| |
Os papéis de empresas do setor tiveram valorização média de 211,4% na Bolsa paulista, de acordo com levantamento realizado pela consultoria Economática. Em segundo lugar, estão as ações de eletroeletrônicos, que apresentaram ganhos médios acumulados de 167,8% neste ano, até o dia 23. Esses aumentos ficaram bem acima da valorização de 80% do Ibovespa, índice que reúne as 62 ações brasileiras mais negociadas na Bolsa paulista. No ano passado, empresas do setor de construção foram das que mais sofreram com a crise nos mercados financeiros, em razão da falta de recursos para financiamentos imobiliários. O que impulsionou os ganhos das empresas do setor neste ano foi o programa habitacional Minha Casa, Minha Vida criado pelo governo federal, além de outras medidas tomadas em razão da crise. "O governo liberou compulsórios, criou o fundo garantidor e manteve os juros baixos, para dar mais liquidez ao mercado", diz Ricardo Martins, gerente de pesquisa da Planner Corretora. "Com o incentivo do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, as fontes de financiamento ficaram mais fáceis", completa Martins. As iniciativas governamentais para aumentar a demanda por moradias, associadas ao incentivo fiscal para a compra de materiais de construção, também foram responsáveis pela recuperação dos papéis do setor na Bovespa, acrescenta Pedro Gaudi, analista de investimento da SLW Corretora. Já o setor de eletroeletrônicos, que foi o segundo que mais apresentou ganhos na Bolsa paulista, foi beneficiado "pelo aumento da demanda por computadores e pelo dólar favorável para as empresas importadoras de matéria-prima", de acordo com Gaudi. Entre os destaques negativos, está o setor de petróleo e gás, que teve valorização de 71,7% -abaixo da registrada pelo índice Ibovespa. É consenso entre os analistas que a capitalização que a Petrobras fará no ano que vem gerou incertezas no mercado. A notícia fez com que os papéis do setor apresentassem desempenho abaixo do que o registrado pelo Ibovespa neste ano. |
quarta-feira, dezembro 30, 2009
MARIA CRISTINA FRIAS - MERCADO ABERTO
SILVIO LUIZ REICHERT
A cerveja e o orgulho de quem faz o melhor
FOLHA DE SÃO PAULO - 30/12/09
A indústria brasileira de cerveja zela pela qualidade de seu produto. Ela sabe que seu consumidor é exigente e tem muito bom gosto
EM ARTIGO publicado no dia 18 ("A cerveja: bebendo gato por lebre"), o físico Rogério Cezar de Cerqueira Leite atacou duramente a indústria brasileira de cerveja, lançando mão de argumentos ora incorretos, ora infundados, mas sempre injustos. Argumentos que precisam ser refutados em nome de um setor que goza da confiança e da preferência de milhões de consumidores, que foram inaceitavelmente desinformardos.
Para deixar claro que não aprecia o produto que é feito no Brasil e consumido e aprovado pelos brasileiros, o autor se vale de números errados e premissas levianas que não levam à conclusão por ele desejada, a de que a cerveja brasileira é ruim porque elaborada de maneira enganosa, na base da "malandragem", utilizando-se de produtos de baixa qualidade, ludibriando o consumidor e afastando-o do que o autor considera "bom gosto".
A indústria nacional de cerveja possui tradição de mais de cem anos e tem orgulho de produzir bebidas de altíssima qualidade, assumidamente mais leves, menos encorpadas, mais refrescantes, mais digestivas do que similares europeias e condizente com o clima brasileiro e com o que deseja o consumidor.
Ao contrário do que dá a entender o artigo, as grandes cervejarias obedecem à legislação brasileira, que determina que a porcentagem de malte (cevada submetida a processo controlado de germinação) contido no extrato que dá origem à bebida não pode ser menor do que 55%.
Os demais cereais que o mestre cervejeiro usa nas fórmulas, dentro da lei e das boas práticas da profissão e da produção, são não maltados, ao contrário do que diz o autor, e empregados para alcançar as características que se pretende: mais malte é igual a cerveja mais encorpada e mais pesada; menos malte (respeitando o mínimo de 55%) é igual a cerveja leve, refrescante, suave.
A segunda e incompreensível incorreção do físico vem no bojo de conta que ele faz para tentar convencer que a cerveja fabricada no Brasil utiliza outros produtos que não a cevada para ludibriar o consumidor. Prova: o Brasil não produz nem importa cevada suficiente para dar conta da demanda de malte dos fabricantes. De fato, não mesmo. Tanto que a maior parte do malte utilizado pelas grandes indústrias, algo em torno de 65% ou mais, é importado. Mas isso não entrou na conta do autor.
Da mesma forma, ele desconsidera que mais malte ou menos malte na cerveja é antes de tudo uma opção do mestre cervejeiro na formulação de seu produto. Em algumas marcas de grande penetração no nosso mercado, esse percentual chega a 100%. Trata-se de opção técnica, cujo único objetivo é justamente produzir um produto de acordo com a preferência do consumidor, nunca enganá-lo.
Claro que há gosto para tudo, tanto que fabricantes nacionais mantêm em seu portfólio inúmeras marcas importadas, belgas, alemãs e outras.
Mas essas marcas ocupam uma faixa inexpressiva do mercado, por um motivo muito simples: a imensa maioria prefere a cerveja brasileira.
Ainda para tentar convencer o leitor de que a "má qualidade" origina-se na opção por produtos ruins, o autor comete mais um erro: afirma que o índice de conversão do grão de milho em álcool é maior que o da cevada. Trata-se exatamente do oposto: a cevada tem rendimento de 67% na composição do extrato originário da cerveja, enquanto o milho atinge apenas 56% de rendimento.
Há ainda a contestar um argumento leviano e duplamente incorreto. O autor diz que a tal "má qualidade" seria, também, decorrência da utilização de conservantes químicos. As cervejarias brasileiras de primeira linha não usam conservante por dois motivos: primeiro, porque é ilegal, trata-se de prática vetada pela legislação; segundo, porque totalmente desnecessário, já que a conservação da cerveja de boa qualidade é garantida pelo seu próprio processo de fabricação.
Por fim, o autor mira suas baterias contra o lúpulo utilizado no Brasil, também este de "baixa qualidade".
Talvez ele não saiba que o produto é importado da Europa (onde é utilizado inclusive no fabrico das cervejas alemãs, por ele citadas) e dos EUA, que mantêm rígidos padrões de qualidade para o produto.
Esse nível de desinformação se choca frontalmente com o patamar de excelência em que se encontra a indústria brasileira de cerveja. Trata-se de um setor que investe permanentemente em pesquisa e inovação, dispõe das mais modernas tecnologias e zela pela qualidade de seu produto porque tem plena consciência de que, diferentemente do que pensa o autor do artigo, seu consumidor é exigente e tem muito bom gosto.
SILVIO LUIZ REICHERT, químico, mestre cervejeiro pela Doemens Fachakademie, da Alemanha, é vice-presidente de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico da Anheuser-Busch Inbev.
CELSO MING
O IGP-M andou para trás
O Estado de S. Paulo - 30/12/2009 |
Final de ano, em geral tão fraco em notícias econômicas, ontem apresentou duas informações que pedem análise. A primeira é o IGP-M fortemente negativo. E a segunda, a rápida expansão do crédito. O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) poderia não passar de um medidor de inflação como tantos outros, com a peculiaridade de ter em sua composição um peso mais alto (60%) de preços no atacado. No entanto, é bem mais do que isso, na medida em que é usado como indexador, ou seja, como critério de reajuste de um grande número de contratos: aluguéis, tarifas, prestações imobiliárias, honorários de advogado e valores financeiros. Desde meados do ano se esperava que a evolução do IGP-M seria negativa em 2009 porque a crise global e o tombo do dólar derrubaram os preços no mercado atacadista. O que se viu ontem foi um número fortemente negativo, de -1,72%, o mais baixo da série histórica do índice. Isso significa que os preços amarrados ao IGP-M têm de cair. Um aluguel de R$ 1 mil, reajustável em janeiro, por exemplo, terá de cair para R$ 982,80. Bom para o inquilino, não tão bom para o proprietário. As imobiliárias não gostam dessa derrubada porque têm de admitir que os imóveis desvalorizaram. Por isso, quando se deparam com um reajuste desse tipo, tendem a escamotear a realidade e a manter os valores do ano anterior. O que se pode dizer é que, a longo prazo, os índices que medem a inflação, seja qual for sua composição, tendem a confluir para o mesmo número. O que é negativo hoje tende a ser compensado com uma esticada mais à frente. A outra informação é a disparada do crédito, de 15% em 12 meses até novembro. Em 2002, o saldo das operações correspondia a 22% do PIB. Agora, está a 45%. Isso quer dizer que sua expansão contribuiu para o aumento do consumo, que se imagina tenha sido entre 4% e 5% em 2009. Alguns economistas veem na esticada do crédito o risco de alimentar a inflação a partir do momento em que o consumo correr à frente da produção. Esse risco existe, mas vai demorar para produzir impacto sobre os preços porque ainda há capacidade ociosa na indústria, não só porque mercadoria encalhada apenas agora vai sendo desovada, mas também porque as exportações de manufaturados caíram 29% neste ano até novembro. O volume de crédito no Brasil ainda é baixo, especialmente quando se compara com o dos países ricos (em geral acima de 100% do PIB). Mas a velocidade da expansão (a quase 15% ao ano) é insustentável a longo prazo, por duas razões. Primeira, porque a produção não segue o mesmo ritmo. E, segunda, porque o governo está gastando demais, tem de emitir mais títulos de dívida para financiar a gastança e, assim, à medida que mais recursos vão para a cobertura das despesas públicas, menos sobram para o crédito ao setor privado. Confira Não acabou - A virada de 2009 para 2010 está levando muita gente a fazer o balanço da década: os melhores livros, os melhores filmes, as melhores músicas, os maiores acontecimentos econômicos da primeira década do século 21. lll Estão pulando um ano. Os anos 10 também pertencem a esta década, pela mesma razão pela qual, no jogo do bicho, a dezena 00 (vaca) vem depois de 99 e é a última da série. lll Não houve um ano zero, seja qual for a contagem dos tempos. Cristo, por exemplo, não nasceu no ano zero. Nasceu no ano 1 e só completou 10 anos ao final do ano 10. |
RUY CASTRO
Só falta o Moto Rádio
Folha de S. Paulo - 30/12/2009 |
Grande ano, 2009, para o presidente Lula. Só não se pode dizer que melhor, impossível, porque, quando se trata de Lula, nada é impossível. Com seus poderes e uma estrela que vou te contar, ele deverá prolongar 2009 até a Copa do Mundo ou tornar 2010 ainda melhor para ele. |
PAINEL DA FOLHA
Chamada geral RENATA LO PRETE FOLHA DE SÃO PAULO - 30/12/09 Mãos cheias. Paulo Bernardo (Planejamento), que chegou a aparecer no noticiário como possível substituto de Dilma, deve na verdade carregar para sua pasta algumas missões hoje a cargo da Casa Civil, como o PAC 2. Do vererador JOÃO ANTONIO, líder do PT na Câmara paulistana, sobre o anúncio de que serão construídas emergencialmente 3.250 casas para abrigar vítimas das enchentes no Jardim Pantanal. O lançamento da primeira Unidade de Pronto-Atendimento de São Bernardo do Campo, ontem, com a presença do presidente Lula e do governador Sérgio Cabral (PMDB-RJ), começou com quase uma hora e meia de atraso, sob forte calor no ABC paulista. |
ROBERT AMSTERDAM
Que espécie de player é o Brasil?
O Estado de S. Paulo - 30/12/2009 |
O Brasil do século 21 impressiona os observadores internacionais pelo crescimento econômico dinâmico, pela baixa inflação e por instituições democráticas firmemente consolidadas. A superação da crise global em período recorde é prova desse brilhante desempenho. Mas uma pergunta persiste: que espécie de player o País quer se tornar? A dúvida é pertinente. Analistas de segurança, de Madri a Nova Délhi, estão perplexos com o relacionamento entre o Brasil e a Venezuela. Chegam a formular uma infeliz teoria: o País tornou-se potência econômica, mas continua a praticar política externa do século 20. Os fatos comprovam isso. Há poucos dias, o Senado Federal confirmou o ingresso da Venezuela no Mercosul, e o fez ao mesmo tempo que o presidente Hugo Chávez lançou um ataque inédito ao sistema judiciário de seu país, além de manter, no período, a queda de braço com a Colômbia em nível perigosamente próximo de um verdadeiro conflito armado. Há os que argumentam que o Senado brasileiro não votou por Chávez, mas por uma futura parceria com o povo venezuelano. É possível que seja verdade, e nada há de errado em dar as boas-vindas à Venezuela no mais importante bloco comercial da região. Mas não parece convincente. O que vemos é uma fundamental falta de vontade política de confrontar o governo Chávez e proteger os interesses brasileiros na região. A prisão da juíza María Lourdes Afiuni, no dia 10 de dezembro, é prova de que a presidência da Venezuela desmantelou a separação constitucional de Poderes. O fato ocorreu momentos após Afiuni ter ordenado a soltura do empresário Eligio Cedeño, prisioneiro político que ficou em cárcere por quase três anos sem julgamento nem condenação. A juíza foi difamada em cadeia nacional de televisão pelo próprio presidente e sentenciada à pena máxima de 30 anos. Chávez mandou prender Afiuni, atacou publicamente sua figura e a de Cedeño e ainda exigiu detenção máxima para os dois. O Grupo de Trabalho da ONU - formado por três especialistas em direitos humanos e independentes - apresentou parecer que condena e classifica como arbitrária a prisão de Cedeño. O governo Chávez registra amplo histórico de represálias a juízes e promotores envolvidos nesse caso. Em 2007, uma juíza teve seu filho ameaçado de sequestro e por isso foi obrigada a seguir para o exílio. Isso tudo porque ela exerceu livremente seu trabalho e acatou denúncia de Cedeño contra funcionários da Receita. Outro episódio marcante é o de um promotor que perdeu o emprego por se ter pronunciado contra a prisão infundada do empresário. Afiuni é a vítima mais recente de Chávez. Enquanto Cedeño ingressou legalmente nos Estados Unidos no dia 19 e se submeteu voluntariamente ao sistema jurídico daquele país, a juíza foi removida para prisão de segurança máxima, repleta de presas que ela mesma havia sentenciado (o que é contrário à lei) e em apenas uma semana já sobreviveu a duas tentativas contra a sua vida, perpetradas por detentas que ameaçaram "queimá-la viva". Caiu a máscara de Chávez e não podemos mais considerar a Venezuela um Estado normativo e democrático de direito. Para surpresa de todos, uma juíza teve a coragem de observar a lei e concordar com as opiniões internacionais quanto à ilegalidade da detenção de um prisioneiro político. O governo venezuelano manipula as informações sobre as detenções, as extradições e os atos ilegais ocorridos nesse caso para se colocar como a parte lesada do processo e promover mais uma disputa com o seu maior inimigo "imaginário", os Estados Unidos da América. Chávez apropriou-se tanto dos tribunais como das forças militares do seu país, manejando-os como instrumentos pessoais. E isso só está sendo possível pelo endosso internacional de países-chave, como o Brasil. Há que considerar ainda que expressivas empresas brasileiras investiram pesadamente na Venezuela, mas são-lhes devidos bilhões, em razão do corrupto regime de câmbio no país, a cargo da entidade pública Comisión de Administración de Divisas (Cadivi), controlada por Chávez. Por acaso os brasileiros imaginam que serão os únicos a não sofrer quebra de contratos, expropriação ou inadimplência? Se essa é a avaliação, peca-se por ingenuidade. Como vimos nesse recente ataque pessoal de Chávez a Cedeño e à juíza que ordenou sua soltura, o Brasil não poderia contar com uma decisão justa, em nenhum tribunal venezuelano, em matéria de negócios. A Venezuela de Chávez não oferece nenhuma segurança jurídica. É preciso lembrar também, olhando para o conflito armado entre a Venezuela e a Colômbia, que esse é um episódio igualmente catastrófico para o Brasil: levaria à fuga de capitais, a uma crise econômica ímpar e à probabilidade de escalada regional da violência, em função da proximidade que Chávez mantém com grupos extremistas. Os lamentáveis episódios em Honduras, semanas atrás, da mesma forma ilustram o potencial de conflitos causado por desvios da ordem constitucional. Há grande mérito na capacidade brasileira de manter relações amigáveis com tantas nações de valores diferenciados. A diplomacia Sul-Sul, empreendida pelo governo Lula, deverá projetar-se por muitos anos e contribuirá para redefinir um enfoque multipolar das relações globais. Essa tática, contudo, tem seus limites. Seus custos são altos quando levada a extremos. O Brasil é melhor do que tudo isso. E merece muito mais. A sua ambiciosa visão prospectiva não é compatível com a tolerância à tirania absoluta nas suas fronteiras. É hora de decisão: o pé no século 21não permite a manutenção de visões retrógradas. |
SONIA RACY - DIRETO DA FONTE
Está virando polêmica, entre cadeirantes, um comercial sobre acessibilidade do Metrô de SP. O filme mostra jovem de cadeira de rodas embarcando em um vagão, sem ajuda de seguranças. Ela empina a cadeira para ultrapassar degrau ao entrar no trem.
O Movimento Inclusão Já mandou carta ao governo Serra pedindo a retirada do vídeo do ar. "O filme não condiz com a realidade. É perigoso empinar daquele jeito e é preciso ajuda no embarque", avisa o militante Valdir Timóteo.
Resposta da CPTM: há sempre seguranças por perto, para ajudar a quem pedir...
Direito de sair
Consta que Tarso Genro fez acordo com Lula para deixar o Ministério em fevereiro - e não em março, como os outros ministros.
Há quem diga, também, que o acerto acabará tendo um pequeno adiamento...
Olha eu aqui
Ao ouvir de Lula que o PT muda muito de candidato em São Paulo e deveria repetir mais os nomes, Eduardo Suplicy ponderou entre amigos que então o escolhido devia ser o próprio presidente, que disputou em 82.
"Mas como Lula é presidente, o nome seguinte, como candidato em 1986, sou eu. Me ponho à disposição..."
Contra-flex
Pela primeira vez, desde o lançamento do carro a álcool, em 1979, esse combustível deixa de ser competitivo em relação à gasolina.
O litro já custa, em muitos postos, acima dos R$ 1,75.
Adeus, irmão
Está praticamente decidida, na área técnica da Fazenda, a extinção do Fundo Nacional do Desenvolvimento.
Que perdeu a função desde que o governo inventou seu "irmãozinho", o Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.
Areia
Visto passeando no Quadrado de Trancoso, com os netos, e depois esticando para uma pizza no Maritaca, o governador José Serra.
Que, tudo indica, deve passar o réveillon por lá.
Alô, ausentes
Aconteceu na terça passada, em voo da Gol entre Rio e Brasília. Preparando a decolagem, o comandante diz ao microfone o nome de três passageiros e pede que eles se apresentem ao comissário de bordo
E arremata: "Caso não estejam presentes, informamos a esses senhores que suas bagagens serão retiradas."
Disneylândia
Brasileiro não gosta de estudar ou não gosta dos EUA?
Levantamento da área de educação do governo Obama indica que 8.767 estudantes foram daqui para lá, este ano. Contra 103 mil da China, 98 mil da Índia, 95 mil da Coréia do Sul...
Marx na tela
Não é o filósofo alemão nem a trinca das comédias. Mas Roberto Burle Marx, cujas obras e visão estética vão virar filme.
Documentário a ser dirigido por João Vargas vai mostrar as contribuições do paisagista em jardins e em projetos como o Parque o Flamengo, no Rio, ou o Parque Del Este, na Venezuela.
Yes, it"s him
Al Pacino comprou os direitos e vai filmar The Humbling, de Philip Roth.
No Brasil, o livro do autor americano chega ano que vem, pela Cia. das Letras.
Off passarela
A Ford Models está investigando casos de falsos "olheiros" que estão usando o seu nome, no Brasil e no exterior, para aplicar golpes.
A Ford avisa que não cobra taxas e não recruta gente via Orkut, MSN ou Facebook.
NA FRENTE
Beyoncé chega repaginada para seus shows no Brasil. Bem mais magra, cabelos lisos e parte do rosto coberto por uma franja enorme.
Marcelo de Carvalho e Luciana Gimenez querem internacionalizar o Superpop. Embarcaram para NY com piloto do programa em inglês, para tentar vendê-lo por lá.
Nem sempre a arte imita a vida. Roberto Bomtempo vai contracenar com a mulher, Miriam Freeland, em um longa. O tema? A última noite de um casal antes de se separar.
A saga vivida pelos irmãos Cláudio e Orlando Villas Boas, no Xingu, vai virar filme. A ser produzido pela O2 e roteirizado por Cao Hamburger e Elena Soares.
Provando que a "beatlemania" não passa, o livro The Beatles - A História por Trás de Todas as Canções, de Steve Turner, esgotou em menos de um mês. A Cosac Naify já prepara uma segunda tiragem.
Oswaldo de Oliveira, ex-Corinthians, foi eleito o melhor técnico do ano. No Japão.
ARI CUNHA
Raposas e galinheiro
Correio Braziliense - 30/12/2009 |
José Roberto Arruda saiu do DEM e anunciou que ficará no governo do Distrito Federal até o final do mandato. As obras estão acontecendo durante o final do ano. Isso faz parte de sua declaração. Não houve paralisação em nenhuma das 7 mil obras iniciadas. O Tribunal de Contas da União, que verificou com desaprovação em alguns detalhes, resolveu o emergente. Colocou seus fiscais para acompanhar tudo que ali se passasse. Mas Arruda continua trabalhando. Não inaugura obras nem aparece em público. Está se resguardando tanto quanto possível. A decisão do TCU foi não retirar, mas fiscalizar e acompanhar as raposas no galinheiro, como dizia o filósofo de Mondubim. |
JOSÉ SIMÃO
Feliz 2010! Cuidado com a rolha!
FOLHA DE SÃO PAULO - 30/12/09
E sabe quem devia fazer a contagem regressiva para a Grande Virada? A VANUSA!
BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta! É amanhã! Prepara o figueredo! A Grande Virada! Eu vou virar abóbora. E sabe quem devia fazer a contagem regressiva pra Grande Virada? A VANUSA! Aí a gente não entrava em 2010, ficava empacado em 2009. Nesse pagode sem pandeiro!
E uma amiga vai passar a virada VIRADA PRA LUA! E como se diz em Brasília: Feliz 2010%. Ou como estão dizendo umas amigas minhas: FELIZ HOMEM NOVO! E aquelas promessas de fim de ano? Eu vou fazer uma promessa diferente: "Prometo que vou começar a fumar e engordar uns 20 quilos". Rarará!
E chegou 2010. Parece ficção científica. Quando eu era menino, achava que em 2010 as cidades seriam cobertas por uma redoma de vidro e com ar-condicionado. E com um monte de carro voador. Pois já estamos em 2010 e São Paulo tá lotada de carro velho. E Capão Redondo não está coberto por redoma de vidro e nem tem ar-condicionado.
E isso é o que desejo para os meus leitores: BOAS ENTRADAS E MELHORES SAÍDAS. Porque o último que me desejou boas entradas, eu entrei pelo cano! Então: melhores saídas! E boas entradas! Só que uma amiga minha, em vez de entrar, quer ser entrada!
E o Lula disse que o brasileiro vai acordar no dia 1º com uma vida melhor. Com uma vida melhor. E um fígado pior! E sabe o que aconteceu com uma amiga no Réveillon passado? O vizinho jogou um rojão e acertou no vidro do carro dela. Rarará! E um outro aproveitou o barulho dos fogos pra soltar um pum! E a passagem de ano do Rubinho? Os outros que vão passar! Rarará! E eu só não desejo para todos um GRAAAANDE 2010 por medo de que a gente não consiga chegar até o final!
E todo ano eu faço o mesmo pedido para a nação brasileira: feias, bagulhos e mocreias, evitem a praia. Senão o Ano Novo se assusta e não entra! Dilma e Serra, passem o Réveillon no escuro, pelo amor de Deus. Assustaram o Ano Novo! Rarará! E aí a gente empaca em 2009. Nesse pagode sem pandeiro!
E quem não tiver dinheiro pra champanhe, pega um saco vazio de supermercado e estoura. O que importa é o barulho. A festa. A GANDAIA! E é isso: muita champanhe, mas cuidado com a rolha! Rarará!
E muito Epocler, Engov e Xantinon. Porque vai todo mundo acordar mais seco que língua de papagaio. Rarará!
Nóis sofre, mas nóis goza. E hoje só amanhã!
Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno.
ELIO GASPARI
De obama@gov para dilma.e.serra@org
FOLHA DE SÃO PAULO - 30/12/09
Eu consegui mudar a cara dos serviços médicos no meu país e vocês podem fazer o mesmo no Brasil, yes, you can
ASSUNTO : plano de saúde para o Brasil
Estimados Dilma Rousseff e José Serra,
Como vocês viram, aprovei o projeto que universaliza o acesso dos americanos aos planos de saúde. Tínhamos entre 45 milhões e 60 milhões de pessoas ao sol e ao sereno. Vocês achavam que não ia dar. Deu, porque recuei quando foi necessário e enfrentei a direita paleolítica à maneira do Lula, de microfone na mão, em cima de um tablado.
Sugiro que vocês aproveitem a campanha eleitoral para oferecer aos brasileiros um novo capítulo da história de vossos serviços médicos.
Quero lhes confessar que entrei na disputa pela Presidência sem ideia formada a respeito da questão dos planos de saúde. Se vocês ouviram as platitudes que eu disse num debate em março de 2007, tiveram pena de mim.
Nosso sistema amparava os velhos e os pobres, mas deixava na chuva um pedaço da classe média. O de vocês oferece o serviço dos planos privados para quem tem saúde para trabalhar. Fora daí, há o SUS. Em tese, é um sistema fenomenal, verdadeira cobertura universal. Na vida real, o Brasil privatiza recursos públicos e a iniciativa privada estatiza uma parte do custo social da saúde. Como? Privatiza o público quando o cliente de um plano privado vai a um hospital público.
Estatiza o custo social quando um trabalhador desempregado ou aposentado é expelido do plano da operadora. Esse é hoje o maior buraco da agenda social brasileira.
Vocês podem virar esse jogo. Yes, you can. Concebam mecanismos por meio dos quais os planos privados e o SUS trabalhem com objetivos convergentes. Dá algum trabalho, mas não muito. Será preciso que o Estado mostre a sua mão pesada e os dentes da opinião pública.
Comecemos pelo óbvio: o ressarcimento, pelas operadoras privadas, das despesas que os hospitais públicos têm com seus clientes. Um caso recente: quem salvou a vida do cineasta Fábio Barreto foi a equipe de neurocirurgia do plantão da madrugada no hospital Miguel Couto. Pela tabela dos hospitais cinco estrelas da rede privada (onde não há plantão de neurocirurgia) as primeiras 12 horas de atendimento de Barreto teriam custado em torno de R$ 100 mil. Procurem saber se a operadora dele pensa em ressarcir a Viúva. (Não deixem de ver o filme do Fábio. A CIA me trouxe uma cópia pirata, adorei. A Michelle chorou, mas a Malia ficou meio desconfiada.)
A lei que determina o ressarcimento tem mais de dez anos e foi sedada pelos gatos gordos do mercado, associados aos gatos magros da burocracia. O que foi feito do cartão do SUS? Com ele, cada brasileiro teria um plástico com seu histórico médico. Já se passaram 11 anos, gastaram-se quase R$ 400 milhões e o projeto está atolado. Os gatos gordos e os gatos magros esterilizaram a iniciativa porque ela racionaliza o serviço da saúde pública. Para eles, governo ideal é aquele que tem ministros caçando holofotes, dando serviço aos empreiteiros que constroem hospitais e aos mercadores de equipamentos.
Quando os hospitais decaem e as máquinas apodrecem, começa-se tudo de novo.
Um último palpite: sugiro que procurem a professora Ligia Bahia, na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Eu li umas coisas dela e garanto: entende do que fala, diz o que pensa e sabe se expressar.
Atenciosamente,
Barack Obama
ANCELMO GÓIS
Da agenda do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, que veio passar o réveillon no Rio, não constam apenas sombra e água fresca.
Dia 5, ele se reúne em Brasília com gente do governo, incluindo Orlando Silva, ministro dos Esportes. Em pauta, o pacote de benefícios fiscais da Copa.
É QUE...
O Brasil, como é comum entre os países que sediam a Copa, assumiu o compromisso de reduzir a carga de impostos cobrados da Fifa e de seus parceiros.
RECURSO ANIMAL
O STJ negou a décima tentativa do ex-jogador Edmundo para anular a condenação a quatro anos e meio de prisão pela morte de três pessoas num acidente de trânsito, em 1995, na Lagoa.
EU TAMBÉM QUERO
O BC celebrou os juros cobrados pelos bancos às pessoas jurídicas em novembro. Foram os mais baixos em 15 anos.
Só que isto ocorreu em grande parte por causa do avanço do crédito consignado. É aposentado ou servidor público que paga juros de 27% ao ano. Para os demais, resta o cheque especial — com módicos 163% ao ano.
NÃO ERA DE VERDADE
Dia 16 de dezembro, o ministro Juca Ferreira foi ao Congresso fazer a entrega solene do projeto de reforma da Lei Rouanet (ou seria Lei Juca?).
Foi um ato simbólico. O projeto mesmo não saiu ainda da Casa Civil.
ELE MERECE
Um abaixo-assinado com mais de 500 assinaturas de alunos do IFCS (Instituto de Filosofia e Ciências Sociais), solicita que a UFRJ conceda o título de professor emérito ao historiador José Murilo de Carvalho, recém-aposentado.
NA PONTA DO LÁPIS
Até agora só cinco dos 38 projetos de filmes aprovados pelo Fundo Setorial do Audiovisual da Finep, em julho, tiveram seus recursos liberados.
O pessoal do setor reclama do atraso e da burocracia. Já a Finep diz que a grana está em caixa. Mas só libera com toda a documentação dos produtores.
FATOR CHATÔ
O que se diz nos corredores da Finep é que o corpo técnico da casa aumentou o rigor desde o caso do filme Chatô, o rei do Brasil, de Guilherme Fontes.
É que a estatal levou um calote de R$ 2,5 milhões e seus ex-diretores foram multados pelo TCU por isso. É. Pode ser.
PROPAGANDA A CAVALO
O Jockey Club no Rio quebrou um tabu de 140 anos e liberou a publicidade nas fardas dos jóqueis que disputam corridas no Hipódromo da Gávea. O jóquei poderá ter patrocinador na calça e na bota e o dono do cavalo poderá estampar publicidade na blusa e no boné.
COPA É UMA FESTA
Celso Amorim a todo vapor. Tão logo comemore o réveillon no badalado edifício Chopin, onde tem apartamento, o chanceler embarcará para a Turquia, em visita oficial de 3 a 5 de janeiro. Aliás, as relações com a Turquia estão ganhando novo ímpeto com a abertura do nosso consulado-geral em Istambul, cujo titular será o ministro Michael Jepp.
MÍRIAM LEITÃO
Um ano, dois medos
O GLOBO - 30/12/09
O ano trafegou entre dois medos: no início, de a economia repetir a depressão de 1929; no fim, de não se conseguir evitar a tragédia climática. Contra o primeiro, os governos despejaram um volume nunca visto de dinheiro. Para o segundo, nenhum dinheiro foi possível. Parece ser o ano em que o mundo salvou a economia e condenou o planeta.
O presidente do FED, Ben Bernanke, foi a “Person of the year” da Time. Bernanke não pode ser culpado pela crise que explodiu em 2008. A bolha se formou no período Alan Greenspan.
Bernanke era membro da diretoria de Greenspan e nunca discordou do então chefe, mas se pode dizer que o atual presidente do FED não fez a crise, apenas não a viu a tempo.
Como reação, Bernanke afogou a crise num mar de liquidez nunca visto e ainda não demonstrou saber como vai sair dos excessos de estímulos monetários que produziu. Se demorar muito pode contratar uma nova bolha, e nova crise. Em 2010 é que Bernanke terá que mostrar seu valor. Até agora, tudo o que fez foi distribuir dinheiro. O resgate das instituições financeiras, iniciada no ano passado e completada em 2009, não puniu ninguém. Os bancos tomaram decisões insensatas, emprestaram indevidamente, tiveram lucros exorbitantes e, quando quebraram, foram socorridos com dinheiro público e seus executivos receberam bônus. A nova lei da reforma bancária, aprovada na Câmara no dia 11 de dezembro sem um único voto republicano, pode ser que impeça novos casos como esse no futuro.
Quando cheguei a Copenhague achei divertido o anúncio dos líderes políticos atuais envelhecidos avisando que poderiam ter protegido o planeta, mas não o fizeram.
Parecia só uma boa sacada de marketing. Quando saí, duas semanas depois, as fotos ainda estavam espalhadas pela cidade, e nas paredes do aeroporto, mas eu as vi com outros olhos. Pareciam proféticas.
Eles realmente poderiam ter feito e não fizeram o Acordo de Copenhague.
Os líderes falharam.
O presidente Barack Obama ganhou o Nobel da Paz entre duas guerras, no meio de uma escalada no Afeganistão e um pouco antes de bombardear as chances de um acordo climático. Talvez ele o mereça algum dia, mas certamente não em 2009. Dos Estados Unidos que rejeitaram Kioto — e que são os maiores emissores históricos dos gases de efeito estufa — se pedia apenas que dissessem: sim, nós podemos fazer um novo acordo geral do clima. Ele chegou a Copenhague para dizer: talvez algum dia. Foi o maior teste da sua liderança internacional e ele falhou. A China também foi responsável, mas de Obama se esperava mais.
A crise econômica afetou milhões e continua afetando.
Se 2008 foi o da ameaça da crise sistêmica, 2009 foi o da perda de emprego. O ano começou com o PIB encolhendo. Se aqui os empregos foram sendo recuperados, em outros países ainda não. Em Dillon, uma pequena cidade na Carolina do Sul onde Ben Bernanke nasceu, o desemprego é de 17%. Nos Estados Unidos, como um todo, o desemprego subiu de 7% para 10%.
Apesar desses números, Bernanke continua dizendo que tudo o que fez foi para salvar Main Street e não Wall Street. O cruzamento das duas ruas é usado como metáfora das escolhas entre o mercado financeiro e a população comum.
O risco sistêmico tem que ser combatido pelo Banco Central no seu papel principal de emprestador de última instância. Mas o FED de Ben Bernanke virou o emprestador de primeira instância. A oferta de dinheiro foi para todos: bancos de investimento, hedge funds, fundos mútuos, bancos estrangeiros, empresas industriais, seguradoras. A história desse resgate ainda não contada é a de uma grosseira operação de dar dinheiro a todas as criaturas do mercado financeiro sem fazer perguntas. Ao contrário do Proer, no Brasil, em que houve uma separação entre as contas do público, que foram garantidas, e os banqueiros que perderam seus bancos, o resgate americano manteve todos os interesses. Os donos continuaram donos, os executivos continuaram executivos, e com dinheiro público foram poupados.
Os trilhões distribuídos tornaram ainda mais intrigante a pergunta: por que o Lehman foi o único a quebrar? A explicação da Time para dar o prêmio de Pessoa do Ano a Ben Bernanke é que tudo poderia ser muito pior sem as medidas que ele tomou, mas a própria revista admite as falhas do premiado como a de que ele não tinha ideia de que a bolha estava se formando.
Em março de 2007 Bernanke garantiu ao Congresso que o problema dos títulos podres, conhecidos como “subprime”, estava sendo contido e que os fundamentos da economia eram fortes.
Meses depois tudo desabou e o subprime contaminou a economia global.
Na questão climática, nunca se viu o que se viu em 2009. Milhões se mobilizaram pensando em uma cidade: Copenhague.
Pelo mundo afora foram feitas campanhas e contagens regressivas. Nunca uma reunião da ONU foi tão popular e provocou tantas emoções.
O ano termina sem o medo de uma depressão, mas com a sensação de que dilemas da crise foram apenas adiados e que o resgate à moda Bernanke confirmou a ideia de que no mercado financeiro os lucros são privados, os prejuízos, públicos. Na questão climática, o ano termina com a sensação de que era vã a esperança de que com Obama os Estados Unidos se sentariam à mesa em Copenhague para fazer o acordo.
E são os dois, Bernanke e Obama, os grandes premiados do ano. Ainda não fizeram para merecer. Tomara que façam.
CLÁUDIO HUMBERTO
PAULO BERNARDO, MINISTRO DO PLANEJAMENTO, SOBRE OS CORTES NO ORÇAMENTO EM 2010
SENADO: CONSULTORES X CHEFES DE GABINETE
Os consultores legislativos saíram perdendo na forma com que queriam conduzir a reforma administrativa do Senado, elaborada pela Fundação Getúlio Vargas. Travam com os chefes de gabinete uma disputa histórica nos bastidores para mostrar quem tem mais poder. O Conselho de Administração da Casa – consultores, na maioria – defende que chefe de gabinete deixe de ser prerrogativa dos servidores efetivos.
NA PRESSÃO
O primeiro-secretário Heráclito Fortes deu razão aos chefes de gabinete e apresentou o projeto do jeito que eles queriam, na última sessão.
MANDA QUEM SABE
O projeto manteve os servidores efetivos no comando dos gabinetes. Na articulação do processo legislativo, são eles que entendem do riscado.
VAI SONHANDO
Na proposta de reforma da FGV, um baque no bolso: não haverá novo plano de salários que beneficiaria os consultores.
PROCURA-SE UMA VOZ DO BRASIL
A coluna tentou contato por dois dias com o locutor Paulo Ottaran para explicar as suspeitas de que vendia assessoria de imprensa para deputados no programa oficial A Voz do Brasil, onde trabalha, através de uma empresa de fachada. Seu celular não recebe ligações, e dia 21 entrou em recesso na Câmara, onde perdeu cargo numa Comissão após o caso das notas “frias”. O radialista fazia boletins para rádios e jornais.
SEM PODER
A Câmara dos Deputados esclarece que não há ingerência de locutores na Voz e utiliza um resumo dos pronunciamentos dos parlamentares.
SEM PRIVILÉGIO
Esclarece ainda que não existe privilégio de inserções na gravação, acompanhada por um jornalista, impedindo modificações.
COTAÇÃO
O ministro da Franklin Martins (Comunicações) é um dos cotados para assumir a Casa Civil, de Dilma Rousseff, assim que sair candidata oficial.
ELEFANTE SUJO...
Enquanto pintou sujeira para o governador José Roberto Arruda (DEM-DF), os estudantes da escola Elefante Branco (é esse mesmo o nome) vivem no meio do lixo. Há tempos a escola não vê limpeza.
... GRANA IDEM
A escola é do governo do DF, e fica no terreno da Secretaria de Educação. A ex-secretária é a deputada que guardou dinheiro na bolsa, fechando a porta antes. Certamente para as crianças não verem...
BONS DE BRIGA
A família Lins e Silva, que não desistirá da guarda do menino Sean, mantém outro front judicial contra o conhecido obstetra do Rio, Nadih Farah, a quem acusa de erro médico na morte da mãe de Sean, Bruna.
GUERRA PAULISTA
Embolou a corrida ao governo paulista: o DEM apoiará se Aloysio Nunes Ferreira (Casa Civil) se candidatar, deixando o colega tucano Geraldo Alckmin pendurado na brocha, sem o apoio do “demo” Cláudio Lembo.
DANDO BANDEIRA
Militares chiam com a novidade: às vésperas do Natal, Lula assinou lei determinando que a bandeira do Brasil seja hasteada com a do Mercosul em todos os prédios oficiais, órgãos públicos, etc. Chávez está vibrando.
VADIAGEM OUSADA
O morador de rua Raimundo Cledomar Pereira, 34, registrou BO na 6ª DP em Brasília contra dona de casa que tirou de sua porta, jogando na rua as tralhas dele. Alegou danos materiais e morais. Se a moda pega...
PANETONEGATE
Rogério Rosso é ex-diretor da Codeplan, no DF, afirma que, em março de 2007, a empresa deixou de ter contrato com empresas de informática. Garante também que não responde a ações judiciais.
ANO AMARGO
O açúcar cru bateu o maior preço (US$ 695 por tonelada) desde 1981, em razão das chuvas que impedem a produção rápida, no Brasil. Com a alta demanda na
Ásia, em 2009 o açúcar dobrou de preço.
NADA SE CRIA
A cueca de dinheiro dos petistas tem versão radical: a cueca-bomba que terroristas da Al Qaeda criaram para tentar explodir um avião americano.
PODER SEM PUDOR
TEMPERATURA ZERADA
Amocim Leite, ex-prefeito de São Mateus (ES), também garantiu presença no folclore político com várias histórias a ele atribuídas, como quando viajou aos Estados Unidos, relatada pelo jornalista Kim Campos. Durante a viagem de avião, Amocim perguntou a um assessor:
– Qual a temperatura lá fora?
– Zero grau.
– Oba! – respondeu – não está frio, nem quente...