sexta-feira, agosto 20, 2010

NELSON MOTTA

Novas elites
Nelson Motta
O GLOBO - 20/08/10



Os atiradores de elite são os melhores, não podem falhar. A tropa de elite é formada pelos mais aptos e bem treinados. A elite acadêmica é o motor do progresso cientifico e tecnológico, a artística produz as obras que constroem a cultura nacional, a política governa o País. Cada elite profissional vale pela excelência de seus integrantes. Em qualquer lugar do mundo é uma honra, um objetivo de vida, estar entre os melhores no seu trabalho.

Mas quando Lula fala, elite é sempre sinônimo de malvado e injusto, de inútil e explorador, de odiar os pobres e gostar de ver o povo passar fome. De maior inimiga da democracia.

Que elite é essa? Não é a dos charutos e vinhos, das madames consumistas e filhos playboys, carros importados e amigos picaretas, dos coronéis rurais e urbanos, dos veteranos mamadores nas tetas do Estado. Esta está com Lula, o obedece no Congresso, financia suas campanhas, apoia seus programas econômicos e sociais. Seria até indelicado reclamar.

As novas elites não nascem na academia, nem no empreendedorismo e nem no mercado produtivo. Como os militares, nos tempos da ditadura, elas estão em toda parte, mas agora vêm dos sindicatos e da militância, são gestores, investidores com o capital alheio, novos poderosos com acesso a verbas e programas. Elas não se baseiam em excelência ou competência profissionais, mas em fidelidade, ideologia e militância. Não é ilegal ou imoral ser dessa elite, só engorda.

Mas a novidade da elite lulo-popular não acabou com a velha elite sarno-patrimonialista, juntou-se a ela nos privilégios. Lula não se contenta em multiplicar os pães e os peixes, multiplica as elites. Em 2020 teremos acabado com a pobreza, basta Dilma vencer. Com tantas elites, daqui a pouco vai nos faltar povo e não teremos mais a quem culpar pelo Brasil ainda não ser, mas só estar próximo, da perfeição - como o nosso sistema de saúde publica, nossos aeroportos e estradas.

Os novos fumadores de charutos e bebedores de vinhos se juntam aos antigos inimigos e brindam à vitória do velho slogan de Zé Dirceu quando era líder estudantil. Ao povo no poder.

GOSTOSA

JOSÉ SIMÃO

Ueba! O Galvão virou vinho
José Simão
FOLHA DE SÃO PAULO - 20/08/10


BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O Esculhambador-Geral da República! Direto do País da Piada Pronta!
Ereções 2010! Frase do dia: "os ficha limpa de hoje serão os ficha suja de amanhã!" Rarará! É inexorÁVEL? Rarará!
E o Galvão virou vinho! É verdade! O Galvão Urubueno lançou vinho espumante! E aí quando abre a rolha sai o grito: "Éééé du Braziiiiiuuuuu!". Rarará!
E sabe porque o Galvão lançou espumante? Porque quando ele grita, ESPUMA! O Galvão já é um espumante. Lança espuma pela boca. Rarará! Espuma até em sonrisal. Dor de cabeça, azia e má digestão? Espumante Galvão.
E o Eramos6 descobriu como o Serra vai reverter a situação. Chega perto da Dilma e começa a gritar: "Sai, Lula, sai desse corpo que não te pertence". Rarará! Apelando pro exorcismo! E o Lula diz que quer ser o articulador político informal no governo Dilma. Tucanou o terceiro mandato. Rarará!
E a Galera Medonha! A TURMA DA TARJA PRETA! E o Curiati? "Vote em Curiati, Onze Mil Cento e Onze". Mandatos! Rarará. Se ele juntar todos os minutos de silêncio que fez na Câmara dá uns dez anos.
E aí apareceu uma S. Miranda: "Fui adotada e adotei". Errado. Pela cara dela: "fui abduzida e abduzei". E o Romeu Tuma? Eu tenho um slogan pro Tuma: "Votou? Agora Tuma!". Rarará!
E o meu PGN? O Partido da Genitália Nacional. Já tem representante até no Havaí: Bobby Bunda. Isso mesmo. Candidato a governador no Havaí: Bobby Bunda. Ia ganhar estourado no Brasil. Bunda é paixão nacional. No Brasil o importante não é ser mulher, o importante é ter bunda. Rarará!
E uma amiga minha quer se lançar como DESPEITADA FEDERAL PELO PGN! E vinho do Galvão é bom porque quando a Argentina ganha, vira vinagre!
E adorei o jingle do Serra: "Sai o Silva e entra o Zé". Quem é Silva e quem é Zé? Silva é o Lula e Zé é o Serra. Jingle com bula! Rarará!
E a Vanusa acaba de lançar um novo CD: "Não me esqueci de você, só da letra". Rarará!
E o Plínio de Arruda Sampaio? O Idoso Traquinas! O Menino Danado! Não foi pro debate porque estava em campanha pela abolição da escravatura. Rarará! Socuerro! Me Mate um bode! Ainda bem que nóis sofre, mas nóis goza.
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

DORA KRAMER

A revelação 
Dora Kramer 

O Estado de S.Paulo - 20/08/2010

Depois de muito resistir - foi preciso o presidente Lula contaminar o senso comum com a certeza do "já ganhou" - o candidato do PSDB a presidente, José Serra, acabou percebendo uma evidência: oposição existe para se opor.

Não a uma entidade etérea que ninguém sabe direito o que é ou às mazelas de um modo geral. Oposição existe para se opor à situação. Para ganhar ou perder.

Luiz Inácio da Silva cansou de ensinar isso aos governos aos quais fez oposição. Não que todo oposicionista deva ter como modelo o PT.

Aquele que em nome de um projeto partidário se opõe até ao bem-estar da maioria - por exemplo, sendo o único ente a não se engajar no combate à inflação nos anos 90 - para depois reivindicar a autoria da obra rejeitada.

Em versão suave o nome disso é oportunismo.

Oposição representa o contraditório que não precisa necessariamente ser destrutivo nem agressivo. Mas não pode deixar de ser incisivo ao contraditar o que diz e o que faz o governo. De preferência quando existirem motivos para tal e mediante a apresentação de argumentos bem fundamentados.

Durante dois mandatos de Lula, o PT e a ampla coligação partidária que sustenta o governo deram muitos motivos e várias oportunidades para que a oposição cumprisse o seu papel. Raríssimas exceções, o PSDB nunca quis.

Não por falta de chamamento - o DEM bem que tentou, junto a algumas vozes combativas em outros partidos -, mas por falta de vocação para a luta, excesso de cálculo, medo de arriscar e uma confiança temerária no destino.

As duas principais lideranças eram governadores de Estado (José Serra e Aécio Neves) e neste Brasil atrasado é preciso ter relações cordiais na política para que as ações administrativas não sejam prejudicadas.

O porta-voz mais abalizado (pelo preparo e por ter ocupado a Presidência por oito anos) era rejeitado por não ser "popular". Fernando Henrique Cardoso era ouvido em privado e ignorado em público. Suas críticas caíram no vazio por mais pertinentes que fossem.

As bancadas na Câmara e no Senado, outra vez ressalvadas as exceções raríssimas, eram perfeitas traduções da frouxidão (no sentido preguiçoso da palavra) e da ambiguidade.

Nunca houve um plano de ação entre os representantes parlamentares, executivos e partidários, muito menos houve estratégia para enfrentar os anos de oposição e depois para a campanha eleitoral.

Serra e Aécio se faziam de bonzinhos, alguns senadores de mauzinhos, os melhores deputados depois de duas ou três ordens para "aliviar" para o lado de Lula em CPIs. FH falava sozinho.

Depois de começar a campanha ainda no papel de bonzinho, Serra viu pelas pesquisas que só lhe resta fazer o que seu partido deveria ter feito nos últimos oito anos, até porque foi essa a escolha do eleitorado em 2002 e 2006: que o PSDB ficasse na oposição.

Há, entretanto, um problema. Talvez não dê certo porque o eleitorado poderá não firmar laços de confiança com candidato e partido que mudam de comportamento de uma hora para outra.

A tarefa não é simples, pois Serra se propõe a convencer o eleitorado em 40 dias de algo sobre o que o PSDB não pareceu convencido em oito anos.

Choque de gestão. Em dois mandatos o loteamento partidário da administração pública destruiu a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, que já foi de símbolo da eficiência.

Obra iniciada pelo PTB e completada com brilhantismo pelo PMDB, cuja gestão na Fundação Nacional de Saúde já teve suas credenciais apresentadas pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, para quem a Funasa é conhecida pelas denúncias de corrupção e baixa qualidade de serviços prestados.

Não por isso. Em Brasília a campanha de Joaquim Roriz está indignada com o PT, que chamou seu candidato de "ficha-suja" no horário eleitoral.

Roriz - notório ficha-limpa - quer direito de resposta.

GOSTOSA

CELSO MING

Indefinições na Petrobrás 
Celso Ming 

O Estado de S.Paulo - 20/08/2010

Se as divergências internas do governo Lula sobre o aumento de capital da Petrobrás não puderem ser dirimidas tecnicamente, as soluções preponderantemente políticas poderão comprometer irremediavelmente o processo.

A questão central é a de que a Petrobrás precisa de muito dinheiro vivo para encarar os investimentos de US$ 224 bilhões em cinco anos para o desenvolvimento do pré-sal e, no entanto, o Tesouro, que detém 32% das ações, não tem recursos para subscrever sua parte no aumento de capital.

Para contornar a falta de recursos, a decisão tomada há um ano foi a de que, em vez de recursos em dinheiro, o Tesouro passaria à Petrobrás petróleo de suas reservas ainda no fundo do mar. Como a lei não permite aumento de capital em espécie sem que os demais acionistas o aceitem, o governo recorreu a um artifício de engenharia financeira denominado cessão onerosa. A subscrição da parcela da União seria feita com títulos do Tesouro amarrados à transferência de 5 bilhões de barris à Petrobrás. À medida que o petróleo fosse produzido, a empresa devolveria ao Tesouro os títulos correspondentes aos 5 bilhões de barris.

A questão central passou, assim, a ser o critério de arbitragem do preço desses 5 bilhões de barris. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) recorreu a uma certificadora externa, a Gaffney, Cline & Associates, e a Petrobrás, à De Golyer and MacNaughton. Ontem, o Estado informou que a certificadora da ANP fixou seu preço entre US$ 10 e US$ 12 por barril de 159 litros. Enquanto isso, a da Petrobrás cravou US$ 5 a US$ 6 por barril, exatamente metade do que foi apontado pela anterior. Assim, não há convergência técnica sobre a matéria.

O interesse da União (e do Tesouro) nesse jogo é obter o preço máximo pelo patrimônio público (5 bilhões de barris) a ser repassado à Petrobrás. Do ponto de vista da estatal, pagar menos é apenas um dos objetivos. O mais importante é obter a maior quantidade de recursos em dinheiro para viabilizar os investimentos futuros.

O problema é que é limitada a capacidade de subscrição do acionista minoritário (68% do capital), o que vai aportar dinheiro vivo. A US$ 5 por barril, o Tesouro teria em espécie o cacife de US$ 25 bilhões, o que exigiria dos minoritários, se todos estivessem dispostos a acompanhar, outros US$ 50 bilhões. Mas a US$ 10 por barril, o Tesouro teria o dobro, teria US$ 50 bilhões, e exigiria outros US$ 100 bilhões dos minoritários, o que seria uma enormidade.

O Tesouro já se dispôs a subscrever as sobras, o que diminuiria a participação dos minoritários no capital. No entanto, a US$ 10 por barril é improvável que a subscrição dos minoritários seja um sucesso. Pelas estimativas do mercado, o preço do barril que levará o minoritário a subscrever em massa estaria muito mais próximo da certificadora contratada pela Petrobrás (de US$ 5 a US$ 6) do que os propostos pela certificadora da ANP (de US$ 10 a US$ 12). E, se a subscrição for rejeitada pelos minoritários, a Petrobrás correrá o risco de não ter recursos suficientes.

Ontem, a Petrobrás divulgou comunicado em que afirma que o preço da cessão onerosa ainda não foi acertado. Mas o conflito de interesses parece grande demais para ser resolvido em poucas semanas sem recurso à Justiça. A ideia de adiar a subscrição para o ano que vem pode eliminar um ruído indesejável do ponto de vista do governo nas próximas eleições, mas não resolve o problema principal. Ao contrário, aumenta as incertezas sobre os programas da Petrobrás.

Aqui e lá
Enquanto o Ministério do Trabalho do Brasil aponta aumento do emprego formal (com carteira assinada) em mais de 181 mil por mês em todos os meses deste ano (veja o gráfico), nos Estados Unidos acontece o contrário: o desemprego aumenta.
Auxílio-desemprego
Ontem o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos informou que o número de trabalhadores que procurou pela primeira vez o auxílio-desemprego saltou para 500 mil na segunda semana de agosto. É o nível mais alto desde novembro.

ILIMAR FRANCO

Bombeiro 
Ilimar Franco 

O Globo - 20/08/2010

O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), ligou ontem para o ex-deputado Benito Gama para tentar acalmar o presidente do PTB, Roberto Jefferson, que anda falando, no Twitter, cobras e lagartos sobre José Serra e o marqueteiro Luiz Gonzalez. “O Roberto Jefferson teve uma coragem enorme quando decidiu nos apoiar e temos que refletir sobre suas críticas políticas”, diz Guerra.

As prioridades de Dilma e Serra

A campanha presidencial tucana vai privilegiar a realização de eventos no Sudeste, na reta final da eleição.

Eles dizem que em Minas Gerais a campanha “não começou”, que em São Paulo “há espaço para crescer” e que o eleitorado do Rio “é volúvel”. Já a campanha petista terá como focos principais Minas Gerais, “para manter e ampliar a diferença existente”; São Paulo, “para tentar reduzir ao máximo o tamanho da derrota”; e Paraná, “buscando reduzir a diferença pró-Serra”.

Serra quer reduzir a intensidade da derrota no Nordeste. E Dilma faz questão de vencer no estado em que construiu sua vida pública, o Rio Grande do Sul.

“Agora não adianta reclamar mais, nem há tempo para mudar. É hora de pedir voto, fora disso é ajudar o adversário” — Rodrigo Maia, deputado federal (RJ) e presidente do DEM, sobre críticas à campanha da oposição

ENTRANDO EM CAMPO. A mulher do candidato tucano José Serra, Mônica Serra, estreou na campanha. Ontem, ela participou de uma reunião organizada pelas Mulheres do PSDB, em Curitiba. Na semana que vem, Mônica fará sua primeira incursão no Nordeste, participando de encontros de mulheres em Recife, João Pessoa e Fortaleza. Na última pesquisa Ibope, a petista Dilma Rousseff abriu seis pontos no eleitorado feminino.

O que fazer?

O PP não quer que o presidente Lula peça votos para o senador Paulo Paim (RS). Ele está empatado nas pesquisas com sua candidata, Ana Amélia Lemos.

Eles alegam que Paim derrotou o governo com suas emendas previdenciárias.

Interesses próprios

Diretor do Departamento de Assuntos Extrajudiciais da AGU, Rafaelo Abritta disse, em seminário sobre petróleo, que, na área jurídica do governo, a Petrobras é tratada como um país amigo.

“Às vezes mais para perto da Argentina”, brincou.

Reinventando a publicidade eleitoral

Ao ver o polêmico programa de televisão de Marina Silva (PV) ser repetido no horário do almoço, Alfredo Sirkis levou um susto, ligou para a coordenação da campanha e foi informado de que a propaganda seria mudada à noite. O coordenador-geral, João Paulo Capobianco, no entanto, defendeu o programa. “Ele não foi feito para quem está reclamando. Fizemos pesquisas qualitativas, teve muita avaliação prévia. É que a classe AAA esperava uma coisa mais convencional”, disse ele.

Petistas à beira de um ataque de nervos

Irritado com o número de eleitores mineiros que acha que recebeu uma ligação pessoal de Aécio Neves, o ex-ministro Nilmário Miranda (PT) reage ao telemarketing tucano em seu blog: “Aécio não ligou para você! (...) Aécio não ligou para ninguém... Isso tem que ser desmistificado. As pessoas devem decidir seu voto após uma reflexão e não porque recebeu (sic) uma ligação supostamente de Aécio Neves”. Na gravação, Aécio pede votos para reeleger Antonio Anastasia.

O PRESIDENTE Lula trabalhou muito ontem à noite gravando depoimentos para candidatos do PT e aliados aos governos estaduais e ao Senado.

DO CANDIDATO do PT ao governo do Distrito Federal, Agnelo Queiroz: “Vou transformar Brasília na cidade mais civilizada do país”. Isso é que é ousadia.

MUITOS deputados ficaram irritados com o presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP). Ele convocou um esforço concentrado, mas não apareceu no primeiro dia porque estava num debate de candidatos a vice-presidente da República.

GOSTOSA

MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO

Câmbio e minério estimulam importação brasileira de aço 
Maria Cristina Frias

Folha de S.Paulo - 20/08/2010

A importação brasileira de aço deve bater recorde em 2010. A projeção é de alta de até 40% no final deste ano no caso do aço longo, segundo estudo da consultoria Lafis.
As compras externas de aço bruto devem atingir 2,8 milhões de toneladas, com aumento de 18% sobre o ano passado, segundo projeções.
Dois fatores estão desestimulando a produção nacional de aço: o dólar desvalorizado e o aumento do preço do minério de ferro no mercado internacional.
"Com o real valorizado, a indústria brasileira está com grande desvantagem cambial, o que desestimula a produção nacional. As próprias siderúrgicas estão importando", diz Cristiane Mancini, analista da Lafis.
Um dos principais problemas da indústria de base brasileira é o alto custo de energia. "Acaba sendo mais vantajoso importar do que fabricar. O produto brasileiro ainda não é competitivo."
A medida do governo de reduzir a alíquota de importação de dois tipos de chapas de aço irá agravar a questão das importações brasileiras, segundo Mancini. "O aço é um dos produtos mais importantes para a balança comercial brasileira", afirma.
A produção brasileira de aço bruto deve fechar este ano com alta de 25%, em 33,3 milhões de toneladas, segundo a Lafis. Esse aumento é estimulado pelas exportações.
"A produção continua sendo muito exportada. Existe a expectativa de uma mudança desse cenário com a expansão do Minha Casa, Minha Vida, com a Copa e a Olimpíada", diz Mancini.

TUBULAÇÃO

A Poly Easy, brasileira especializada em sistemas de tubulações de polietileno e polipropileno, passa a ter como sócio o BNDESPar, que vai deter 24,5% de seu capital.
Com a entrada do banco, a companhia planeja investimentos em ampliação da capacidade produtiva, pesquisa e desenvolvimento para ampliar sua participação no mercado de petróleo. A ideia é, por meio de tecnologia, criar um material que possa concorrer com o aço, segundo Aldo Batista, diretor-presidente da empresa.
"Até o final deste ano estão previstos R$ 5 milhões em máquinas e equipamentos." Para 2011, é possível que os recursos sejam destinados à construção de novas unidades.

BANCO À MÃO

O Citi acaba de lançar uma tecnologia que permite a usuários de iPhone localizar agências, caixas eletrônicos e a rede Banco 24Horas.
O Citi Brasil é a primeira franquia do Citi no mundo a lançar esse aplicativo, conhecida como "realidade aumentada".
A nova tecnologia, que o Bradesco já tem desde setembro de 2009, está disponível para download gratuito para usuários da marca.
O cliente do banco aponta o celular para uma determinada direção e o sistema fornece todos os pontos de atendimento do banco daquela região, com imagens reais e tridimensionais.

CAÇA-IMÓVEIS

Cerca de R$ 3 bilhões em crédito imobiliário facilitado devem ser disponibilizados na Virada Imobiliária, feira do setor que acontece em outubro, em São Paulo.
O evento poderá ser "visitado" pela internet durante 24 horas, o que permitirá ao interessado definir um roteiro focado em seus objetivos e possibilidades financeiras antes de ir até a feira.
"Teremos produtos para baixa renda e também acima de R$ 500 mil", diz José Eduardo Branco, presidente da Promocorp, organizadora da feira. Negociações de preço e crédito só serão possíveis no local. São esperadas 130 mil pessoas.

Consulta... As cerca de 50 empresas brasileiras do setor de artigos e equipamentos médico-hospitalares que acabam de retornar do evento Florida International Medical Expo prospectaram US$ 13 milhões em novos negócios para os próximos 12 meses. Os números são de levantamento da Abimo (Associação Brasileira da Indústria Médico-Hospitalar e Odontológica).

...médica Na edição deste ano do evento, o Brasil fechou acordos com os principais países da América Latina e do Caribe, além do México e dos Estados Unidos. O próximo destino dos empresários do setor será Israel. No início de setembro, uma nova comitiva irá participar de um seminário de negócios na cidade de Tel Aviv.

Consultoria A DBM, de gestão de pessoas voltada para altos executivos, lança uma nova unidade de negócios: o CTS (Career Transition Services), para profissionais de nível intermediário em fase de transição de carreira, como analistas, coordenadores e técnico-administrativos.

Oxigenado 1 A IBG (Indústria Brasileira de Gases) fechou contrato com o Hospital das Clínicas de São Paulo para fornecimento de oxigênio líquido à instituição.

Oxigenado 2 O acordo mensal de R$ 1,6 milhão tem duração de um ano, podendo ser renovado por mais cinco anos. Cerca de 30% do faturamento da empresa vem do fornecimento para o setor hospitalar e instituições de saúde.

Natel O economista e ex-governador Laudo Natel será homenageado pela Ordem dos Economistas do Brasil, no próximo dia 23. Natel completará 90 anos este ano.

Ponto... Apesar do adiamento da obrigatoriedade do ponto eletrônico para março, empresários afirmam que continuarão a pleitear a anulação da norma. A mudança do prazo ocorreu por falta de equipamentos, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego.

...adiado A lei do ponto eletrônico só traz ônus ao empreendedor, segundo o Sescos-SP (sindicato das empresas de contabilidade). "Não garante o fim das fraudes trabalhistas e afeta o meio ambiente", diz José Chapina Alcazar, presidente da entidade.

Intenção de compra sobe no país

A intenção de compra de produtos duráveis no país subiu em julho ante o mesmo período de 2009.
O indicador alcançou 16,6% no mês passado na comparação com os 14,3% de igual mês de 2009, segundo pesquisa da Fecomércio-RJ/ Ipsos. O avanço foi puxado pelas classes AB e C. Na AB, o percentual subiu para 20,1%. Na C, foi para 19,5%. Nas classes DE a intenção de compra para os próximos três meses estagnou. Essa parcela da população recupera o fôlego após as compras estimuladas pela isenção de IPI e se prepara para as compras de fim de ano.

MERVAL PEREIRA

Marina busca espaço
Merval Pereira 
O GLOBO - 20/08/10

A candidata do Partido Verde Marina Silva começou, no debate pela internet da “Folha de S. Paulo” e do UOL, a explicitar uma nova estratégia de campanha, mas muita gente confundiu seus primeiros passos com uma adesão antecipada à candidatura do PT, como se esse fosse um movimento quase que natural de quem esteve naquele partido nos últimos 30 anos.

Mas quem apostar que a estratégia da candidata Marina Silva será fazer dobradinha com a petista Dilma Rousseff, atacando o tucano José Serra, está enganado.

O que aconteceu nesse sentido terá sido apenas fruto de circunstâncias daquele debate, e não é uma estratégia de campanha.

É possível que mais adiante, aos poucos, como é seu estilo, Marina deixe claro mais pontos de desacordo com o governo petista que abandonou depois de mais de cinco anos no Ministério do Meio Ambiente.

Mesmo porque um dos pontos mais fortes do discurso de Marina foi justamente em cima do presidente Lula e de sua candidata Dilma Rousseff, ao dizer: “Estão querendo infantilizar os brasileiros com essa história de mãe e pai.” Aliás, a frase fez tanto sucesso que foi usada ontem por Marina na visita que fez à Bolsa de Valores em São Paulo: “O Brasil precisa de uma discussão madura sobre seu futuro. Os brasileiros não podem ser tratados de forma infantilizada”, reafirmou.

É verdade que os coordenadores de sua campanha acreditam que “uma janela de oportunidade” pode se abrir caso a candidata oficial continue se distanciando do tucano José Serra nas pesquisas eleitorais, fazendo os eleitores começarem a pensar que quem ainda tem condições de derrotar Dilma é Marina.

Mas, mesmo que o objetivo imediato da candidata do Partido Verde seja superar Serra para ir para o segundo turno contra a candidata oficial, a estratégia teria que ser mostrar ao eleitorado que hoje escolhe Serra que também Marina é uma crítica do governo, ou pelo menos de Dilma, e se coloca como uma alternativa ao PT que está no poder.

Por isso, ontem ela esclareceu que sua preocupação “não é em criar constrangimento para o Serra nem para a Dilma, e sim criar um constrangimento ético para o Brasil”.

A senadora Marina Silva tem o cuidado de não criticar diretamente o presidente Lula, de quem faz questão de se dizer amiga.

Essa postura permite que ela tente ser uma opositora do PT sem atingir o presidente, abrindo espaço para que eleitores petistas que hoje votam em Dilma pensem nela como opção.

Segundo o Datafolha, Marina tem 15% no Rio de Janeiro, acima de sua média nacional, que fica em torno de 10%, enquanto Serra tem 25%.

O Partido Verde está convencido de que o Rio de Janeiro pode ser a plataforma de lançamento de Marina no plano nacional, o primeiro lugar em que ela passará Serra, viabilizando uma arrancada rumo ao segundo turno, embora tenham os pés no chão e saibam que o eleitorado do Rio não representa o brasileiro.

Além dos votos da classe média que poderão migrar de Serra, na área popular, os votos, sobretudo entre as mulheres pobres, migrarão tanto de Dilma como de Serra, imaginam os coordenadores da campanha.

O cientista político Nelson Rojas de Carvalho, da Universidade Federal Rural do Rio, ligado ao prefeito Cesar Maia, especialista em pesquisas de opinião, vem encontrando na Região Metropolitana do Rio, sobretudo em Nova Iguaçu, Caxias e São João de Meriti, eleitores de classes C e D que começam a prestar atenção em Marina por uma pauta de valores, percebendo-a como a mais preocupada com os pobres e contra a corrupção.

Para ele, o tema de meio ambiente teria que ser ampliado para outros valores que ela encarna, como críticas ao desvirtuamento do PT e o combate à corrupção, se quiser aumentar sua área de contaminação eleitoral.

Na percepção do eleitorado, ela tem autoridade para empunhar essa pauta de valores.

Na análise de Nelson Rojas de Carvalho, a racionalidade de uma aproximação centrista supõe um eleitor informado, mas é ininteligível para o eleitor de baixo grau de informação.

Não havendo diferenciação entre os candidatos, se a oposição é igual ao governo, para o eleitor médio é melhor manter o que já existe.

A despolitização do debate é uma política boa para quem está no governo. Temas dicotômicos que marcariam a oposição teriam maior rendimento eleitoral, analisa Carvalho, e aglutinariam as bases oposicionistas.

“Se ele não se diferenciar da Dilma, essa base pode migrar para Marina”, diz, referindose ao candidato tucano José Serra.

Se a maior definição dos candidatos, determinada pela vantagem da candidata oficial nas pesquisas de opinião, for a tônica dos programas de propaganda eleitoral, poderemos ver uma mudança de estratégia interessante.

O candidato tucano José Serra, que torce para que Marina mantenha-se em torno dos 10% para tentar garantir o segundo turno, terá que manter um olhar atento à retaguarda para não ser surpreendido por uma ultrapassagem que ainda parece improvável.

Mesmo não tendo uma estrutura partidária tão ampla quanto a da base governista, e sofrendo com problemas de arrecadação de fundos para a campanha, que se agravam à medida que a vantagem da candidatura oficial aumenta, o PSDB ainda é o único contraponto viável ao governo, e o tempo de propaganda oficial no rádio e na televisão isola a candidatura de Marina em pouco mais de um minuto.

Serra elevou o tom de suas críticas ao governo, de maneira a marcar a posição de oposicionista, mas se a “cristianização” de que parece estar sendo vítima não for estancada, com os candidatos nos estados simplesmente deixando de incluí-lo em suas propagandas na televisão, sua candidatura pode ser inviabilizada de vez.

TÔ CAGANDO!

MÍRIAM LEITÃO

O donatário
Miriam Leitão
O GLOBO - 20/08/10 

O presidente Lula se despedindo da Presidência, no programa eleitoral de Dilma Rousseff, com a música “entrego em suas mãos o meu povo” me lembrou o pior Brasil. O Brasil dos donatários, das capitanias hereditárias. Como se não fosse suficiente, ainda há o discurso que infantiliza o povo brasileiro com essa história de pai e mãe do povo.

Desde “Coronelismo, enxada e voto”, de Victor Nunes Leal, o Brasil conhece bem esse seu pior lado. O do patrimonialismo brasileiro, do qual nasceram outros defeitos: o populismo, o paternalismo, o clientelismo. Com a manipulação das massas, os donatários do Brasil mantêm o poder e o entregam aos seus herdeiros.

Além do “deixo em suas mãos”, há ainda a ameaça continuísta implícita: “Mas só deixo porque sei que vais continuar o que eu fiz.” Como se Lula pudesse decidir não passar a Presidência à pessoa que for eleita este ano.

Ninguém duvida que apelos emocionais funcionam em campanha eleitoral. Mas não garantem eleição. Difícil esquecer até hoje o contagiante “Lula lá, nasce uma estrela, Lula lá”. E ele perdeu aquela eleição. São muitas as razões do voto e a história eleitoral brasileira é curta demais para que sejam traçadas leis gerais.

Mas espera-se que ela não se explique pelo retrocesso, por essa visita ao passado.

A economia é decisiva na maioria das eleições, mas nem sempre. A economia americana estava num dos seus melhores momentos ao final do governo Bill Clinton e mesmo assim Al Gore perdeu. É bem verdade que Al Gore quis distância de Clinton por causa do escândalo Monica Levinsky.

Se por acaso o então presidente democrata fizesse uma campanha paternalista, cantando que entregava o povo americano nas mãos de Gore — como se fosse sua propriedade — certamente causaria rejeição ainda maior. Lá, eles não acham que eleitores passam de mão em mão como uma massa sem vontade própria. Nem mesmo ocorreria a um presidente decidir pelo partido quem deve concorrer à sua sucessão, porque existe o saudável ritual das primárias em que os candidatos a candidatos enfrentam o desafio de convencer seus próprios militantes. Aqui, nem governo nem oposição escolhem postulantes de forma transparente.

O Brasil está crescendo forte, a inflação está em queda — foi zero em julho — o crédito se expandindo, o consumo aumentando, o desemprego caindo.

Alguns números são mais elevados por causa da base de comparação, mas há crescimento de fato. A crise de 2008/2009 derrubou a economia e, da perspectiva da campanha governista no Brasil, a recuperação está ocorrendo na hora exata para ajudar o governo na campanha. Todos esses fatores são mais poderosos na definição do voto do que apelos populistas.

É a sensação de conforto econômico que fortalece a campanha da continuidade.

Na onda mistificadora na qual todos no governo estão empenhados, o Ministério da Fazenda divulgou ontem um pretenso estudo para provar que a atuação do BNDES garantiu que o país evitasse uma recessão de 3,2% no ano passado e sustentou 4 pontos percentuais do crescimento deste ano.

A História econômica recente do Brasil mostra que o crescimento do PIB tem duas características: não sustenta taxas altas por muito tempo; não tem grandes quedas. No ano passado, vários países do mundo tiveram quedas grandes do PIB como os 7% da Rússia e do México. O Brasil ficou no -0,2%. Pela visão do ministro Guido Mantega, foi a ação do BNDES.

Mas na crise da Ásia todos os países que tiveram colapsos cambiais enfrentaram recessões enormes: Coréia, -7%; Indonésia, -17%. O Brasil não teve resultado negativo. E não teve esse jorrar de dinheiro do Tesouro para as empresas brasileiras através do BNDES. Segundo Mantega, esses empréstimos subsidiados com dinheiro do Tesouro garantiram 7% de crescimento. Esse número é tão científico quanto o ocultismo.

Ninguém discute a importância do BNDES na economia brasileira, é claro que ele é importante. O problema são os desvios que reforçam o patrimonialismo: a ideia de que o Tesouro pode ser apropriado por alguns. Reduzir o custo de capital, incentivar empresas, estimular a economia o banco sempre fez. Só nos seus piores momentos, como na época dos militares no poder nos anos 1970, escolheu donatários do dinheiro público, concentrou recursos nessa proporção, transferiu impostos para alguns poucos como está fazendo agora.

É por isso que os grandes empresários brasileiros estão tão contentes e querem mais do mesmo. O presidente da Fiesp, Benjamin Steinbruch, na série de ideias obsoletas que exibiu na entrevista que concedeu esta semana ao “Valor Econômico”, disse que quer não um, mas três BNDESs.

Pode-se imaginar que está sendo sincero. Pediu que o governo “feche o país por um tempo.” Pode-se imaginar por quê. Com a economia fechada, funciona melhor o sistema das capitanias hereditárias, do mercado interno entregue como donataria para alguns proprietários. Há 20 anos o Brasil começou a abrir a economia, por isso já se pensava, a esta altura, que ninguém teria mais a coragem de fazer um pedido como esse. A crise de 2008/2009 e as eleições de 2010 viraram uma espécie de licença para propor qualquer velharia: dos subsídios ao fechamento do país. A campanha governista nas eleições está fortalecendo a ideia de que o país não tem um líder, nem um presidente; tem um dono.

Um donatário.

SONIA RACY - DIRETO DA FONTE

Direto de Londres 
Sonia Racy 

O Estado de S.Paulo - 20/08/2010

Boa parte da comunidade brasileira no Reino Unido informa: respira aliviada com a saída do embaixador do Brasil em Londres, Carlos Augusto Rego Santos Neves.
As queixas são muitas. Vão desde ordens aos funcionários não-diplomatas para não lhe dirigirem a palavra, a menos que fossem abordados por ele, até demissão de um mordomo por ter servido o jantar em bandeja comum e não de prata. Consta, inclusive, que chamou a atenção de dentista inglês que se dirigiu a ele como "Mr. Ambassador", quando exigia ser chamado de "Your Excellency".


Londres 2
Já seu substituto, Roberto Jaguaribe, que chegou esta semana, foi bem acolhido. Comandará recepção no dia 7 de setembro na residência oficial - prédio tombado pelo patrimônio inglês e propriedade do Estado brasileiro.
Outro imóvel, onde funciona a chancelaria atual, é alugado e, em breve, será devolvido ao dono. O governo Lula comprou sede própria para a nova embaixada na Trafalgar Square, por 24 milhões de libras. Que está em reforma.

Concentração
Leilões beneficentes a favor de Paraisópolis vêm se somar a esforços do Estado. São Paulo está investindo R$ 60 milhões, segundo Alberto Goldman. E Kassab entrou com outros R$ 19 milhões.
É, a favela, pelo jeito, virou foco do mundo com 64 ONGs atuando por lá.

De quem entende
Comitiva do Haiti desembarca segunda em Brasília. Fecha acordo para construção de centro de reabilitação de pessoas com deficiência física em Porto Príncipe. Ação liderada por Izabel Maior, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência República, deficiente e sumidade no assunto.

Lei 8666
Orlando Silva fechou contrato de R$ 5,7 milhões com a FGV, que prestará consultoria em estudos técnicos e mercadológicos para construção, no Rio, de novo autódromo e instalações olímpicas.
Aos que estranham o fato do ministério não ter aberto processo de licitação, a explicação da assessoria: além do ato estar previsto na Lei de Licitações, "seria descabido e desvantajoso para a administração a contratação de empresa cuja equipe não estivesse familiarizada com o tema".

Ótica política?
Unanimidade dentro do PSDB: é um equívoco estratégico usar o nome "Zé" tendo em mãos a vasta biografia construída por Serra.
Portanto, não será surpresa se o "Zé" for gradualmente desaparecendo da propaganda eleitoral nos próximos dias.

Pote de ouro
De olho no mercado de luxo, Álvaro Coelho da Fonseca achou prédio de três andares no Rio para instalar uma joint venture fechada com a BCF, de Luís Carlos Bulhões da Fonseca.
O setor de imóveis carioca bomba. Por exemplo: o metro quadrado na Avenida Delfim Moreira, no Leblon, vale R$ 50- três vezes mais que o metro quadrado mais caro de São Paulo.

Morde e assopra
Após atacar Serra, Marina focará em Dilma no próximo debate, jura Marco Mróz, do PV.
A candidata verde marcou data para encontrar-se com Juan Manuel Santos, presidente da Colômbia: dia 1º. A conversa com Serra ainda está em aberto.

Menina difícil
Mariah Carey chegou ontem ao Brasil e avisou: nada de compras ou contato próximo com fãs.
NA FRENTE

Com a Abest, Valdemar Iodice pilota hoje jantar em sua casa para Kenzo Takada.

A peça Inverno da Luz Vermelha tem pré- estreia hoje no Teatro Faap.

Acontece amanhã o sopão comandado por Viko Tangoda no Ateliê Hideko Honma. Convites a R$ 110 e renda para Associação Travessia.

Máxima do governador Goldman sobre as eleições: "Hoje só sei que nada sei".

GOSTOSA

LUIZ GARCIA

Violência escondida
LUIZ GARCIA
O GLOBO - 20/08/10
Imagens violentas nunca são agradáveis.

Melhor não vê-las, exceto numa hipótese: quando isso significa ignorar a existência da própria violência. Quem a pratica não quer outra coisa.

Por isso, é trágico o erro da decisão de um tribunal da Venezuela, que acaba de proibir imagens de conteúdo violento nos jornais do país. O pretexto é poupar a opinião pública, e especialmente os menores de idade de cenas chocantes. Não é a primeira vez na História que ocupantes do poder buscam essa saída para manter a ilusão de que tudo vai bem em seus países — e, portanto, não há qualquer motivo para que sejam substituídos.

A Venezuela terá eleições legislativas em setembro. No momento, dois jornais que publicaram fotos de corpos empilhados num necrotério estão sendo processados pelo governo. Toda a imprensa está proibida de publicar notícias “contendo armas, sangue e mensagens de terror”. A proibição é por um mês, quase exatamente o tempo que falta para as eleições. Não é coincidência, com certeza.

Trata-se da primeira vez, em seus 11 anos no poder, que o presidente Hugo Chávez coloca mordaça em jornais. Até agora, fizera isso apenas com emissoras de televisão. A escalada na censura é sintoma de fraqueza, comum em regimes de força. Não existe na Venezuela uma ditadura do gênero comum na história da América Latina, uma vez que funcionam partidos e o Legislativo.

O regime pode ser definido apenas como autoritário, baseado no populismo — e sua sobrevivência está intimamente associada às reservas de petróleo.

Mas o autoritarismo tem um vício histórico e universal: a distância entre governo e opinião pública é fator inevitável de ineficiência. No caso da violência, os números têm terrível eloquência: no ano passado, foram assassinadas no país mais de 16 mil pessoas — e apenas 9% dos crimes levaram à prisão dos culpados. São números extraoficiais, porque há sete anos o governo não revela as estatísticas da falta de segurança.

Prefere amordaçar a mídia.

Primeiro, foram as redes de televisão; agora, investe contra os jornais.

Na história recente dos regimes de força no mundo há um fenômeno comum: a violência — praticada pelo Estado ou não controlada por ele — aumenta, ou simplesmente torna-se mais visível, à medida que se enfraquecem os mecanismos de controle da opinião pública. É nesse estágio que, pelo visto, está a Venezuela.

RUY CASTRO

O antivoto
RUY CASTRO
FOLHA DE SÃO PAULO - 20/08/10


Li por aí que, se você for se casar e quiser medir a intensidade da vida sexual a dois, é só reservar uma pia no apartamento do casal e, no primeiro ano de casamento, depositar nela uma bolinha de gude cada vez que fizerem amor. E, a partir do segundo ano, retirar uma bolinha cada vez que acontecer. Você ficará besta de ver como foi fácil encher a pia – e como parece difícil esvaziá-la. 
Tirando o cinismo e o pessimismo, resta o realismo da observação: o ser humano é assim mesmo, capaz de banalizar o sublime. Mas a ideia de um monitoramento diário poderia muito bem ser aplicada à administração presidencial.
Funcionaria assim: encerrada a campanha, efetuada a votação, apurados os votos e empossado o vencedor, a avaliação começaria imediatamente. Uma certa quantidade de cabines eleitorais, com mesário, fiscal etc., continuaria a funcionar full-time em cada cidade, apta a receber eleitores que, arrependidos, quisessem retirar seu voto no candidato.
A apuração desses antivotos seria diária e pública, e confrontada com a votação original. Os telejornais e a internet divulgariam o resultado daquele dia: “Hoje, o presidente recebeu 94.715 antivotos, perfazendo um total de 6.211.457 antivotos depositados desde a posse por pessoas insatisfeitas com sua administração. Mas, considerando-se os 48.313.989 que recebeu ao ser eleito, ainda mantém a confortável margem de 42.102.432 votos”. Se chegar a um patamar xis de desaprovação, o presidente deverá devolver o mandato e convocar novas eleições.
Tecnologia para apurar esses milhões de votos temos de sobra. Pena que, se vier a ser aplicado, tal sistema não alcançará a eleição de Dilma, Serra ou Marina. A julgar por suas campanhas, desconfio que, em menos de dois anos, qualquer um deles, se eleito, já estaria no negativo.

CUSTO-BENEFÍCIO

ALMIR PAZZIANOTTO PINTO

Sindicalismo moderno
Almir Pazzianotto Pinto 
O Estado de S.Paulo - 20/08/10

Há 25 anos o Jornal da Tarde (25/5/1985) comentava a onda de greves que assolava o País. Em caixa alta estampava a manchete: A Cidade da Greve - São Bernardo, onde a diversão é olhar passeata na rua. Na opinião de Antonio Dalto, presidente do Clube dos Lojistas, expressa na ocasião, "greve agora é lazer por aqui; o pessoal sabe que vai ter passeata, todo mundo pra rua, olhar; sabe se vai ter assembleia no Estádio de Vila Euclides, todo mundo interessado, como se fosse assistir a um artista de televisão".

No mesmo mês, 370 funcionários da GM em São José dos Campos foram submetidos a cárcere privado durante 36 horas pelo Sindicato dos Metalúrgicos em greve (Folha de S.Paulo, 6/5/1985). A paralisação dos Correios, também em maio, recebeu ampla cobertura da imprensa. A direção da estatal usou a polícia para garantir o ingresso dos carteiros que desejassem trabalhar no Centro de Triagem Postal do Jaguaré, (Folha de S.Paulo, 12/5/1985).

Balanço realizado pelo jornal O Estado de S. Paulo revelava que a greve de 53 dias nas montadoras e fábricas de autopeças causou prejuízos de 10 trilhões de cruzeiros e resultou na demissão de 5 mil operários (2/5/1985).

Atento ao problema, o então presidente José Sarney declarou à imprensa: "Na minha mão o poder civil não definhará, nem a anarquia substituirá o direito justo da tranquilidade pública" (Jornal do Brasil, 4/5/1985).

Em 21/10/1985 a Folha publicou editorial sob o título Grevismo inconsequente. Em 4 de novembro o Jornal da Tarde informou a paralisação de 550 mil operários em São Paulo, uma terça parte dos trabalhadores da indústria.

A greve geral, planejada para o final de 1986 pela CUT e pela CGT, malogrou, como registraram os jornais de 13 de dezembro. O caderno de Economia da Folha publicou em manchete: Greve fracassa, CUT e CGT trocam acusações. O Jornal do Brasil dizia: Greve não foi geral nem nacional. E o Estado noticiou a opinião do presidente Sarney, para quem o movimento foi como a "batalha de Itararé", aquela que não houve.

Rápida passagem pelos jornais e revistas das décadas de 1970 e 1980 trará à memória panorama dominado por milhares de paralisações, algumas em busca de melhores condições de trabalho, muitas com objetivos políticos.

Dez anos depois a CUT imobilizava a Petrobrás. Reportagem da revista IstoÉ estampava na capa: Greve - Querem Parar o País - A CUT de Vicentinho provoca o caos e tenta dobrar o governo (24/5/1995).

O uso abusivo de paralisações levou a sociedade a trocar o apoio àquilo que supunha ser instrumento de luta do operariado pela repulsa ao grevismo inconsequente. Deu-se conta de que estava diante de movimentos anárquicos que boicotavam o sistema produtivo, causando danos às empresas, aos trabalhadores e à população indefesa.

Cautelosamente, os empresários passaram a evitar regiões vítimas da maré de violência. São Bernardo do Campo, a cidade símbolo do novo sindicalismo, deixou de atrair investimentos, antigas indústrias partiram à procura de locais seguros e numerosos galpões foram relegados ao abandono.

Simultaneamente, a abertura do mercado interno, decretada pelo ex-presidente Fernando Collor de Mello, permitiu a importação de veículos modernos, de melhor qualidade, a preços competitivos. Em poucos meses rodavam pelo Brasil automóveis e utilitários importados da União Soviética, do Japão, da Coreia do Sul e, mais recentemente, do México e da China. O impacto sobre as montadoras nacionais foi duro e imediato, obrigando-as a reduzir pessoal e investir na produção de novos modelos, sob pena de serem tragadas pela concorrência.

Embora com atraso, os operários de São Bernardo deram-se conta das mudanças e reconheceram ser vital a adaptação às novas exigências, o que significa agir dentro das normas do Estado Democrático de Direito, substituindo a violência inútil pelo esforço de produção e negociações diretas.

A criação do Comitê Sindical de Empresa, encarregado da solução de conflitos nos locais de trabalho, é a mais notável contribuição oferecida pelos metalúrgicos do ABC paulista à necessária adequação das leis trabalhistas aos novos tempos.

A Constituição de 1988 e a Lei n.º 7.783/89 conferem tratamento equilibrado ao direito de greve no setor privado. Trabalhadores e patrões conhecem os limites a que estão sujeitos na esfera das relações de trabalho. Cumprir as normas legais não significa renunciar ao direito de greve, mas exercê-lo, como derradeiro recurso, no momento da negociação.

Apesar das lições do ABC, não foi erradicado o perigo de voltarmos ao grevismo irresponsável. Com as facilidades do regime democrático, e graças à legislação que perpetua diretores pelegos, algumas entidades terceirizam piquetes, abusam dos carros de som, bloqueiam portões, hostilizam e agridem quem deseja trabalhar.

Dirigentes pelegos não se preocupam com a manutenção das atividades industriais nos municípios que controlam, ou com o desaparecimento de postos de trabalho. É-lhes indiferente, também, precipitar trabalhadores em aventuras destinadas ao fracasso. Com o dinheiro da contribuição sindical e a arrecadação de taxas impostas a associados e não-associados, podem dar-se ao luxo de não trabalhar e impedir quem deseja fazê-lo.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo indica o caminho a ser seguido: conservar abertos os canais de diálogo por intermédio das comissões de fábrica e prevenir conflitos pela via da negociação, afastando a intromissão não desejada do Estado. Essa é a fórmula do sucesso, que deveria ser adotada pelos empregadores e entidades sindicais.

ADVOGADO, FOI MINISTRO DO TRABALHO E PRESIDENTE DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST)

JOSÉ AUGUSTO GUILHON ALBUQUERQUE

Entre o erro e a torcida
JOSÉ AUGUSTO GUILHON ALBUQUERQUE
FOLHA DE SÃO PAULO - 20/08/10 

As pesquisas eleitorais frequentemente servem às torcidas; caso contrário, as candidaturas não gastariam verdadeira fortuna com elas 


Corria o ano da graça de 1985 e São Paulo, como as demais capitais, teve sua primeira eleição direta para prefeito, após longos anos de nomeação por um governador preposto do regime militar.
A disputa estava polarizada entre Jânio Quadros, com o apoio popular e das elites conservadoras, e Fernando Henrique Cardoso, de longe o favorito das elites progressistas e dos intelectuais.
No dia da eleição, o desfecho era imprevisível, a não ser para as respectivas torcidas. O Datafolha fez, naquele dia, pesquisa de boca de urna -pelo que me lembro, inovação ousada- que foi um desastre em todos os sentidos da palavra.
O resultado da pesquisa de boca de urna foi anunciado praticamente no momento em que as urnas se fechavam, dando FHC como vitorioso por poucos pontos. Mas, no final da noite, as urnas deram Jânio, por uma diferença de três pontos.
Ruim para o Datafolha e para aqueles que consideram que a eleição de Jânio contribuiu para aguçar as divisões internas entre as forças políticas que conduziram o processo de redemocratização, um desastre de grandes proporções.
Tenho em mãos o artigo publicado na Folha por Mauro Paulino, diretor do Datafolha ("Pesquisas não servem às torcidas", 10/8, Poder).
Acho que elas podem servir, sim, e frequentemente servem, senão as candidaturas não gastariam fortunas com elas. Mas não deviam, por isso deixo claro que sou eleitor do PSDB, como fui do MDB e do PMDB a seu tempo. Contudo, parafraseando Aristóteles, sou amigo de Platão, mas sou mais amigo da verdade.
O Datafolha errou, em 1985, ao desconsiderar os eleitores que diziam, na boca da urna, não saber em quem votariam.
Com isso, sem divulgar, além dos votos expressos nos dois candidatos -que dariam a vitória a Fernando Henrique-, também a porcentagem de votos não declarados que, por ser superior à diferença entre os dois, deixava a eleição impossível de ser prevista, o Datafolha tratou "não sei" como sinônimo de voto em branco ou nulo.
A hipótese mais viável que surgiu na época foi a de que uma parte significativa dos "indecisos" na boca de urna estava, na verdade, mais inclinada a votar em Jânio. Quanto à hipótese de que os indecisos majoritariamente votassem nulo ou em branco, não ocorreu em 1985 nem tem sustentação na história das eleições.
No último sábado, ao decretar no alto da primeira página que Dilma "fica a três pontos da vitória no primeiro turno", a Folha comete o mesmo erro, pois sua conta também descarta, como brancos e nulos, os que "não sabem" em quem vão votar, diminuindo em quase dez pontos o total de votos válidos e aumentando, em consequência, o percentual atribuído à candidata.
O erro do Datafolha em 1985 foi compreensível. Agora, ao reincidir no erro, atribuindo a vitória antecipada a uma candidatura cuja preferência está sendo estimada em cerca de 40%, num momento em que a campanha para valer nem sequer começou e a quase dois meses da eleição, a Folha precisa se explicar melhor, sob pena de poder ser acusada de aderir à torcida.


JOSÉ AUGUSTO GUILHON ALBUQUERQUE, 69, é professor titular de Ciência Política e Relações Internacionais da USP.

GOSTOSA

PAINEL DA FOLHA

Chamada oral
RENATA LO PRETE

FOLHA DE SÃO PAULO - 20/08/10 

Diante do avanço de Dilma Rousseff (PT) em São Paulo, o PSDB local prepara um evento no qual espera reunir, no início de setembro, 450 prefeitos. Para materializar uma "frente suprapartidária" em apoio a José Serra e Geraldo Alckmin, o partido nominará os presentes, além de fotografá-los com a dupla. 
O esforço é particularmente direcionado ao PMDB, que controla 70 prefeituras e se divide entre o serrista Orestes Quércia e o dilmista Michel Temer. A direção tucana reconhece que não é fácil arregimentá-los, dado o tratamento dispensado a eles pelo governo Lula na aprovação de projetos e liberação de recursos. 


Marcação Hoje, dois ministros de Lula reunirão empresários e políticos de Ribeirão Preto em encontro regional do "Conselhão". Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Wagner Rossi (Agricultura) comandam o evento, sob o pretexto de apresentar "agenda de desenvolvimento" à região. 

Melhor não O PT desistiu da reunião, que havia sido marcada para a próxima terça em Brasília, com prefeitos de todo o país em apoio a Dilma. A mudança nos planos se deu, entre outros fatores, pela dificuldade de mobilização, sobretudo em tempos de Congresso parado. 

Dedicação total Só dará Dilma na agenda de Lula na próxima semana. Além da madrugada de segunda-feira na porta da fábrica da Mercedes, em São Bernardo do Campo, estão pré-agendados outros dois comícios, um em Campo Grande, outro em Salvador. E a coordenação da campanha ainda discute a viabilidade de incluir mais um: seria no "horário de almoço" do presidente na terça-feira, quando ele estará cumprindo agenda oficial em Dourados (MS). 

Desabastecimento De um observador da troca de desaforos na campanha nacional tucana: "Quando o dinheiro não entra pela porta, o amor sai pela janela". 

Ah, bom... O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, telefonou a aliados de todas as praças para pedir que Serra seja imediatamente inserido nas propagandas regionais. Ouviu, da maioria, a desculpa de que as omissões se deram por "desconhecimento jurídico". 

Direito autoral Clésio Andrade (PR) acionará o TRE-MG contra Antônio Anastasia. Alega que o tucano exibe como suas realizações do primeiro mandato de Aécio Neves, quando Clésio foi vice. O presidente da CNT (Confederação Nacional do Transporte), apoiador de Hélio Costa (PMDB), quer ser citado na propaganda tucana. 

Lost O helicóptero que levava Osmar Dias (PDT), candidato ao governo, Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB), ambos postulantes ao Senado, à cidade de Toledo desceu ontem no lugar errado. O trio, que dá palanque a Dilma no Paraná, se viu num campo de futebol protegido por grades e trancado a chave. Enquanto a criançada local foi buscar resgate, os três arranjaram uma árvore para descansar. 

Cobertor curto Ellen Gracie, que na próxima quarta estará fora de Brasília, pediu a Joaquim Barbosa que interrompa a licença médica para o STF atingir o quórum mínimo de oito ministros. 

Visita à Folha Alfred Hackenberger, presidente da Basf América do Sul, visitou ontem a Folha, onde foi recebido em almoço. Estava com Fernando Figueiredo, vice-presidente, Gislaine Rossetti, diretora regional de Comunicação Social, e Mario Viana, assessor de comunicação. 
com LETÍCIA SANDER e FABIO ZAMBELLI 

tiroteio 

Mercadante ataca o ensino paulista por não se conformar com a aprovação automática conferida pelo eleitor ao PSDB em quatro eleições, indo para a quinta. 
DO DEPUTADO SILVIO TORRES (PSDB-SP), sobre as críticas feitas pelo petista à gestão tucana na educação, em especial ao sistema de progressão continuada. 

contraponto 

Questão de família 

A eleição deste ano colocou de um lado o sogro Moreira Franco (PMDB-RJ), que está com Dilma, e o genro Rodrigo Maia (DEM-RJ), o qual, apesar de muita encrenca, está oficialmente com Serra. 
-Esse é o desastre da política de saúde do governo federal- postou Rodrigo ontem no Twitter, remetendo seus seguidores para uma reportagem sobre o aumento do número de casos de dengue em Roraima. 
-Só falta agora você dizer que a saúde está sendo salva pelas políticas dos governos estaduais e municipais...- tuitou Moreira de volta.