Luiz Carlos Azedo
A turma da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), candidata petista à Presidência da República, quer tirar da toca o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), que se mantém como favorito na corrida sucessória de 2010, mas não assume a candidatura. Desde a virada do ano, diariamente desce a lenha no tucano por meio de um newsletter eletrônico intitulado Brasília Confidencial (www.brasiliaconfidencial.inf.br). É editado pelo experiente jornalista gaúcho Robson Cardozo Barenho, que já comandou as equipes de política de alguns dos principais jornais do país.
Ontem, por exemplo, Serra foi ao pelourinho por causa das chuvas. O governador paulista é acusado de ameaçar os prefeitos da região metropolitana de São Paulo, muitos dos quais petistas, por causa da ocupação e impermeabilização da várzea do Rio Tietê. Também é responsabilizado pelas enchentes no rio que corta a cidade de São Paulo, atribuídas às obras da Nova Marginal, complexo viário que o governo paulista está construindo. A desconstrução da imagem de bom gestor do tucano é prioridade na estratégia de Dilma.
Papo definitivo
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso convenceu o ex-governador Jarbas Vasconcelos (foto), do PMDB, a ser candidato ao governo de Pernambuco, apesar do favoritismo do governador Eduardo Campos (PSB). A conversa entre ambos foi definitiva. Agora, falta convencer o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra(PE), a concorrer à reeleição. Ele está pensando em disputar uma vaga na Câmara.
Faturamento
A propósito da política de pacificação, a ocupação pela Polícia Militar fluminense dos morros Dona Marta, Pavão-Pavãozinho, Chapéu Mangueira, Babilônia, Cantagalo, Ladeira dos Tabajaras e Morro dos Cabritos desarticulou a venda a varejo de maconha, haxixe, cocaína, crack e ecstasy na Zona Sul do Rio. Estima-se que os traficantes deixaram de faturar por mês cerca de R$ 1,85 milhão
Corporações
A publicação eletrônica também faz campanha perante o funcionalismo paulista, base social do PT em São Paulo, cujos sindicatos costumam infernizar a vida de governantes tucanos. Acusa Serra de agir autoritariamente ao acabar com as promoções por tempo de serviço e ao adotar gerenciamento inspirado nas empresas privadas, com concursos públicos para promoção por mérito.
Cabral
Em contrapartida, a turma da Dilma é generosa com o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, alvo de críticas pelo fato de não ter visitado os locais de desabamento em Angra dos Reis no mesmo dia em que ocorreram. A publicação enche a bola do governador fluminense pelo sucesso da política de pacificação das favelas do Rio de Janeiro.
Kassab
Outro que entra no sarrafo é o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, do DEM, aliado incondicional de Serra, responsabilizado pelas inundações no Vale do Anhangabaú (Centro) e outras áreas da capital. A publicação acusa o alcaide paulistano de ter realizado cortes draconianos nas despesas com varrição de ruas e limpeza de galerias, o que contribuiu para os alagamentos na cidade.
Estação/ O deputado Emanuel Fernandes (SP) e o prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury (PSDB), reúnem-se hoje com o secretário executivo da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), Hélio Mauro França, para discutir a inclusão da cidade na relação de paradas previstas no edital de licitação do Trem de Alta Velocidade (TAV), também conhecido como trem-bala.
A rota prevê a ligação Rio-São Paulo-Campinas.
Desafetos/ O relator da Comissão Mista de Orçamento, Geraldo Magela (PT-DF), e o líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), continuam se digladiando por causa do corte nas verbas da Copa de 2014. Um responsabiliza o outro.
Reserva/ Presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) comemora liminar do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, que suspendeu os efeitos da homologação da reserva indígena Arroio-Korá, em Mato Grosso do Sul. Proprietários da Fazenda Iporã (MS), localizada na reserva, impetraram mandado de segurança.
Azebundsman/ O leitor Marcelo Gonzaga Peres critica a coluna de ontem por tratar a boa morte como “uma espécie de eutanásia”. A diferença não é semântica: na suposta boa morte, a terapia e/ou medicamentos são retirados e a doença segue seu curso; na eutanásia, a morte é provocada ou acelerada por algum procedimento e/ou medicamento administrados. “É um assunto muito sério para ser tratado dessa maneira”, reclama.
Fantasmas
O novo presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, desembargador Viana Santos, tem um abacaxi nas mãos: 4.800 serventuários de Justiça estão recebendo sem trabalhar graças a licenças médicas fajutas.