domingo, maio 30, 2010

DANUZA LEÃO

Quem é ela?
DANUZA LEÃO
FOLHA DE SÃO PAULO - 30/05/10

Mas a ex-ministra tem andado tão alegre que não sei qual é a verdadeira Dilma

EM 2009, ESCREVI uma coluna, neste mesmo espaço, em que dizia ter medo de Dilma Rousseff. Tinha minhas razões; até aquele dia nunca havia visto d.Dilma sorrir, e cansei -estou cansada até hoje- de ouvi-la falar de "projetos", sempre com o olho duro e o dedo em riste.
Mas a ex-ministra tem andado tão simpática, tão alegre, tão feliz, que não sei qual é a verdadeira Dilma: se a de antes ou se a de agora. Não é possível que o que era branco vire preto, ou vice-versa, que as pessoas possam mudar tanto assim. E os que gostavam da ex-Dilma, a durona, como é que ficam?
Talvez a verdadeira Dilma seja essa de agora; não foi em vão que no início do seu tour pelo Brasil ela inventou um figurino onde prevaleciam os babados. Isso talvez fosse um sonho da juventude que ela não teve, no tempo em que era barra-pesada e segurava uma metralhadora como se fosse um ramo de flores.
Quando o marqueteiro disse que ela tinha que usar terninhos, ela obedeceu, mas logo seu lado feminino falou mais alto. Ela importou o melhor, mais famoso e mais caro cabeleireiro de São Paulo (Kamura, o mesmo de Marta Suplicy) para mudar o visual e começou a prestar mais atenção à maquiagem. Mas bom mesmo foi ver a foto da candidata em Nova York, assumindo o seu papel de mulher-perua e fazendo compras.
A imagem de Dilma, num radiante dia de sol em NY, acompanhada de Marta Suplicy e seu novo namorado, foi um alívio para os corações: enfim, Dilma é uma mulher normal, vaidosa e consumidora, que não resiste a uma liquidação. Vou dar um pequeno palpite -construtivo- no visual da ministra: as mechas do cabelo têm que ser menos avermelhadas. Só falta arranjar um namorado, mas tendo Marta -que não nos esqueçamos, é, ou foi, sexóloga- como maior amiga de infância, será fácil. E por que não? Se Sarkozy se casou com Carla Bruni já no exercício da Presidência, por que o Brasil não dá ao mundo mais um sinal de sua modernidade?
Não se pode mandar nos pensamentos: eu começo a escrever sobre uma coisa, a cabeça vai para outro lado e já estou aqui imaginando como seria o namorado de Dilma. Ah, eu não tenho nada a ver com isso? Mas se Lula se meteu no imbróglio do Irã, sem ter nada a ver, então eu também posso me meter na (futura?) vida sentimental da candidata.
O namorado tem que ser do PT, é claro, e ter uma situação pessoal sólida, para que fique claro que foi um casamento por amor. Se for grisalho, daria um ar de respeitabilidade, mas não consigo imaginar se o casamento será antes ou depois das eleições, isso é assunto para marqueteiro; marqueteiro ou Marta Suplicy, que está assim, ó, com a ex-ministra. Aliás, ela poderá ajudar não só no terreno sentimental como também no fashion, pois tem experiência no assunto: casou-se no meio do tiroteio de uma eleição, com estola de mousseline e um grande chapéu de crina. Lula será padrinho, claro, e d. Marisa vai usar um vestido vermelho; há sete anos esta continua sendo sua grande e única contribuição ao país.
A candidata está vivendo uma adolescência tardia, mas vai ter que resolver essa crise de identidade e decidir, afinal, quem é Dilma Rousseff.

WALCYR CARRASCO

A visita

Walcyr Carrasco

REVISTA VEJA - SP



Há pessoas que ficam guardadas na alma da gente. De repente minha memória ilumina um sorriso, uma palavra, um gesto de alguém que não vejo há muito tempo. No último Dia das Mães, resolvi rever minha antiga professora de ciências, dona Thelma. Estudei com ela no Instituto de Educação Monsenhor Bicudo, em Marília, no interior de São Paulo, no tempo em que o ensino médio era chamado de ginásio. Mas perdi o contato: fui criado na cidade somente até os 15 anos. Quando minha família se mudou, veio completa. Não deixamos parentes a quem visitar. Durante mais de quarenta anos, não voltei a Marília. Sempre me lembrava de dona Thelma, mas, contraditoriamente, nunca a visitei.
Uma ex-colega de classe, Malau, que também só revi recentemente, localizou seu endereço. Minha mãe raramente comparecia às festas escolares quando eu era garoto. Em um Dia das Mães os alunos receberam rosas para oferecer. Entreguei a minha a dona Thelma, que, às vezes, eu chamava de mãe, um pouco por malandragem. Certa vez, na fila do cinema, dona Thelma chegou com o filho pequeno e me pediu para comprar seu ingresso. O funcionário proibiu:
— Não pode comprar, ela tem de ir para o fim da fila!
Gritei, muito espertinho: — Mas ela é minha mãe!
— Ah, se é mãe, pode!
Passei a chamá-la de mãe e sempre recebia um sorriso cúmplice de volta!
Em suas aulas contemplei a beleza das células através do microscópio. Apaixonei-me pela teoria da evolução das espécies. Ela me ensinou a pesquisar por conta própria, já que gostava tanto do tema.
Assim, um pouco me sentindo como um molequinho, apareci de surpresa em sua casa, em Marília. Em dúvida sobre o presente adequado, levei uma caixa de bombons e o meu livro Anjo de Quatro Patas. Ela me recebeu com o mesmo sorriso e os gestos leves, divertidos, juvenis apesar dos seus 77 anos.
— Nem estou arrumada! Entre, entre!
Adorou os bombons, autografei o livro. Serviu café com bolo. Quis saber da minha carreira. Eu, de sua vida: teve cinco filhos. O mais velho mora nos Estados Unidos, a mais nova com ela. Aposentada, dedica- se a seu marido, João Décio, professor de literatura da Unesp, autor de quatro livros.
Falou da juventude, dos tempos de pobreza durante a faculdade. Da vida de professora. Lembramos meus tempos de escola. Mui tas vezes, na época, eu a visitava. Ela me dava xerox das poesias que o marido usava como material para as aulas na universidade. Assim conheci Fernando Pessoa e Florbela Espanca.
Mas durante todo o tempo da visita tinha a sensação de que deveria ter levado um presente mais valioso. De repente confessei:
— Odiamos quando você começou a nos dar aulas!
— Verdade?
— Ainda me lembro da primeira prova. Decorei tudo. Só caíram perguntas que exigiam raciocínio! Foi um desastre.
Ela riu.
— Sempre fui contra a decoreba.
— Depois eu comecei a juntar uma coisa com a outra.
Você também me mostrou como fazer pesquisa. Fiz uma pausa, procurando as palavras certas.
— Tudo o que aprendi com você me acompanha até agora, Thelma. Sabe, você me ensinou a pensar. Eu não teria me tornado quem sou hoje se você não tivesse sido minha professora.
Compreendi que meu verdadeiro presente estava além do material. Era meu profundo agradecimento por ela ter existido em minha vida. O brilho de seus olhos me disse quanto se sentiu gratificada. Eu também, pela oportunidade de dizer que ela se tornou inesquecível não só para o garoto que eu fui, mas também para o homem em que me transformei.

JOÃO UBALDO RIBEIRO


O plantão do Inspetor Brasílio


JOÃO UBALDO RIBEIRO 
 O Estado de S.Paulo
Começo de noite quieto, no Comando Especial de Proteção ao Cidadão. Talvez quieto demais, pensou o Inspetor-Chefe Brasílio, olhando o relógio. Já passava das nove, nenhuma ocorrência marcara o plantão até então modorrento e Brasílio, com um bocejo, se preparava para tomar um cafezinho, quando o telefone tocou e, por alguma razão, ele soube imediatamente que seria uma daquelas noites.
O telefonema era lacônico. Alguém falava rapidamente, ansioso por desligar, voz tensa, fôlego curto. Tabagista em ação na Vila Madalena. Dois tabagistas, aliás, ambos fumando um cigarro atrás do outro e desafiando as famílias presentes, num pequeno restaurante frequentado por boêmios e artistas. Brasílio suspirou, fez um aceno para seu auxiliar. Sabia o que ia encontrar, delinquentes calejados e cínicos, capazes dos truques mais sórdidos para conseguir dar vazão a seus baixos instintos. Rumou para a porta apressadamente, sem nem parar enquanto pegava o paletó. Mas, já chegando à viatura, voltou. Esquecera o fio de prumo e foi com alívio que o enfiou no bolso, apalpando depois o volume com um tapinha.
Lá chegando, estacionou a viatura rente à calçada onde estavam os dois meliantes, a freada brusca fazendo os pneus cantar. Alguém os havia avisado da chegada do Comando e eles, cinicamente, saíram para a calçada para escapar ao flagrante, mas não contavam com a experiência de Brasílio. Não era, por assim dizer, seu primeiro tabagista.
- Freeze! - gritou Brasílio, apontando a arma e fazendo sinal para que Dedurão, seu auxiliar, segurasse imediatamente os malfeitores. - Quer dizer, não se mexam!
Reconheceu num dos dois fumantes o rosto pervertido de Joel Pitadinha, reincidente em praticamente todos os bares e restaurantes da Vila. O canalha sorriu insolentemente, à aproximação dos policiais e não esperou que lhe falassem.
- Eu estou na calçada - disse ele, cuspindo de lado.
- Ah-ha! - retrucou Brasílio. - Mas debaixo da marquise!
Confusão, quase tumulto. Depois de algum esforço e com o bandido imobilizado exatamente no mesmo local onde se encontrava à chegada da viatura, o fio de prumo, pendurado na marquise acima da cabeça do infrator, deu seu veredicto implacável: tanto a brasa do cigarro quanto a boca e o nariz de Joel Pitadinha estavam claramente a 14 milímetros para debaixo da marquise. Quanto ao outro capturado, uns escandalosos 11 centímetros. Enquanto os algemava, Brasílio pensou com certa melancolia em como logo Pitadinha estaria solto, para de novo tabaquear acintosamente, São Paulo afora. Um irrecuperável - e Brasílio se perguntou mais uma vez se a prisão perpétua ou a pena de morte, em certos casos, não seriam indicadas, num triste, porém verdadeiro, reconhecimento da torpeza a que muitas vezes desce o ser humano.
Mas não pôde continuar a pensar, porque, assim que os tabagistas foram enfiados no camburão que convocara, o rádio da viatura emitiu seu chamado metálico. Palmadista no Morumbi! Aparentemente fora de si, depois que seu filho de 7 anos tocou fogo na caixinha onde guardara seus adaptadores de tomada raríssimos e irrecuperáveis e valendo uma fortuna no mercado negro de tomadas, um homem transtornado dera duas palmadas na criança, na presença de uma vizinha com quem brigara antes e que o denunciou. Brasílio se enfiou na viatura e pegou imediatamente o rádio. Precisava de reforços e foi com alívio que soube que Rocha Pirado, o psicólogo do Comando, estava a caminho.
Ao chegarem, o palmadista ainda se encontrava muito nervoso, segurando o filho pelo braço e ameaçando torcer-lhe a orelha, se os agentes do Comando se aproximassem. Sim, tudo indicava que ele seria capaz desse ato extremo, do qual o menino podia jamais vir a recuperar-se, não convinha facilitar. Mais um trabalho para Rocha Pirado, que, depois de uma série de manobras delicadas, conseguiu chegar perto do desesperado o suficiente para começar a lhe fazer uma série de perguntas. Depois de cerca de meia hora de trabalho, o homem cedeu. Se Pirado prometesse calar a boca, ele se entregaria, o que de fato aconteceu. Cabisbaixo, cobrindo o rosto com um casaco para evitar ser reconhecido, o palmadista foi recolhido, na companhia de sua esposa e cúmplice. Brasílio olhou para o rostinho do menino socorrido. Agora ele ia ficar livre de torturas, sob os cuidados zelosos de uma instituição pública para menores, enquanto seus desorientados pais passariam uma temporada num manicômio judiciário, para exames e tratamento das perversões já diagnosticadas por Rocha Pirado. Só momentos como esse faziam valer a pena o sacrifício de ser um atribulado agente da lei.
Mas a vida não para, o crime não descansa e eis que o rádio chama novamente. Do outro lado, o detetive Nuguete, com um recado macabro. Restos de um hambúrguer meio mordido haviam sido achados numa escola em Perdizes. "Prepare-se", disse Nuguete. "Não é uma visão bonita." Brasílio suspirou outra vez. Já ouvira falar que os alunos daquela escola consumiam secretamente comidas proibidas e havia homens seus seguindo os passos da quadrilha traficante de jujubas que lá estava agindo. Entrou na viatura, ligou a sirene. No rádio, notícias sobre três assaltos com quatro mortos, dois atropelamentos por motoristas bêbedos com seis mortos cada e um sequestro relâmpago com um morto só. Brasílio lembrou com orgulho que nada daquilo era de sua alçada. "Comigo, tudo bem", pensou. "Comigo, o cidadão está protegido." 

GOSTOSA

JOSÉ SIMÃO

Dunga! Convoca o Já Morreu!
JOSÉ SIMÃO
FOLHA DE SÃO PAULO - 30/05/10


A Marina parece a mãe do Macunaíma! E a Dilma não é nem Roussef nem RouCHEFE! É HULK CHEFE!



BUEMBA! BUEMBA! Macaco Simão Urgente! O esculhambador-geral da República! Direto do País da Piada Pronta! Pronta e enlatada: sabe como se chama a empresa de segurança da seleção? PIRANHA SECURITY! Por isso que o Adriano, Ronaldinho, Ganso e Neymar queriam tanto ir! Como é que bota piranha pra tomar conta de time? Segura na Piranha! Rarará!
Entrei no site da empresa. O logotipo é uma piranha com os dentes de fora! E o slogan: "Somos suaves como um rio, mas quando os criminosos transgridem, NÓS MORDEMOS!". Uau! As marias chuteiras que se cuidem. Quem chegar perto do jogador, ataque de piranhas! E sabe o que o Lula falou pro Dunga? Traz o caneco que nóis enche!
E esse classificado que eu vi na Folha: "Bia Loira. Travesti dotado. TRAGA A RÉGUA!". Rarará!
E o novo telecatch internacional: Kim Jong x Hillary Clinton. O ditador da Coreia do Norte é um cruzamento do Chico César com a Marlene Mattos. Cogumelo atômico! O nome dele é: Kim Jongou a Bomba? Rarará! E a Hillary é o pitbull do Obama.
E por que a Hillary tá tão brava, querendo atacar o mundo? Chifre mal curado! Rarará! Telecatch atômico: Kim Jongou a Bomba x Hillary Chifre Mal Curado. Luta no gel!
E adorei a charge do Bira: "Sabe o que a Hillary falou pro Ahmadinejad? "Larga já esse cigarro, senão eu vou te bater"". Bem americana!
E o sucesso do "Pânico": transformou a Gorete na Marcia Goldsmith. Eu entrava no Procon! E agora um novo desafio ao "Pânico": transformar o Serra no Thiago Lacerda! Porque, quando o Serra nasceu, quem chorou foi o médico. E quando foi batizado, o padre começou uma sessão de exorcismo. E a água-benta fez fumaça!
E os novos apelidos de Serra, Dilma e Marina. Nosferatu, Madame Min e a mãe do Macunaíma! A Marina parece a mãe do Macunaíma! E a Dilma não é nem Roussef nem RouCHEFE! É HULK CHEFE! Rasga a blusa e fica verde!
E as seleções dos leitores. Melhores que a do Dunga. Ou seja, qualquer uma. Então fala pro Dunga levar aquele time de Salvador: Adriano Come Lixo, Alex Caganheta, Messias Beiço de Chupar Limão, Neco Louco e Danilo Psicopata. Ou então leva a zaga do Gameleira Esporte Clube: Daniel Empenado, Bosta de Urso e Massa Bruta. E o famoso goleiro: Já Morreu! Hexa garantido! Nóis sofre, mas nóis goza. Hoje só amanhã. Que eu vou pingar o meu colírio alucinógeno!

PAINEL DA FOLHA

Ataque especulativo
RENATA LO PRETE

FOLHA DE SÃO PAULO - 30/05/10

Ciente de que a subida de Dilma Rousseff nas pesquisas desacelerou a aproximação do PP com os tucanos, o PT fixou como prioridade da reta final da pré-campanha abortar essa aliança, que daria a José Serra mais um minuto e meio no horário eleitoral gratuito. No comando da campanha de Dilma, já não se fala apenas em garantir a "neutralidade" do PP, mas em -por que não?- tentar a composição formal.
Pós-Datafolha, vários pepistas que vinham sinalizando preferência por Serra reformaram o discurso. Para dar um empurrãozinho nos indecisos, o PT lembrará que, sem apoio formal, o PP pode rodar na hora da partilha dos ministérios, em caso de vitória.

Assombração Por mais enfáticas que sejam as negativas públicas e privadas de Aécio Neves, o Planalto e o PT ainda não se tranquilizaram de todo. O medo de que o ex-governador de Minas venha a aceitar ser vice na chapa de Serra é real -e supera qualquer outro.

Falei primeiro A ênfase que Dilma passou a dar em sabatinas e outros eventos ao assunto remédios, martelando a tecla da desoneração da indústria farmacêutica como forma de reduzir preços, é tentativa de se antecipar ao discurso de Serra, ex-ministro da área. O petistas juravam que saúde, e não segurança, seria o mote inaugural do tucano na campanha.

Só love O marqueteiro João Santana, que já teve seus momentos de estresse com Dilma e com o PT, vive uma espécie de lula-de-mel com a cúpula da campanha. Tudo devido à avaliação positiva do programa partidário exibido em 13 de maio, ao qual se atribui o avanço de Dilma nas pesquisas.

Fui ali Depois de protagonizar alguns atritos internos, Marcelo Branco, coordenador de internet de Dilma, está percorrendo o país com "caravanas digitais" que têm por objetivo difundir o uso das redes sociais nas campanhas regionais do PT.

Terreno Na pesquisa Datafolha sobre os atributos dos candidatos, apenas 35% dos que declaram renda familiar até dois mínimos identificam Dilma como a que mais defenderá os pobres. Nesse segmento, que corresponde a metade do eleitorado, Lula tem 80% de aprovação, e 37% ainda não sabem que ela é apoiada por ele.

Sei lá Em média, 22% não souberam associar os candidatos aos 24 atributos testados pelo Datafolha. A maior taxa de indecisão (45%) se deu na pergunta sobre qual deles foi mais atuante no combate à ditadura militar.

Eles e elas Dilma é apontada por 49% dos homens como a candidata que defenderá os interesses das mulheres. Já entre as mulheres essa taxa cai para 40%.

Bode... O PT paulista interpretou a indicação do deputado estadual Major Olímpio para compor chapa com Aloizio Mercadante menos como definição de nome e mais como um movimento do PDT para abortar a ideia de uma chapa pura com Eduardo Suplicy na vice.

...na sala Cansado das sucessivas recusas às opções apresentadas pela sigla, o presidente do PDT-SP, Paulinho da Força, resolveu "radicalizar". O mais provável, acredita a direção do PT, é que o vice seja um pedetista, mas não o Major Olímpio.

A ver Cobiçado por Marta Suplicy para ser seu suplente ao Senado e instado pela direção do PT-SP a renovar seu mandato na Câmara, Antonio Palocci ainda pode acabar, na opinião de quem o conhece bem, optando por não ser candidato a nada.

com LETÍCIA SANDER e DANIELA LIMA

tiroteio

"A direção do PTB deu a Serra o tempo de TV. Mas a bancada do partido dará a Dilma os votos de que ela precisa."
DO LÍDER PETEBISTA NA CÂMARA, JOVAIR ARANTES (GO), em resposta ao tucano, segundo quem a aliança firmada com Roberto Jefferson não resultará em loteamento de cargos para a sigla em seu eventual governo.

contraponto

Solidariedade

Convidado especial do evento de 1º de Maio da Força Sindical, Lula aproveitou o tempo de espera antes de entrar no palco para, numa sala reservada, tentar convencer Paulinho (PDT-SP), autor da emenda que elevou o reajuste dos aposentados para 7,7%, a reconsiderar sua posição. Sem interesse em discutir com o presidente, o deputado serviu-se de uma dose de cachaça e ofereceu-lhe outra. A primeira-dama reagiu:
-Lula, ainda não são 11h da manhã...
-Marisa, nunca deixo companheiro beber sozinho!
E não se falou mais em reajuste de aposentados.

SIMPLESMENTE, SIMPLES.

MARCIA POOLE

Falta compromisso com direitos humanos
MARCIA POOLE
FOLHA DE SÃO PAULO - 30/05/10

O Brasil tem desenvoltura cada vez maior em questões econômicas, mas ainda não mostra sua liderança no campo de direitos humanos


"O Brasil decolou", afirmou o influente semanário britânico "The Economist" em novembro do ano passado. Coincidência ou não, o perfil do país só faz crescer.
Se o Brasil age com desenvoltura cada vez maior nas questões econômicas ou de política internacional, existe uma área em que o país ainda está por demonstrar liderança -os direitos humanos.
No relatório anual sobre a situação dos direitos humanos em todo o mundo, publicado no dia 27, a Anistia Internacional ressalta os ganhos em 2009, como o ex-presidente peruano Alberto Fujimori ter sido condenado por crimes contra a humanidade.
Na Argentina, o último presidente militar, Reynaldo Bignone, foi condenado por sequestro e tortura.
No Camboja, um dos mais notórios líderes do Khmer Vermelho, o camarada Duch, enfim respondeu por crimes contra a humanidade, cometidos há mais de 30 anos.
Mas a organização também aponta para um grande vácuo na Justiça mundial, criado pelas manobras políticas dos países mais poderosos.
Por exemplo, os EUA e países europeus usam sua posição no Conselho de Segurança da ONU para proteger Israel das consequências das violações que cometeu em Gaza no ano retrasado (diga-se, por sinal, que o grupo armado palestino Hamas também ainda não respondeu pelos abusos cometidos).
A União Africana se recusa a cooperar com o Tribunal Penal Internacional no caso do presidente sudanês Omar al Bashir, indiciado por supostos crimes contra a humanidade. Milhões de pessoas, principalmente mulheres e crianças, ainda sofrem por causa da pobreza, da fome, da doença e da violência.
A Anistia Internacional convoca o G20 a dar o exemplo, promovendo toda a gama dos direitos humanos e demonstrando que ninguém está acima da lei.
Quando da crise financeira mundial, o presidente Lula disse que o empréstimo ao FMI dava ao país a autoridade moral para pressionar por reformas na instituição.
Do mesmo modo, a voz do Brasil terá maior credibilidade se puder apontar para um quadro positivo com relação aos direitos humanos.
As reformas, ainda que limitadas, na área de segurança pública, são um bom começo. Mas ainda restam muitos problemas graves, como as execuções extrajudiciais, a violência policial, as condições do sistema penitenciário e a impunidade dos que cometeram abusos contra os direitos humanos, inclusive durante a ditadura.
É preciso que os candidatos presidenciais se comprometam a priorizar os direitos humanos, de modo que o Brasil possa usar seu status de potência emergente para avançar com a pauta dos direitos humanos em foros internacionais. Na próxima semana, acontece em Kampala, Uganda, a primeira reunião de revisão do estatuto do Tribunal Penal Internacional. Uma boa oportunidade para o Brasil promover o sistema de Justiça internacional e tentar persuadir, por exemplo, a China e os Estados Unidos a se tornarem membros do tribunal.
Valendo-se do progresso que tem feito com relação aos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, sobretudo na redução da pobreza, o Brasil deve propor, durante a reunião de alto nível a realizar-se na ONU em setembro, que os direitos socioeconômicos básicos, como o direito à saúde, à moradia e à educação, não sejam só aspirações políticas, mas tenham força de lei. Essa agenda é, sem dúvida, ambiciosa, mas não está fora do alcance do Brasil. Afinal de contas, quem teria apostado que, em 2009, o Brasil emprestaria dinheiro ao FMI?
MARCIA POOLE é diretora-geral de comunicação da Anistia Internacional, sediada em Londres.

MANOEL CARLOS


Desencontros

Manoel CarlosREVISTA VEJA - RJNão tenho sorte. Saí de São Paulo e fui para o Rio, atrás do Felipe, um garoto que eu conheci no Carnaval, e lá me disseram que ele estava morando aqui. Vim atrás dele e, depois de vários dias procurando em todos os lugares possíveis e impossíveis, fiquei sabendo que ele não suportou a paz de Búzios e voltou para o Rio. Para o agito. Novo endereço e novo número de celular, ninguém soube me informar. Pô, não é uma tremenda falta de sorte?

O desabafo, quase em lágrimas, foi feito pela Ritinha, 21 anos, atriz que ainda corre atrás de uma oportunidade na televisão. Cenário do nosso encontro: Praia de Geribá, em Búzios, onde eu e a minha mulher estamos descansando há alguns dias, inaugurando as férias depois da novela. Aqui, mesmo no outono, o sol nasce, brilha e aquece, o que já tirou de mim a brancura de cal que a reclusão impõe.

E Ritinha continuou, os pés descalços na areia:

— Vejam vocês. O Felipe, que tanto quero encontrar, não encontro. E não é que o Gabriel, que pra mim não significa nada, já encontrei várias vezes aqui em Búzios, desde que cheguei? E olha que ele nem é do Rio, mas de São Paulo, muitos quilômetros longe daqui! Como explicar essa contradição?

E, antes que pudéssemos esboçar uma resposta, ela investiu mais uma vez, sempre interrogativa:

— Já me queixava da falta de sorte para conseguir um papel numa novela. De não ter a estatura que queria. De não emagrecer o tanto que preciso, apesar de severas dietas. De não reencontrar o Felipe. E, agora, de ter de fugir do Gabriel, que a todo instante aparece à minha frente, sorrindo e querendo conversar. Não acham demais?

No último dia 22, consagrado à Rita de Cássia, da nossa devoção, eu e Bety fomos à bela igreja que existe aqui em Búzios, e que leva o nome da santa das causas impossíveis. Fomos lá mais para agradecer do que para pedir, e, quando íamos saindo, encontramos novamente a bela Ritinha, que ia entrando.

— Santa Rita te espera, falou a Bety. Sua xará vai ajudar você a reencontrar o Felipe.

— Ah, eu já estive aqui tantas vezes, que a qualquer momento Santa Rita vai se cansar de mim, descer do altar e sair da igreja.

Esperamos por ela e fomos os três a um café na Rua das Pedras. Claro que, para animar nossa jovem amiga, contestamos sua falta de sorte e contamos alguns casos de desencontro que conhecemos. Lembrei, inclusive, do Samba da Bênção, de Vinícius de Moraes e Baden Powell, em que o poeta declara que “a vida é arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida”. E que nem por isso as coisas acabam sempre mal.

Ao fim do café com leite e duas porções de pão de queijo, todo o lamento de Ritinha se resumia unicamente ao desencontro com Felipe e ao encontro forçado e constante com Gabriel. Isso a afligia mais do que a falta de oportunidade profissional, a pouca estatura e os quilinhos a mais na balança. Afinal, quase sempre é ao redor dos sentimentos que a tristeza alcança as mulheres.

Já de volta ao hotel, lembrei-me de quatro versinhos que conheço há muitos anos e que resumem todo o desgosto de Ritinha e sua declarada falta de sorte na vida sentimental:

Quem eu quero, não me quer.
Quem me quer, eu não desejo.
Todo dia vejo quem me quer,
quem eu quero nunca vejo!

Pensei em mandar essa quadrinha à Ritinha, mas desisti. Afinal, os versos não explicam os desencontros da vida. Apenas os confirmam. Pelo que pudemos perceber, não é do que Ritinha está precisando. É do Felipe.

GOSTOSA

SONIA RACY - DIRETO DA FONTE

Digno de nota
SONIA RACY
O ESTADO DE SÃO PAULO - 30/05/10
Na penúltima vez em que se internou no Sírio-Libanês para tratamento da sua doença, o vice-presidente José de Alencar deu show de cidadania.
Ao tomar conhecimento que a direção do hospital estava mudando um paciente, recém operado, do quarto vizinho ao que iria ocupar, no 11º andar, para que ele pudesse ficar com dois quartos contíguos, reagiu imediatamente.
Deixou claro que em hipótese alguma aceitaria isso. E fez mais. Visitou o vizinho de quarto, a quem pediu mil desculpas pelo quase-incômodo.
Brasília tem muuuiiiito o que aprender com ele.
Tomou Doril
Guido Mantega sumiu faltando exatos cinco minutos para o anúncio do programa do carro elétrico brasileiro, no meio da semana passada.
Na plateia, esperando, Jackson Schneider, da Anfavea, Sérgio Reze, da Fenabrave, e outro punhado de representes da indústria automobilística.
Broadway é aqui
O musical Fame será montado no Brasil. Inspirada no filme e na série de TV dos anos 80, a montagem custará mais de R$ 4 milhões. E contará com o apoio providencial do Ministério da Cultura.
Reinventando
Do Empório Santa Maria, supermercado de luxo, Tânia Piva mergulha agora nos linhos. Criou a Maria e Maria Linens, que começa produzindo artigos para casa sob encomenda.
Piva e as sócias Lucila Elias e Teresa Carparelli também dão consultoria em organização de interiores.
Responsabilidade Social
Com patrocínio da Sygenta, 6 mil estudantes da rede estadual vão assistir ao musical Villa-Lobos - Um Sonho de Menino. Serão 20 apresentações na capital e no interior. Em São Paulo, quarta, no Espaço Cultural Catavento.
Arraiá social. Está aberta a nova temporada de doações para o bazar da tradicional Festa Junina do Lar Escola São Francisco. A entidade beneficente atende crianças e adultos com deficiências.
A Dicico repaginou a Escola Estadual Francisco de Assis Reys. E, de quebra, investiu na qualificação dos professores. Desembolsou R$ 150 mil, ano passado, por meio do projeto Parceiros da Educação.
A Alcoa fez as contas. No primeiro semestre deste ano, destinou mais de R$ 1 milhão para 19 novos projetos sociais espalhados pelo país.
A associação Prato Cheio quer ensinar funcionários do Banco do Brasil de SP a economizar comida. Realiza, nas próximas duas semanas, oficinas para ensinar a combater o desperdício.
A Épiphanie avisa: reverte- rá parte das vendas da série colar Rio, inspirado no Pão de Açúcar, para a Care Brasil. Que, por sua vez, ajudará os desabrigados pelas chuvas que atingiram São Gonçalo.
A Cônsul oferecerá curso de gestão de negócios e doará eletrodomésticos para 500 mulheres de baixa renda.
Ana Cury pilota, hoje, a 3ª edição do Fashion for Humanity. Em prol da Habitat for Humanity, instituição que atua ajudando na construção de casas populares pelo sertão de Pernambuco. 

FRANCISCO CEMBRANELLI

Liberdade de informação e democracia
FRANCISCO CEMBRANELLI
FOLHA DE SÃO PAULO - 30/05/10

Sobre o julgamento do casal Nardoni, o curioso é que a mídia não divulgou nada de muito diferente daquilo que mostramos aos jurados


De tanto ouvir que a mídia é a grande responsável pelas condenações nos julgamentos dos crimes de repercussão, resolvi tecer algumas considerações sobre o tema, um pouco em defesa da liberdade de informação, e também para salvaguardar o trabalho de profissionais sérios, responsáveis pela elaboração das provas, ao menos no rumoroso "caso Isabella".
Os meios de comunicação não criam provas, tampouco fazem as vezes dos peritos e das partes, verdadeiros responsáveis pelo esclarecimento dos fatos.
O que fazem é mostrar, por vezes com indesejável e censurável excesso, as provas que existem no processo, que pretende-se serem produzidas em contraditório, perante um juiz de direito. Os abusos merecem, por óbvio, correção. Não é raro que a defesa ocupe amplo espaço nos noticiários, tanto quanto a acusação.
É desejável que, num Estado democrático de Direito, os meios de comunicação apresentem, da forma mais ampla possível, a tese dos acusados, para mostrar o "outro lado da história", se for a vontade dos envolvidos (a entrevista dos Nardoni ao "Fantástico" é um exemplo).
Por isso, questiono a conclusão simplista de que a sociedade assiste a tudo de forma impassível, acrítica e irrefletida. Sobre o julgamento do casal, o curioso é que, nesses dois anos, os meios de comunicação não divulgaram nada de muito diferente do que foi mostrado aos jurados nos cinco dias de julgamento.
Se havia espaço para dúvidas, passou-se a ter certeza, porque a prova era inapelavelmente comprometedora, tanto que nada foi apresentado pela parte contrária, mesmo após tantos alardes, pela mesma mídia que ora se critica.
A condenação proferida pelo júri, ao contrário do que alguns inocentemente imaginaram, era mais do que esperada. Bastava uma atenta leitura do processo.
Ao se atribuir a culpa pela condenação à imprensa, corre-se o risco de desmerecer o trabalho honesto, sério e dedicado daqueles que atuaram no processo.
A ideia de que o veredito condenatório decorreu da exposição midiática soa como desculpa, deslocando-se a discussão do campo da valoração das provas para a busca de outros responsáveis que não os próprios acusados.
Guardadas a dignidade dos envolvidos e a incomunicabilidade do júri, sou plenamente favorável à ampla publicidade dos atos processuais, inclusive quanto à transmissão das sessões plenárias, de modo a permitir que a sociedade acompanhe a exposição dos fatos e conclua por seu próprio conhecimento.
A imprensa esteve no julgamento do casal Nardoni, ainda que não de forma ampla, e mostrou-se curiosa, séria e imparcial. Não consta que tenha deturpado os fatos ali apresentados. Ou será que mais de cem profissionais teriam se equivocado quanto ao que foi exposto?
É certo que os abusos devem ser coibidos, especialmente quando aviltados os direitos à defesa, à intimidade e, sobretudo, à honra dos réus. Mas, por outro lado, penso que a democracia tem seu preço, que não deve ser pago à custa de limites à liberdade de informação.
FRANCISCO CEMBRANELLI, 49, é promotor de Justiça do 2º Tribunal do Júri da cidade de São Paulo, responsável pela acusação no caso Isabella.

APOSENTADO DO INSS

DORA KRAMER

Aos trancos e barrancos

DORA KRAMER
O ESTADO DE SÃO PAULO - 30/05/10

Não importa quem é quem, fato é que brigam como cão e gato. Andam mais juntos do que nunca, pois firmaram uma aliança e já na campanha eleitoral estão fadados à convivência estreita na mesma chapa de candidatos.
Uma relação cuja falta de sintonia se dá pela própria natureza do par, PT e PMDB, gente de origem, jeito, pensamento, grupos, completamente diferentes.
De repente se veem na contingência de construir uma aliança imensa no País todo, estado por estado, para sustentar a candidatura presidencial de Dilma Rousseff.
Em alguns deu certo, na maioria mais ou menos. Em três mais visivelmente complicados - Pará, Maranhão e Minas Gerais - os acordos podem até vir a ser fechados no final, mas a animosidade reinante entre as partes não indica harmonia adiante.
Por muito menos o PT não conseguiu se adaptar em 1998 à aliança com Leonel Brizola e, diga-se, vice-versa.
Das atuais complicações em tela, a mais importante politicamente para a aliança nacional é a de Minas. Em tese estaria tudo acertado: chapa única com o candidato do PMDB para governador (Hélio Costa), o petista vencedor das prévias do partido Fernando Pimentel em uma das vagas ao Senado e o lugar de vice provavelmente para alguém também do PT.
Tudo pronto para ser oficialmente anunciado no próximo dia 6 de junho.
Eis que senão quando vem um petista do alto comando e diz: nada disso. O partido quer a cabeça da chapa, espera que Hélio Costa desista, seja candidato ao Senado porque, embora esteja na frente nas pesquisas, quando Aécio Neves entrar de fato na campanha estadual em favor do candidato Antonio Anastasia, os índices de Costa se desfazem.
São "inconsistentes". Fernando Pimentel, prefeito de Belo Horizonte até 2008 com 80% de aprovação, teria muito mais identificação com o mineiro que o peemedebista, cuja vida política é feita em Brasília como senador e ministro das Comunicações.
De mais a mais, o PT gostaria de adiar o anúncio oficial para depois de fechada a aliança nacional de apoio do PMDB a Dilma.
Ah, para quê?
Hélio Costa esperou 24 horas e partiu para o rebate começando pelo essencial: "Sou pré-candidato ao governo de Minas, a ponte de retorno ao Senado já não existe para mim e ponto final".
E um acréscimo: "Boatos petistas não me tiram a determinação".
Quais boatos? "É todo dia, toda hora, em todo lugar espalham que não vou ser mais candidato. Nosso pessoal discute isso nas reuniões, eles podem fazer o jogo político, mas não precisam esticar tanto a corda porque isso lá na frente compromete a relação."
Hélio Costa ainda prefere acreditar que as lideranças do PT estejam fazendo jogo de cena para acalmar a militância e não parecer que entregaram o ouro de bandeja com facilidade. "É gênero, porque a briga entre eles é muito séria."
Agora, ele também acha que nem por isso era necessário desqualificar sua posição nas pesquisas ("na última apareço com 52%") dizendo que seus votos são inconsistentes.
"Por quatro vezes tive votações de 3,5 milhões de votos. Quero saber quem é o petista que teve isso." Falta de aproximação cotidiana com o eleitorado?
"Conheço 750 dos 853 municípios de Minas e visito todas as semanas o estado. O Fernando Pimentel saiu da prefeitura de Belo Horizonte há dois anos."
Quanto à data do anúncio do apoio ao nome dele para disputar o governo em chapa única, continua seguro: "Será em 6 de junho." Antes da convenção nacional do PMDB marcada para o dia 12, onde os delegados mineiros têm 16% dos votos. "Para aonde Minas for irá o resultado da convenção."
Não obstante a contundência, Hélio Costa não investe em briga, aposta na aliança. Inclusive porque tem consciência: "Só ganhamos se estivermos juntos, PT e PMDB".
No detalhe, a análise é a seguinte: "No Sul está complicado, São Paulo é caso perdido. É fundamental ganhar em Minas onde Dilma está empatada com Serra e Aécio ainda não entrou na campanha. Em Minas há um partido dificílimo de ser enfrentado: o PL, Palácio da Liberdade". (Sede do governo, atualmente ocupado pelo vice de Aécio, candidato à sucessão).