sexta-feira, março 13, 2009

O IDIOTA


MIGUEZIM DE PRINCESA


O bolsa-vaselina

Sem ter mais o que doar,
O Governo da Nação
Resolveu, virando os olhos,
Gastar mais de R$ 1 milhão,
Doando para os viados
Bolsa-lubrificação.
 
II
 
Quem tem o seu pode dar
Da forma como quiser,
Seja feio, seja bonito,
Seja homem ou mulher,
E tem de agüentar o tranco
Da forma como vier.
 
III
O Governo Federal,
Que em tudo quer se meter,
Decretou que o coito anal
Tem mas não pode doer
E o Bolsa-Vaselina
Surgiu para socorrer.
 
IV
Quinze milhões de sachês:
A farra está animada!
Vai ter festa a noite inteira,
Até mesmo na Esplanada,
Sem ninguém sequer sentir
A hora da estocada.
 
V
Coitada da prega-mãe,
Vai perder o seu valor,
Pois é ela quem avisa
Na hora que aumenta a dor
E protege as outras pregas
De algum violentador.
 
VI
O governo quer tirar
Do gay a satisfação,
Como mulher sem prazer
(Fonte de reprodução),
Porque tanta vaselina
Vai tirar a “sensação”.
 
VII
- É para reduzir danos
- Defende logo um petista.
Porque na hora do coito
Dá um escuro na vista
E a dor é tão profunda
Que eu sinto dó do artista.
 
VIII
 
- Mas tu já desse, bichim?
- pergunta Zé de Orlando.
O governista sai bravo,
Dando coice e espumando,
Pega o “rabo de cavalo” 
E sai no dedo enrolando.
 
IX
O Brasil é mesmo assim:
Prostituta tem prazer,
Vagabundo tira férias,
Se trabalha sem comer
E quem dá o ás-de-copas,
Dá mas não pode doer.
 
X
O governo resolveu
Dar bolsa pra todo mundo
E criar um grande exército
De milhões de vagabundos
Só faltava esta bolsa
De vaselinar os fundos. 

FERNANDO GABEIRA

Crise de enganos

Folha de S. Paulo - 13/03/2009
 

Nesta crise econômica, fala-se de dinheiro mais do que tudo. Bilhões, trilhões de dólares são anunciados, anunciando investimentos (Europa, EUA), ou por governos que pedem ajuda (Hungria, Polônia, Ucrânia).
Mesmo não sendo economista, arrisco algumas perguntas. Por exemplo: de onde virá tanto dinheiro? Se ele existia até agora, por que não foi, pelo menos em parte, usado para mitigar os grandes problemas da humanidade?
Pergunto de onde vem porque minha memória de grande crise data do choque do petróleo, na década de 70. Lembro-me do secretário britânico James Calaghan dizendo isto: "Não podemos mais usar Keynes, simplesmente não há recursos para estas fórmulas".
A própria Inglaterra começou a responder a minha pergunta. Há dez dias, anunciou que iria imprimir dinheiro novo. Assim, entendo.
Outra grande dúvida é sobre o Brasil. Nem vou mencionar a marolinha vista por Lula em outubro. Houve certa onda positiva, dizendo que o Brasil era o país que iria se sair melhor entre todos do mundo.
É um pouco da nossa cultura: calça de veludo ou bunda de fora. Ou somos o que mais sofre, ou o que menos sofre, aquele capaz de ensinar aos países desenvolvidos como se toca uma economia.
A crise que, entre nós, era apenas um subenredo, passa a ser, a partir de agora, uma espécie de éter, que a tudo comunica um peso. Nos Estados Unidos, há uma propensão a rever o consumo. Aqui, um estímulo a comprar. Lá, lançam milhares de empregos verdes, aqui, um milhão de casas populares.
O mais importante aqui é que o governo gasta com empregos e custeio e não economiza para investir.
O que dizer de um programa de aceleração do crescimento quando o que se acelerou de fato foi o encolhimento?

PARA...HIHIHIHI

O BÊBADO... 

O bêbado, no ponto do ônibus, olha pra uma mulher e diz 
- Você é feia, hein?! 
A mulher não diz nada. E o bêbado insiste: 
- Nossa, mas você é feia demais! 
A mulher finge que não ouve. 
E o bêbado torna a dizer: 
- Puta merda! Você é muito feia! 
A mulher não se agüenta e diz: 
- E você é um bêbado! 
- É, mas amanhã eu melhoro... 

Então ele subiu no ônibus.Logo na roleta,cambaleando, diz ao cobrador: 
- Se meu pai fosse um gato e minha mãe uma gata, eu seria um gatinho! 
E continua: 
- Se meu pai fosse um cachorro e minha mãe uma cachorra, aí eu era um 
cachorrinho! 
E mais: 
- Se meu pai fosse um touro e minha mãe uma vaquinha,aí eu seria um 
bezerrinho! 
O cobrador, nervoso, pergunta: 
- E se o seu pai fosse um viado e sua mãe uma puta? 
- Aí eu era cobrador de ônibus! 

Saindo da roleta, o bêbado grita: 
- Hoje eu quero comer um cú!!! 
Todos os passageiros olham assustados para ele que, logo diz: 
- Calma gente, eu só quero um! 

Já na parte de trás do ônibus, grita de novo: 
- Desse banco pra frente todo mundo é corno! E daqui pra trás todo 
mundo é 
viado! 
Ao ouvir isto, levantam-se alguns dos passageiros, xingando o bêbado e 
ameaçando cobri-lo de porrada. O motorista, para evitar confusão,freia 
bruscamente e todos caem. Um deles se levanta, pega o bêbado pelo 
colarinho 
e pergunta: 
- Fala de novo, safado. Quem é corno e quem viado? 
- Agora eu não sei mais. Misturou tudo! 

Ele então desce do ônibus, entra logo num boteco e já pede: 
- Coloca aí dez pinga pra mim! 
O dono obedeceu e colocou dez pingas para o bêbado, que bebeu todas. 
- Coloca agora cinco pinga! 
O dono colocou, o cara bebeu todas e disse: 
- Agora coloca só três, viu? 
Bebeu as três num gole só, fez aquela careta típica de pingaiada e 
pediu: 
- Zzzzzzó uma agora! Zzzzzzó mais uma! 
O bêbado bebeu aquela, deu uma cambaleada e concluiu: 
- Quanto menossss eu bebo, mais eu fico tonto! 

Antes de ir embora ele pede um maço de cigarros,e leu no maço "O 
MINIStÉRIO 
DA SAÚDE ADVERTE: Cigarro pode causar impotência sexual". Assustado, 
gritou pro garçom: 
- NÃO!!! Esse aqui não!!! Me dá aquele que causa câncer. 

Ao sair do boteco, todo embriagado, consegue chegar em casa com muito 
esforço. Abre a porta e vai correndo para o banheiro. Assustado, corre 
para 
o quarto e acorda a mulher: 
- Ô muié....Essa casa tá mal assombrada! 
Eu abri a porta do banheiro e a luz acendeu sozinha.Depois, fechei a 
porta e 
a luz apagou sozinha. 
A mulher, puta da vida, grita: 
- Filho da puta!!! Você mijou na geladeira de novo!!! 

Enxotado de casa pela mulher, que não tava a fim de dormir cheirando 
bafo de 
pinga, vai a um beco, acaba dormindo no chão e tem o relógio roubado. 
No 
dia seguinte, já curado da manguaça, ao andar pela rua, vê um cara 
usando o 
seu relógio, e se aproxima dele dizendo : 
- Hei, cara, esse relógio é meu! 
- Que seu que nada! Esse relógio eu peguei de um bêbado que eu comi 
ontem lá 
no beco. 
-Tem razão, não é meu mesmo. Mas que parece, parece!!!!
 

GOSTOSA


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INFORME JB

Bahia fecha com Serra, via Kassab


Jornal do Brasil - 13/03/2009
 

O diretório estadual do PSDB da Bahia anunciou, sem estardalhaço, na quarta-feira, preferência pelo governador de São Paulo, José Serra, para a candidatura à Presidência. Antonio Imbassahy esteve em Brasília com o presidente da legenda, senador Sérgio Guerra, e anunciou a decisão – sobretudo a pacificação do DEM com o PSDB no estado. E quem atuou intensamente nessa direção foi o prefeito da capital paulista, Gilberto Kassab – que, a cada dia, se mostra um nato articulador. Serra ri de orelha a orelha. Via Kassab, ganhou o palanque do estado mais importante do Nordeste. Esta semana, a aliança final foi selada entre Imbassahy, ACM Neto, José Carlos Aleluia, Paulo Souto e, acredite, Jutahy Magalhães, que andava brigado com a turma.

Eu fico

Para segurar o ex-governador Paulo Souto no DEM, o cacique Jorge Bornhausen, que ainda manda no partido, deu a presidência da Comissão de Agricultura da Câmara para o filho, deputado Fábio Souto (DEM-BA).

Prévia da prévia

Aécio Neves desce no Recife no início da semana para conquistar a tucanada local.

Do lado de lá

O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) recebeu o grupo do Comitê Pro-Cidadania Unida de Massachusetts, dos EUA, brasileiros que lutam pela aprovação da PEC 5/2005. A emenda dá direito a eles de terem representantes na Câmara dos Deputados.

Portas abertas

Buarque pretende, numa futura regulamentação, se aprovada a PEC, dar espaço para quatro políticos entre os 513 deputados, que representariam Japão, EUA, UE e o "resto do mundo".

Guerra no PMDB

O PMDB do Rio entrou em guerra, desta vez por causa do horário eleitoral. O grupo de Sérgio Cabral e Jorge Picciani, denunciaram aliados de Garotinho, tenta controlar os horários. Garotinho mandou recado contra.

Gaveta limpa

Servidores que trabalham no STF com a ministra Ellen Gracie procuram novos cargos, tamanha é a certeza da sua ida para a corte da OMC. Mas há quem duvide.

País do algodão

Mesmo com os subsídios dos EUA para o algodão – cujo caso está em discussão na OMC com o Brasil como reclamante – a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão exportou US$ 696 milhões ano passado. Foram 532 mil toneladas para o exterior.

Dr. Algodão

No país, a maior consumidora de algodão é a Coteminas. Do ex-caixeiro viajante José Alencar Gomes da Silva. Ou, vice-presidente da República.

Teia de empregos

Calcula-se que o setor tem hoje 1,6 milhão de empregos no Brasil. "É o segundo maior empregador da indústria de transformação", comemora o presidente da Abrapa, Haroldo Cunha.

História do mar

A Marinha inaugura hoje a Casa do Homem do Mar, com acervo da Força, em Bombinhas (SC).

De bem

A Corregedoria do MP do Rio informou que não há operação contra cartórios no estado.

ILIMAR FRANCO

O que fazer?

Panorama Político
O Globo - 13/03/2009
 

O governador Aécio Neves (MG) está conversando com seus aliados sobre a sucessão de 2010. Reunirá alguns deles no fim de semana. Ele ainda não sabe como vai reagir à tentativa dos tucanos paulistas de desqualificar a realização de prévias para escolher o candidato do PSDB à Presidência. Ele tem protestado: "Estão usando a crise para interditar o debate". Aécio não esperava a posição pública do ex-presidente Fernando Henrique. 

TCU quer criar mais cargos 

O Tribunal de Contas da União e a Advocacia Geral da União estão para entrar em guerra. Tudo porque o presidente do TCU, Ubiratan Aguiar, quer criar um quadro próprio de advogados para ajuizar os acórdãos do tribunal. A ideia é contratar mais de uma centena de profissionais para atuar nos tribunais de todo o país. Na AGU, que hoje tem essa atribuição, a proposta é vista como uma tentativa de esvaziamento. Em resposta, nos próximos dias, o advogado-geral, José Antonio Toffoli, vai instituir uma força-tarefa que terá a responsabilidade de entrar com mil ações judiciais decorrentes de decisões já adotadas pelo TCU. 

Se eu tiver saúde, vou disputar as eleições de 2010" - José Alencar, vice-presidente, que espera disputar uma das duas vagas ao Senado por Minas Gerais 

TORTURA. A defesa de Cesare Battisti incluirá no processo que está no STF relatório da Anistia Internacional com fotos de evidências de tortura sofrida por um integrante das Brigadas Vermelhas. E já está nos autos ata de uma sessão da Câmara dos Deputados daquele país na qual um deputado descreve torturas sofridas por Pietro Mutti que, em delação premiada, acusou Battisti de quatro assassinatos. O ministro Tarso Genro defendeu ontem, no Senado, a concessão de refúgio a Battisti. 

Ruralistas 

O governador André Puccinelli (MS) pressiona para incluir na MP 450 mudanças no setor elétrico que beneficiem empreendimentos que utilizem biomassa. O governo e o relator, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), são contra.

Energia limpa 

A União da Indústria de Cana de Açúcar enviou carta ao presidente Lula sugerindo que ele proponha ao presidente americano, Barack Obama, a criação de grupo de trabalho Brasil-EUA para estimular a produção de etanol e biomassa. 

"Ei, você aí, me dá um dinheiro aí" 

O telefone do ministro José Múcio tocou mais do que de costume ontem. Parlamentares de todos os partidos ligavam para perguntar "cadê o meu dinheiro?", em uma referência à liberação das emendas parlamentares. Ficaram apavorados com a informação de que, em função da crise, o governo Lula vai contingenciar as emendas parlamentares do Orçamento de 2009. Múcio explicou que o corte não atinge as emendas empenhadas em 2008 e incluídas em restos a pagar. 

O vício da amizade 

Na discussão sobre o fim do voto secreto para cassação de mandatos, que deve entrar em pauta na Câmara, o líder do PT, deputado Cândido Vaccarezza (SP), tem a mesma opinião do ex-corregedor Edmar Moreira (sem partido-MG). Acha que cassação de parlamentar deve ficar a cargo da Justiça. "Quando os próprios pares julgam os seus, a tendência é haver protecionismo", disse ele, que é contra o voto aberto. "O voto secreto faz parte do estado de direito". 
OS PARLAMENTARES de partidos que contribuem com parte do salário para a legenda são contra o fim da verba indenizatória. O desconto partidário incide sobre o salário, mas não sobre a verba. 

LEGADO. Fala o ministro Fernando Haddad: "O melhor presente que este governo pode deixar para o próximo é acabar com a Desvinculação de Receitas da União (DRU) na área da educação". 

O COMITÊ em defesa do Banestes (ES) realiza, de 16 a 22 de março, plebiscito para saber a opinião dos capixabas sobre a venda para o Banco do Brasil.

PARA...HIHIHIHI

DROPS

Um casal de namoradinhos estava no cinema. Sabe como é adolescentes, descobrindo a sexualidade… O menino era mais velho e muito “safadinho”, enquanto a menina era inocente e sem maldade nenhuma na cabeça.
No meio do filme o garoto pega a mão da namoradinha, alisa, aperta… E devagar vai puxando em direção à poltrona dele, até encaixar a mãozinha inocente nas partes baixas dele…
Logo ela estranha e pergunta:
- Meu amor, que coisa dura é essa aqui?
E ele responde, com um sorriso de canto de boca:
- Nada demais, benzinho… É só um pacotinho de drops…
E a menina emenda, toda inocentinha:
- Ah, que pena, benhê. Eu ia te pedir um, mas pelo visto tá no finalzinho…

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PERFEITA

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ELIANE CANTANHÊDE

Menas, menas...

Folha de São Paulo - 13/03/09

BRASÍLIA - Lula vai levar cinco acompanhantes para seu encontro de amanhã com Obama, incluindo dois ministros: Amorim, por óbvio, e Dilma, por ser a "gerentona" do governo (além de candidata à sua própria sucessão em 2010).
Mantega e Meirelles ficam na segunda classe, ao lado de Luciano Coutinho (BNDES) e de José Sérgio Gabrielli (Petrobras), para participar de um seminário no "Wall Street Journal", em que, aliás, Dilma voltará ao foco, já na condição de "mãe do PAC" e falando sobre investimentos e regulação.
Mas a grande estrela vai ser mesmo o nosso Lulinha, que não vai pegar o Aerolula, voar esse tempo todo até Washington e ter a honra de ser o terceiro líder a pisar na Casa Branca de Obama para chegar lá humilde, modesto. Muito pelo contrário. Ele quer ir não só como presidente do Brasil nem mesmo só como líder regional, mas como um protagonista mundial.
Lula tinha uma boa empatia com Bush e vai se esmerar para que isso se repita ou até se acentue com Obama. Um nordestino retirante que fez a vida e a carreira política em São Paulo até virar presidente.
Um jovem criado pelos avós brancos e de classe média no Havaí e na Indonésia, que se tornou o primeiro presidente negro da potência. Mas Lula deve ter cuidado. O risco é que tente ensinar a Obama como consertar os bancos, segurar a crise internacional, mudar a ONU, o FMI e o Banco Mundial e, de quebra, como tratar de Bolívia e Cuba a Peru e Colômbia. O céu é o limite.
Isso lembra um pouco uma ironia do ex-presidente Itamar Franco, depois de convidar, em vão, José Serra para ser ministro da Fazenda do seu governo e ouvir um programa de governo inteiro: "O Serra não quer ser ministro da Fazenda. Ele quer ser presidente no meu lugar!".
Obama não pode sair do encontro de amanhã com a mesma sensação: "O Lula não quer ser líder da América do Sul. Ele quer ser presidente dos EUA!".

DORA KRAMER

Cavaleiros de "Agraciel"


O Estado de São Paulo - 13/03/09

O pagamento de R$ 6,2 milhões em horas extras a funcionários do Senado em pleno janeiro de recesso parlamentar já diria muito sobre a despedida triunfal do ex-diretor-geral Agaciel Maia, carregado nos ombros aos gritos de “volta, volta” e homenageado com ditos de saudade em faixas de desagravo.

Ato contínuo ao desvendar de mais uma, novas peripécias trouxeram notícias frescas sobre essa espécie de reino encantado onde todos os agrados são permitidos até que alguém na corte seja pego em flagrante delito.

A essa dinâmica de penitências condicionadas à revelação involuntária dos pecados, o presidente do Senado, José Sarney, dá o nome de “transparência”. Segundo ele, o Poder Legislativo paga um alto preço por ser um livro aberto. “É por isso que nós sofremos essa crítica permanente, porque somos sujeitos à fiscalização diária.”

É o inverso. O Parlamento recebe críticas justamente porque não resiste a um mínimo de fiscalização.

Para qualquer lado que se olhe, em qualquer momento, são flagradas infrações. Nos últimos dias descobriu-se que não há controle sobre pagamento de horas extras, que o diretor de recursos humanos cedia imóvel funcional aos filhos e que o presidente da Casa usa seguranças do Senado para proteger suas propriedades particulares no Maranhão.

Ficamos sabendo também pelo presidente da Câmara, Michel Temer, que deputados e senadores desistiram de incorporar a verba indenizatória aos salários porque, feitas as contas, perderiam dinheiro.

O presidente do Senado, que considera naturalíssimo estender suas prerrogativas aos domínios da família no Maranhão, não parece ter se apresentado ao terceiro mandato com os nervos em condições de suportar o tranco da cobrança externa mais rigorosa que em outros tempos.

Não completou um mês no posto e já enxerga uma conspiração: “Estamos sendo o que popularmente se chama de boi de piranha. Enquanto tudo passa, nós ficamos aqui na frente. Os grandes problemas não estão surgindo e nós ficamos discutindo pequenas coisas.”

Ponto a ponto, há coisas a esclarecer.

Primeiro ponto: o Poder Legislativo é transparente, deixa as entranhas voluntariamente à mostra ou é perseguido injustamente?

Segundo: no que consiste o “tudo” que está passando despercebido, escondido atrás do biombo das críticas ao Parlamento?

Terceiro: é questão de pequena monta o pagamento de horas extras sem controle consideradas pelo próprio presidente do Senado como “um absurdo? É detalhe um diretor-geral, ordenador de despesas, esconder patrimônio? É pormenor o diretor de recursos humanos ceder imóvel funcional ao uso de familiares? É fruto de somenos importância o presidente de um poder confundir o público com o privado e ainda fazer a defesa da tese?

Se é assim, os deuses nos guardem das grandes revelações que porventura venham por aí.

Quarto ponto: tendo sido José Sarney por duas vezes antes presidente do Senado, e Michel Temer ocupado a presidência da Câmara, não são neófitos nas práticas das Casas. Conhecem pessoas e procedimentos. Jamais ocorreu a ambos a correção de distorções? Ou, como se tornou habitual argumentar, não sabiam de nada?

No Congresso, como em qualquer ambiente, sabe-se tudo. O que não se quer é que tudo venha a público. Muitas distorções são fruto de hábitos arraigados, vícios tão incorporados que neles nem se enxergam imperfeições.

Patrocinar mudanças dá trabalho, provoca desconfortos e implica a compra de brigas indesejáveis. Por isso nem Sarney nem Temer ou qualquer outro parlamentar que conseguiu chegar ao comando encarnou o papel de reformador de meios e modos.

Se encarnassem, não teriam chegado ao topo e, se chegassem, dificilmente teriam sossego ou apoio para se sustentarem. Por muito menos, só por espalhar que demitiria Agaciel Maia caso fosse eleito, o senador Tião Viana angariou antipatias entre senadores e funcionários.

Não é verdade que o Poder Legislativo seja transparente como alega o presidente Sarney pegando carona num mito antigo. É, sim, mais aberto que os outros dois poderes. Mas isso não é concessão, é da natureza da Casa de representação popular. Tal seria se um colegiado de representantes da população funcionasse sob a mesma sistemática do Judiciário ou do Executivo.

O Legislativo não está exposto por virtude, mas porque em geral não tem outro jeito. Quando quer e pode ocultar, oculta. O público nunca soube, por exemplo, que horas extras eram pagas à vontade dos fregueses. Mas suas excelências sabiam. Se não fecharam a porta antes de a porteira ser arrombada, tiveram seus motivos. Por apreço à transparência é que não foi.

Momento lindo

“Não há regime democrático em Cuba”, constatou ontem o ministro da Justiça, Tarso Genro.

Não obstante os 50 anos de atraso, o importante é que se abriram para ele as portas da percepção.

MÍRIAM LEITÃO

Vitima ou não?


O Globo - 13/03/09

O economista Joseph Stiglitz disse que o Brasil foi uma vítima inocente da crise. Muita gente discorda. O professor de economia da PUC Márcio Garcia acha, pelo contrário, que o Brasil se beneficiou do período de expansão da economia mundial. O analista da Gávea Investimentos, Armando Castelar, acrescenta que o Brasil poderia ter feito mais nesse período das vacas magras.

O Brasil não é culpado, no sentido de que ele não montou aqui, como lá fora, um sistema explosivo como o do subprime. Mas essa ideia de que fizemos tudo certo e fomos atingidos por uma fatalidade é uma visão superficial do que se passou. Eu já achava isso, mas fiquei mais convencida na entrevista com os professores de economia num programa da Globonews, que foi ao ar ontem à noite.

“Nós nos beneficiamos, aumentamos nossas exportações, os altos preços das commodities contribuíram para o período de prosperidade, com várias vantagens para a economia brasileira”, disse Márcio Garcia.

“O Chile usou esse momento de vacas gordas e fez um enorme fundo, que está usando agora como política anticíclica”, disse Armando Castelar, alertando que não tem comparação com o nosso fundo soberano, muito menor e feito na última hora.

Os dois lembraram também que não só o país foi beneficiário do boom, como desperdiçou esse momento não fazendo as reformas e mudanças necessárias para o momento difícil. Pelo contrário. “O país aumentou os gastos correntes numa proporção duas vezes maior que o crescimento do PIB”, lembrou Castelar.

Márcio Garcia disse que a fotografia é muito boa e, olhando só para ela, fica-se com a impressão de que o país aproveitou bem os bons tempos. A dívida pública, por exemplo, caiu para 36% do PIB, mas a tendência é de deterioração fiscal. Armando concorda que o país não tem folga fiscal.

“Os setores que estão caindo mais são grandes arrecadadores de impostos. Por isso, a tendência é a receita cair muito rapidamente”, disse Castelar.

Sobre a queda dos juros, Márcio acha que o Banco Central poderia ter derrubado a Selic um pouco mais. Armando acha que o BC foi até ousado demais. Em outra conversa que tive ontem perguntei a dois outros analistas a avaliação sobre a decisão do Copom. Luiz Fernando Figueiredo, da Mauá Investimentos, acha que o Banco Central acertou perfeitamente na dose.

“Desde a divulgação da produção industrial de janeiro formou-se um consenso de que a queda seria de 1,5 ponto percentual. Tanto estava na medida que hoje a curva de juros nem mexeu. O Banco Central se mostrou flexível, e ao mesmo tempo mostrou que continua sendo o que sempre foi, tomando decisões com autonomia”, diz Figueiredo, que já foi diretor do BC.

Luiz Carlos Mendonça de Barros acha que o risco maior agora é de um agravamento da crise internacional. Portanto, independentemente do que o Banco Central fizer, pode haver uma segunda rodada de piora externa que faça com que o crescimento zero do país seja o melhor cenário. Ele acha que pode haver uma sensação de melhora nos próximos dois meses, e depois um rebote da crise ainda mais desestabilizador.

“Quando eu calculo crescimento zero para o Brasil este ano eu estou imaginando um cenário em que o nível de atividade vai melhorando até estar crescendo a 3% no fim de 2009. Isso dará um crescimento zero, mas num ano em que a situação vai melhorando. Porém, se houver um agravamento da crise externa, nem isso o país vai conseguir”, diz Luiz Carlos.

No programa da Globonews, Márcio Garcia disse que se houvesse imposição ao BC de um corte maior dos juros, seria um “desastre”, e o país estaria começando a voltar aos tempos pré-real. Armando acha que o país precisa da independência formal do BC, para que ele não fique sempre sob o risco de intervenção.

“Como Ulisses se amarrava nas pedras para não ouvir o canto da sereia, é preciso dar garantias institucionais ao Banco Central”, disse Armando.

Márcio acredita que o mix de políticas para sair do atual ambiente recessivo seria mais redução de juros, política fiscal apertada, com corte de gastos de custeio, e aumento do investimento. Mas como dificilmente haverá corte de gastos, ele acha que o superávit primário vai ser reduzido e que o fundo soberano vai ser convocado para aumentar investimento. O que talvez o governo não consiga realizar, como não conseguiu no passado.

Armando deixou claro que quando critica o aumento dos gastos correntes não está falando das políticas de combate à pobreza extrema.

“O gasto com o Bolsa Família pode e deve aumentar. Ele é uma parcela pequena do gasto social brasileiro, que é 25% do PIB, mas a maior parte dele é destinada aos não pobres”, disse.

Em resumo, o Brasil fez alguns movimentos corretos nos últimos anos, como acumular reservas, reduzir a dívida, aumentar o gasto com os mais pobres, mas, ao mesmo tempo, desperdiçou o melhor momento da economia mundial, não mudando estruturalmente seu gasto. Pelo contrário, aumentou exatamente as despesas públicas que não pode mudar. “Não reconhecer um tempo de bonança é um erro grave”, diz Castelar.

O IDIOTA


SEXTA NOS JORNAIS

Globo: Governo estuda suspender aumento dos servidores

 

Folha: Indústrias de SP fecham 237 mil vagas em cinco meses

 

Estadão: Crise fecha 236 mil vagas na indústria paulista

 

JB: Desordeiros de luxo

 

Correio: Após espancar a mulher, pai morre com a filha ao jogar avião em shopping

 

Valor: Cosan assume Nova América Empreiteira e reforça liderança no setor

 

Gazeta Mercantil: Biotecnologia, o novo negócio dos laboratórios

 

Estado de Minas: Nova tragédia na BR-381 traz de volta a pergunta que não quer calar: Quantos ainda terão de morrer?

 

Jornal do Commercio: Tragédia familiar em queda de avião