sexta-feira, julho 22, 2011

ANCELMO GÓIS - Vida nova

Vida nova
ANCELMO GOIS
O GLOBO - 22/07/11

Roger Agnelli, ex-presidente da Vale, retorna semana que vem ao Brasil, depois de dois meses no exterior. Vai montar um fundo de investimentos.

Einstein no Rio 
Terça, Cabral almoçou com Armínio Fraga, Antônio Carneiro (o Bode) e Ronaldo Cezar Coelho. O grupo representa os 50 empresários
que estão doando uns R$ 150 milhões para a construção no Rio de um hospital nos moldes do paulista Einstein. 

Mãos à obra

Resolvido o litígio jurídico em torno do terreno na Barra, no Rio, a CBF inicia em setembro, finalmente, a construção de sua nova sede, que terá centro de treinamento e concentração para a seleção brasileira. O lugar também vai abrigar o Museu do Futebol.

Rádio Seguro
A francesa Axa, segunda maior seguradora da Europa, anda paquerando a SulAmérica. 

Rádio Itamaraty
Vera Machado deve ser nossa nova embaixadora em Moscou. 

Cena carioca

Quarta, por volta de 13h, na esquina de Av. Nossa Senhora de Copacabana com Rua Miguel Lemos, uma mulher pedia esmolas e berrava para intimidar quem não lhe dava atenção: 
— Não querem me dar nada! Vocês vão ver só! Estes bueiros vão explodir, vocês vão voar! Buuumm! Há testemunhas.

Viva Sargento!
Nelson Sargento, patrimônio da Mangueira e do Brasil, será tema, ainda este ano, de um livro, um CD e um DVD, patrocinados pela prefeitura do Rio. É parte do projeto Memória do Samba, idealizado pela ONG Oficina do Parque.

Diálogo do pênis
A peça “Diálogo dos pênis”, de Carlos Eduardo Novaes, vai completar dez anos ininterruptos em cartaz, em agosto. Há duas montagens atualmente — uma no Teatro Ressurreição, em São Paulo, e outra na estrada.

Aliás...
Para comemorar, Novaes escreveu “Diálogo do pênis 2, a broxada”, que deve estrear em novembro. 

Brigadeiro, 100 anos 
Segunda, na ABI, no Rio, haverá uma homenagem póstuma ao brigadeiro Francisco Teixeira, cassado em 1964, pelo seu centenário.
Vem a ser pai do professor Aloísio Teixeira, que foi reitor da UFRJ.

Lá vão os noivos

Um servidor gay da Uerj, que vai formalizar a união estável com seu companheiro semana que vem, requereu à reitoria o direito à chamada licença- gala — aqueles dias de folga previstos na lei quando o trabalhador se casa. Diante do ineditismo do pedido, o caso foi levado ao reitor Ricardo Vieiralves de Castro, que aprovou a licença. 

Light fora dos trilhos
A juíza da 19a- Vara Cível do Rio, Ana Lúcia Vieira do Carmo, condenou a Light a pagar R$ 10 mil à Estrada de Ferro do Corcovado por ter deixado o trenzinho sem energia no dia 9 de abril.

Volto já
Eduardo Paes tira, a partir de hoje, uma semana de férias. Hugo do cavaco Hugo Leal, o deputado federal, entrou na disputa de samba- enredo da Beija-Flor. Não é seu primeiro voo no mundo do samba. Em 2001, Leal ganhou na Porto da Pedra. 

Elevador na UTI

Os elevadores do Instituto Estadual de Cardiologia, no Humaitá, no Rio, vão de mal a pior. Mês passado, o cabo de um deles rompeu, e o aparelho ficou desgovernado. Quarta, um outro parou, acredite, com um técnico dentro. Como eu já tinha dito Até prova em contrário, o cara mais sério do PR é um palhaço... o Tiririca. Com todo o respeito.

MARCIA PELTIER - Banco de grife

Banco de grife
MARCIA PELTIER
JORNAL DO COMMÉRCIO - 22/07/11

As chamadas butiques de investimentos devem se multiplicar no Rio, que já conta com cerca de 30 escritórios, entre os quais o Gávea, de Armínio Fraga, e o Mercatto, de Nelson Assad. A avaliação é de Alfredo Assumpção, presidente da Fesa, empresa de recrutamento de executivos. Segundo ele, o processo de fusão e aquisição de bancos fez com que executivos de finanças partissem para montar seus próprios negócios. “É um mercado caracterizado pela atuação low profile, equipes enxutas e clientes com alto potencial de aplicação’’, destaca

Atração
O novo ciclo econômico que o Rio vive é mais um estímulo para o surgimento desses escritórios. Com foco em asset management, private equity e outras operações sofisticadas, as butiques, segundo Assumpção, têm mais agilidade do que os grandes bancos para gerenciar recursos volumosos. “O Rio está na mira dos investidores. O aluguel de um espaço comercial já custa três vezes mais do que em São Paulo’’, frisa.

Pendências

Em sua passagem pela Bahia, esta semana, o ex-presidente Lula voltou a reafirmar que deseja a reeleição da presidente Dilma em 2014. No momento, Lula disse estar mais preocupado com as pendências deixadas pelo seu governo. Ele tem ouvido as solicitações mais diversas, mas optou por não transmiti-las diretamente para Dilma. Lula as repassa para os governadores aliados e pede que eles agilizem a sua concretização.

Verão brasileiro

Empresários brasileiros e estrangeiros se uniram para lançar uma nova marca, a Sol de Janeiro, de produtos destinados a proteção solar da pele, à base de ingredientes naturais da Amazônia. Com investimentos de R$ 46 milhões, o grupo é liderado por Marc Capra, consultor de marcas de luxo, Simon Clift, do marketing da Unilever Mundial, e David Haslingden, presidente da Fox Network Group. Em agosto, a linha começará a ser vendida na Sack’s. A campanha publicitária vai ressaltar a alegria democrática das praias brasileiras.

Em casa

Será lançado em setembro o primeiro modelo de franquia da Pizza Hut voltado para delivery. As lojas terão aproximadamente 70m² e a primeira unidade será na Zona Sul. A proposta do grupo é chegar a todos as regiões do Rio, com a abertura de 15 unidades até 2014. O investimento para a franquia PHD (Pizza Hut Delivery) é 25% do valor de um restaurante tradicional da rede.

Técnica infalível

Parceiro de Ataulfo Alves, o músico e percurssionista Geraldo Barbosa, 90 anos, contou, em entrevista ao projeto Depoimento para Posteridade, do MIS, a tática usada para tomar dinheiro emprestado do amigo, considerado um mão-de-vaca. “Bastava esperar o momento em que ele estivesse com uma mulher. Era batata. Ele logo perguntava: Quanto você quer mesmo?’’

Mala preciosa

Quem vai desembarcar pela primeira vez no Rio é o enólogo Hervé Birnie-Scott, criador dos vinhos premium Terrazas de los Andes, do grupo Louis Vuitton – Moët Hennessy. Apaixonado pelo clima tropical, uma das primeiras coisas que Hervé quer fazer é dar um passeio pela praia de Copacabana. Ele irá comandar uma degustação para poucos vips, terça-feira, no restaurante Duo. Na bagagem, traz os melhores rótulos que produziu em Mendoza.

Showman do piano 

O pianista chinês Lang Lang, que esteve em São Paulo em 2005, virá pela primeira vez ao Rio em agosto de 2012, como parte das comemorações dos 30 anos da Dell’Arte. Aos 29 anos, Lang Lang conseguiu unir reconhecimento do mundo erudito à fama pop. Eleito pela Time, em 2009, entre as 100 pessoas mais influentes do mundo, o músico tem Twitter, Facebook e vende, no seu site, tênis Adidas, camisetas, boné, luvas, écharpe e até piano com seu nome. Na China, mais de 40 milhões de crianças começaram a aprender piano inspiradas na sua carreira. Ele também é garoto-propaganda da Sony Eletronics, da Audi e da Telefônica.

Livros protegidos
A Biblioteca Nacional termina esta semana de implantar um moderno sistema contra incêndio. Alarmada com as tragédias na Cidade do Samba e na UFRJ, a direção recém-empossada resolveu correr. O novo sistema, apoiado por bombeiros que ficam 24h no prédio, custou cerca de R$ 1,2 milhão.

Livre Acesso

O saxofonista Raul Mascarenhas se apresenta no projeto Bossa, Jazz e Muito Mais esta sexta e sábado, no restaurante Vizta, no hotel Marina Palace, no Leblon.

Cenas do Rio do século XIX e do Rio de hoje serão mostradas numa mesma exposição, pintadas pelos experts no gênero, respectivamente Camões e Roberto de Souza. A mostra abre na terça-feira e vai até o dia 7 de agosto, no Espaço Cultural do Iate Clube, sob a curadoria de Daura Ramos.

A Organização das Cooperativas Brasileiras do Estado do Rio de Janeiro e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo no Estado do Rio de Janeiro promovem, nesta sexta-feira, a solenidade comemorativa do Dia Internacional do Cooperativismo, no auditório da Associação Comercial.

Sob a regência do maestro cearense José Maria Florêncio, a Capella Bydgostiensis, considerada uma das principais orquestras de câmara da Polônia, se apresenta, neste domingo, às 11h, no Theatro Municipal do Rio, com ingressos a R$1.

O Manekineko de Ipanema oferece, segunda-feira, às 20h, coquetel para a apresentação da equipe e do elenco do espetáculo A Megera Domada, de Walcyr Carrasco, que estreia em novembro no Teatro João Caetano.

A Galeria Silvia Cintra + Box 4 apresenta exposição de acervo com os artistas Daniel Senise, Nelson Leirner, Miguel Rio Branco, Lucia Koch, Ana Maria Tavares, Cristina Canale, Amilcar de Castro, Waltercio Caldas, Laercio Redondo, Luiz Ernesto e Leda Catunda até terça-feira.

Com Marcia Bahia, Cristiane Rodrigues, Marcia Arbache e Gabriela Brito

ILIMAR FRANCO - S.O.S. Dilma

S.O.S. Dilma 
ILIMAR FRANCO
O GLOBO - 22/07/1

Em meio à crise no Ministério dos Transportes e às insatisfações na base aliada, o ex-presidente Lula pediu anteontem, em reunião com deputados federais aliados do governador Jaques Wagner (PT-BA), unidade em torno do governo Dilma. “A Dilma vai surpreender positivamente quem ainda não se convenceu da capacidade dela”, afirmou Lula. E acrescentou: “Esse é um projeto bom para o Brasil e precisa continuar”.

A base aliada e as diferenças regionais
O ex-presidente Lula aproveitou ainda para fazer um apelo à base aliada, pedindo que deixe de lado “interesses menores” e dispute unida as eleições municipais do ano que vem. O PMDB e o PR, que são oposição ao governo Jaques Wagner (PT), não estavam na reunião. O próprio Wagner alertou Lula de que as diferenças, em alguns casos, são “insuperáveis”. Lula deve fazer o mesmo apelo em Pernambuco,
onde chegou ontem. O vice-presidente Michel Temer também já se reuniu com Lula para discutir 2012. O PT e o PMDB estarão em palanques separados, no primeiro turno, na disputa pela prefeitura de São Paulo.

"Diferentes lojistas em S.Francisco (EUA) falaram comigo, ao saber que sou brasileira: ‘Vocês agora são os ricos’. Deve ter muito brasileiro comprando” — Suzana Kahn, subsecretária de Economia Verde do Rio

TODOS OS HOMENS DO GOVERNADOR. O empresário Fernando Cavendish (Delta) não mantém relações estreitas apenas com o
governador Sérgio Cabral. Sua rede envolve outros integrantes do governo. No ano passado, ele foi comemorar a reeleição de Cabral
em Morro de São Paulo (BA) juntamente com o secretário Sérgio Côrtes (Saúde). Em 2006, quando a Delta venceu licitação do projeto para reformar o prédio do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, Côrtes era diretor da instituição.

Frufru 
Na primeira reunião do grupo executivo da Copa com o ministro Paulo Bernardo (Comunicações), a ministra Gleisi Hoffmann (Casa Civil) iniciou sua fala dizendo: “Hoje é a primeira reunião que faço com o Paulo”. Eles são casados.

Ressurreição

O ex-deputado Moroni Torgan (DEM-CE) está voltando de Portugal, onde era representante da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (mórmons), e quer disputar a prefeitura de Fortaleza. O DEM estava acéfalo no estado.

Socialistas paulistas irritados

O PSB de São Paulo não gostou nada de o diretório nacional do partido não ter pedido na Justiça o mandato do deputado federal Gabriel Chalita, que migrou para o PMDB. A iniciativa partiu dos suplentes de deputado Marco Aurélio Ubiali e Marcelinho Carioca. O presidente do PSB, Eduardo Campos, e o vice-presidente da República e presidente licenciado do PMDB, Michel Temer, fizeram um acordo de cavalheiros.

Em compota
Sobre a construção de sua nova sede, o Instituto Chico Mendes explica que, em volta da construção, haverá uma faixa de preservação de 10 metros e um jardim interno com espécies locais cadastradas antes de a obra ser iniciada.

A vez da África

O Brasil vai apoiar amanhã o argelino Mohamed Seghir Babes na escolha do novo presidente da Associação Internacional de Conselhos Econômicos e Sociais (Aicesis). A entidade é comandada pelo italiano Antonio Marzano.

 O LÍDER do PR, Lincoln Portela (MG), está soltando foguete com a comparação feita entre seu partido e a personagem Geni da canção de Chico Buarque. 
 POLÍTICOS experientes asseguram que a hipótese de rompimento do PR com o governo não passa de um blefe. Lembram que eles foram maltratados na gestãode FH e mesmo assim votavam com o governo.
● A MINISTRA dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, participa hoje, no Rio, de missa pelos 18 anos de morte dos meninos da chacina da Candelária. Depois terá um encontro com as mães das vítimas de Realengo.

EDITORIAL - O ESTADO DE SÃO PAULO - Festa cara para o contribuinte


Festa cara para o contribuinte
EDITORIAL
O Estado de S.Paulo - 22/07/11

Sobram razões para a Fiel, como é conhecida a torcida do Corinthians, fazer a festa que fez no local onde será erguido o estádio da agremiação, em Itaquera, e para o presidente do clube, Andrés Sanchez, chorar de emoção. É bondade demais para eles. Mas essa bondade será paga pelos contribuintes, que não têm motivos para festejar. Muito provavelmente, em termos proporcionais, nunca antes na história deste país tanto dinheiro público foi mobilizado para bancar uma obra privada como está sendo feito para a construção do Itaquerão, nome pelo qual o futuro estádio está sendo chamado.

A festa foi feita para a sanção da lei que autoriza a Prefeitura a conceder incentivos fiscais para a execução da obra. Já havia promessa de financiamento federal, por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Mas não se esperava a participação do governo estadual. Durante meses, o governo paulista condenou o uso de recursos públicos em obras para uso privado e, por isso, estava fora dessa farra com o dinheiro do contribuinte. Não está mais. No ambiente de festa dos corintianos, que contagiou dirigentes esportivos e políticos ávidos por prestígio e voto, o governo do Estado confirmou que também participará do projeto, com recursos por enquanto estimados em R$ 70 milhões.

O futuro estádio do Corinthians, que deverá sediar o jogo de abertura da Copa do Mundo de 2014, será pago em grande parte pelos contribuintes, corintianos ou não, dos mais modestos ao mais abonados, sem que a imensa maioria deles tenha sido consultada sobre o destino que está sendo dado ao tributo que recolhem, muitas vezes com grande sacrifício. Na fase da construção, nem o Corinthians nem a Odebrecht, empreiteira contratada para a obra, terão de desembolsar qualquer tostão.

O terreno onde será erguido o Itaquerão é da Prefeitura, que o cedera para o Corinthians sob a condição de o clube ali construir seu estádio num determinado prazo, que não foi cumprido. Mesmo assim, a Prefeitura não retomou o imóvel e, agora, o cedeu novamente para o mesmo clube. Dos R$ 820 milhões em que foi orçada a obra - valor que poderá ser revisto com o avançar da construção (nossos conhecidos aditivos) -, a Prefeitura garantirá R$ 420 milhões em incentivos fiscais assegurados pela lei que o prefeito Gilberto Kassab sancionou durante a festa em Itaquera. Quanto aos restantes R$ 400 milhões, já há o compromisso do BNDES de financiá-los nas condições favorecidas que valem para as instalações da Copa.

Todo esse dinheiro, como fez questão de esclarecer um dirigente da construtora contratada para a obra, será aplicado na construção de um estádio com capacidade para 48 mil espectadores, inferior à capacidade mínima de 68 mil pessoas exigida pela Fifa para a abertura da Copa do Mundo. Para manter a abertura em São Paulo, o governo do Estado decidiu bancar a ampliação da capacidade do Itaquerão em 20 mil espectadores.

O dirigente da construtora fez questão de ressalvar que o orçamento inicial continua sendo o anunciado, mas o valor não inclui a ampliação da capacidade. Essa ampliação "não está no nosso contrato" e "será uma obra a ser contratada pelo governo de São Paulo", disse ao Estado.

O secretário de Planejamento e Desenvolvimento do governo paulista e coordenador do Comitê Paulista de organização da Copa do Mundo, Emanuel Fernandes, disse que o papel do Estado é apenas de "apoio logístico" à Copa, não ao estádio, pois, encerrada a competição, tudo o que o governo tiver feito será retirado. "Nenhum parafuso ficará com o Corinthians", assegurou. Resta saber o destino a ser dado, então, aos parafusos e outros materiais que terão custado sete dezenas de milhões de reais aos cofres estaduais, isto é, aos contribuintes.

Por essas razões, à felicidade da nação corintiana - como é popularmente chamado o grupo de dirigentes, atletas, sócios e torcedores do Corinthians - se contrapõem os ônus dos contribuintes e as preocupações dos cidadãos da nação brasileira com a ligeireza e a irresponsabilidade com que os gestores dos recursos públicos, em todos os níveis, têm agido para obter "aditivos" político-eleitorais, beneficiando alguns, em detrimento dos demais.

FERNANDO GABEIRA - Em torno da indignação


Em torno da indignação
FERNANDO GABEIRA
O Estado de S.Paulo - 22/07/11

Muitas pessoas afirmam que a corrupção chegou a níveis intoleráveis. E algumas, como Juan Arias, editor do El País, perguntam por que os brasileiros não se indignam. Em vez de buscar as causas sociológicas e econômicas, tão debatidas nos artigos sobre o tema, procuro utilizar também a memória.

Os governos Juscelino Kubitschek e João Goulart eram acusados de corrupção. É possível até dizer que os oficiais da Aeronáutica que promoveram a Revolta de Aragarças achavam a corrupção intolerável e não entendiam por que os brasileiros não se indignavam. No período Goulart havia uma forte ligação entre sindicatos e governos. Movimentos independentes no setor só surgiram no fim da década de 1960, com as greves de Osasco e Contagem. Na época anterior à ditadura, como agora, as denúncias de corrupção parecem ser apenas um contraponto oposicionista e figuram como um episódio lateral ao impulso desenvolvimentista de JK ou ao projeto de reformas de base de Goulart.

O pensamento da esquerda no poder é semelhante. Para ela, a floresta é o desenvolvimento com distribuição de renda. A corrupção é apenas uma árvore torta que insistimos em denunciar. Nesse quadro, a História do Brasil contemporâneo seria circular, com as realizações se desdobrando e algumas forças, à margem, gritando contra a corrupção.

Muita coisa mudou. O projeto de desenvolvimento recheado de corrupção não é sustentável. Novos e poderosos instrumentos estão à disposição de brasileiros muito mais bem informados que no passado. Nem sempre é preciso ir às ruas: 50 pessoas em Nova Friburgo conseguiram se organizar para pressionar a Câmara por uma CPI independente. O governo tinha maioria, mas elas venceram. Minúscula exceção, numa cidade atingida pela tragédia.

Mas a verdade é que em outros campos há também resistência. É o caso da resistência contra o mais importante ator econômico do momento: a associação do governo com alguns empresários, fundos de pensão e o BNDES. Esse grande ator é percebido de forma fragmentária. Ora se esforçando para tornar viável a usina de Belo Monte, ora no varejo tentando fundir Pão de Açúcar e Carrefour, ora sendo rejeitado no seu progressismo ingênuo, como no projeto do trem-bala. Sua ação articulada nem sempre é percebida como a de um novo ator. Exceto pelos vizinhos latino-americanos, que o consideram - a julgar pelo seminário internacional realizado no iFHC - um elemento singular do capitalismo brasileiro. Apoiadas no BNDES, as empresas brasileiras tornam-se mais competitivas no exterior. Mas trazem a desconfiança como um efeito colateral.

Cheguei, num certo momento, a comparar Lula-Dilma com Putin-Medvedev. E o capitalismo dirigido pelo Estado como fator que aproximava as experiências de Brasil e Rússia. Mas o desenrolar da crise de 2008 foi diferente para os dois. A Rússia sofreu mais que o Brasil e a interpretou como sinal para modernizar algumas áreas, privatizando-as. O Brasil, como uma oportunidade para ampliar o papel do Estado.

Pode-se compreender a demanda de indignação. Mas o sistema político está dominado, há um ator econômico poderoso e o governo emergiu vitorioso das eleições. Não há desemprego de 40% entre os jovens, como na Espanha. Ainda assim, houve indignação em Teresópolis, revelada em inúmeras manifestações. O movimento esbarrou no próprio processo político, pois conseguiu uma CPI e ela foi controlada pelo governo. O que as pessoas decidiram? Continuar manifestando indignação ou voltar à carga no momento eleitoral, quando o sistema fica mais vulnerável? Optaram pela última alternativa. Na Espanha foi a proximidade das eleições que permitiu o avanço dos indignados, mesmo sem a pretensão de disputar cargos.

Parte dos brasileiros acha que a corrupção é um preço que se paga ao desenvolvimento. Um setor da esquerda não somente acha isso, como confere uma qualidade especial ao desvio de dinheiro para causas políticas: os fins justificando os meios. Não se pode esquecer que 45 milhões votaram na oposição depois de oito anos do mesmo governo. Não eram da UNE nem da CUT.

A corrupção no Ministério dos Transportes é bastante antiga. Às vezes ele muda de mãos, passa de um partido a outro. Para os que conhecem o processo político brasileiro, a notícia não foi surpresa. As denúncias de corrupção sucedem-se diariamente e não se resolvem dentro dos canais parlamentares. Se os eleitores se indignarem, ostensivamente, podem se transformar numa indignação ambulante. As próprias pessoas que pedem hoje que se indignem vão achá-las monótonas e repetitivas. Para que os que têm o potencial de se indignar, coloca-se a questão da oportunidade exata, do preciso emprego da energia. Navega-se num sistema político cada vez mais distante, tripulado por um gigantesco ator econômico e um crescimento com viés inclusivo. Quando o adversário é ao mesmo tempo indiferente, opaco e poderoso, a indignação social tem hora.

É um problema deixar de se indignar com uma corrupção que mata, como na saúde e nos transportes, e aniquila sonhos, como na educação. Mas também é um problema indignar-se e voltar para casa de mãos vazias.

A indignação na Espanha ocorreu num momento em que poderia crescer. Ainda assim, como não se voltou para a ocupação de espaço institucional na política, seus resultados estão em aberto. O caso de Teresópolis mostrou que sem uma contrapartida institucional as melhores aspirações se afogam no pântano do próprio sistema político. O que torna a questão mais complicada do que pura e simplesmente se indignar às vésperas das eleições. É necessário vencê-las ou, no mínimo, eleger uma oposição de verdade.

A pergunta de Juan Arias é legítima. Mas seria ilusório pensar numa resposta simples, como se houvesse no enigma uma espécie de bala de prata, uma descoberta que pusesse a indignação em movimento. Em processos complicados, uma das respostas mais sábias é a do comercial de televisão: Keep walking.

ALON FEUERWERKE - Os holofotes e as surpresas


Os holofotes e as surpresas
ALON FEUERWERKE
Correio Braziliense - 22/07/2011

No governo, dizem que a balança não penderá para o lado do PT. Que é apenas um movimento para reverter o descontrole e evitar o prejuízo administrativo e político. Mas está difícil achar em Brasília quem acredite, do fundo do coração


As eleições municipais vêm aí, e com elas o retesar de músculos. E será inevitável que a somatória dos cenários locais se conecte novamente no noticiário à projeção das disputas futuras de poder.
É uma sinfonia conhecida.
Mas as eleições locais têm influência apenas relativa no quadro político. Dois motivos contribuem.
Primeiro, a dependência financeira de estados e municípios ao governo federal impede os Poderes locais de fazer oposição. No fim das contas, é todo mundo governo. Precisa ser.
Segundo, o eleitor exerce bastante bem a liberdade de escolha. Não é por ter votado de um jeito para prefeito que votará do mesmo jeito para governador, ou presidente.
A política local acaba tendo, sim, mais peso quando o eleitor avalia o alinhamento municipal-estadual-federal como decisivo para receber benefícios públicos.
Esse pensamento persiste, e é mais observável conforme mais pobre e dependente é a localidade.
Governos federais costumam desempenhar bem em áreas muito pobres, desprovidas de economia que permita maior independência política.
Felizmente, a pobreza vem declinando no Brasil. Tendência que produz, também felizmente, mais graus de independência no eleitorado.
Mas o Poder federal, com suas verbas, continua um instrumento não desprezível na disputa local.
Com o PT, entretanto, ocorre um fenômeno curioso. Até agora, a capilarização do partido anda aquém do padrão histórico governista.
Contribui o PT ser um partido relativamente fechado, para padrões brasileiros. Beneficia-se pouco da capacidade atrativa do governo. Mesmo quando estimula o adesismo, não faz isso de portas abertas.
Também por ter sido construído de baixo para cima e continuar dividido em tendências formalmente organizadas. É um equilíbrio interno delicado, pouco permeável a intervenções externas.
O governo comandado pelo PT no Planalto sustenta-se numa ampla coalizão congressual. E um custo da coalizão é dar sobrevida a aliados na disputa do poder local.
Esse é um foco permanente de tensão no governo.
O deputado do partido aliado vota a favor na Câmara, mas, na base, precisa enfrentar o quadro petista que, instalado num cargo de prestígio e capacidade orçamentária, ameaça tomar o reduto.
Operando por dentro da máquina para minar na base a força do aliado de Dilma Rousseff em Brasília.
Vem também daí a guerra por cargos de escalões inferiores.
O petista olha para o Planalto e enxerga um governo do PT. E quer apoio do governo para tomar os votos locais.
Já o governo precisa em Brasília dos votos dos adversários locais do PT, que por sua vez pedem ao Planalto conter o apetite dos partidários.
Mas o governo não pode tampouco desestabilizar o PT, a espinha dorsal.
A solução óbvia seria verticalizar as alianças, coisa possível na prancheta, mas altamente improvável na vida real. Aqui e ali, Brasília pode dizer façam isso, façam aquilo, mas está longe de ser viável como regra.
É um equilíbrio muito instável, e exige o máximo de perícia para não desandar.
Dilma herdou de Lula uma coalizão amplíssima e, já no primeiro ano, as tensões andam mais pronunciadas, na comparação. Com a operação política no Ministério dos Transportes, acrescenta um foco a mais de temor nos aliados.
Todos cabreiros com a hipótese de o PT avançar no espaço orçamentário alheio, e com os prováveis reflexos na capacidade de cada um desempenhar eleitoralmente ano que vem.
No governo, dizem que não. Que a balança não penderá para o lado do PT. Que é apenas um movimento para reverter o descontrole e evitar o prejuízo administrativo e político.
Mas está difícil achar em Brasília quem acredite, do fundo do coração. Dilma está performando bem em tempo real diante dos holofotes, mas, se não garantir o espaço de quem a apoia, pode ter surpresas desagradáveis no virar da esquina.

GOSTOSA

DORA KRAMER - Roncos da reação


Roncos da reação
DORA KRAMER
O ESTADÃO - 22/07/11


Valentes, mas não ao ponto de explicitar insatisfação em caráter irrevogável, deputados do PR reagem às demissões no Ministério dos Transportes com ameaças veladas ao governo.

O líder do partido na Câmara, Lincoln Portela, reivindica isonomia no rigor para toda base aliada e diz que a presidente Dilma Rousseff está “brincando com fogo”.

O deputado Luciano de Castro avisa que, atingido “na cabeça e no coração”, o PR “não tem mais que ter medo de perder o que já não existe”.

Outros tratam de disseminar a versão de que tão logo volte do recesso e reassuma sua cadeira no Senado, o ministro exonerado Alfredo Nascimento fará um discurso para pôr os pingos nos is.

De seu ponto de observação na trincheira do PMDB, o notório Eduardo Cunha pontifica: “É preciso tomar cuidado para isso não se transformar em regra: sai nos jornais e revistas e vai direto para o Diário Oficial”.

O restante do partido, vice-presidente da República inclusive, fica na encolha.

Provavelmente esperando para ver se a faxina é um espasmo e passa ou se a regra é para valer, para todos e por tempo indeterminado.

Enquanto isso, suas excelências buscam, nos bastidores, abrigo na concepção flexível de ética e na falta de interesse do ex-presidente Lula em que, uma vez (e se) consolidada a dinâmica da vassoura impiedosa, as comparações de estilo evoluam para a constatação de que o antecessor deixou uma herança para lá de maldita à sucessora.

A maneira desabrida de Lula privilegiar a lealdade em detrimento dos bons costumes é que levou as coisas do fisiologismo ao atual estado de degradação.

Logo, se a presidente estiver mesmo decidida a mudar o padrão, a opinião pública acabará percebendo o que nos últimos oito anos achou mais cômodo não perceber.

Daí as versões de que Lula está “preocupado” com a saúde da base governista, enxergando riscos à governabilidade no modo Dilma de lidar com as denúncias (por hora só) relativas ao Ministério dos Transportes.

Quais seriam esses riscos? Depende da atuação da presidente. Se ela der vazão à impetuosidade à deriva, como no caso em que mandou Antonio Palocci ameaçar o vice Michel Temer com a demissão dos ministros do PMDB se o partido não votasse o Código Florestal na Câmara tal como queria o governo, o perigo de isolamento é real.

Terá a maioria do Congresso contra ela e poderá acabar em maus lençóis quando precisar de amparo.

Agora, se agir com precisão e fundamento na correção dos rumos do que estiver realmente malfeito, o que farão diante do apoio que ela receberá da sociedade?

Declarar independência ou morte? Chamar o povo às ruas? Atear fogo às vestes?

Pedir demissão coletiva de todos os cargos? Sem unidade nem credibilidade, por hora os parceiros do consórcio blefam e torcem para que a chuva seja de verão.

Dois fervendo
O presidente da Infraero, Gustavo Matos do Vale, saiu na quarta-feira literalmente correndo de uma solenidade na Base Militar de Brasília, após receber um telefonema.

Era Dilma chamando para mandar que Vale desse um “sacode” na empresa aérea Gol por causa dos atrasos e cancelamentos no dia anterior em Congonhas.

Dividendos
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, pode sair no lucro com a crise no PR, que, além das agruras com o governo federal, enfrenta um racha interno.

A primeira ideia dos insatisfeitos era fundar um novo partido, mas eles chegaram à conclusão de que não daria tempo de tomar todas as providências legais até setembro, data limite para poder concorrer às eleições municipais de 2012.

O plano B é a adesão ao PSD de Kassab. O prefeito já recebeu alguns deputados do PR para conversar a respeito.

Ela acha
Pode ser até que não seja, mas a presidente Dilma pôs na cabeça que José Serra será o candidato do PSDB à prefeitura de São Paulo.

RODOLFO LANDIM - Nó cego


Nó cego 
RODOLFO LANDIM
FOLHA DE SP - 22/07/11

Falta definir o percentual de royalties que incidirá sobre o pré-sal e a forma de divisão desses recursos

O setor de petróleo vem sofrendo nos últimos tempos algumas indefinições, de diferentes origens, mas que podem estar interligadas por uma relação de causa e efeito de difícil solução, dada a natureza e a diversidade dos interesses envolvidos.

A descoberta do pré-sal e o seu enorme potencial petrolífero levaram o governo a propor a criação de um novo marco regulatório específico, aplicável para a área de sua ocorrência. A grande maioria das reformas necessárias já foi aprovada. No entanto, falta ainda a definição do percentual de royalties que incidirá sobre a produção do pré-sal e, mais importante, da forma de divisão desses recursos. A luta envolve interesses da União, dos Estados e dos municípios, produtores e não produtores.

A discussão é tão acalorada que se chegou ao absurdo de aproveitar a oportunidade para tentar modificar a forma de divisão dos royalties dos campos já em produção, o que afetaria enormemente o equilíbrio econômico dos Estados e dos municípios produtores.

Foi aprovada uma lei redistribuindo os valores arrecadados, vetada pelo ex-presidente Lula, mas as ameaças, notadamente das bancadas de Estados do Norte, do Nordeste e do Centro-Oeste, continuam pairando no ar e pressionando para que a solução final contemple seus Estados com fatia maior do bolo.

Enquanto isso não for resolvido, não teremos leilões para as áreas do pré-sal, agora já dentro do novo marco regulatório. É bem verdade que a Petrobras já detém a operação de um grande número de blocos licitados sob o regime de concessão, algo suficiente para mantê-la ocupada por muito tempo. De certa maneira, isso reduz a urgência para a solução do caso, pelo menos por parte da Petrobras.

Por outro lado, após mais de dois anos e meio sem leilões, foi anunciado em abril que o CNPE se reuniu e aprovou a continuidade dos leilões de blocos exploratórios, obviamente fora da área do pré-sal.

Para tal, foram selecionados setores de várias bacias sedimentares terrestres e marítimas do Norte e do Nordeste brasileiro. Essa foi, sem dúvida, uma boa notícia para os Estados dessas regiões, já que o processo exploratório é sempre o início de uma série de atividades que movimentam a economia local.

Em caso de sucesso, investimentos adicionais ainda mais significativos são proporcionados no período de desenvolvimento dos campos de petróleo, além do crescimento da arrecadação tributária através de impostos diretos e indiretos sobre a produção de petróleo.

Mas ficou por aí. Passados vários meses da decisão do CNPE, a ANP, órgão responsável pela organização do leilão, ainda não recebeu a autorização para iniciar o processo de oferta. Na recente cerimônia de posse de dois novos diretores da ANP, um político do Nordeste reclamou da demora, enfatizando que ela ocorria exatamente no momento em que seu Estado seria incluído no leilão depois de vários anos.

Coincidência? Pode ser que não, e que tudo seja moeda de troca de um pacote maior em negociação.

Na mesma linha se encontra a tão discutida revisão do plano de negócios da Petrobras. Sabe-se que ela já foi apresentada e rejeitada duas vezes pelo seu conselho de administração. A expectativa do mercado é que seja apresentado um programa de investimentos que contemple uma maior parcela de recursos destinada à atividade de exploração e de produção, até mesmo para poder incluir as áreas adquiridas através do processo de cessão onerosa ocorrido no final do ano passado.

Como o cobertor é curto e o simples crescimento dos compromissos para atender a todos os projetos levaria a companhia a um nível de endividamento pouco saudável, a solução seria reduzir investimentos em outras áreas de menor atratividade, notadamente na construção de novas refinarias. Porém, como é exatamente no Nordeste que está a grande concentração desses projetos, fazer isso sem que haja uma defesa técnica por parte da empresa é mexer em casa de marimbondo.

Quanto mais temas são incluídos em uma negociação, maior a dificuldade para chegar ao consenso. Hoje, parece que teremos mais uma apreciação do plano da Petrobras pelo seu conselho. Veremos se o nó começará a ser desatado.

MÔNICA BERGAMO - PAPEL PASSADO


PAPEL PASSADO
MÔNICA BERGAMO
FOLHA DE SP - 22/07/11

O DEM vai requerer aos cartórios de todo o país que só liberem as certidões de apoiamento ao PSD depois de convocar, um por um, os eleitores que assinaram as listas de apoio ao novo partido para comprovar a autenticidade. Perícia feita a pedido da Folha revelou a existência de firmas falsas nos documentos apresentados pela sigla que está sendo criada pelo prefeito Gilberto Kassab. Também já foram constatados nomes de eleitores mortos.

FIRMA RECONHECIDA
"Queremos que as assinaturas deixem de ser reconhecidas por semelhança, mas por autenticidade", diz o advogado do DEM, Ricardo Vita Porto, que prepara representação para a Justiça Eleitoral. "É igual quando você vai reconhecer firma de um documento. Tem que assinar na frente do tabelião."

CONTINÊNCIA
Nomeada para ser a "Dilma da Dilma", a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, tem um obstáculo a transpor para convencer no figurino, de acordo com parlamentar do PT que esteve com ela recentemente no Planalto: Gleisi passou a integrar o grupo numeroso dos ministros que "morrem de medo" das broncas da chefe.

DATENA ALERTA
A Record está limitando as entrevistas de José Luiz Datena depois de o apresentador ter declarado à coluna que poderia voltar à Band. A orientação é que, por enquanto, ele deixe as polêmicas para seus comentários no "Cidade Alerta".

AMOR.COM

Durante a apresentação que fez ao vivo, anteontem, na internet, Chico Buarque revelou que a namorada, a cantora Thais Gulin, acompanhava a performance. Ele comentou, no ar, com João Bosco: "Olha a Thais ali". Os dois não assumem publicamente o romance.

NÃO É A MAMÃE!
Sucesso nas últimas semanas, o anúncio do PR em que Tiririca (PR-SP)exibe seus "pais" recrutou atores para fingirem ser a família dele. A "mãe" nem sequer era a mesma que Tiririca apresentou na campanha eleitoral.

CASA NOVA
O novo contrato da Casa Cor com o Jockey prevê que a mostra de decoração deixe de utilizar uma área de 11 mil m². Nela, o clube pretende construir spa, quadras e campos esportivos e ampliar seu deque, hoje com duas piscinas, para virar um parque aquático. O Jockey já reabriu a venda de um lote de 200 títulos, por R$ 30 mil.

CANTAR E CANTAR
Wagner Moura gravou a música "Creep", da banda Radiohead, para a trilha sonora do longa "O Homem do Futuro". O ator é o protagonista do filme de Claudio Torres, que estreia no dia 2 de setembro.

DA ALMA

Vai se chamar Almamaria o restaurante espanhol de tapas da rua Oscar Freire, com inauguração prevista para o fim de setembro em frente ao hotel Emiliano. O projeto é do arquiteto Arthur Casas.

PAULISTANO
Enquanto aguarda sua total recuperação de uma cirurgia para estrear no São Paulo, o jogador Luis Fabiano tem aproveitado o tempo livre na capital paulista. Anteontem, ele e um amigo tomavam vinho tinto e experimentavam diferentes queijos no restaurante Zena, que fica nos Jardins. O Fabuloso deixou o local cedo, dirigindo sua própria BMW.

ÓPERA POP A meio-soprano Katherine Jenkins apresentou no Teatro Abril versões eruditas de músicas populares, como "No Woman, No Cry", de Bob Marley

CURTO-CIRCUITO

A Tucca (Associação Para Crianças e Adolescentes com Câncer) completa 13 anos com a marca de 1.500 pacientes atendidos.

O Olodum tocará na festa Gambiarra hoje. No clube The Week, às 23h. 18 anos.

Tiago Guiness e Suellen Santana são os DJs convidados de hoje no Sonique. A partir das 22h. 18 anos.

com DIÓGENES CAMPANHA, LÍGIA MESQUITA, THAIS BILENKY e CHICO FELITTI

JOSÉ SIMÃO - 'A Fazenda 4'! Todos fazendo de 4

'A Fazenda 4'! Todos fazendo de 4
JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SP - 22/07/11

Devido aos quadrúpedes, devia ser "Fazenda de 4"! E com a Bruna Surfistinha é "Fazendo de 4"!


Buemba! Buemba! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Confirmado! A final da Copa América vai ser em Minas: UrugUAI x ParagUAI! Rarará!
E "A Fazenda 4"? Devido ao número de quadrúpedes, devia ser "Fazenda de 4"! E com a Bruna Surfistinha no elenco é "Fazendo de 4"! Bruna Surfistinha em "Fazendo de 4"! Rarará!
Adorei o elenco trash da "Fazenda": Bruna Surfistinha, Cumpadre Washington, João Kléber, Renata Banhara, Valesca Popozuda e Dinei do Corinthians! Isso é fazenda ou prisão agrícola? Rarará! A nata da bagaça! Fazenda, um programa CULTURRAL! E eu sei o que eles criam naquela fazenda: PELANCA! Só tem pelanca e tatuagem despencada! E eu vi uma cena bizarra: o Cumpadre Washington mexendo o molho do macarrão com a mão. AAAARGH! Voce comeria um macarronada feita pelo Cumprade Washington? E o João Kléber? Mas ele não estava em Portugal? Fazendo programa de pegadinha? Imagine fazer pegadinha com português? Tem que explicar. Pegadinha com bula! Rarará!
E diz que o João Kléber vai servir de repelente. Nem pernilongo e muriçoca suportam. Deixa ele em pé no quarto a noite inteira! Rarará!
E a Valesca Popozuda? O Popozão da Valesca só cabe em TV 56 polegadas. Aquilo não é uma bunda, é um abuso de autoridade. Bunda tipo marquise: é tão grande que, quando chove, só molha a parte de cima! Rarará!
E eu já disse que aumenta o periquitério da Dilma. Mais uma periquita pro ministério. Convidou a dona do Magazine Luiza pra pasta da Micro e Pequena Empresa. Micro não pode ser, porque ela pesa uns 200 kg. Rarará! Finalmente uma ministra de peso! E ela é a imagem do bum econômico da Já Era Lula.Ou seja, ela é o Abílio do Lula.
Por falar em Abílio, o Piauí Herald diz que o Pão de Açúcar agora quer fazer fusão com o Corcovado. Rarará! E a única fusão que deu certo foi aquele supermercado em Campos do Jordão: CARREFULVIO!
E mais dois pra minha série Os Predestinados! Dono de pedreira em Guarulhos: Fausto MARTELLO. E sabe como se chama o gerente da Caixa em Curitiba? Diego TARIFA! Quando ele nasceu, a mãe gritou: vem pra Caixa você também! Rarará! Nóis sofre mas nóis goza. Que eu vou pingar o meu colirio alucinógeno!

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Crescem lojas de conveniência em postos de gasolina
MARIA CRISTINA FRIAS
FOLHA DE SP - 22/07/11

Em busca de melhores margens de lucro, postos de gasolina vêm investindo em lojas de conveniência, que apresentaram crescimento médio acima dos 10% nos últimos três anos.
O país deve fechar 2011 com quase 7.000 lojas de conveniência nos postos. No final de 2015, a estimativa é que estarão em funcionamento pouco mais de 10 mil estabelecimentos do gênero.
Até dezembro de 2010, o país tinha 6.153 lojas em postos de gasolina. Isso significou avanço de 12% ante o total verificado em 2009.
Há pouco mais de 35 mil postos no país, o que mostra que ainda há bastante espaço para novas lojas.
"A margem bruta com a venda de combustíveis não passa de 10%. É baixa, já esteve perto de 20%. Então, os postos têm que descobrir novos serviços", afirma Pedro Paulo Batista, diretor de patrimônio do Sindcomb-RJ (Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e de Lojas de Conveniência do Rio).
O forte crescimento do mercado atrai cada vez mais novos "players".
Nos últimos cinco anos, grandes redes varejistas que têm postos de gasolina, como Walmart e Lojas Americanas, passaram a investir em lojas em postos.

PARADA PARA ABASTECER
Marcas de fast food como Bob's e Spoleto também partiram para os postos de gasolina, atraídas pelo incremento das vendas do varejo e pelo aumento da frota de carros.
As vendas médias das lojas em postos cresceram acima dos 50% em 2010.
Para Flavio Franceschetti, consultor do Sindicom, "a mentalidade de 'ter loja só para ter', que provocou o surgimento de simulacros de loja, está sendo superada pela de 'ter loja para se diferenciar'". Os preços também caíram, avalia.
Abertas há 25 anos, essas lojas cobravam mais caro do que pequenos mercados e padarias de bairro.
"Hoje, as lojas já olham padarias como concorrentes."

AÇO FUNDIDO

A Açotubo, especializada na distribuição de aços e tubos, investirá R$ 33 milhões na ampliação de fábricas e galpões e na compra de máquinas para o lançamento de uma linha de produtos.
A companhia acaba de abrir filiais para estoque em Sertãozinho (SP), Ipatinga (MG) e Serra (ES).
O plano de expansão reflete as novas necessidades da empresa, após a fusão com a Incotep e a Artex, que cortam as peças de aço no tamanho exigido pelo cliente.
"O comprador quer ter menos trabalho e exige o produto acabado", diz o sócio José Antonio Ribamar Bassi.
O faturamento das três empresas no ano passado foi de cerca de R$ 680 milhões, sendo que a Açotubo representou 70% do montante.
A companhia reduziu a previsão de crescimento neste ano de 27% para 20%. "A queda no preço de alguns produtos influencia os resultados." A projeção de faturamento para 2012, porém, foi mantida em R$ 1 bilhão.

ARTE 40 GRAUS
Os empresários Luiz Calainho e Alexandre Accioly são os novos sócios de Elisangela Valadares e Brenda Valansi Osorio na ArtRio (Feira Internacional de Arte do Rio de Janeiro).
"Vamos transformar a feira em um negócio vivo o ano inteiro, com uma série de eventos e exposições menores", diz Calainho.
A primeira edição da feira, que recebeu investimento de R$ 1 milhão da Prefeitura do Rio, vai acontecer de 8 a 11 de setembro, no Pier Mauá, com ingresso a R$ 30.
"A ideia é levar a arte contemporânea para o Carnaval e outros festivais."
Cerca de 80 galerias estão confirmadas, sendo 50% delas estrangeiras, como a Leon Tovar, de Nova York, e a Riccardo Crespi, de Milão.
"Com a crise na Europa, os colecionadores passaram a olhar para o mercado latino-americano. O crescimento econômico do Brasil também gera crescimento cultural", diz Osorio.

BANCO NA TV

A partir de hoje, clientes do Banco do Brasil poderão realizar transações bancárias por meio do controle remoto de suas televisões. A solução foi desenvolvida em parceria com a Totvs.
Para funcionar, é preciso que a TV esteja conectada a um conversor de TV digital com software de interatividade e o selo Sticker Center, segundo o banco.
"Por enquanto, a solução vem embarcada nos conversores das marcas Visiontec e D-Link, mas a previsão é que, nos próximos meses, a tecnologia esteja presente em equipamentos de outras marcas", informa a instituição.
O Bradesco lançou em junho em parceria com a Samsung, seu aplicativo para serviços financeiros em TVs.
A ferramenta permite que o cliente acesse sua conta para fazer consulta de saldos e extratos diretamente nos aparelhos de televisão ou Blu-ray compatíveis e conectados à internet.

Casa... 
Os contratos novos de locação residencial na cidade de São Paulo subiram 1% em junho, na comparação com os contratos assinados em maio, segundo o Secovi-SP (Sindicato da Habitação).

...nova 
No acumulado em 12 meses, a alta é de 17,6%. A falta de imóveis para alugar justifica a elevação dos preços.

com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK, VITOR SION e CIRILO JUNIOR

RENATA LO PRETE - PAINEL DA FOLHA

No gogó
RENATA LO PRETE
FOLHA DE SP - 22/07/11

O Ministério da Previdência levou a Dilma Rousseff simulações sobre as vantagens de se alterar o sistema de aposentadoria do serviço público. A presidente determinou que os cálculos sejam submetidos a instituições como o Ipea e o IBGE. Se a lógica for consolidada, ela mostrou disposição em "patrocinar" o projeto. Mas deixou claro que é preciso uma estratégia de comunicação para que as mudanças não sejam vistas como "punição" ao funcionalismo.
Segundo a Previdência, um servidor que entra hoje nos quadros do Estado com salário de R$ 10 mil se aposentaria com R$ 11,4 mil. Já com um fundo de pensão para o setor, o benefício chegaria a R$ 13,3 mil.

Fila 
Com a audiência de ontem entre Dilma e Pedro Novais (Turismo), Moreira Franco (Assuntos Estratégicos) é o único na Esplanada que até hoje não teve reunião oficial e individual com a presidente. O ministro está em missão oficial a Roma.

Medindo... 
O discurso de Luiz Antônio Pagot ao governo continua o de não se conformar com suspeitas em relação à sua conduta. Mas com a ressalva de que não representará constrangimentos, "até porque a vida não acaba amanhã".

...o pulso 
Avaliação no Planalto: depois dos elogios públicos de Tarso Genro a Hideraldo Caron, tudo indica que ele trocará o Dnit pelo governo gaúcho.

Rinha 

O presidente do PTB, Roberto Jefferson, usou o apelido que deu ao desafeto Valdemar Costa Neto durante o escândalo do mensalão para dizer não acreditar em retaliação do PR ao governo. "Dilma não parece ser o tipo que teme galo mutuca [fujão]", escreveu no blog.

Ação social 
Uma campanha pelo voto consciente, feita sem custos adicionais, levou o Senado a figurar em premiação da Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing. Mas vai ter que entrar com R$ 13 mil para o rateio da solenidade, que inclui troféu e medalha.

Turma... 
Secretários de Geraldo Alckmin passaram o dia dando explicações nas ruas, por telefone e pelas redes sociais sobre a mudança no discurso do tucano, agora disposto a investir no Itaquerão. Os mais cobrados eram os que torcem pelo Corinthians, dono do estádio.

...do amendoim 
Santista, o governador relatou a sindicalistas com quem se reuniu no Bandeirantes que também foi inquirido por palmeirenses e são-paulinos sobre a decisão de bancar a capacidade extra para a partida inaugural da Copa.

Fio da navalha 
Refém do discurso de campanha refratário à injeção de verba pública em estádios, Alckmin só cedeu ao consórcio Corinthians-Odebrecht na iminência do fracasso do acordo com o clube. Sabia que a perda da abertura lhe seria creditada em 2014.

Porta-voz 
A equipe do tucano só não imaginava que caberia a um dirigente da construtora o anúncio da cifra estimada para a locação da estrutura provisória, já apelidada de "puxadinho".

Retrovisor 
Nas entrevistas concedidas ontem sobre o Itaquerão, Alckmin sublinhou que a decisão de São Paulo pleitear a abertura da Copa fora tomada "lá atrás, em 2007" -primeiro ano da gestão de José Serra.

Bloqueio 
O governo do Maranhão perdeu R$ 7 milhões de recursos federais, da Secretaria de Direitos Humanos, destinados à construção e reforma de unidades para adolescentes infratores. O Estado não teria apresentado projeto e contrapartida.

tiroteio

"Como deputado federal, estou cobrando verbas que o governo prometeu ao Estado e não honrou. Não aceito calote."
DO PRESIDENTE DO PSDB, SÉRGIO GUERRA (PE), sobre críticas de petistas por ele ter ido ao Planalto tratar de emendas para Pernambuco.

contraponto

Santa de casa

Em audiência pública no Senado, Katia Abreu (TO) questionava o ministro Fernando Haddad (Educação) sobre o suposto descontrole no processo de escolha das publicações distribuídas nas escolas:
-É preciso identificar todos os envolvidos, pois no Brasil não há santo. Tem gente ruim em todo lugar.
O presidente da Comissão de Educação, Roberto Requião (PMDB-PR), a interrompeu:
-Senadora, por favor, só quero aqui reivindicar a santidade da Irmã Dulce...