger. Mas há no partido quem ache complicado ficar apenas com isso, enquanto o PC do B terá o outro candidato ao Senado da aliança.
Assim será. Presidente do PDT, o ministro Carlos Lupi (Trabalho) deu recado à direção nacional do PMDB: se a seção gaúcha do partido apoiar José Serra (PSDB), os pedetistas abandonarão a candidatura do peemedebista José Fogaça ao governo.
Uni-duni-tê. O DEM gravou duas versões do programa que irá ao ar hoje: uma com participação mais explícita de Serra e outra em que o tucano aparece de forma discreta. A versão entregue à geradora é mais "power".
Meu cara. Quando afirma que permanecerá até o fim na disputa pelo governo de Minas Gerais, o ex-ministro Hélio Costa (PMDB) costuma repetir um argumento: pesquisas apontariam Lula como um transferidor de votos ainda mais poderoso do que Aécio Neves no Estado.
Será? Os que torcem por um acordo entre Jader Barbalho (PMDB) e a governadora Ana Júlia (PT) ganharam um alento: setores do PMDB do Pará passaram a defender que, se for para ter candidato, ele deve ser o próprio Jader. E o deputado acha mais seguro tentar o Senado.
Corda bamba. Quem conversou com Lula ontem sobre o reajuste dos aposentados saiu com a impressão de que há poucas chances de as coisas ficarem como estão. Até para poder sustentar o discurso de que é rígido no controle das contas públicas, dificilmente o presidente abrirá mão de algum tipo de veto. Ou então apresentará na hora a conta mostrando em que outro setor vai cortar.
Acelera 1. O governo abriu nova ofensiva contra a paralisação de obras pelo TCU. Quer mudar o parâmetro de medição de preços, passando da regra atual, baseada no valor unitário de produtos e serviços, para um cálculo do valor global da obra, que seria feito com base em pesquisas de mercado.
Acelera 2. A intenção é modificar as regras do cálculo de preços já na Lei de Diretrizes Orçamentárias. A tabela de valores unitários é uma das armas para identificação de superfaturamentos e sobrepreços de obras.
Só pensa naquilo. O ministro José Temporão ganhou notoriedade entre os participantes de evento da área da saúde, em Genebra, por ficar grudado no celular de olho no "vacinômetro", serviço do SUS que informa em tempo real quantas pessoas já foram vacinadas contra a gripe suína no Brasil.

com LETÍCIA SANDER e DANIELA LIMA
tiroteio
Separar o público do privado nunca foi o forte nem do PT nem de Lula. O presidente não cometeu ato falho. Só disse o que pensa.

DO DEPUTADO PAULO BORNHAUSEN (DEM-SC), sobre o discurso em que Lula chamou a estatal TV Brasil de "minha TV".
contraponto
Bancada do deixa disso Em visita à Câmara ontem, como integrante da comissão que foi pedir a votação final da emenda que pune com rigor o trabalho escravo, o ator Wagner Moura perguntou a Chico Alencar (PSOL-RJ):
-O deputado Fraga está aqui?
-Neste momento não, mas ele só fala sobre "Tropa de Elite 2". Queria ser comparado ao capitão Nascimento, não ao deputado corrupto chamado Fraga....
-O personagem não é assim. Vou explicar a ele...
Vanderlei Macris (PSDB-SP) resolveu intervir:
-É melhor a gente ir junto. O Fraga anda bravo!

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Gasto com coleta de lixo no exterior é 5 vezes maior 
Maria Cristina Frias

Folha de S.Paulo - 27/05/2010

As metrópoles estrangeiras registram atualmente uma produção de lixo por habitante 20% superior à das capitais brasileiras. O investimento feito em limpeza urbana nas grandes cidades do mundo é, em média, cinco vezes maior do que no Brasil.

Os números são de um estudo da Associação Brasileira de Resíduos Sólidos e Limpeza Pública e do Selur (Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana de São Paulo). A pesquisa foi conduzida pela PricewaterhouseCoopers.

Tóquio gera 400 quilos de resíduo por habitante a cada ano, enquanto São Paulo acumula 350 quilos. O Japão, porém chega a ter um investimento 13 vezes maior.

A Cidade do México tem gasto sete vezes superior no gerenciamento de resíduos sólidos. Buenos Aires, outra cidade similar a São Paulo, apresenta gasto duas vezes mais elevado.

O resultado mostra como o Brasil está afastado do sistema de limpeza qualitativo praticado internacionalmente, segundo o presidente do Selur, Ariovaldo Caodaglio.

"O modelo no Brasil -com exceção de São Paulo- ainda é quantitativo, cobra por tonelada recolhida e quilômetro varrido. O ideal é cobrar para ter a cidade limpa."

O modelo de cobrança qualitativo, segundo Caodaglio, abrange o desenvolvimento de projetos de reutilização e reciclagem, que podem reduzir custos de coleta e liberar recursos para investimento no setor.

PARCERIA
O escritório de advocacia norte-americano DLA Piper fechou um acordo de cooperação com o brasileiro Campos Mello. Não se trata de uma sociedade, o que a lei brasileira não permite. A parceria já gera negócios nas áreas de hotelaria, navegação e petróleo, de acordo com o sócio Fábio Campos Mello. Stuart Berkson, sócio do DLA Piper e responsável pela América Latina, por sua vez, diz que os mais interessados em investir são grupos americanos, espanhóis e asiáticos. "Não sentimos hesitação. Há muita demanda para eventos esportivos."

AS MENORES
O escritório Rayes, Fagundes e Oliveira Ramos também fechou aliança no exterior. A parceria será com o Alliott Group que é uma rede internacional de escritórios de advocacia, contabilidade e consultoria, com mais de 160 membros em 60 países, sediada no Reino Unido. O RFOR é o único membro no Brasil. "Há cinco anos, o interesse de empresas brasileiras no exterior era muito limitado a companhias bem grandes. Agora são muito mais comuns investimentos fora de empresas menores", diz o sócio João Paulo Fagundes.

PELO MOUSE
Entre os motivos que levam o consumidor a desistir de uma compra pela internet estão, principalmente, o receio em relação à segurança da operação e ao recebimento do produto.
A indisposição para pagar o frete também conta, segundo levantamento do Site Blindado, que faz parte do grupo Ideiasnet especializada em lojas pela internet.

Alguns clientes desistem da compra virtual por preferirem ver pessoalmente o produto. Os motivos que estimulam a compra são: comodidade e ausência do vendedor que "empurra" o cliente.
Contas
O número de correspondentes do setor bancário, como lotéricas e supermercados, cresceu 38% no ano passado. Esses estabelecimentos contam com 149.507 unidades e representam 67% das dependências bancárias do país. Os dados serão apresentados hoje pela Febraban.
AgênciasO número de agências bancárias cresceu 4,7% no país, para 20.046. Os postos tradicionais e postos eletrônicos de atendimento também aumentaram, 4% e 7%, respectivamente. A pesquisa será a base para o Congresso Ciab Febraban, que será realizado em junho em São Paulo.
Dou-lhe uma
O Rio de Janeiro recebe hoje o Fórum Condições e Competitividade para o Leilão de Fontes Alternativas. O evento debate as oportunidades oferecidas pelas 478 usinas cadastradas no leilão de reserva previsto para junho. Participam do evento a Aneel, a EPE e o ONS.
EstrangeirasUm encontro de 300 empresários brasileiros e 80 companhias turcas foi promovido ontem pelo clube de negócios do World Trade Center SP para identificar parcerias da indústria têxtil até o petróleo e gás. Ainda neste ano, o clube trará grupos de Cingapura e África do Sul.

GOSTOSA

MERVAL PEREIRA

Distorções 
Merval Pereira 

O Globo - 27/05/2010

A eleição presidencial que definirá a sucessão do presidente Lula está polarizada de tal jeito entre os candidatos do PT e do PSDB que as negociações políticas estão ocorrendo de cima para baixo. As regionais obedecem mais que nunca à lógica nacional, com imposições de alianças muitas vezes traumáticas, como a do Maranhão, onde o PT está obrigando seus aliados históricos a apoiar Roseana Sarney, do PMDB. Ou a de Minas, onde o PT resiste a abrir mão da candidatura a governador para o PMDB.

Em estados em que o lulismo é hegemônico, como nos do Nordeste ou no Pará e no Amazonas, mesmo as dissidências locais se acomodam, enquanto a oposição mede palavras para ter chances na eleição.

Caso raro é o do senador Jarbas Vasconcellos, dissidente do PMDB, que vai para o sacrifício em Pernambuco para dar um palanque ao candidato José Serra mesmo tendo chances quase nulas de vitória.

A tendência de haver uma definição já no primeiro turno é cada vez mais acentuada, e uma das razões mais perversas é o controle dos dois partidos tanto do tempo de propaganda eleitoral quanto do financiamento das campanhas.

O risco de caminharmos para uma plutocracia, onde o dinheiro desequilibre as campanhas eleitorais, já não é mais neutralizado pelo já existente financiamento público, cujo principal item é a propaganda partidária pelo rádio e pela televisão.

A candidata do Partido Verde, Marina Silva, terá poucos minutos de propaganda eleitoral e só recebe tratamento igual ao dos candidatos de PT e PSDB por sua luz própria.

Um bom exemplo disso foram as pressões do Palácio do Planalto para inviabilizar alianças do PDT e do PCdoB com o PSB, que dariam tempo de televisão para a candidatura do deputado federal Ciro Gomes.

Tratada como uma “operação de guerra”, a campanha presidencial exibe uma opulência consentida e estimulada pelos grandes partidos, que concentram entre si os recursos de financiamentos privados e agora também tentam ampliar as alianças partidárias para dominar o maior tempo possível da propaganda eleitoral gratuita.

O uso da propaganda de rádio e televisão está tão distorcido que as alianças estão sendo fechadas com vistas ao tempo que cada partido tem, ficando longe as considerações programáticas.

O PTB de Roberto Jefferson aderiu oficialmente à candidatura tucana, e veio junto com sua má-fama política quase um minuto de televisão, e mais o direito ao programa anual de dez minutos que será exibido já este mês, sob a coordenação da equipe de marketing da candidatura de Serra.

Assim como no PMDB, onde algumas bases regionais apoiam Serra, alguns estados, como a Alagoas do senador Fernando Collor, apoiam a candidatura oficial de Dilma Rousseff, mas o que vale é o que a direção nacional decide.

Anteriormente aderira ao tucano o PSC, entregando mais alguns segundos de televisão.

Mas nesse pacote há o risco de vir o provável candidato ao governo do Distrito Federal Joaquim Roriz, a matriz de todos os escândalos que estão sendo revelados na capital.

Também o tempo de propaganda do PP está na alça de mira, sendo disputado tanto pelo PT quanto pelo PSDB.

Quando a certeza da vitória da candidata oficial era maior, a adesão do PP era considerada pule de dez.

A permanência do candidato oposicionista na frente das pesquisas eleitorais e, sobretudo, a possibilidade de seu presidente, o senador Francisco Dornelles, vir a ser o escolhido para vice de Serra, fez o PP mudar de posição, ficando entre a neutralidade e a adesão ao PSDB.

Hoje, com os dois candidatos empatados, mas com Dilma crescendo, o PP analisa a possibilidade de sair da neutralidade para voltar a fazer parte da base governista.

Mas ainda aguarda os desdobramentos da negociação do PSDB com Aécio Neves, embora, depois da atuação de Dornelles na alteração do texto do projeto Ficha Limpa, seja difícil que ele ainda venha a ser indicado vice na chapa tucana.

Por ora, a coligação de Serra dispõe de cinco legendas: PSDB, DEM, PPS, PSC e o PTB, com cerca de sete minutos de televisão, se somarmos aos tempos de cada partido o dos partidos sem candidato, que será dividido igualmente entre todos os candidatos.

A candidatura oficial é apoiada por uma coligação de PT-PMDB-PSB-PDT-PCdoB-PR e PRB e por isso terá um tempo de televisão maior, por volta de 11 minutos.

Toda essa mistura de letras, sem nenhum suporte ideológico ou programático, prepara uma crise institucional mais adiante, esteja quem estiver no governo.

A campanha eleitoral brasileira está baseada justamente no tempo de propaganda gratuita. Será durante o período eleitoral que os candidatos mostrarão seus programas aos eleitores.

Mas, antes disso, na chamada pré-campanha, os programas anuais de dez minutos e as inserções durante a programação são fundamentais para mexer nos números das pesquisas, como tivemos recentemente prova cabal com a subida da candidata oficial depois de ter sido ancorada ilegalmente pelo presidente Lula no programa partidário do PT.

O PSDB já esperava, e temia, esse pior cenário, no período entre maio e junho, quando foram apresentados os programas de televisão da maioria dos partidos que apoiam o governo.

Os programas do PSDB e de seus aliados DEM e PPS e agora PTB serão os últimos a serem transmitidos, próximo das convenções partidárias, no fim de junho, e a mesma dose de ilegalidade está sendo preparada, para tentar recuperar a vantagem perdida ou, pelo menos, neutralizar o crescimento de Dilma.

A campanha presidencial deste ano, possivelmente devido ao equilíbrio da disputa, está demonstrando que uma futura reforma política não pode deixar de rever essa legislação eleitoral.

Na coluna de ontem, troquei 1998 por 2006 na frase “Em 1994, Fernando Henrique venceu por cerca de três milhões de votos, diferença que caiu para dois milhões em 2006.

MÔNICA BERGAMO

Oliver Stone diz que Lula não deve confiar em elogios de Obama 
Mônica Bergamo 

Folha de S.Paulo - 27/05/2010

O cineasta americano Oliver Stone ("Platoon", "JFK", entre outros) chega ao Brasil na segunda, 31, para lançar "Ao Sul da Fronteira", documentário sobre sete presidentes da América Latina -com destaque para o venezuelano Hugo Chávez, de quem é admirador. Por telefone, de seu escritório, em Los Angeles, Stone falou à coluna:
Folha - Como é Chávez? 
Oliver Stone - Ele é muito acolhedor e amoroso. As notícias sobre ele nos EUA têm sido muito negativas, porque ele mudou as regras. Fez coisas que nenhum outro, exceto [Fidel] Castro, havia feito. Ele tem feito coisas novas, assim como Néstor Kirchner na Argentina e Lula no Brasil. Como Cristina Kirchner diz no filme, as pessoas que estão no poder na América do Sul têm o semblante do povo que as elegeu. Hugo Chávez é um soldado e obviamente tem algumas das falhas de um soldado. Lula é um sindicalista e tem algumas das falhas de um sindicalista.
Mas ambos representam uma grande mudança. E eu espero que dê certo. Porque é o desejo de controlar o seu próprio destino, de ser levado a sério, de não ser ignorado.
O filme é pró-Chávez?
Não é pró-Chávez. Apenas mostra honestamente o que ele está fazendo e o que estão dizendo sobre ele. Não é um documentário longo que vai defender tudo, é uma "roadtrip". Se fosse pró-Chávez, ele teria três horas a mais.
O presidente Hugo Chávez tenta controlar a mídia na Venezuela...
[Interrompendo] Não mesmo. 80% da mídia na Venezuela é privada, dirigida por ricos que falam mal do governo. Chávez brigou pela liberdade de expressão. Alguns canais e revistas convocaram greves e chamaram as pessoas para um golpe de Estado em 2002. Em meu país, se você fizer isso, sua licença [de TV] será retirada.
Há relatos de jornalistas sobre a pressão do governo.
Estou falando do que vi e ouvi. O governo respeita a liberdade de imprensa, exceto nos casos em que a mídia desrespeita a lei ou tenta um golpe. Aí as licenças das empresas de comunicação não são renovadas. A maioria das TVs do país é dirigida por lunáticos, caras de direita que perderam seu poder quando Chávez nacionalizou o petróleo. É uma das imprensas mais histéricas que já vi.
O sr. desaprova algo no governo de Chávez?
Ele comete erros assim como qualquer outro governo do mundo. Mas 75% votaram nele em 2006. Nos EUA, a votação de Obama não chegou nem perto. Você não tem ideia de quão pobre era a Venezuela antes de Chávez. Parte por causa do neoliberalismo praticado, inclusive, no seu país, o Brasil. Washington e o FMI não têm interesse, de coração, nas pessoas. Chávez, Lula, Kirchner, [o boliviano Evo] Morales têm. E pagam o preço sendo criticados por pessoas que têm dinheiro e controlam a mídia.
No filme, Lula diz que só quer ser tratado com igualdade. Ele está sendo?
Por quem?
Por líderes do mundo.
Não. Ele e os outros líderes da América do Sul ainda são ignorados. Eu admiro muito o Lula. Ele fez uma coisa nobre indo ao Irã. Ele está tentando manter a sanidade, manter suas posições. Os americanos e europeus acreditam que podem controlar o mundo. Lula representa uma terceira via, de quem não quer a guerra, um caminho fora dessa loucura. Os EUA costumam dizer que Chávez é a má esquerda e Lula, a boa. Isso é nonsense. Obama apoiou Lula até quando ele cruzou a linha.
Ele disse que Lula é "o cara".
Eu não confiaria nos EUA. Os americanos sempre jogaram com os brasileiros desde que pudessem controlá-los. Apoiaram o golpe militar no país em 1964. O Brasil sempre esteve no bolso de trás dos EUA, mas agora eles têm que ser mais espertos. Sabem que não podem controlar o Brasil. E Lula é muito importante. Ele se dá com Chávez, com os Kirchner, e com a Colômbia, o Peru e o México, que são aliados dos Estados Unidos.
E Obama?
Nós estamos tentando. Ele é um homem racional, ético, mas faz parte de um grande sistema. Se ele não estivesse lá, estaria John McCain ou Sarah Palin. Você prefere eles? Eu não. Mas, em relação à América Latina, Obama está jogando o mesmo jogo. A reação americana ao golpe em Honduras foi típica.
O sr. vai fazer um documentário sobre o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad?
Não estou pensando nisso no momento. Houve um problema de comunicação. Eu quis fazer o filme, e ele [Ahmadinejad] não quis. Quando ele quis, eu estava fazendo o filme "W", sobre George W. Bush. (LÍGIA MESQUITA)

"Obama apoiou Lula até quando ele cruzou a linha."

"A maioria das TVs da Venezuela é dirigida por lunáticos de direita. É uma das imprensas mais histéricas que já vi."
OLIVER STONE
Prato Cheio
Ameaçado de fechar as portas após perder o patrocínio do banco HSBC, o cinema Belas Artes, na rua da Consolação, está negociando com um grupo de restaurantes para obter receita e manter as atividades. "A ideia seria o cliente acrescentar um valor na conta, que iria para um fundo de ajuda ao espaço", diz André Sturm, sócio do cine.
Prato Cheio 2
A iniciativa partiu de 14 restaurantes, entre outros, Le Casserole, Arabia e Ici Bistrô. A primeira reunião para detalhar o projeto estava marcada para ontem.
Paus e Pedras
A opinião, crescente no governo federal, de que o Estado e a prefeitura deveriam ajudar a bancar a reforma do Morumbi para a Copa de 2014 não encontra eco no comitê paulista para o Mundial. "Não existe a menor hipótese de colocarmos dinheiro no estádio. Seria um escândalo", diz um integrante graduado do órgão.
Festa de Baco
O 3º Leilão de Vinhos da Apae-SP arrecadou cerca de R$ 1,1 milhão anteontem. O maior lance, de R$ 14,5 mil, foi para uma garrafa de Chateau Petrus. Tanto o doador quanto o comprador da bebida preferem se manter no anonimato.
Se Virem nos 30
A uma hora do embarque da seleção brasileira para Brasília, ontem, os funcionários da TAM tiveram uma missão especial no aeroporto de Curitiba: encontrar a mala de Jorginho, auxiliar técnico de Dunga. As bagagens dos jogadores e da comissão técnica haviam sido retiradas do hotel horas antes do voo, para não atrasar a decolagem. Com as malas já no avião, Jorginho se lembrou de que precisava de um casaco.
Espraiadas
A Prefeitura de São Paulo diz que remanejou verbas da urbanização de favelas para turismo porque havia "saldo extra" nas operações da Água Espraiada e do Real Parque -e que as obras naqueles dois lugares não serão afetadas. Os R$ 32 milhões realocados vão financiar campanhas de promoção turística da capital paulista no interior, em outros Estados e no exterior.
Conexão França
A produtora Lulu Librandi promoveu jantar para homenagear a atriz francesa Fanny Ardant. A festa ocorreu na casa de Mariangela Bordon, nos Jardins.
Curto-circuito
Emannuel Andre, COO da TBWA, está no Brasil para a inauguração da exposição "Ubuntu", de fotos que fez em Soweto, na África do Sul. Hoje, às 19h, no MuBE.

Antonio Patriota, secretário-geral do Itamaraty, fala sobre desafios e oportunidades no Haiti pós-terremoto, hoje, às 14h, no auditório da sede do Ipea, em Brasília.

O espetáculo "Meninas da Loja", de autoria de Caco Galhardo, com Chris Couto, Cynthia Falabella, Mari Nogueira e Martha Nowill, tem estreia hoje, às 21h, no Espaço Parlapatões. 14 anos.

O ABILOLADO E A MENTIROSA

MÍRIAM LEITÃO

Azar do futuro 
Miriam Leitão 

O Globo - 27/05/2010

A França anunciou ontem o aumento da idade mínima de aposentadoria, que era 60 anos. A Inglaterra, Estados Unidos e Alemanha, que são países ricos, estão elevando a idade mínima. O Brasil não tem esse piso; aqui aposenta-se contando o tempo de serviço. E na prática estará reduzindo a idade se não for vetado o fim do fator previdenciário.

Em apenas quatro anos a previsão do IBGE sobre os idosos de 2050 aumentou 20%. Parece longe 2050, mas em previdência é assim que se trabalha. Essa mudança da projeção mostra como é dinâmica a demografia brasileira.

O Brasil está mudando mais rápido do que os especialistas previam. Isso torna a questão previdenciária mais aguda e urgente.

Para quem acha que 2050 é um tempo remoto, basta lembrar, como fez Joaquim Levy, que é a mesma distância que existe entre 2010 e 1970. Ou seja, é um problema das crianças e jovens de hoje. Em 1970, o Brasil tinha uma população que crescia a 3% ao ano, daqui em diante o crescimento médio será de 0,3%. Ou seja, mudamos radicalmente e isso contratou dilemas reais para o futuro.

No livro que acaba de ser lançado, “Demografia, a ameaça invisível”, os autores Fábio Giambiagi e Paulo Tafner levantam dados que mostram a insensatez de se adiar indefinidamente o enfrentamento desse problema. Nos próximos 15 a 20 anos o percentual de população idosa deve crescer a uma proporção de 4% ao ano. Já a população de 15 a 59 anos deve permanecer a mesma. A revisão da tabela do IBGE mostra que esse grupo etário deve ter crescimento nulo. Como a população idosa terá aumentado, ela terá que ser sustentada por um percentual menor de pessoas. Em 2010, para cada 100 pessoas de 15 a 64 anos, há 10 pessoas com 65 anos ou mais. Em 2050, serão 36.

Uma das propostas mais frequentes é que as aposentadorias sejam corrigidas de acordo com o crescimento do PIB. Como haverá nos próximos anos o aumento vegetativo do número de aposentados, pelo envelhecimento da população, o custo do INSS sairia dos atuais 7,1% do PIB para 15,6% do PIB em 20 anos, consumiria quase a metade da carga tributária. E isso sem falar na caríssima previdência do setor público e nos gastos nababescos com a contribuição para os fundos de pensão das estatais. O INSS, cuja conta é tão alta, é o que tem o menor custo per capita. Alta mesmo é a aposentadoria do setor público, que o governo Lula alegou que queria reformar e depois se esqueceu de regulamentar a mudança.

Um amigo que fiz na Dinamarca, quando estive lá, me conta que o país está propondo uma ampliação da jornada de trabalho e tem uma idade mínima de aposentadoria de 65 anos.

Quem quiser se aposentar aos 60 terá que pagar um extra de contribuição previdenciária.

A Alemanha, país com maior capacidade de exportar do mundo, aumentou recentemente a jornada de trabalho. Ninguém está brincando com o assunto competitividade e previdência. Só o Brasil.

Não deveríamos. Ainda temos que incluir quase metade dos trabalhadores no mercado formal e a redução da jornada é a falsa solução para este problema. Tudo o que ela vai conseguir é dar mais horas extras para quem já está trabalhando.

No caso da Previdência é claro que o Brasil está na contramão do mundo e de si mesmo. Há uma excelente notícia no país: o brasileiro vive cada vez mais. A cada nova estatística populacional do IBGE, vem uma notícia de que ampliamos a expectativa de vida. Isso é resultado dos nossos acertos.

Mas tem um custo: mais brasileiros dependerão por mais tempo do dinheiro da Previdência. E a conta não vai fechar. Na Alemanha, homens e mulheres se aposentam aos 65 anos, mas a idade está indo para 67 anos. No Reino Unido, o Partido Conservador ganhou a eleição propondo que a idade hoje em 65 anos vá para 66 anos. Nos Estados Unidos, ambos os sexos com 67 anos. Pode-se argumentar que esses países são desenvolvidos e a população vive mais. Veja-se o caso do México, com o qual nos comparamos em vários indicadores.

Lá, a idade para se aposentar é 65 anos para homens e mulheres. Não há a diferenciação que existe no Brasil. Aliás, essa diferenciação está acabando pelo simples fato de que as mulheres vivem mais. Só cinco países do mundo não têm idade mínima de aposentadoria.

Estamos em espantosa minoria.

Esse é um assunto difícil de tratar porque há sempre uma chuva de críticas sobre quem ousa tocar no tema.

Um argumento é que a Previdência nem é deficitária na verdade, é apenas uma forma errada de fazer as contas.

Que ela só tem rombo porque foram incluídas pessoas que não contribuíram, como os trabalhadores do setor rural. O que se queria? Que eles não fossem incluídos? Outro argumento é que a pessoa contribuiu para um valor em salário mínimo e hoje ganha menos salários mínimos do que recebia quando se aposentou. Também é verdade, mas porque o salário mínimo teve um forte aumento real desde a estabilização.

Na orelha que escrevi no livro de Giambiagi e Tafner, eu disse que deve ser bom acreditar que mudança climática é invenção de cientista e que rombo previdenciário é invenção de economista neoliberal. Infelizmente, são problemas reais.

É preciso enfrentá-lo.

Na Inglaterra, o Partido Conservador ganhou a eleição dizendo que elevaria a idade de aposentadoria e cortaria gastos. Mas o Brasil em plena temporada da demagogia prefere aprovar o fim do único instrumento que reduziu o ritmo de crescimento das despesas, poupando os cofres públicos de R$ 40 bilhões de gastos nos anos da vigência do fator previdenciário. E os políticos fazem isso pensando em capturar votos. Devem pensar assim: azar do futuro

ANCELMO GÓIS

O RONALDO DA ÁFRICA
ANCELMO GÓIS
O GLOBO - 27/05/10
 
Depois de anos de reinado dos Ronaldos Fenômeno e Gaúcho nos painéis de publicidade em Copas, o único Ronaldo nos outdoors da África do Sul é o Cristiano, craque de Portugal.
Os brasileiros foram barrados desta vez.

CALMA, DUNGA
Lula, ontem, no encontro com a seleção, chamou Dunga e, como uma espécie de irmão mais velho, aconselhou o técnico:
— É preciso manter a serenidade, porque no fim os críticos vão lhe pedir desculpas. Afinal, você tem feito um excelente trabalho.

CARTÃO VERMELHO
Lula também recebeu os árbitros brasileiros que vão apitar na Copa da África. Para o juiz gaúcho Carlos Eugênio Simon, que lhe presenteou com cópias dos cartões usados nos jogos, o presidente fez graça:
— Vou usar na próxima reunião ministerial.

FATOR ODEBRECHT
Junto com a seleção de Dunga, que vai lá para um amistoso pré-Copa, executivos da Odebrecht aterrissam na Tanzânia no dia 7 agora.
O país africano pretende investir US$ 18 bilhões em obras nos próximos cinco anos.

BOLA OVAL 
Veja como a África do Sul é o país do... rúgbi.
Os 40 mil ingressos para a finalíssima de um campeonato mundial de clubes do esporte da bola oval, entre duas equipes do país de Mandela, sábado agora, acabaram, acredite, em seis minutos de vendas pela internet.

À LA ZÓZIMO
E a Gisele Bündchen, hein? Quando uma moeda de 1 euro valia US$ 1,60, a linda modelo disse que queria ser paga no dinheiro do velho continente.
Agora, com o Euro valendo US$ 1,21, será que ela se arrependeu?

SONHO DA VALE
Eike Batista não desistiu de tentar o controle da Vale.

A COPA DA CADEIA 
A CBF doou ao Ministério da Justiça, que administra os presídios onde estão os presos considerados mais perigosos do Brasil, camisas, calções, meiões, chuteiras e bolas da seleção brasileira. O material será distribuído aos cerca de 500 detentos federais que estão nas penitenciárias em Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Porto Velho (RO) e Mossoró (RN). 

A BATIDA PERFEITA 
De um senador governista, citando o título do CD do rapper carioca Marcelo D2, para definir a situação do consórcio que ganhou a licitação para construir a usina de Belo Monte, mas continua a receber novos sócios: “Eles estão à procura da batida perfeita. Estão meio perdidos. Precisam de alguém forte no setor de construção civil, estão revendo os custos da obra...”. 

DIPLOMACIA 
O embaixador Antonio Patriota vai comandar a delegação brasileira na Comissão Mista Brasil-Alemanha, em Munique, dia 1º de junho. 

SHEIKHA DO QATAR 
A Sheikha do Qatar, Mozah Bint Nasser al-Missned, que chegou ontem e fica até sexta no Rio, além da abertura da Aliança das Civilizações na cidade, vai visitar hoje um hospital da Rede Sarah de Reabilitação, na Barra da Tijuca. É que, veja só, conhecida pelo seu interesse em questões de saúde e educação, a Sheikha tem uma preocupação com a recuperação de vítimas de acidentes de carros, uma das maiores causas de mortes do Qatar.